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José Tribuzi Pinheiro Gomes, ou simplesmente Bandeira Tribuzi é um dos valores mais brilhantes da chamada Geração de 45. [São Luís do Maranhão, 2 de fevereiro de 1927 — 8 de setembro de 1977]. Iniciou o Modernismo no Maranhão, em 1948, com a publicação do livro de poesia “Alguma Existência”.  Ao lado de José Sarney, Lago Burnet, Ferreira Gullar José Bento Neves, Carlos Alberto Madeira, Cadmo Silva, Luis Carlos Bello Parga e os pintores e poetas Pedro Paiva e Floriano Teixeira, este capista dos livros de Jorge Amado pela vida inteira, e outros escritores; fez parte de um movimento literário difundido por meio da revista que lançou o Modernismo no Maranhão, chamada “A Ilha”, da qual foi um dos criadores, como foi o fundador, anos depois, do jornal “O Estado do Maranhão”, com José Sarney.

Poeta de grande profundeza lírica, trocou a batina franciscana para assumir, de vez, às lides literárias e para não ser “Prior do Carmo”, como gostaria o pai, diz ele no “Memorial da longa vida”, que só durou cinquenta anos, interrompida por um enfarto fulminante no Estádio Nhozinho Santos, ao assistir a um jogo entre o Sampaio Correia e o Moto Club, no dia do aniversário da cidade de São Luís, sem extinguir, contudo,  seu talento, dos mais iluminados já visto entre nós, já que o espirito é intelectivo, muito embora sua formação universitária em finanças, feita em Coimbra, já ter sido trocada, em grande parte,  como dizia, por seus afazeres jornalísticos, vez que nos trouxe da velha Europa uma educação humanística e técnica realmente sólidas , a par de uma cultura literária, não só lusitana como universal.

Em “O Conto Brasileiro”, Josué Montello traça um paralelo entre autores de inspiração ruralista e autores de inspiração litorânea, ao dizer que  “realmente, a paisagem marítima, que serviu de cenário às maiores glórias da raça, só raramente aparece na prosa de ficção de Portugal, em contraste com o que ocorre com a poesia que se volta preferencialmente para o mar”, como é o caso  

desse “Exercício Marítimo”, poema inserido no “Cancioneiro da Cidade de São Luís”, o porto que me atraco na poética de Bandeira Tribuzi, a ratificar a justeza dessa reflexão. Ouçamo-lo por isso:

“A palavra mar em lenta pronúncia úmida, / fria, amarga, de marinheiros, em histórias. / Depois pensar no corpo da infância, / cartões ilustrados, / recordações, praias, visitas e pensadas”.

E mais: “Quem assim escreve / é quem já sentiu em demanda de um infinito azul / a dimensionalidade das coisas imperceptíveis, / até certo tempo ou momento. / As coisas deixadas, as lembranças e as ideologias ameaçadas / por uma pá de cimento, / uma rosa que não brotará nunca nas raízes de uma calçada”.   

Afiança Joaquim Nabuco em “Minha Formação”, que “de um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência do país”. E assim, num doce ou não exílio, parte o poeta em vagas imaginárias:

“Gosto de sal nos lábios: / eis construída a paisagem. / Coloquemos nele um barco. / O vento [este vento real que agita os cabelos] / continuará o exercício impelindo o sonho a viagem”.

O sonho ou a viagem, tanto podem ser sentidos na Praia do Desterro, em São Luís, como podem ser sentidos na amplidão das praias dos Algarves, em Portugal. O gosto de sal, a paisagem e o vento não são determinados. Fernando Pessoa escreveu que “pelo Tejo vai-se para o mundo. Pelo mar ou por um rio de aldeia se consegue partir para o mundo”. E Tribuzi prossegue:

“Que um dia quando pó forem meus nervos / e minha carne o adubo de uma rosa / e uma ave voar no meu silêncio / e tudo quanto fui seja memória, / quando água se faça meus pensamentos / e os desejos em nuvens se transformem, / quando já nada reste de meus erros / e meu ser seja orvalho numa rosa, / possa alguém lembrar / ao ler o mais triste dos poemas, / a sofrida saudade de um bem que foi por ter e, / lembrando, ouça a música incontida / da palavra comigo sepultada: doce, nítida, pura, azul e alada”.

