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14/06/2023 Brasília (DF) - Lar dos velhinhos - Dia 15/06/2023, Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.   Foto Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, ajuda a promover debates atuais como violações de direitos e etarismo, que é o preconceito contra uma pessoa por causa de sua idade. 

A avaliação é de professores ouvidos pela Agência Brasil neste domingo (9).

Para a professora de redação Bárbara Soares, que atua em Brasília, o exame trouxe, mais uma vez, um tema relevante e atual, tendo em vista o envelhecimento da população e a necessidade de combate ao etarismo. 

Além disso, relações possíveis com violações de direitos, como a descoberta sobre os desvios de recursos das aposentadorias de brasileiros e a necessidade de novas políticas públicas poderiam ser abordadas na prova. 

“Há uma grande preocupação de como proteger essas pessoas. O Enem coloca uma lupa sobre um problema que está relacionado a grupos mais vulneráveis e de que premissas constitucionais estão sendo violadas”, afirmou a docente.

Recorrência

A professora recordou que, há dois anos, o Enem tratou sobre a invisibilização do trabalho de cuidado de mulheres.

“Nós precisamos de uma política nacional de cuidado. Nós precisamos pensar sobre isso de uma maneira mais estruturante mesmo. Eu acho que é exatamente isso que eles querem dos alunos”. 

O professor Thiago Braga, que dá aulas no Rio de Janeiro, também contextualiza que, em 2070, quase 40% da população brasileira será de idosos. 

“É uma discussão feita interdisciplinarmente na escola. Todos eles sabem, por exemplo, que a pirâmide etária brasileira está passando por uma transformação importante nesse momento”, pondera.

Por isso, o professor entende que os textos motivadores podem ter uma importância fundamental para o direcionamento temático. “Lembrando que a gente tem um estatuto da pessoa idosa no Brasil, que é de 2003. Pode ser uma boa referência para que os alunos usem [nas redações)”.

Repertórios

A professora de redação Rayana Roale, que também trabalha no Rio de Janeiro, considera o tema de complexidade mediana, e lembra que o assunto também foi abordado na Prova Nacional Docente (PND). Ela explica que a questão da idade perpassa todas as camadas da sociedade. 

“Acredito que não vai ser um tema muito difícil de abordar porque existe muito repertório e informações disseminadas sobre isso”. 

Os professores avaliam que uma outra tônica que poderia ser trazida é de como a “sociedade produtiva” tende a deixar as pessoas mais velhas de lado. 

Professora de redação, Michele Marcelino, de São Paulo, considera que o exame acertou “em cheio” ao trazer para o debate a questão. “O tema permite discutir o etarismo, os direitos das pessoas idosas e os problemas que elas enfrentam na sociedade contemporânea, como abandono e preconceito”.

Ela acrescenta que a motivação vai ao encontro das mudanças sociais significativas no país. “Trazer esse tema à luz não apenas é pertinente, mas também acessível aos estudantes, que não devem ter dificuldade em desenvolver uma reflexão consistente”.

Debate importante

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bianca Borges, defendeu que o tema provoca debate sobre os desafios para o acesso ao trabalho digno, para acesso à previdência social e à saúde pública de qualidade. 

"Todos esses desafios demandam o desenvolvimento de políticas públicas. Esse aspecto é muito importante e também  traz debate social e cultural que diz respeito à nossa compreensão sobre as pessoas mais velhas".

Ela acrescenta que, graças à democratização do acesso ao ensino superior, o perfil dos alunos mudou muito. "A gente tem a felicidade de ver pessoas com mais de 60, 70, às vezes 80 anos realizando o sonho de estar dentro da sala de aula ao lado dos mais jovens. Isso é muito importante".

Convívio e respeito

No início deste mês, a Agência Brasil publicou a história de três médicos especialistas que, com mais de 80 anos, continuam na ativa, vencendo preconceitos. Na mesma série especial, a reportagem ouviu especialistas que apontaram o convívio entre gerações como receita de sucesso contra o etarismo.

Em junho do ano passado, para marcar o mês do orgulho LGBTQIA+, a Agência Brasil debateu a necessidade de políticas públicas, saúde especializada e respeito à diversidade no envelhecimento dessa população

(Fonte: Agência Brasil)

14/06/2023 Brasília (DF) - Lar dos velhinhos - Dia 15/06/2023, Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.   Foto Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025  é: "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”.

A informação foi divulgada neste domingo (9) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, pela rede social X. 

Além da prova de redação, os candidatos inscritos no Enem fazem na tarde de hoje as questões de linguagens e códigos e de ciências humanas. A prova começou às 13h30 e o termina às 19h (horário de Brasília).

Como é a redação

prova de redação exige a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas a partir da situação-problema proposta, dos textos motivadores e dos conhecimentos construídos ao longo de sua formação. 

Os participantes terão que escrever um texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, a partir da situação-problema proposta, dos textos motivadores e dos conhecimentos construídos ao longo da formação.

O tema da redação será de ordem social, científica, cultural ou política.

O projeto de texto, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, deverá defender um ponto de vista - uma opinião a respeito do tema proposto -, apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência. 

o candidato também deverá elaborar uma proposta de intervenção social (solução) para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos. Propostas que desrespeitem os direitos humanos receberão nota zero. Constituem desrespeito aos direitos humanos propostas que, por exemplo, incitem as pessoas à violência ou tenham referências racistas.

Correção

Somente serão corrigidas as redações transcritas para a folha de redação oficial da prova do Enem.

Cada redação será corrigida por dois corretores, com graduação em letras ou linguística, de forma independente, sem que uma conheça a nota atribuída pela outra.

Os corretores atribuirão uma nota de 0 a 200 pontos em cada uma das cinco competências. A soma desses pontos compõe a nota total atribuída por avaliador, que pode chegar a 1 mil pontos. A nota final do participante será a média aritmética entre as notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

Nota zero

Entre os critérios previstos no edital do Enem 2024 que resultam na nota zero na redação, estão:

  •    Fuga ao tema proposto;
  •    Ausência de texto na folha de redação;
  •    Texto insuficiente, com até sete linhas manuscritas;
  •    Texto escrito predominantemente ou integralmente em língua estrangeira;
  •    Nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação, em qualquer parte da folha de redação;
  •    Desobediência à estrutura dissertativo-argumentativa e
  •    Desrespeito à seriedade do exame, com palavrões, desenhos e outras formas propositais de anulação.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 10/11/2024 - Estudantes  no segundo dia de provas do ENEM na UNIP Vergueiro em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Neste domingo (9), mais de 4,8 milhões de candidatos são esperados para participar do primeiro dia de provas da edição 2025 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas serão aplicadas em 1.804 municípios em dois domingos: dias 9 e 16 de novembro.  

