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UBIRAJARA FIDALGO, O PRIMEIRO DRAMATURGO NEGRO DO BRASIL, TALENTO MARANHENSE QUE O MARANHÃO ESQUECEU.

– Nasceu em Caxias, em 22 de junho de 1949. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 37 anos, em 3 de julho de 1986.

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O governo federal (Ministério da Cultura) oficializou 2016 como o “Ano Ubirajara Fidalgo da Cultura”.

Ter um ano inteiro dedicado a um maranhense deveria ser motivo de orgulho e atividades em torno ou a partir desse nome. É muito raro o governo federal formalizar uma lembrança e homenagem dessas relacionadas ao Maranhão.

No caso de Ubirajara Fidalgo, teatrólogo de talento e engajamento, seria a oportunidade para o Estado do Maranhão e o município de Caxias iniciarem um reparo histórico: conhecerem mais e melhor o filho ilustre. Como?

– publicando livro onde se recuperasse sua história...

– publicando suas obras teatrais, até hoje inéditas em livro, embora diversas delas encenadas nas maiores capitais do Brasil, inclusive por atores e atrizes de renome...

– fazendo exposição de seu acervo, exibir documentário...

– convidando as companhias teatrais de diversos pontos do Brasil que cultivam e encenam as peças de Ubirajara Fidalgo...

Entrevistei, no começo de 2017, Dona Aldenora Fidalgo, mãe de Ubirajara, à época com 91 anos, residente no município de São João do Sóter (MA). Em conversa agradável, pude recuperar aspectos -- ainda inéditos – da biografia do grande maranhense e caxiense.

Mas Caxias e o Maranhão não se importaram (nem se importam) com seus talentos que agregaram valor à identidade cultural, artística, histórica etc. de nosso país – e até as gravações/filmagens, feitas por duas pessoas, até hoje não me foram enviadas...

Caxias e o Maranhão abandonam seu maior patrimônio... Diferentemente, em relação a Ubirajara Fidalgo, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília, com destaque na Imprensa, fazem homenagens, realizam atividades, encenam peças do maranhense e caxiense. (Em setembro de 2019, com minha assistência, foi criada a Comenda Ubirajara Fidalgo, concedida pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia de Caxias, durante a 2ª Feira de Literatura, Cultura e Turismo da Região dos Cocais (FLICT), evento no qual foi homenageada Dª Aldenora, acompanhada da filha Cristina (irmã de Ubirajara Fidalgo). Convidado, fiz a palestra em que falei de valores caxienses e ressaltei um pouco da vida e trabalho de Ubirajara Fidalgo.

Abaixo, texto sobre Ubirajara Fidalgo que escrevi há anos e que divulguei em alguns jornais e outras mídias.

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Os caxienses e maranhenses precisam saber quem foi e o que representa Ubirajara Fidalgo para a Cultura brasileira.

Nascido no Povoado São Pedro, distrito de Caxias, em 22 de junho de 1949, Ubirajara Fidalgo da Silva faleceu em 3 de julho de 1986, aos 37 anos, no Rio de Janeiro, após operação nos rins.

Teve uma vida curta, mas que grande vida ele teve!

Casou-se em 28 de janeiro de 1974, com Alzira Fidalgo, cenógrafa, figurinista e produtora, que faleceu em 2012. Sua filha, Sabrina Fidalgo, é cineasta, com formação na Alemanha e produção elogiada, é quem cuida do legado dos pais. O “site” “Brasileiros na Alemanha” registra ser Sabrina muito conhecida naquele país.

Ubirajara Fidalgo foi ator, dramaturgo, produtor, empresário, apresentador de TV, diretor de teatro. De 1984 a 1986, com Edna Savaget, apresentou o programa “Ela”, na TV Bandeirantes.

Foi o primeiro a ensinar e a incluir e empregar profissionalmente no teatro negros da periferia.

Também foi o primeiro a levar o debate político-social aos palcos com participação e interatividade da plateia.

No dia 20 de fevereiro de 2016, a vida e obra de Ubirajara Fidalgo foram homenageadas no Teatro Arena, em São Paulo (SP), com exposição de fotos e vídeos e leitura de texto da peça teatral “Tuti”, a última escrita por Ubirajara (que também deixou textos inéditos e um livro não terminado).