Um soneto entranhado em meio ao poema, ou pelo menos quatorze versos entrelaçados numa beleza de forma lírica, mais sentida que pensada, características acentuadas no estilo de Bandeira Tribuzi. Conteúdo vivencial e técnica perfeita, fazendo-nos lembrar a todo momento o autor de”‘O Guardador de Rebanhos”. E prossegue o poeta de “Safra”:

“Teus olhos, transparente melodia, / são rios como os rios de uma margem para a terra / das nuvens, alta e fria. / Teus olhos, permanência fugidia, / imagem da imaginada imagem / de teu mais puro ser, / são a viagem mais preciosa [e inatingida], / dia de luminosa auréola solar recém-nascida / nas manhãs molhadas / orvalho e seiva, / pétala de estrela, teus olhos rimam com amor e mar / e a saudade da pátria desejada...”  

Neste seu último fôlego, ou exercício marítimo, não nos leva a verificação daquele fenômeno que Leo Sprizer assinalou no seu ensaio “Interpretação Linguística das Obras Literárias”: “O poeta é o que se esforça para transformar em enigmático um pensamento claro”. Bandeira Tribuzi nos traz, com seu lirismo inebriante, uma mensagem poética belíssima... Aqui, não há transcendência para o enigmático, a força construtiva é que exige, se é que exige...

O poeta nos deixou uma bibliografia extensa e apurada em poesia e prosa, e foi também o autor do Hino da Cidade de São Luís...   “O Memorial Bandeira Tribuzi [próximo ao Espigão Costeiro] foi criado em sua homenagem; uma das mais importantes pontes da capital, a ligar o Centro Histórico de São Luís ao outro lado da Ilha, também leva seu nome, além de um busto em bronze, na Praça do Parthenon, a perpetuar o nosso poeta, ladeado a outros escritores maranhenses.

Tribuzi, ao despedir-se de seu exílio interior, ou da saudade da pátria desejada, tendo o mar como experiência pessoal e melancólica, se justapõe ao lado de Geir de Campos, quando canta: “Ó grande mar – escola de naufrágios! Chora um adeus em cada colo de onda”.

Ó Tribuzi, quanta falta fazes às nossas artes!

* Fernando Braga, in Jornal “O Estado do Maranhão”, 17 de agosto de 1973, enfeixado em “Conversas Vadias”, antologia de textos do autor.

Ilustração: “Declaração”, poema de Bandeira Tribuzi, in “Intimo Comício”, obra poética, 2002, verso de abertura: fragmento de “Alguma Existência”, 1948. Direção Musical: Tuco Marcondes e Zeca Baleiro.

Todo dia chega ao celular uma notícia surpreendente, mas saber diferenciar o que é verdadeiro do que é falso requer habilidades. Para sensibilizar os idosos, público-alvo preferencial das chamadas fake news, um curso on-line da Universidade de São Paulo (USP) quer mostrar a importância da averiguação de mensagens e informações.

Oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) de forma gratuita e remota, o curso vai apresentar atitudes e práticas que podem contribuir para reduzir a disseminação de notícias falsas em aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais. 

As aulas serão ministradas em uma plataforma on-line e ocorrerão de 2 de agosto a 3 de setembro, às terças e quintas-feiras, das 15h às 17h. As atividades são destinadas a quem tem 60 anos ou mais, já possui smartphone com sistema Android (7.0 ou superior) e tenha noções sobre o uso do aparelho, que deve estar habilitado para navegar na internet

Para efetuar a inscrição, os interessados devem ter e-mail. Além disso, para poder assistir às aulas, os alunos devem ter acesso à internet

As inscrições podem ser realizadas até dia 30 de julho, exclusivamente pelo Sistema Apolo da USP. Há apenas 30 vagas disponíveis que serão preenchidas de acordo com a ordem de chegada dos pedidos de inscrição.

O curso é coordenado pela professora Kamila Rios e será ministrado pela professora Maria da Graça Pimentel, ambas do ICMC, com o apoio de diversos colaboradores. A proposta é promover discussões e exercícios práticos sobre estratégias de identificação de desinformação, com apoio de material didático fundamentado em componentes teóricos das áreas de sociologia e pedagogia.

“A ideia do curso surgiu quando observamos que muitos dos idosos passavam adiante notícias falsas, sobretudo sobre política e sobre a covid-19. O curso foi a forma que achamos de convidar esses idosos para terem contato com as formas de produzir essas notícias e as consequências de passar para frente esse tipo de conteúdo. Uma forma de conscientizar sobre o assunto”, afirmou a coordenadora do curso.