Primeiro dia de provas

O exame é composto por quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva é formada por 45 questões de múltipla escolha. 

Neste domingo, os candidatos terão 5 horas e 30 minutos para responder a 45 questões, além da redação. Serão cobrado conteúdos das seguintes áreas do conhecimento: língua portuguesa; literatura; língua estrangeira (inglês ou espanhol); história; geografia; filosofia e sociologia, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação. 

Já na redação, os participantes precisarão escrever um texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, a partir da situação-problema proposta, dos textos motivadores e dos conhecimentos construídos ao longo da formação. A prova de redação vale de 0 a 1000 pontos.

Locais de prova e horários

A informação sobre o local de prova do Enem 2025 está disponível no Cartão de Confirmação de Inscrição, na Página do Participante, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).  

Os portões abrem às 12h e fecham, obrigatoriamente, às 13h (horário de Brasília). As provas têm início às 13h30 e terminam às 19h.

Os candidatos que desejarem levar pra casa o caderno de provas, só poderão deixar as salas de aplicação a partir das 18h30.  

A tolerância é zero para atrasos. O edital do Enem 2025 é taxativo ao proibir a entrada do participante no local de prova após o fechamento dos portões.  

O que levar 

É obrigatória a apresentação de documento original oficial de identificação com foto para a realização das provas.

É exigida caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, para fazer a prova. 

A apresentação do cartão de confirmação não é obrigatória, mas o Inep recomenda levá-lo para facilitar a localização. 

Sobre o Enem 

O exame avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil. A partir da nota obtida, os estudantes podem se inscrever para vagas em universidades públicas ou bolsas de estudo por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)    

São Paulo (SP), 10/11/2024 - Estudantes  no segundo dia de provas do ENEM na UNIP Vergueiro em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

As primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 serão realizadas neste domingo (9) em 1.804 municípios brasileiros, nas 27 unidades da federação. As três únicas exceções são Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, devido à realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) na região.

Neste sábado, é a hora de os candidatos se organizarem, separarem o checklist de “sobrevivência” e ajustarem os relógios. O objetivo é evitar contratempos na chegada aos locais de prova antes das 13h e, também, durante a aplicação do exame.

A Agência Brasil reuniu as principais orientações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, sobre documentos de identificação, itens permitidos, horários e questões que envolvem a realização das provas.

As regras estão listadas no edital completo do Enem 2025, disponível também na Página do Participante do Inep.

Documentação

O fiscal somente autorizará a entrada dos candidatos na sala de aplicação do Enem se estes apresentarem documentos oficiais de identificação com foto e válidos. A organização do Enem aceitará a identificação com documentos nos formatos físico ou digital, mas prints de tela do smartphone e fotos dos documentos não serão aceitos.

Desde a edição de 2024, é aceita a Carteira de Identidade Nacional (CIN) digital, que integra os dados de identificação do cidadão e reduz a possibilidade de fraudes.

A Carteira de Identidade Nacional (CIN) digital e demais documentos, como e-Título, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou a Carteira de identidade, antigamente chamada de Registro Geral (RG), também poderão ser apresentados, por meio do aplicativo de serviços do governo federal, o Gov.br.

O candidato ainda pode acessar o aplicativo oficial da CNH Digital Gov.br.

Basta mostrar tudo nos aplicativos oficiais, previamente instalados no celular do candidato. Por isso, a dica de ouro é não deixar para o último momento a instalação dos apps.

Além dos já citados, também será aceita a documentação para estrangeiros, conforme os termos do Acordo sobre Documentos de Viagem dos Estados Partes do Mercosul [Mercado Comum do Sul] e Estados Associados.

O que lavar e o que guardar

Embora não seja item obrigatório, o Inep recomenda levar impresso o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível também na Página do Participante, com login único da plataforma Gov.br.

Entre outras informações, o documento traz o número de inscrição, data, hora e local de prova, além de registrar que a pessoa deverá contar com determinado atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, se for o caso. 

A prova deve ser respondida com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Caneta azul não será aceita.

Os participantes com atendimento especializado para transtorno do espectro autista poderão utilizar caneta em material transparente com tinta colorida exclusivamente nas marcações do caderno de questões.

Contudo, o Cartão-Resposta, independentemente da situação, deve ser preenchido exclusivamente com caneta de tinta preta.

O que guardar no envelope

Não serão permitidos quaisquer tipos de consultas pelo candidato a livros, manuais impressos e anotações. Esses itens devem ser guardados no envelope porta-objetos, antes de o participante entrar no local de aplicação.

Antes de ingressar na sala, também devem ser guardados no envelope: óculos escuros, protetor auricular e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares).

Igualmente, não podem ser deixados sob a carteira do candidato materiais de papelaria, como lápis, lapiseira, borrachas, réguas, nem mesmo caneta esferográfica de material não transparente.

O envelope porta-objetos deve ser mantido debaixo do assento, lacrado e identificado, desde o ingresso na sala de provas até a saída definitiva do local de provas.

Lanches e medicamentos

Os candidatos podem levar lanches ou medicamentos necessários. Eles são permitidos, desde que sejam vistoriados pelo chefe de sala de aplicação da prova.

Os candidatos portadores de artigos religiosos, como véu, quipá, burca e outros, poderão ter estes itens sujeitos à vistoria do coordenador local.

Proibidos

É vetado o porte de armas de qualquer espécie, exceto para os casos previstos em lei (Art. 6º da Lei nº 10.826/2003). Nestes casos, é obrigatória a apresentação da autorização de porte de armas, pelo participante.

Os candidatos não podem levar ou ingerir bebidas alcoólicas, ou consumir cigarro, inclusive eletrônico, bem como outros produtos derivados do tabaco, no local de provas. Evidentemente, drogas ilícitas não serão permitidas.

O uso de qualquer equipamento eletrônico é proibido. Esses itens devem ser guardados desligados no envelope porta-objetos, antes de o participante entrar no local de aplicação.

O edital lista exemplos de dispositivos eletrônicos que não podem ficar à mostra: relógios, garrafa/copo digital, cigarro eletrônico, telefone celular, smartphone, chave com alarme, tablet, máquina calculadora, agenda eletrônica e/ou similares, gravador, pen drive, mp3 e/ou similar, alarme.

As restrições englobam ainda fone de ouvido ou com qualquer outro componente eletrônico, e/ou qualquer transmissor, gravador e/ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens.