Saindo de Caxias, Ubirajara Fidalgo já estava em 1968, em São Luís (MA), onde iniciou sua carreira artística, primeiro em curso de iniciação teatral, com o professor Jesus Chediak, depois na Universidade Federal do Maranhão, no curso de Formação de Atores.

Em 1970, mudou de cidade mas não mudou o curso de sua vida, isto é, o Teatro: continuou sua formação na Universidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, encena “Otelo”, de Shakespeare, e dá início ao Teatro Profissional do Negro, o Tepron.

(Na entrevista que me concedeu, Dª Aldenora contou como o Teatro e as Artes Cênicas entraram na família. Disse que as filhas de um casal com quem trabalhava a convidavam, durante as férias escolares, para fazer, na própria casa, pequenas peças de teatro. Isso passou de mãe para filho, que, menino em Caxias, já ensaiava os primeiros passos no que viria a ser uma vitoriosa e, sem trocadilho, representativa carreira. Dª Alzira também revelou que a morte do filho poderia ter-se derivado de antiga queda que Ubirajara sofreu ao pular de cima da carroceria de um caminhão em movimento. Dª Aldenora estava no hospital, com o filho em seus últimos momentos. Muita lucidez, segurança e emoção no relato de uma mãe.

Simultaneamente com suas atividades artísticas, desenvolve intensa militância no ativismo negro do país. Debate a situação do negro, o preconceito racial, a situação social. Seja no Clube Renascença, centro de mobilização do negro; nos Centros Populares de cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE); na fundação do Instituto de Pesquisa da Cultura Negra; na Associação Cultural de Apoio às Artes Negras..., em qualquer lugar em que a arte e a vida da população negra estivesse em debate, ali estava Ubirajara Fidalgo.

Tendo sofrido um acidente na infância, quando pulou da carroceria de um caminhão que lhe dera carona no retorno de uma atividade artística em Caxias, Ubirajara levou para o resto da vida um problema nos rins. Fez transplante. Mas não houve jeito.

Na primeira semana de julho de 1986, morria aquele que “foi uma das grandes figuras emblemáticas do Movimento Negro no Brasil nas décadas de 1970 e 1980”,...

... aquele considerado “um dos principais articuladores do Instituto de Pesquisa e Cultura Negra (IPCN), criado em 1975, com o objetivo de combater o racismo, o preconceito e a discriminação racial”,...

... o “fundador do Teatro Profissional do Negro (Tepron)”, que “aliou a montagem de seus textos teatrais às questões relevantes relacionadas ao racismo, a discriminação no Brasil contemporâneo, o preconceito, a homofobia, a misoginia, desigualdade social e a ditadura militar”.

Um maranhense de enorme talento artístico.

Um caxiense de grande coragem cívico-social.

Um maranhense e caxiense, contraditoriamente, esquecido pelo Maranhão e, no geral, por sua cidade natal, Caxias.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
Ubirajara Fidalgo, sua mulher Alzira e a filha, a cineasta Sabrina Fidalgo. Em janeiro de 2017, em São João do Sóter (MA), Edmilson Sanches entrevista Dona Aldenora, mãe do grande dramaturgo caxiense.

VITO MILESI

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Eu estava em Maricá (RJ), na casa-chácara da amiga escritora Leila Míccolis, que, além de advogada e mestra e doutora em Ciência da Literatura, faz quase tudo com as Letras – é contista, dramaturga, editora, ensaísta, poeta, romancista, roteirista de cinema e televisão (escreveu “Kananga do Japão” para a TV Manchete e, com Glória Pérez, escreveu “Barriga de Aluguel”, para a TV Globo).