Também serão oferecidos aos idosos conhecimentos a respeito de comportamentos comuns, em especial, nos ambientes virtuais, como aplicativos de comunicação instantânea (WhatsApp, Signal e Telegram); redes sociais (Facebook e Instagram); e plataformas como YouTube e Google Search.

programação completa do curso pode ser acessada pela internet

(Fonte: Agência Brasil)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 teve 3.109.762 pessoas com a inscrição confirmada, após o pagamento da taxa de R$ 85..

Para a versão em papel, o Inep registrou 3.040.871 inscritos. Para a modalidade digital, foram confirmados 68.891 participantes. As duas versões serão aplicadas nas mesmas datas: 21 e 28 de novembro.

O Enem Digital será exclusivo para quem já concluiu o ensino médio ou está concluindo essa etapa em 2021. Assim, os inscritos que desejam fazer o exame para fins de autoavaliação — os chamados “treineiros” — participarão do Enem impresso. Cabe destacar que, nesta edição, ambas as versões terão itens de prova iguais e mesmo tema de redação.

Para verificar a situação da inscrição, o candidato deve entrar na Página do Participante com o login único dos portais gov.br. Na mesma página, os inscritos podem acompanhar o andamento das solicitações feitas, bem como entrar com possíveis recursos. Caso o participante não lembre a senha, é possível recuperá-la acessando o sistema do governo federal, informando o número do CPF e seguindo as instruções que forem apresentadas.

Educação superior

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e é uma das principais portas de entrada para a educação superior no Brasil. Com a nota do Enem, o estudante pode pleitear uma vaga em uma universidade pública, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ou participar de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetros para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência completa, neste sábado (24), três décadas. Criada para assegurar a inclusão no mercado de trabalho, a lei garante hoje o emprego de 500 mil pessoas com deficiência em todo o país. 

O direito está previsto no Artigo 93, da Lei 8.213/91, que definiu os benefícios da Previdência Social. O dispositivo determinou que empresas com mais de 100 empregados devem destinar vagas para beneficiários reabilitados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pessoas com deficiência.

A reserva legal para firmas com até 200 empregados é de 2%; de 201 a 500 (3%); 501 a 1.000 (4%); mais de 1.001 (5%). A multa para o descumprimento pode chegar a mais de R$ 200 mil.

Marco importante

Para o representante do Instituto Jô Clemente – organização da sociedade civil que apoia a inclusão social de pessoas com deficiência intelectual – Flávio Gonzalez, a lei é um marco e deve ter sua continuidade garantida. Segundo ele, é “vergonhoso” que hoje, 30 anos depois, algumas empresas ainda descumpram a legislação.

“O primeiro desafio é sustentarmos essa lei, carregarmos ela para o futuro. Os ataques à lei de cotas são inúmeros. A partir do momento que se iniciou o processo de fiscalização, vários atores do Poder Público tentaram fazer mudanças, flexibilizações, porque é uma lei que incomoda setores, grupos que não querem, por uma questão de discriminação”, afirmou durante seminário realizado pela Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Também presente ao evento, o representante do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região Carlos Aparício Clemente destacou a importância da fiscalização e o papel das entidades no cumprimento da lei. Clemente citou que, atualmente, 85% das vagas previstas para pessoas com deficiência no setor estão preenchidas, mas o índice já chegou a 100%.

“A gerência do trabalho não tem fiscais para fiscalizar a Lei de Cotas desde 2015. Quem contrata, contrata por responsabilidade social. Quem não contrata, não é fiscalizado”, comentou.

A advogada Caroline Melloni, representante do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), destacou que a inclusão de pessoas com deficiência na indústria da construção já foi um problema. Segundo Caroline, devido ao grau elevado de risco, as empresas afirmavam que não era possível inserir pessoas com deficiência nos canteiros de obras.

“No início, quando as empresas procuraram o Sinicesp por conta da questão da inclusão e da Lei de Cotas, elas vinham falando que não era possível colocar pessoas com deficiência em um canteiro de obras, que era totalmente inviável. Hoje, depois de muito tempo e muitos estudos, verificamos que é totalmente possível a inclusão”, disse.

O auditor-fiscal do Trabalho Rafael Faria Giguer contou que já foi barrado em entrevistas de emprego por ser deficiente visual e destacou que, sem a lei, não há trabalho para deficientes no Brasil.