Incomunicáveis

Será eliminado o candidato que se comunicar ou tentar se comunicar verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma, com qualquer pessoa que não seja da equipe de aplicação, a partir das 13 horas, até o fim da aplicação, 19 horas, no horário de Brasília.

Ausências

Os participantes não podem se ausentar da sala de provas, a partir das 13 horas, sem o acompanhamento de um fiscal.

Para se ausentar em definitivo da sala de provas, é preciso que se passem duas horas do início das provas.

Banheiros

Após o fechamento dos portões, a partir de 13 horas, se o participante precisar usar o banheiro antes do início da prova ou durante a aplicação desta, será acompanhado pelo fiscal.

Ao retornar à sala de provas, o participante deverá passar por um novo processo de identificação, mesmo tendo realizado a identificação anteriormente.

O objetivo é garantir que a pessoa que saiu da sala é a mesma que está retornando para a aplicação do exame.

Após o término do exame e a saída definitiva da sala de provas, o candidato não poderá mais usar o banheiro do local de aplicação.

Saída definitiva

Quando o participante decide entregar seus materiais (cartão-resposta e folha de redação) e se retira permanentemente da sala, sua participação é considerada encerrada.

A partir desse momento de saída definitiva, o participante está proibido de retornar à sala de aplicação e de usar as instalações sanitárias do local.

Material de prova

A regra do edital estabelece as condições para a retirada de material de prova do local de aplicação pelo participante. As medidas visam proteger a segurança e o sigilo das provas.

Por isso, a retirada do caderno de questões é autorizada apenas se o participante deixar a sala de forma definitiva dentro dos últimos 30 minutos que antecedem o horário oficial de término da prova, ou seja, 18h30.

O cartão-resposta e a folha de redação não poderão ser levados em nenhuma hipótese.

Portanto, se o participante optar por finalizar o exame e se retirar da sala antes desse intervalo de 30 minutos, o caderno de questões deverá ser obrigatoriamente devolvido ao aplicador, juntamente com os demais materiais.

Horários

A aplicação das provas segue o horário de Brasília. Pontualmente, os portões abrem às 12 horas e se fecham às 13h.

No primeiro dia do Enem 2025, as provas começam às 13h30 e se encerram às 19h.

Os participantes resolverão questões de linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; língua estrangeira (inglês ou espanhol); além da redação, com texto dissertativo-argumentativo.

Dúvidas

Para saber mais sobre o que fazer antes, durante e depois do exame, acesse o link criado pelo Inep com respostas às perguntas mais frequentes.

(Fonte: Agência Brasil)

Paraty (RJ), 02/08/2025 - A escritora Ana Maria Gonçalves conversa sobre o livro Um defeito de Cor na Casa Record durante a 23ª Festa Literária Internacional de Paraty. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A escritora Ana Maria Gonçalves toma posse na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), nesta sexta feira (7), no Rio de Janeiro. Consagrada pela obra Um Defeito de Cor, eleito como um dos principais livros para se entender o Brasil, ela é a primeira mulher negra a integrar a ABL em 128 anos de existência da instituição e também a mais jovem do atual quadro de imortais.

A cerimônia será realizada no Petit Trianon, na sede da ABL, a partir das 20h, e será transmitida ao vivo pelo site e pelo canal do Youtube da ABL 

Nessa quarta-feira (5), a ABL divulgou a programação da cerimônia. Ana Maria Gonçalves será recebida pela acadêmica Lilia Schwarcz; receberá o colar da acadêmica Ana Maria Machado e o diploma do Acadêmico Gilberto Gil.

A comissão de entrada será formada pelas acadêmicas Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão; a comissão de saída terá Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.

De acordo coma ABL, a nova acadêmica está programando algumas novidades para a festa. Ao final da cerimônia de posse, será servido um jantar sentado para 300 pessoas no pátio externo, com um cardápio africano.

A cerimônia contará, ainda, com uma surpresa dos amigos da escritora: a apresentação de um grupo musical, que chegará ao local depois de percorrer algumas ruas do centro do Rio de Janeiro em cortejo.

Trajetória profissional

Ana Maria Gonçalves sucede o professor, gramático e filólogo brasileiro Evanildo Bechara, que faleceu em maio deste ano.

Ela nasceu em Ibiá, em Minas Gerais, em 1970. É roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa e sócia-fundadora da empresa Terreiro Produções.

Ana Maria é autora de Ao lado e à margem do que sentes por mim e Um defeito de cor, ganhador do prêmio Casa de Las Americas (Cuba, 2007) e eleito um dos principais livros para se entender o Brasil.

O livro levou cinco anos para ser concluído, sendo dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita. Em 2024, foi enredo da Escola de Samba Portela.

Ela publicou contos em Portugal, Itália e nos Estados Unidos, onde morou por oito anos e ministrou cursos e palestras sobre questões raciais. Foi escritora residente nas Universidades de Tulane (New Orleans), Stanford (California), e Middlebur (Vermont).

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 05/11/2025 – Cintia Etsuko Yamashita, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Pueri Domus da Aclimação, em São Paulo.
Foto: Cintia Etsuko Yamashita/Arquivo pessoal

A aplicação da primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 ocorrerá neste domingo (9) nas 27 unidades da Federação para mais de 4,81 milhões de inscritos confirmados.

Saber o local de prova e se planejar logisticamente são tão importantes quanto o estudo para o exame. Isso porque se o candidato perder o horário de fechamento dos portões, às 13h (horário de Brasília), todo o esforço de um ano se perde.

A tolerância é zero para atrasos. O edital do Enem 2025 é taxativo ao proibir a entrada do participante no local de prova, após o fechamento dos portões. Com isso, perder o horário resulta na eliminação automática do candidato.

Cartão de confirmação de inscrição

A informação sobre o local de prova do Enem 2025 está disponível no Cartão de Confirmação de Inscrição.

O documento individualizado deve ser acessado exclusivamente na Página do Participante, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Adicionalmente, o documento informa o número de inscrição, as datas e os horários das provas, além de indicar se o inscrito tem direito a atendimento especializado ou tratamento por nome social, quando previamente solicitado e aprovado.

Há, ainda, dados sobre a opção de língua estrangeira selecionada, se houve a opção de pedido de certificação do ensino médio e dá orientações gerais aos inscritos.

Embora não seja obrigatório, o Inep recomenda levá-lo impresso nos dois dias do exame (9 e 16 de novembro), para evitar imprevistos.

Confira o passo a passo para acessar e imprimir o Cartão de Confirmação de Inscrição:

1 - acesse a Página do Participante e selecione o botão “Página do Participante – Entrar com gov.br”.