Leila estava escrevendo um novo roteiro e utilizava textos do escritor maranhense Coelho Netto. Sabendo que eu havia nascido na mesma cidade que ele, pediu-me para localizar herdeiros do “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”. De volta à capital fluminense, almoço com o notável escritor maranhense Tobias Pinheiro, que mora no Rio de Janeiro (RJ) há décadas. Em São Luís, converso com o igualmente notável Jomar Moraes. Converso em Caxias com membros da Academia. Ninguém sabia da existência e do paradeiro de descendentes de Coelho Netto. Então, telefono para Josué Montello, que residia no Rio. Dona Ivone, esposa, atende gentilmente e informa que o superlativo escritor são-luisense havia saído, mas que por certo atenderia no dia seguinte. Ligo de novo e, desta vez, converso com Montello. Depois das amenidades, entro no assunto “descendentes de Coelho Netto”. O comentário de Josué Montello me deixou pasmo: ele disse que, depois que um acadêmico da Academia Brasileira de Letras morre, cessa a normalidade ou regularidade de contatos com a família, praticamente a Academia rompe unilateralmente a ligação com a família. Resumo: também ele, Montello, autor dos famosos e gostosos “Diários” (“da Manhã”, “da Tarde”, “do Entardecer”, “da Noite Iluminada”, “da Madrugada”), onde tanto tratou de aspectos curiosos, engraçados, literários e históricos de um sem-número de obras e intelectuais brasileiros e estrangeiros, nem mesmo ele, o Montello de tantas referências e excelências, sabia da prole legatária do prolífico literato caxiense. (Depois, em 2014, terminei descobrindo os descendentes de Coelho Netto, nos 150 anos de nascimento dele).

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A lembrança desse episódio chega-me em razão de uma atestada falta de prática – para eufemisticamente dizer – de grande parte de nossas Academias em (re)lembrar seus mortos. Parece que, morreu, morreu.

A vida de cada um de nós também é resultante de umas e outras, poucas ou muitas, mais ou menos intensas interações com os outros, inclusive com aqueles que já se foram. Mas, claro, a vida continua – dizem – e cada um tem mais o que fazer para continuar vivo do que perder tempo “cuidando” da memória de mortos...

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Pois bem: foi ontem e foi amanhã. Foi exatamente no dia de ontem, há 15 anos, em 17 de julho de 2005, que faleceu, em São Luís (MA), o professor, filósofo, teólogo, escritor, tradutor e presidente da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) Vito Milesi, um “italianense”, simbiose perfeita de italiano com imperatrizense. O óbito ocorreu às 5h30. Vito Milesi estava hospitalizado na capital maranhense e não resistiu à cirurgia que lhe extraiu um nódulo cancerígeno no fígado.

Foi ontem e foi amanhã. Foi no dia 19 de julho de 2005, também em uma manhã, que o corpo do devotado professor e acadêmico foi sepultado em Balsas (MA), em razão de Vito Milesi ter trabalhado ali, ainda como missionário da ordem comboniana, e, também, por ser a cidade para onde se iria transferir sua mulher, a professora Maria Helena, que tem familiares residentes no grande município balsense.

Quando morreu, Vito Milesi, italiano de nascimento e naturalizado brasileiro, estava já há 50 anos no Brasil e morava em Imperatriz desde 1979.

O corpo de Vito Milesi iniciou seu translado de São Luís às 13h de domingo, por via terrestre, e chegou a Imperatriz às 20h40, sendo recebido no salão da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), onde o velório transcorreu até às 19h30 de segunda-feira, quando foi levado para Balsas, onde o corpo foi recebido na madrugada do dia 19, na entrada da cidade, por uma comitiva liderada pelo bispo da Diocese de Balsas, dom Franco Masserdotti.

À sede da AIL compareceram centenas de pessoas e ocorreram momentos de emoção, durante a sessão de despedida promovida pela Academia e a missa oficiada pelo bispo da Diocese de Imperatriz, dom Affonso Felipe Gregory, auxiliado pelo padre Felinto Elísio Correia Neto, da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, e o frei Rodrigo Araújo, da Paróquia de São Francisco.

A sessão da AIL, assistida por todos que acompanhavam o velório, teve como mestre de cerimônias o advogado Edmilson Franco e, nela, falaram o empresário Leonildo Alves, o editor Adalberto Franklin, os professores Edna Ventura e Arnaldo Monteiro, o jornalista Edmilson Sanches, todos membros da Academia, o pastor e presidente da AIL, Luís Carlos Porto, o professor Lourenço Pereira e o frei Rodrigo. Em Balsas, a missa de corpo presente foi oficiada por dom Franco Masserdotti.

Vito Milesi nasceu na pequena localidade de Roncobello (492 habitantes, 25km2), uma das 244 comunas da Província de Bérgamo, na região da Lombardia, no norte da Itália. Era missionário da congregação comboniana, comunidade da Igreja Católica fundada há quase 150 anos, em 1871, por São Daniel Comboni.