“Elas [empresas] chegam com a desculpa debaixo do braço de que não há pessoas, com a desculpa de que não querem trabalhar e com a desculpa de que não conseguem trabalhar. De repente, chegam na minha sala e quem está auditando é uma pessoa com deficiência visual, usando um computador. Metade daqueles argumentos que eles vêm trazer para a fiscalização caem por água abaixo”, relatou.

Já a diretora da Santa Causa Boas Ideias e Projetos (entidade que auxilia na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho), Aline Morais, disse que o desafio é esclarecer que a inclusão é um tema de toda a sociedade, e as cotas são necessárias para que as pessoas tenham trabalho.

“As pessoas não gostam de ouvir falar de cotas, porque parece que você está beneficiando um grupo em detrimento de outro. A gente tem que olhar para a cota como uma política de ação afirmativa, que ela vem para trazer uma equiparação social. A gente trabalha a política de cota com o intuito de que no futuro a gente não precise mais dela. A ideia da cota é que ela deixe de existir, mas, hoje, ela é necessária”, argumentou.

Investimentos

De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), no primeiro semestre deste ano, foram investidos R$ 6,5 milhões para promover o direito das pessoas com deficiência. Os recursos financiaram principalmente cursos on-line Língua Brasileira de Sinais (Libras) e sobre acessibilidade em espaços públicos.

Os cursos são realizados em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e estão com as inscrições abertas. 

(Fonte: Agência Brasil)

Criptomoeda, feminicídio, homoparental, infodemia e sororidade. O que essas palavras têm em comum? Além de serem usadas pelos brasileiros, elas vão constar, pela primeira vez, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras.

A sexta edição do Volp está disponível para consulta on-line, no site da academia. O conteúdo pode ser acessado também pelo aplicativo oficial do Volp (disponível no Google Play e na App Store). Essa é a primeira atualização da publicação desde a 5ª edição, lançada em 2009.

A Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, presidida por Evanildo Bechara, vem reunindo novos vocábulos colhidos em textos literários, científicos e jornalísticos ou recebidos como sugestão por quem consulta o Volp. A obra foi atualizada com o objetivo de oferecer ao público uma edição em dia com a evolução da língua, de modo a refletir as mudanças da sociedade.

Telemedicina, ciberataque, judicialização, covid-19, pós-verdade, negacionismo, necropolítica, gentrificação e ciclofaixa também são verbetes acrescidos ao Volp. Ainda foram registrados novos estrangeirismos como botox, bullying, compliance, crossfit, home office, lockdown, podcast e emoji.

De acordo com a ABL, muitos dos acréscimos feitos no Volp se referem a termos oriundos do desenvolvimento científico e tecnológico, do contexto da pandemia do novo coronavírus, do registro mais abrangente de nomes de povos indígenas, assim como de termos técnicos das diversas áreas do conhecimento e novos vocábulos de uso comum, sempre de acordo com os critérios de formação de palavras da língua-padrão.

O Volp é um levantamento de palavras existentes na língua, com indicação da grafia correta. Com 382 mil entradas, o novo Volp tem mil palavras novas, além de correções e informações complementares nos verbetes, como acréscimos de ortoépia (pronúncia correta), variadas possibilidades de plural e, em alguns casos, significados diversos para palavras que têm a mesma grafia ou mesma pronúncia (homonímia) ou grafia e pronúncia parecidas (paronímia), visando desfazer dúvidas e ambiguidades.

(Fonte: Agência Brasil)

Os protocolos sanitários para prevenção da covid-19 foram concluídos em 57% das redes municipais de ensino consultadas pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). A pesquisa, em parceria com o Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foi feita em junho e julho deste ano. 

Participaram 3.355 redes de ensino, que representam 60,2% do total de municípios do país e respondem por 13 milhões de estudantes. A meta do levantamento é conhecer os avanços e desafios das escolas para a garantia da aprendizagem durante a pandemia.

A primeira edição do estudo foi feita no início da pandemia, em abril de 2020, e a proposta era entender como as redes se organizavam para dar conta das atividades educacionais. Nesta edição, mais de 80% das respostas foram dadas pelos titulares da pasta da educação de municípios com até 50 mil habitantes.

Números

Os dados coletados também indicaram que 84% das cidades iniciaram o ano letivo de 2021 com atividades totalmente não presenciais (remotas), enquanto o ensino híbrido foi adotado por 15,1%. Apenas 1,1% declarou estar com aulas presenciais.