2 - em seguida, use o login único do Gov.Br e clique em “Continuar”.

3 - Já na Página do Participante, à esquerda da tela, clique em “Local de Prova”.

4 – na sequência, clique no ícone em azul, apresentado pelo assistente virtual (Local de Prova).

5 - O sistema abrirá o Cartão de Confirmação de Inscrição.

Para imprimir, basta descer a tela até o final da página e clicar no botão “Imprimir”.

Dicas de planejamento

Chegar ao local com calma e antecedência é fundamental para evitar a ansiedade de última hora, o que pode prejudicar a concentração do candidato antes mesmo de a prova começar.

Muitos candidatos se atrasam por fatores externos, como trânsito intenso em locais próximos aos centros de prova e outras situações mais comuns aos domingos como o transporte público (ônibus, metrôs ou trens) com horários de circulação reduzidos. Outros candidatos também desconhecem o local ou o trajeto até ele.

Brasília (DF) 05/11/2025 – Cintia Etsuko Yamashita, coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Pueri Domus da Aclimação, em São Paulo.
Foto: Cintia Etsuko Yamashita/Arquivo pessoal

Especialistas recomendam que o horário ideal para sair da residência rumo ao local de prova seria o intervalo de duas a três horas, dependendo da distância. A coordenadora pedagógica da Escola Bilíngue Pueri Domus da Aclimação, em São Paulo, Cintia Etsuko Yamashita, defende a preparação do candidato com o planejamento de rota, por exemplo.

“Programar que horas você vai chegar ao local, no dia da prova, é muito importante”, avalia.

Por isso, nestes dois dias que antecedem as provas, é preciso conhecer o local de aplicação do Enem e vale consultar o tempo do deslocamento, trajetos alternativos e diferentes modais para chegar à unidade destacada no cartão de inscrição do candidato. 

A demanda por carros de aplicativo é alta nos horários de pico (entre as 11h e as 13h) nos domingos do Enem, o que pode ocasionar a demora até encontrar um motorista que aceite a corrida. Além disso, os preços podem subir.

A estudante Ana Carolina da Silva Gribbler, do terceiro ano do ensino médio do Colégio St. Georges (STG), no Rio de Janeiro, fará o Enem pela primeira vez. Aos 18 anos, a jovem diz ter familiaridade com o local de prova, depois que a coordenação geral do exame o alterou para um novo endereço, mais próximo da residência dela.

Brasília (DF) 05/11/2025 – Ana Carolina da Silva Gribbler, 18 anos – aluna do terceiro ano, deseja cursar medicina, 1º Enem
Foto: Ana Carolina da Silva Gribbler/Arquivo pessoal
Ana Carolina da Silva

“Eu tinha caído em um lugar um pouquinho longe de onde eu moro. Depois, me realocaram. Com a mudança, agora, estou em frente à minha escola.”

Apesar de nunca ter entrado na unidade designada para fazer o Enem, Ana Carolina se sente aliviada para focar em seu objetivo principal, ser aprovada no curso superior de medicina. “Por estar mais perto, estou mais segura quanto ao meu local de prova e mais tranquila quanto ao horário também”.

Transporte público

Como opção, algumas cidades brasileiras anunciaram algum tipo de gratuidade ou reforço no transporte para o Enem 2025. Este é o caso do metrô de Salvador e Lauro de Freitas (BA). Em Fortaleza, foi anunciado o aumento da frota de ônibus para estudantes cearenses; viagens de graça nos ônibus intermunicipais de sete cidades do ABC Paulista e no transporte municipal de Osasco; passe Livre (ida e volta) para estudantes de Campo Grande, entre outras localidades.

Mas, a dica é confirmar os detalhes específicos das medidas anunciadas na região, diretamente na prefeitura ou órgão de transporte da cidade, pois as regras de acesso podem variar.

(Fonte: Agência Brasil)

Tempos atrás, li em seção de erros de um jornal de São Paulo a observação de que nomes de tribos indígenas não têm plural. O jornal, pressurosamente, se penitenciava de erro cometido em manchete principal de uma de suas edições.

Não. Nesse caso, ao colocar o nome  “guajajaras” no plural, o jornal não errou. Quando devidamente adaptadas à nossa grafia e, até, legitimadas pelo hábito, as palavras procedentes de um idioma que não seja o português são flexionadas de acordo com a nossa língua. Tanto é que não dizemos ou escrevemos os plurais da língua latina – na farta exemplificação de Napoleão Mendes de Almeida, em seu “Dicionário de Questões Vernáculas” – “os ‘mapae mundi’”, “os ‘onera’ do processo”, “os ‘veredicta’”. Dizemos e escrevemos “os mapas-múndi”, “os ônus do processo”, “os veredictos”.

Há uma "Convenção para a Grafia de Nomes Tribais", setentã, estabelecida em 14 de novembro de 1953 pela Associação Brasileira de Antropologia. A convenção é criticada por alguns antropólogos. O documento fixa grafia maiúscula para os nomes das nações/povos indígenas e ausência de plural. Há os que observam que a notação maiúscula é só importação do costume da Língua Inglesa, que escreve em caixa-alta a letra inicial daqueles nomes. Outros, inclusive o antropólogo Julio Cezar Mellatti, falam da pretensão dessa convenção de talvez querer "constituir-se numa nomenclatura científica para as sociedades indígenas, como se fossem espécies animais e vegetais". Nas duas edições que tenho do Mapa Etno-histórico de Curt Nimuendaju (1981 e 1987, do IBGE), embora a imensa maioria de nomes grafados no singular, registram-se diversos com o plural: botocudos, ocren-sacracrinhas, emerillons (do grupo tupi-guarani), rodellas (também chamados tuxás) etc.

A explicação para o uso de maiúscula e não uso de plural teria a ver com o fato de, embora não sendo ou não tendo um país nos termos da cultura "branca", os indígenas referem-se a si mesmos como uma nação, como se um país fossem – e nomes de países grafam-se no singular, na maioria dos casos: Brasil, Argentina...

É a tal coisa. Certa vez, em Fortaleza, em um encontro sobre Língua Portuguesa, fiz um questionamento ao professor Napoleão Almeida sobre a não existência da palavra “extraordinariedade” (pois existe “contrariedade”, “temporariedade” etc.). Ele disse-me para usar o bom senso. Observei-lhe que, em relação ao uso da língua, se prevalecer a regra do bom senso, corremos o risco de ter idiomas individuais. Ele concordou.