Vito Milesi veio desempenhar sua missão religiosa no Brasil, onde chegou em 1955. De 1957 a 1960, foi vigário e pároco da Paróquia de São Marcos, em Nova Venécia, município do Estado do Espírito Santo. Em 1968, veio para o Maranhão, iniciando por Balsas, onde coordenou a pastoral da Diocese.

Em 1979, já tendo sido liberado dos votos de sacerdote, Vito Milesi veio para Imperatriz e, aqui, casou com a professora Maria Helena Oliveira. Foi professor em escolas e universidades, ofício em que se aposentou. Escreveu e traduziu diversos livros e inúmeros textos com temas de Religião, História e Cidadania, entre outros.

Portador de sadios inconformismos e indignações cívicas, Vito Milesi, cidadão, participou do Fórum da Sociedade Civil de Imperatriz, instituição que liderou a deposição de um prefeito imperatrizense em janeiro de 1995.

Vito Milesi foi uma das 14 pessoas com quem conversei e que aceitou minha ideia e ação de fundação da AIL. Foi inicialmente meu vice-presidente e, depois, administrou por oito anos a Academia Imperatrizense de Letras, à qual se dedicou e pela qual lutou com as forças de seu empenho e sabedoria. Não é sem razão que seja sua foto a encimar o principal cômodo do prédio-sede da AIL, o auditório, em cuja grande mesa se dão as reuniões e as decisões e animações acadêmicas. Foi fundador da Cadeira 9, patroneada pelo jornalista, historiador, político e servidor público Thucydedes Barbosa, nascido em Loreto (MA), e atualmente ocupada pelo cineasta, contista, cronista e poeta Joaquim Haickel.

A partir de 1983, quando publicou seu primeiro livro (“Da Cidade Grande ao Sertão”), Vito legou-nos, pelo menos, 10 obras autorais e três de sua tradução. Entre as demais obras suas: “Dom Rino Carlesi, Um Bispo Feliz”; “Pastor e Amigo”; “Descobrimento ou Invasão?”; “Leituras para Contar”; “Leituras para pensar”; “O Carvalho de Tasso”; “O Vaso Refeito”; “Toma e Lê”. As traduções, verdadeiras transcriações: “Colonizador Colonizado: No Holocausto dos Empobrecidos”, de Fausto Marinetti; “Amor e Martírio em Alto Alegre”, de Graziella Merlatti; e “Madre Francisca Rubatto: Uma Mulher Forte”, de Rodolfo Toso.

Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município, Vito Milesi foi agraciado em 1998, com a comenda Frei Manoel Procópio, maior honraria da Prefeitura de Imperatriz, e em 1999, com o título de Cidadão Imperatrizense, maior honraria da Câmara de Vereadores.

Nascido a 13 de maio de 1931, Vito Milesi morreu um dia após o 153º aniversário de Imperatriz. Viveu 74 anos e 65 dias – mas deverá permanecer eternamente na memória da cidade.

Afinal, morrer para a vida é a forma última de (re)nascer para a memória e para a História.

Morrer não é esquecer.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
1) Vito Milesi (ao centro), com Edmilson Sanches e a memorialista Zequinha Moreira, ganhadora do Prêmio AIL, em 1998.
2) A partir da esquerda, frei Rodrigo, Vito Milesi, Edmilson Sanches e o bispo dom Affonso Felippe Gregory, em solenidade na AIL.
3) A partir da esquerda, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em Imperatriz, Ulisses Braga, Vito Milesi, Simone Omizzolo (diretora do "campus"), Raimundo Trajano Neto (vereador) e Valmir Izídio Costa (presidente da Câmara), e Edmilson Sanches.
4) Em 1962, em Ecoporanga (ES), Vito Milesi, o segundo a partir da esquerda, com veste sacerdotal branca, dirige-se a dom José Maria Dalvit, primeiro bispo da Diocese de São Mateus (ES). Dom José Dalvit, compatriota de Vito Milesi, nasceu em Pressano de Pávia (Itália), em 15 de setembro de 1919, e faleceu em São Mateus (ES), em 17 de janeiro de 1977, aos 57 anos. Ambos, Vito Milesi e dom José Dalvit, eram brasileiros naturalizados. (Foto em preto & branco do acervo do acadêmico Altair Damasceno; as três fotografias anteriores, coloridas, são do acervo de Edmilson Sanches).