Entre os desafios, 60% consideram a busca ativa de estudantes em abandono ou risco de abandono como prioridade para 2021. As respostas também indicaram que, para 71,8%, a procura dos que não têm acompanhado as atividades tem sido feita pela plataforma Busca Ativa Escolar.

O acesso à internet para estudantes e professores e a infraestrutura continuam sendo listadas como as maiores dificuldades para  comunidade escolar. Quase todos (98,2%) relataram fazer uso de material impresso e envio de orientações pelo WhatsApp (97,5%). 

A pesquisa indica, no entanto, que houve ampliação de outras ferramentas de ensino, com 70% fazendo uso de aulas gravadas e aplicativos de educação para os estudantes. O levantamento anterior, entre janeiro e fevereiro, apresentou índice de 61%. A imunização dos profissionais da rede de educação começou em 95,1% dos municípios consultados.

(Fonte: Agência Brasil)

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) começa a avaliar neste sábado (24), na China (o horário do país asiático tem uma diferença de 11 horas em relação ao brasileiro), as candidaturas aos próximos patrimônios mundiais culturais e naturais. O Brasil é representado pelo Sítio Roberto Burle Marx (SRBM), em Barra de Guaratiba, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Cada país só pode apresentar um bem a cada ano.

A 44ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco será realizada na cidade de Fuzhou, na China, após o intervalo de um ano. A reunião será presidida pelo vice-ministro da Educação da China e diretor da Comissão Nacional da China para a Unesco, Tian Xuejun.

O comitê analisará as indicações da lista da Unesco, começando pelas candidaturas que não puderam ser avaliadas no ano passado, devido à pandemia de covid-19. O sítio brasileiro é um desses casos. Ele está na lista ao lado do Observatório Solar de Chankillo e centro cerimonial, no Peru; da Capela Scrovegni de Giotto e os ciclos de afrescos de Pádua do século XIV, da Itália; dos Monumentos de Pedra de Cervos e Locais Relacionados, o Coração da Cultura da Idade do Bronze, da Mongólia, entre outros locais culturais.

A decisão sobre o Sítio Burle Max é aguardada para segunda-feira (26). De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que passou a gerir o sítio a partir de 1994, após a morte de  Burle Max, a chancela pode garantir ao Brasil o 23º bem na lista de patrimônios mundiais da Unesco. O local sintetiza a obra do paisagista, como um laboratório de experimentações botânicas e paisagísticas.

O 22º bem nacional chancelado como patrimônio mundial misto de cultura e biodiversidade é o conjunto das localidades de Paraty e Ilha Grande, na Costa Verde fluminense. 

 Compromissos

Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, o possível reconhecimento do sítio como patrimônio mundial é “motivo de orgulho para o Iphan e para toda a população, de grande importância para nosso país, pois valoriza o legado desse espaço singular”.

O instituto atua desde 1985 na preservação do sítio, quando a propriedade foi doada ao Iphan pelo próprio paisagista. O órgão assumiu a gestão após a morte do paisagista. “Trata-se de uma unidade especial com a missão de preservar, para as futuras gerações, um espaço de aprendizado e de fomento ao conhecimento sobre natureza, paisagismo, arte e botânica”, disse a presidente do Iphan.

Sítio

O antigo Sítio Santo Antônio da Bica, adquirido em 1949 por Roberto Burle Marx e seu irmão, Guilherme Siegfried, deu partida ao que hoje constitui o Sítio Burle Marx. O local se destaca pela vegetação nativa, formada principalmente por manguezal, restinga e a Mata Atlântica, preservada pelo Parque Estadual da Pedra Branca. Os irmãos compraram, posteriormente, outros terrenos que foram anexados ao sítio.

O local sofreu intervenções para ser transformado no laboratório pretendido por Burle Marx. Em 1985, o paisagista doou o local ao governo federal, no intuito de assegurar a continuidade das pesquisas, a disseminação do conhecimento adquirido e o compartilhamento daquele espaço com a sociedade.

O sítio tem área de 407 mil metros quadrados e abriga uma coleção com cerca de 3,5 mil espécies de plantas tropicais e subtropicais. “Estamos trabalhando em um inventário referenciado dessa coleção. É um trabalho longo”, disse à Agência Brasil a diretora do SRBM, Claudia Storino.