Tal se dá a respeito do plural dos nomes de origem indígena já aportuguesados. Estou com a tese e a prática de que sobre eles, nomes, devem recair as normas que disciplinam o uso correto da Língua Portuguesa. Caso contrário, abre-se a possibilidade de ocorrerem tantas exceções ou “usos particulares” quantas forem as instituições humanas. Agora, se o Governo Brasileiro e as Entidades acreditadas oficializarem, passando o nome de tribos indígenas a não ter plural, eu seguiria sem problema. Se permanecessem em todos os casos apenas no singular, os nomes de nações/povos/tribos indígenas passariam a ser um substantivo “singulare tantum”, que é aquele que só se escreve no singular, em contraposição aos substantivos “pluralia tantum”, que são escritos só no plural (por exemplo, núpcias, exéquias).

* * *

Décadas atrás, nossos melhores jornalistas, nossos maiores jornais e revistas colocaram em pauta quase permanente os muitos problemas e a nenhuma solução que afligiam os indígenas ianomâmis.

Se ficava intrigado com a omissão criminosa do Governo, também me intrigava o fato da Imprensa quase nunca escrever ou pronunciar no plural a palavra “ianomâmi”  — que, aliás, também é esquecida por alguns de nossos dicionários.

Gramáticos, dicionaristas e escritores consultados sempre dão plural para os nomes de tribos e nações indígenas. Afinal, pronunciamos e escrevemos timbiras, tupis, tapuias, guaranis, nhambiquaras e txucarramães. Por que não “ianomâmis” e, também, “guajajaras”? A grafia é boa, o ouvido não reclama de cacofonia... então, por que não?

Escreve NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA: “Unicamente quando inadaptável ao vernáculo, quando de terminação estranha às nossas, é que certas palavras obedecem para o plural às regras do idioma de que procedem”.

Meu conterrâneo de Caxias GONÇALVES DIAS, que na época conhecia os indígenas e sua língua como ninguém, deu a uma obra sua o título – pluralizado – de “Os Timbiras”. Veja-se, no Dicionário Aurélio, o verbete “timbira”: “Indivíduo dos timbiras, grupo oriental das tribos indígenas jês setentrionais”.

Timbiras, jês... tudo no plural.

Em 1954, NUNES PEREIRA publicou no Rio de Janeiro o livro “Os Índios Mauês”. Mauês...

TAUNAY e VON HERING, em épocas distintas, deram título e plural para os trabalhos sobre “Os Guaianãs”  (viviam entre o Paraná e o Uruguai) e “Os Caingangues” (grupo indígena dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e – observe-se os plurais – “são chamados, também, em parte, 'coroados', 'camés' e 'xoclengues'”). Guaianãs... caingangues... coroados... camés... xoclengues...

JOSÉ AUGUSTO CALDAS escreveu, há quase um século, o “Vocabulário da Língua dos Bororos-Coroados” (os bororos são do Mato Grosso e os coroados são sua família linguística).

Os exemplos se avolumam. Na “Enciclopédia Barsa” (1997, volume “Datapédia e Atlas”, pág. 11): “(...) os índios cambebas”. Cambebas...

Na “Enciclopédia Ilustrada do Conhecimento Essencial” (1998), do Reader’s Digest, pág. 195: “A tradicional imagem dos índios norte-americanos, com ornamentações na cabeça, o arco e a flecha, baseia-se nas tribos indígenas das planícies, como os sioux, os cheyennes e os crows”. Cheyennes... crows...

Está-se vendo: até em inglês faz-se o plural. Estamos em boa companhia...

Os indígenas eram oito milhões (há estimativas de três milhões) no Brasil, em 1500. Pelas vias das doenças e violências várias, teriam sido reduzidos, segundo alguns registros, para algo em torno de duzentos mil, mas o IBGE contou 1.693.535 pessoas indígenas em 2022.

Podemos concluir: Em todo o mundo, os indígenas, tanto na grafia quanto na sobrevivência, são uma questão plural.

Os povos indígenas representam menos de um por cento do total de brasileiros. Se já são poucos no território, não vamos acabar com eles também na gramática.

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P. S. – Falando sobre os termos “índio”, “indígena” e “aborígene”, vale lembrar que a grafia correta de “aborígine”, como se lê, é com “i” depois do “g”, e não “aborígene”, com “e”. A palavra vem do latim “ab origine” (“de origem”); portanto, nada a ver com “indígena”. Esta, etimologicamente, tampouco tem a ver com “índio”: a palavra “indígena” vem do latim “indígena”, que é formado de “inde” (significa “dali”) e “gena” (“gerado”), ou seja, “indígena” significa “do lugar”, aquele gerado no lugar. O substantivo “índio”, sim, vem do nome do país Índia, nome cuja origem passa pelo latim e grego, com o significado de “o rio Indo”, e, ainda, pelas línguas persa (“hind”) e zenda (“heñdu”) e, mais remotamente, chega ao sânscrito “sindhu”, com o significado de “rio”. Ainda hoje, na Índia, há uma região de nome Sindh, onde está o rio Indo.

*EDMILSON SANCHES

O 5 de novembro, como data comemorativa, tem um nome oficial: “Dia da Cultura e da Ciência”. É só assim, desse jeitinho, com essa grafia e até as aspas, do modo como está na Lei; não é “Dia Nacional da Cultura e da Ciência Brasileira” nem qualquer outra denominação que se espalha Internet adentro e afora.

Esta é a Lei sancionada pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e o ministro Jarbas Passarinho: “Institui o "Dia da Cultura e da Ciência", e dá outras providências. // O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: // Art. 1º Fica instituído o "Dia da Cultura e da Ciência", que será comemorado a cinco de novembro de cada ano, como homenagem a data natalícia de figuras exponenciais das letras e das ciências, no Brasil e no mundo. // Parágrafo único. As comemorações a que se refere o presente artigo terão como escopo o Conselheiro Rui Barbosa, nascido a 5 de novembro de 1849. // Art. 2º O Ministério da Educação e Cultura estabelecerá as normas para a divulgação da vida e da obra de Rui Barbosa, principalmente nos estabelecimentos de ensino do País. // Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. // Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. // Brasília, 15 de maio de 1970; 149º da Independência e 82º da República.”