Na próxima segunda-feira (24), o Democratas Maranhão vai promover o Seminário para pré-candidatos – Eleições Municipais 2020. O evento é destinado aos pré-candidatos (prefeitos, vices e vereadores) do partido de todo o Estado que irão disputar as eleições deste ano e tem como objetivo principal auxiliá-los a respeito de assuntos fundamentais relacionados às eleições deste ano. O seminário ocorrerá no Excellence Prime, em São Luís, às 19h.

“É um evento com grande relevância uma vez que estamos em um ano eleitoral. É necessário esclarecer as dúvidas dos nossos pré-candidatos para que todos estejam preparados para as eleições municipais”, disse o deputado federal Juscelino Filho, presidente estadual do Democratas.

O Seminário para pré-candidatos – Eleições Municipais 2020 contará com cinco temas: Convenções Partidárias, Registro de Candidaturas, Representações e Impugnações, Prestação de Contas / Financiamento e Propaganda Eleitoral na Internet.

“A discussão dos importantes temas colocados servirá como baliza ou mesmo preparação para que o pré-candidato, ou candidato, tenha as noções básicas no tocante às convenções partidárias, registros de candidaturas, representações e impugnações eleitorais, prestação de contas de campanha e propaganda eleitoral na ‘internet’. O Seminário organizado pelo partido Democratas se mostra mais do que oportuno, apresenta-se necessário”, explicou o advogado Márcio Coutinho, que é um dos palestrantes convidados.

Além de Márcio Coutinho, o evento contará com os outros quatro renomados advogados eleitoralistas: Aidil Carvalho, Eduardo Gomes, Thibério Cordeiro e Bertoldo Rêgo. “Muito importante a preocupação do DEM-MA em trazer informações sobre as eleições a seus filiados, especialmente em razão das inúmeras mudanças trazidas pela pandemia”, analisou o advogado Thibério Cordeiro.

Informações sobre o Seminário para pré-candidatos – Eleições Municipais 2020 estão disponíveis nas redes sociais do Democratas (@democratas_ma). Em caso de dúvidas, entre em contato com o Diretório Estadual pelo telefone (98) 3199-7537 ou pelo “e-mail” [email protected]. Se preferir, acesse o “site” www.democratasma.com.br.

INFORMAÇÕES:
O quê: Seminário para pré-candidatos – Eleições Municipais 2020
Público-alvo: Pré-candidatos do DEM-MA a prefeito, a vice e a vereador nas eleições de 2020
Local: Excellence Prime (Av. Ivar Saldanha, 78 – Olho d’Água // São Luís (MA)
Quando: 24/8/2020 (segunda-feira)
Horário: 19h

TEMAS DO SEMINÁRIO:
– Convenções Partidárias
Palestrante – Dr. Aidil Carvalho
– Registro de Candidaturas
Palestrante – Dr. Eduardo Gomes
– Representações e Impugnações
Palestrante – Dr. Márcio Coutinho
– Prestação de Contas / Financiamento
Palestrante – Dr. Thibério Cordeiro
– Propaganda Eleitoral na Internet
Palestrante – Dr. Bertoldo Rêgo

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Biaman Prado

Na semana de comemoração do Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto), o projeto Inspire e Comunique recebe para um bate-papo o repórter fotográfico Biaman Prado. A “live” será realizada na noite de hoje (20/8), às 19h30, transmitida pelo Instagram da jornalista Franci Monteles (@franci_monteles).

Com várias premiações em fotojornalismo, Biaman Prado tem décadas de experiências em redações de jornais do Ceará e do Maranhão, entre os quais trabalhou em ‘“O Debate” e em “O Estado do Maranhão”, onde foi, por muitos anos, editor de Fotografia.

São Luís 408 anos – Biaman Prado

Atualmente, ele trabalha no Departamento de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão. “Já estou aposentado, mas não abandono a câmera. Ou seja, não penduro as chuteiras”, diz o fotógrafo.

No Inspire e Comunique, Biaman Prado falará de sua experiência no fotojornalismo maranhense, da era analógica à digital. Também falará de seu projeto nas redes sociais em homenagem aos 408 anos de São Luís, com registros diários da cidade.