Jardins, viveiros de plantas, sete edificações e seis lagos integram o espaço, que oferece ao público também um acervo museológico de mais de 3 mil itens, com coleções de arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira, além da coleção de obras do próprio paisagista e artista, que já estão catalogadas e informatizadas em sistema on-line.

Para concorrer ao título de Patrimônio Mundial da Unesco, o Sítio passou por um processo de requalificação a partir de outubro de 2018, que foi concluído em fevereiro deste ano. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu cerca de R$ 5,4 milhões em intervenções no local, com o objetivo de valorizar espaços de visitação, implementar acessibilidade, ampliar o acesso público e potencializar ações de pesquisa.

Burle Marx

Roberto Burle Marx não foi somente paisagista. Foi também artista plástico, pintor, escultor, designer de joias, figurinista, cenógrafo, ceramista e tapeceiro. Nascido em São Paulo, foi criado no Rio de Janeiro, onde morreu em 4 de junho de 1994. Com milhares de projetos espalhados pelo mundo, Burle Marx concebeu paisagens de destaque no país, como os jardins do Complexo da Pampulha, em 1942; o jardim do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954; o paisagismo do Aterro do Flamengo, em 1961; os jardins da sede da Unesco, em Paris; e o famoso traçado do calçadão de Copacabana, em 1970, entre outras.

Burle Marx introduziu o paisagismo modernista no Brasil e foi um dos primeiros paisagistas a utilizar plantas nativas brasileiras em seus projetos. Foi também um dos pioneiros ambientalistas a reivindicar a conservação das florestas tropicais no Brasil, tendo organizado muitas expedições e excursões pelos biomas nacionais, onde descobriu mais de 30 novas espécies de plantas que levam seu nome.

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Em 1961, projetou também o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília e, em 1968, projetou o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos.

Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes paisagistas do século XX, Roberto Burle Marx viveu no Sítio entre 1973 e 1994. Reuniu plantas de diversas partes do mundo na propriedade, algumas, inclusive, em risco de extinção.

A diretora do Sítio Roberto Burle Marx, Claudia Storino, está muito confiante em que o local passará a ser patrimônio mundial da Unesco. “O Sítio merece muito. Estamos muito confiantes também que há de sair tudo bem, como esperado”.

Visitação

Em condições normais, o sítio tem capacidade para receber a média de 140 pessoas por dia. As visitações são previamente agendadas e ocorrem de terça-feira a sábado, exceto feriados. A visita guiada dura em torno de uma hora e meia e é feita a pé, percorrendo um trajeto de 1.800 metros, desde o ponto de partida. As inscrições para visitação podem ser feitas no endereço [email protected].

As visitas foram reabertas em janeiro deste ano, mas com quantidade controlada de pessoas, de modo a garantir a segurança de todos (equipe do SRBM e visitantes). Devido à pandemia, as visitas estão ocorrendo em pequenos grupos. São obrigatórios o uso de máscaras, higienização das mãos, álcool em gel e distanciamento.

O endereço é Estrada Roberto Burle Marx, número 2.019. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 24101412. A diretora do SRBM acredita que a visitação vai ser ampliada em razão da candidatura na lista da Unesco. “Acreditamos que vai dar certo”. Completou que a partir da chancela, “o Sítio ganha um fôlego ainda maior”.

Patrimônio

A lista de patrimônios mundiais culturais brasileiros reconhecidos pela Unesco inclui Brasília (DF), Cais do Valongo (RJ), Centro Histórico de Goiás (GO), Centro Histórico de Diamantina (MG), Centro Histórico de Ouro Preto (MG), Centro Histórico de Olinda (PE), Centro Histórico de São Luís (MA), Centro Histórico de Salvador (BA), Conjunto Moderno da Pampulha, em  Belo Horizonte (MG), Missões Jesuíticas Guaranis (RS), ruínas de São Miguel das Missões (RS), Parque Nacional Serra da Capivara (PI), Praça São Francisco (SE), paisagens cariocas entre a montanha e o mar (RJ) e o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos (MG).

No Brasil, também são considerados patrimônios mundiais naturais o Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MT/MS), o Complexo de Conservação da Amazônia Central (AM), a Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica (BA/ES), Ilhas Atlânticas - Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE/RN), Parque Nacional do Iguaçu (PR), Reservas da Mata Atlântica (PR/SP), Reservas do Cerrado e Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO).