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CULTURA

E o que é “Cultura”? Essa palavra tem diversos significados ou sentidos:

1) a cultura que é tratar, lavrar a terra e nela plantar – é a “agricultura”, onde “agri-” significa “campo”, pois é no campo, na zona rural (mas também em espaços urbanos) que mais se cultivam plantas, vegetais;

2) a cultura que é cuidar de animais, multiplicando-os, abatendo-os para comida, preparando-os para esportes ou competições de qualidade; é o caso da “pecuária” (que tem a ver com “gado”, isto é, conjunto de animais da mesma espécie, como boi / bovinocultura, porcos / suinocultura, ovelhas / ovinocultura, cabras / caprinocultura etc.);

3) a cultura que tem a ver com o conjunto de pelo menos quatro “CCCC” de uma comunidade: conhecimentos, costumes, comportamentos, crenças;

4) a cultura que é o conjunto de talentos, conhecimentos de pessoas e comunidades;

5) a cultura que, como está no “Dicionário Houaiss”, é o “complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins”. Existem outras definições e mesmo estas estão incompletas.

Mas, pelo que a Lei registra, pode-se concluir que “Cultura”, com “C” maiúsculo, é essa do item 5 acima. A Cultura como sensibilidade, elaboração, construção / composição, técnica, oferta, aquisição, disseminação de um serviço (cantar, declamar, discursar, palestrar, contar histórias, dançar etc.) e de um produto (um livro, disco musical, uma pintura, foto, escultura, peça de artesanato etc.).

Para mim, no sentido geral, cultura é toda intervenção do ser humano na Natureza. Se quebrou um galho e utiliza esse pedaço de pau para cutucar frutas, coçar as costas, espantar animais etc., está fazendo cultura, está praticando um ato cultural – no sentido “antropológico” do termo.

Entretanto, retornando ao sentido da Lei que instituiu o Dia da Cultura e da Ciência há 55 anos, a Cultura é não só CAUSA mas também COISA, um algo material ou abstrato que constrói identidade, inicia tradições, inicia, mantém e altera costumes, une e dá permanência a grupamentos humanos... e pode – e deve --  ser transformada em objeto de valor e preço. Surge aí o que foi designado “Economia da Cultura” ou “Economia Criativa”. Este tipo de Economia, sem interferir no processo criativo do artista ou criador, “trabalha” a coisa criada – material ou não – e estabelece para seu criador contrapartidas materiais, financeiras, vendendo-as dentro ou fora da comunidade onde o objeto cultural foi criado.

Tão importante é a Cultura também para a Economia que a maior cidade do Brasil, São Paulo, município que é capital do estado de mesmo nome, tem na Cultura a maior fonte de sua riqueza. Ou seja, dos mais de R$ 828,9 BILHÕES (último dado do IBGE, de 2021) da economia da cidade de São Paulo, a maior parte não vem de gigantescas refinarias de petróleo, de descomunais montadoras de veículos, de mastodônticas indústrias siderúrgicas: o maior volume de dinheiro que forma o Produto Interno Bruto paulistano tem origem na chamada cadeia ou teia da Cultura, da Economia Criativa. O autor que escreve um romance vai, a partir de seu talento, movimentar e alimentar uma série de pontos: a indústria de tintas, de papeis, de plásticos, de máquinas de impressão, os serviços de profissionais de revisão, de diagramação e desenho, de impressão e acabamento, de “softwares”, de embalagem, de transportes, de eventos, enfim, um mundo de pessoas e empreendimentos, com seus objetos e seus serviços especializados, tudo girando em torno de uma obra gerada na solidão de uma mente em um corpo...

E disso aí em cima se pode dizer também para a Música, a Pintura, a Fotografia, a Escultura, o Artesanato etc. etc. etc. etc. É um mundo sem fim a Cultura e a Economia criativa.

Só há um problema: o desapreço, o desapego, a descrença, a desgraça político-administrativa, que, máxime em municípios, se instala e cresce em cérebros de governantes e outros gestores, que (man)têm outros (des)caminhos para os grandes volumes de dinheiro que todos os dias 10, 20 e 30 entram nos cofres de todas as prefeituras de todos os 5.570 municípios brasileiros...

O problema do Brasil não é governo sem dinheiro – é dinheiro sem governo...

(II)

O 5 de novembro, como data comemorativa, tem um nome oficial: “Dia da Cultura e da Ciência”. É só assim, desse jeitinho, com essa grafia e até as aspas, do modo como está na Lei; não é “Dia Nacional da Cultura e da Ciência Brasileira” nem qualquer outra denominação que se espalha Internet adentro e afora. Acima, tratamos da “Cultura”. Sobre “Ciência”, passemos a seguir.

CIÊNCIA

Embora divida o 5 de novembro com a Cultura, a Ciência tem outra data: o 8 de julho, quando é comemorado (ou, ao menos, lembrado) o "Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico".

A LEI – O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico é a denominação de dois "Dias": o Dia Nacional da Ciência, instituído pela Lei federal nº 10.221, de 18 de abril de 2001, assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, e o Dia Nacional do Pesquisador, instituído pela Lei federal nº 11.807, de 13 de novembro de 2008, assinada pelo vice-presidente José Alencar Gomes da Silva, no exercício da Presidência. Na lei "alencarina" não há o adjetivo "Científico" após "Pesquisador".

O "Dia Nacional da Ciência" é uma referência à data de fundação, em 8 de julho de 1948, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), grande Entidade de que fui membro por anos e anos, décadas atrás.

A Ciência a que se refere a ancestral Lei 5.579 é aquele “corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente” (Houaiss). Ciência é criar a cobra e mostrar como isso pode ser feito e repetido. (Quem mata a cobra e a mostra morta é a política, senhora absoluta das provações e privações culturais e científicas no Brasil).

Mais que explicar Ciência, melhor é exemplificar Ciência. Alguns casos:

1)     CHOCOLATE – Com 41 mil quilômetros quadrados (km2), a Suíça é menor do que o Rio de Janeiro ou o Espírito Santo, dois dos cinco menores Estados brasileiros. A Suíça não planta um pé de cacau... Mas onde são fabricados os assim declarados melhores chocolates do mundo? É na Suíça ou no Brasil, que está se aproximando de 200 mil toneladas de cacau por ano (produção em queda)? É a Suíça que compra chocolate do Brasil ou é o Brasil que importa os caros chocolates da Suíça? Tudo isso tem a ver com Ciência...

2)     SOJA – Com 377 mil km2, o território do Japão é, em sua maior parte, de origem vulcânica e impróprio para cultivo e construção civil. O Japão é um conjunto de 14.125 (contagem de 2023; antes, eram 6.852 ilhas). Todo dia tem terremotos e/ou maremotos e/ou vulcões ativos. Falando “grosso modo”, o Japão tinha e tem todas as pré-condições para dar errado enquanto País; entretanto, é um dos mais desenvolvidos do mundo, é a quarta maior economia do planeta. Por exemplo, importa a soja brasileira e, com sua Ciência, a transforma em medicamento(s), como o fito-hormônio de soja, indicado até para tratamento de câncer de útero e de mama. E o Brasil, que, campeão mundial, produz 171 milhões de toneladas de soja* (2024/2025) dos 420 milhões de toneladas* que o mundo produz, vende seus grãos “in natura” e os recompra sob forma de caros medicamentos... Isso é (falta de ) Ciência... (*) Fonte: https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos

3)     COCO – Em uma praia ou praça, na esquina de uma rua ou em carrinhos, compramos coco da praia, bebemos seu líquido, quando muito o partimos e comemos a “remela”, a polpa... e jogamos fora o restante, aliás, a maior parte. Pois bem: orientais utilizam a casca (endocarpo) para estofamento dos bancos de seus carros de luxo. Isto é Ciência.

4)     PEDRAS – Antigamente, dos peixes que se capturavam, cortava-se a cabeça, que era jogada fora. Hoje, já há quem praticamente se interesse mais pela cabeça que pelo restante do peixe. Na cabeça há três pares de pedras, umas menores, outras maiores, como as da cabeça da corvina e do bacalhau. São os otólitos. Já se fala de uso científico dessas pedras e há discretos postos de compra pelo Brasil. Os orientais as querem. É bom começar a estocar pedras de cabeça de peixes.... A Ciência poderá ter bons usos com elas...

5)     CAFÉ – Achou que o 7 a 1 que a Seleção Brasileira de Futebol levou em 8 de julho de 2014 da Alemanha foi a maior surra que os germânicos deram e dão no Brasil? Pois anote aí: a Alemanha compra 6,5 milhões de toneladas de café do Brasil (safra 2023/2024; fonte: www.cecafe.com.br). Por meio de sua formidável logística, os alemães vendem parte dessas toneladas de café por um preço várias vezes superior ao que comprou dos agricultores brasileiros. Com a parte restante do total de toneladas de café, os alemães produzem cafés especiais, de preços altíssimos, para mercados sofisticados, que têm poder e não têm pudor de pagar até SETENTA VEZES MAIS CARO do que os alemães nos compraram!... Isso é Ciência (e, claro, Administração / Logística também). Para se ter uma ideia, a indústria alemã Melitta, em um país que não planta um pé de café, tem mais de 160 itens fabricados por ela DEDICADOS SÓ PARA CAFÉ, como cafeteiras, filtros (inclusive de papel), máquinas e equipamentos, cafés solúveis etc. etc. etc. Tem fábricas em mais de CEM países, inclusive no Brasil, fornecedor da matéria-prima (“commodity”) em torno da qual giram as indústrias Melitta desde 1908, quando foi fundada. Isso é Ciência, inclusive a ciência de ganhar dinheiro com o produto dos outros...

Faltam CIÊNCIA e CONSCIÊNCIA no Brasil.

*

Cultura e Ciência são necessidades de primeira grandeza. Países desenvolvidos são países de grande cultura artística e científica.

O Brasil está cheio de criadores e cultivadores, técnicos, tecnólogos e cientistas.

Sobra talento. Falta apoio.

Há dinheiro. Falta vergonha...

... Vergonha para não dilapidar os recursos que têm origem em cada um de nós.

Até quando abusarão de nossa paciência, seus Catilinas?

* EDMILSON SANCHES

NO BRASIL, TER CONHECIMENTO É UMA AGRESSÃO

(SE NO BRASIL JÁ SE PRATICA POLÍTICA ERRADA E SE CULTIVA UMA MORAL ERRADA... POR QUE SE INCOMODAR EM FALAR A LÍNGUA ERRADO?)

*

O amigo Jerry Alves, pessoa de bons pensares, falares e escreveres, aqui e acolá me "provoca" com a remessa ou indicação de certos assuntos.

Declarado admirador de umas e outras coisas que escrevo e de minha atuação como cidadão que “enfrentou o sistema” na política (para a raiva de alguns), Jerry, segundo me contou, já teve até de me defender de pessoas que, em conversa com ele, manifestavam o desagrado delas pelo simples fato de eu buscar conhecimento.

Jerry teve de perguntar a essas pessoas se elas tinham alguma crítica contra mim baseada em roubalheira minha quando era político com mandato, se conheciam minha produtividade enquanto parlamentar em Câmara Municipal (as leis, os projetos, as audiências públicas, os discursos, as diversas proposições, o “ide e pregai” nos bairros e povoados), se eu empreguei (ou pedi para empregar) parente ou qualquer gente na Prefeitura, e se eu, como cidadão, era um mal para a cidade, o município.

Enfim, perguntou o Jerry àquelas gentes que motivo levava uma pessoa a condenar outra pelo simples (simples?) fato de buscar conhecimento e, principalmente, dividi-lo com os semelhantes por aí, sem ônus, em escolas e outras instituições, bairros e povoados, cidades e estados, ajudando para a formação e formatação de uma melhor consciência crítica etc. etc.

Tem certos políticos e assessores e asseclas de políticos que me detrataram exatamente pelo que eu NÃO sou, pelos vícios e desvios de que eles e seus chefes e chefetes são portadores e praticantes, sustentados geralmente por brasileiros que, com certeza, não se orgulham de tê-los como mandatários, representantes ou servidores. Bandidos... (atuam como bando).

*

Mudando, ou entrando, no assunto, tempos atrás foi trazido a mim o assunto, na época, acerca da medida do Ministério da Educação brasileiro, de chancelar livro didático para crianças onde se diz que falar e escrever errado é certo.

Minha opinião:

Validar ou avalizar o significado da mensagem sem se importar com sua forma é enfraquecer as bases da própria Língua.

Claro, há sim ambientes e situações onde e quando se pode falar à vontade, sem necessidade de saber se o pronome pessoal "SE" está em próclise, ênclise ou mesóclise. (Lembre-se da a piada: "O carro SE atolou-SE".)

Há espaço, sim, para a informalidade, para a descontração, para o falar sem observar a norma padrão ou norma culta.

Há espaço e momento até para o não falar...

Agora, não parece ser bom para a pessoa ou para seu país apor um carimbo oficial permitindo, endossando, legalizando ou legitimando o uso incorreto (ou, vá lá, discordante da norma padrão) da Língua Portuguesa.

Se "minha Pátria é minha Língua", então façamos e falemos (d)a Pátria errada, viva a Pátria errada!

Estamos na pátria errada...

Não é cultivando menos a própria Língua Portuguesa que seremos melhores cidadãos.