Como patrimônio misto, o Brasil tem somente um bem reconhecido, que é a cidade histórica de Paraty e a Ilha Grande.

(Fonte: Agência Brasil)

A maior parte das escolas públicas municipais no Rio de Janeiro continua exclusivamente em ensino remoto. Apenas 1,1% das redes de ensino começaram o ano letivo de 2021 com aulas totalmente presenciais e 15,1% de forma híbrida, mesclando aulas presenciais com ensino remoto. Os dados são de pesquisa da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) divulgada nessa quinta-feira (22).

O estudo foi realizado com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Itaú Social entre os meses de junho e julho de 2021, com 3.355 redes municipais que, juntas, representam 60,2% do total de municípios do país e respondem por mais de 13 milhões de estudantes. As redes municipais concentram a maior parte das matrículas das creches, pré-escolas e ensino fundamental públicos.

A pesquisa mostra ainda que 57% das redes concluíram os protocolos sanitários para a prevenção da covid-19. Quanto à imunização dos profissionais da educação, o processo já começou em 95,1% das redes municipais entrevistadas. 

Em pronunciamento, na última terça-feira (20), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu o retorno dos estudantes às aulas presenciais nas escolas. Segundo o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, que é dirigente municipal de Educação em Sud Mennucci (SP), é preciso considerar a situação de cada localidade. A expectativa é que, no segundo semestre, com a adoção dos protocolos, mais redes retomem o ensino presencial. 

“Todo mundo está muito ansioso e quer a volta, mas essa volta precisa ser com segurança, valorizando a vida e o direito à educação. É muito importante que a gente tenha respeito à autonomia de cada rede para avaliar a sua condição de volta, de como proceder e como garantir esses dois direitos essenciais”, diz Garcia.

Desafios da pandemia

Segundo o estudo, a conectividade de estudantes e professores, bem como a infraestrutura das escolas continuam sendo consideradas as maiores dificuldades enfrentadas pelas redes durante a pandemia. Quase todas as redes, quando se trata de ensino remoto, usam material impresso (98,2%) e passam orientações por WhatsApp (97,5%). “Nós temos um vazio de acessibilidade muito grande no país”, diz Garcia, que ressalta que mesmo em centros urbanos, “há apagões de conectividade muito forte”.

A infraestrutura das escolas é também empecilho para o retorno às aulas presenciais. “A estrutura das escolas é que vai auxiliar a garantir um retorno seguro, que a gente sabe que é fundamental e que deve acontecer, mas precisa adaptar a estrutura escolar para esse novo cenário, com protocolos e medidas de segurança e adaptação do ambiente”, diz a coordenadora do Observatório do Marco Legal da Primeira Infância (Observa), Thaís Malheiros.

De acordo com dados disponibilizados pelo Observa, a partir do Censo Escolar 2020, apenas 41% das crianças matriculadas em creches e 41% das matriculadas em pré-escolas estão em estabelecimentos que possuem área externa. “A área externa e com grande ventilação é fundamental para, por exemplo, o momento da alimentação [quando as crianças estão reunidas sem máscaras]”, diz Thaís.

Além disso, mais de 20% das crianças com até 5 anos estão matriculadas em escolas sem itens de saneamento básico, como água filtrada, esgotamento sanitário ou coleta de lixo. 

Busca ativa

Com a pandemia, segundo estimativa divulgada pelo Unicef, o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020. A pesquisa divulgada ontem mostra que essa é uma preocupação dos dirigentes. Cerca de 60% dos respondentes consideram a busca ativa de estudantes em abandono ou risco de abandono escolar uma das prioridades das redes municipais de educação.

(Fonte: Agência Brasil)

Chegou a hora de soltar o grito de campeão. A Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) confirmou as datas das finais de sete categorias do Campeonato Maranhense de Futsal – edição 2020. Os jogos decisivos das categorias Sub-6, Sub-8, Sub-10, Sub-14 Masculino e Feminino, Sub-16 feminino e Sub-19 serão realizados entre domingo (25) e segunda-feira (26), no Ginásio Costa Rodrigues.

No domingo, as decisões terão início às 15h30, com a disputa da final da categoria Sub-10. Na sequência, às 16h15, é a vez das meninas do Sub-14 entrarem em quadra e, às 17h, ocorre a final do Sub-16 Feminino. Encerrando a programação dominical, às 17h45, haverá o duelo para definir o campeão da categoria Sub-19.