Não será errando na Língua que acertaremos na Cidadania.

Não é assim que seremos mais ricos, ou menos pobres.

Não é desrespeitando o próprio idioma que seremos mais respeitados no estrangeiro.

Pelo visto, estamos preparando o Brasil para o entregarmos às Nações estranhas.

Se não temos porque lutar, se o erro é que é o certo e o conhecimento é enxovalhado, antecipemos o futuro e, com o apoio da maioria que odeia "falar certo", que não tem tempo para o conhecimento...

... com o apoio – até inconsciente e involuntário – da maioria dos analfabetos, ágrafos, agramatistas, amorais, imorais, incultos, não leitores, famintos de arroz e feijão, ignorantes da ciência do conhecimento e do conhecimento da Ciência,...

... enfim, com o apoio de políticos bandidos e dos bandidos políticos, antecipemos o futuro e vendamos o Brasil, coloquemos nosso país na hasta pública, façamos um leilão e que o pregoeiro grite – em correto idioma estrangeiro – que nós brasileiros cansamo-nos de ser um país grande de atitudes pequenas, que acha "esperto" aquele candidato e aquele político ser ladrão, aquele cidadão não ter cidadania, aquele brasileiro falar de qualquer jeito, desde que "comunique", desde que a mensagem seja entendida, entendeu?

O Brasil já não tinha muita coisa para defender como certo. Até fazer política corretamente é errado: quem faz assim perde, se lasca – pois político que não é corrupto não é confiável.

Agir com correção, não dar um "jeitinho", não furar a fila, não agradar/não corromper o guarda e outras autoridades é ser besta, tolo, idiota, imbecil.

Buscar o conhecimento e respeitar a Língua, é querer "aparecer".

Para não encompridar a lista, basta dizer que fizemos a opção consciente por praticar uma Política errada, uma Moral errada, uma Cidadania errada, uma Saúde errada, uma Educação errada...

Por que se incomodar em falar uma língua errado?

Ao menos deixem em paz aqueles que escolherem ("errado") o modo certo de fazer... e falar.

Certo?

*EDMILSON SANCHES

(*) O Dia Nacional da Língua Portuguesa – 5 de novembro – foi instituído, no Brasi,l pela Lei federal nº 11.310, de 12 de junho de 2006. O dia 5 de novembro é uma homenagem a um dos maiores estudiosos e cultivadores da Língua Portuguesa, o advogado, político e escritor Ruy Barbosa, nascido nessa data em 1849.

*

Comentário

"SOU SIM, UM GRANDE ADMIRADOR DO POLÍTICO EM QUEM JÁ CONFIEI E CONFIO MEU VOTO SEM ME ARREPENDER, DO CIDADÃO INSTIGADOR, CONSCIENTE E PARTICIPATIVO QUE TU ÉS".

Quanta honra ser citado em um texto de tamanha qualidade e importância ["TER CONHECIMENTO É UMA AGRESSÃO"], para saudar uma data enormemente especial de nosso calendário [5 DE NOVEMBRO, DIA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA], ainda mais vindo de um dos maiores linguistas que conheço, um imenso cidadão, e um voraz guardião de nossa tão mal falada Língua Portuguesa.

Em tempos de rede social, então... quem cuidará desse tesouro?

Ainda chegará o dia em que as pessoas serão admiradas pelo seu saber e conhecimento acumulados, em vez de pelo tanto de números em sua conta bancária?

E quando será que o eleitor elegerá alguém por suas credenciais, em vez de o quanto o sujeito é o mais popular da vez, o amalucado que o denominam de Messias, o que compre votos e consciências suficientes, ou tenha participado de um BBB?

Quando?

Sou sim, um grande admirador do escrevinhador fora de série, e do estudioso intelectual em que tu te tornaste ao longo do tempo, do político em quem já confiei e confio meu voto sem me arrepender, do cidadão instigador, consciente e participativo que tu és na comunidade em que vives, e o amigo atencioso, correto e de excelente companhia, sempre.

Receba o meu fraterno abraço e votos de saúde; e muito obrigado pela amizade e citação.

Em tempo: viva a Língua Portuguesa!"

(JERRY ALVES, radialista, mestre de cerimônias. Boa Vista/RR, 5/11/2018)

Criado com o objetivo de aliar o estudo e a prática esportiva na vida de crianças em São Luís, o Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol está pronto para o início de mais uma temporada de atividades. O lançamento oficial da 7ª edição do Educação e Esporte, que conta com os patrocínios do governo do Estado e das Drogarias Globo por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, ocorrerá na manhã deste sábado (8), a partir das 8h, na Associação do Altos do Calhau.

Na abertura da 7ª edição do Projeto Educação e Esporte, os alunos receberão kits para participação nas atividades semanais. Os kits são individuais e compostos por uniforme completo (camisa, calção e meião), chuteiras, bolsas, caneleiras, squeeze e agenda escolar.

Em sua nova temporada, o Projeto Educação e Esporte terá a participação de 60 crianças de 8 a 12 anos, que serão beneficiadas com aulas de reforço escolar e treinos de futebol de campo na Associação do Altos do Calhau. Na edição anterior, o projeto foi desenvolvido na Associação dos Veteranos da Caixa D’Água do Cohatrac.

"Estamos muito felizes e com uma expectativa enorme para a 7ª edição do Projeto Educação e Esporte, que já se consolidou como uma das grandes iniciativas sociais de São Luís, transformando a vida de centenas de crianças durante todo esse tempo. Nós queremos dar uma oportunidade a esses jovens da região do Altos do Calhau, para que eles possam se tornar grandes cidadãos por meio dos ensinamentos adquiridos nos estudos e na prática esportiva. Agradecemos mais uma vez ao governo do Estado e às Drogarias Globo por todo o apoio para a realização das atividades do Educação e Esporte", afirma Kléber Muniz, coordenador do projeto.

Projeto Educação e Esporte

Em execução desde 2016, o projeto já atendeu mais de 350 crianças. O grande diferencial dessa iniciativa é justamente conseguir levar educação e esporte para as crianças. A dinâmica do projeto é bem simples: semanalmente, as crianças participam dos treinos de futebol acompanhados por profissionais de educação física. Paralelamente ao trabalho desenvolvido em campo, a garotada recebe acompanhamento educacional, com aulas que servem como uma espécie de reforço escolar.

Vale destacar que, nos dias dos treinos, as crianças do projeto recebem acompanhamento de uma pedagoga e de profissionais de educação física. Além disso, eles ainda participam de um lanche coletivo.

(Fonte: Assessoria de imprensa)