Na segunda-feira, ocorrerão outras três finais a partir das 19h15. Na ordem, a programação é a seguinte: Sub-6, Sub-8 e Sub-14 Masculino.

Vale destacar que todos os finalistas das sete categorias serão conhecidos ao longo do fim de semana. A programação de jogos estará disponível nas redes sociais da Fefusma (@fefusma).

O Campeonato Maranhense de Futsal – edição 2020 estava previsto para ocorrer no segundo semestre do ano passado. No entanto, não pôde ser realizado na época devido às restrições ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Mesmo após o fim da pandemia, a maior parte do público de atividades culturais pretende continuar, eventualmente, assistindo a espetáculos transmitidos pela internet. A segunda edição da pesquisa Hábitos Culturais, feita pelo Instituto Data Folha em parceria com o Itaú Cultural, mostra que 80% do público de espetáculos de música, dança e teatro pretendem continuar acompanhando programações on-line depois da retomada completa das atividades presenciais.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 de maio e 9 de junho e ouviu 2.278 pessoas, de diferentes faixas de renda, com idade entre 16 e 65 anos, em todas as regiões do país.

Ouvir música foi a atividade cultural mais desfrutada pela internet durante a pandemia e foi mencionada por 79% dos entrevistados. Assistir a filmes e a séries (75%) e jogos eletrônicos (43%) vieram em seguida. Os cursos livres foram uma das atividades on-line de 41%, enquanto 40% assistiram a espetáculos de teatro, dança ou música. Os podcasts tiveram 39% de menções. 

Mais acesso

O percentual dos que assistiram a espetáculos virtuais durante a pandemia é quase o mesmo daqueles que disseram ter frequentado dança, teatro ou shows musicais antes da quarentena contra o novo coronavírus (39%). Mas 57% das pessoas disseram ter aumentado o interesse por atividades culturais durante o confinamento.

Há, ainda, uma percepção de que o ambiente virtual aumentou a possibilidade de acesso aoconteúdos culturais, efeito sentido por 72% do público da pesquisa.

O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, disse que esse efeito, em parte, já era percebido pela recepção dos trabalhos da instituição, em especial, em regiões onde o instituto não tem estrutura física. “Há um desafio maravilhoso de continuar acolhendo as pessoas para democratizar esse acesso”, destacou durante a apresentação dos dados.

Os trabalhos artísticos feitos ao longo da pandemia mostraram, de acordo com Saron, potencialidades do mundo virtual para além do que a simples transmissão pela câmera. “Tem interações entre o artista e o público difíceis de acontecer em um espetáculo físico”, acrescentou. 

Preferência pelo presencial

A maioria das pessoas ainda prefere as atividades presenciais, mas há um número significativo que gosta de participar pela internet, mesmo que seja possível estar presente fisicamente. Entre o público dos shows musicais, 62% disseram que, se houver as duas opções, preferem a apresentação física, enquanto 32% optariam pelo on-line. Para os espetáculos de dança e teatro, o percentual dos que certamente escolheriam assistir presencialmente é um pouco maior (64%), mas 32% optariam pela transmissão via internet.

Entre as principais vantagens das versões on-line das atividades culturais, segundo a pesquisa, está a comodidade e flexibilidade de horário (25%), a segurança física e de saúde (13%) e a possibilidade de não se deslocar (11%).

Para 37%, as atividades presenciais são melhores devido ao contato pessoal. Já  a emoção foi mencionada por 13%, e 10% disseram que a presença física é melhor para não ficar em frente ao computador.

Falta de cinema

O cinema foi a atividade que o público mais sentiu falta durante o período de isolamento social, mencionado por 67% dos que frequentam espaços de arte ou cultural. As apresentações artísticas foram citadas nesse contexto por 32% do público e as bibliotecas, por 21%.

Saúde mental

A pesquisa investigou ainda o adoecimento mental da população durante a pandemia de covid-19. Mais de um terço (36%) disse que, pelo menos, alguma pessoa no domicílio onde vive teve problemas emocionais ou de saúde mental durante a quarentena. Desses, 63% procuraram atendimento especializado.

A respeito dos efeitos positivos da arte na saúde emocional, 44% disseram que participar de atividades culturais melhorou a sua qualidade de vida. Para 48%, as ações culturais reduziram o estresse e a ansiedade, e 51% perceberam uma diminuição na sensação de tristeza.

(Fonte: Agência Brasil)