São Luís 408 anos – Biaman Prado

Serviço:
Live Inspire e Comunique

Sobre: Fotografia, do analógico ao digital com Biaman Prado

Quando: 20 de agosto de 2020

Hora: 19h30

Onde: Instagram @franci_montele

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Os estudantes que não foram pré-selecionados em nenhuma das duas chamadas regulares do Programa Universidade para Todos (Prouni), para o segundo semestre deste ano, têm até hoje (20) para manifestar interesse em participar da lista de espera. A inscrição pode ser feita na página do Prouni, e o resultado será divulgado na próxima segunda-feira (24).

Esta é a última etapa de seleção do programa. De acordo com o Ministério da Educação, a lista de espera será única para cada curso e turno, de cada local de oferta, ou seja, não haverá classificação por modalidade, como por cotas.

Pode participar da lista de espera, para o curso correspondente à primeira opção na inscrição, o candidato que não tenha sido pré-selecionado em nenhuma das chamadas regulares ou tenha sido pré-selecionado para a sua segunda opção de curso, mas que, por motivo de não formação de turma, tenha sido reprovado.

Para participar da lista de espera para o curso correspondente à segunda opção na inscrição, os critérios são os seguintes: que o candidato não tenha sido pré-selecionado em nenhuma das chamadas regulares; nas hipóteses de não ter ocorrido formação de turma na primeira opção de curso, ou de não haver bolsas disponíveis na primeira opção de curso; e, ainda, na situação de ter sido pré-selecionado para a primeira opção de curso, mas que, por motivo de não formação de turma, tenha sido reprovado.

Os estudantes da lista de espera que forem pré-selecionados para receber a bolsa devem comparecer às instituições de ensino até o dia 28 e entregar os documentos que comprovem as informações prestadas no momento da inscrição. Quem perder o prazo ou não comprovar os dados será desclassificado.

Prouni

O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Nesta edição, 440,6 mil estudantes inscritos disputaram 167,7 mil bolsas em 1.061 instituições.

Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

Podem participar estudantes brasileiros que não tenham diploma de curso superior e que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio mais recente e obtido, no mínimo, 450 pontos de média das notas. Além disso, o estudante não pode ter tirado zero na redação.

(Fonte: Agência Brasil)

O lançamento da sonda Viking 1, em 20 de agosto de 1975, há exatos 45 anos, marcou a primeira vez que um artefato da Terra pousou e fez experimentos em solo marciano. O evento fazia parte do Programa Viking, responsável por lançar outra sonda, a Viking 2, quase um mês depois. Ambas aterrissaram no ano seguinte, sendo responsáveis por coletar imagens, dados e realizar experimentos científicos no solo do planeta vermelho. Os aparelhos continuaram a transmitir informações para a Terra até 1982, quando um comando errado resultou na interrupção das comunicações com a primeira sonda lançada e última a ser desativada.

O legado da Viking possibilitou todo o desenvolvimento da exploração do planeta vermelho até aqui, tendo sido pioneira em vários aspectos. (Confira linha do tempo ao término do texto) O professor Alexandre Zabot, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ensina aos apaixonados pelas estrelas em todo o país a compreenderem os fenômenos astronômicos por meio do projeto de extensão Astrofísica para Todos. Ele observa que os experimentos realizados pelas sondas Viking naquela época foram importantes para a pesquisa do tema. “Todas seguiram mais ou menos a mesma sequência, com experimentos para detectar moléculas orgânicas, medidas de sismologia, da atmosfera; continuamos a fazer esse tipo de experimento; ela foi a precursora”, relata o professor. Ele ressalta que os aperfeiçoamentos contínuos, em especial na capacidade dos computadores, permitem que se tente passos mais ousados.

Entre esses passos está a missão Mars 2020, que lançou o Perseverance, um veículo capaz de andar sobre o planeta e que deve chegar a Marte em fevereiro de 2021.

Legado

As descobertas das sondas incluem a detecção de moléculas orgânicas. O achado não é desprezível, como explica o professor Alexandre: “Isso era esperado, tanto que mandaram o equipamento capaz de fazer essa medida, mas poderia não ter medido nada”, pondera.

Para ele, se já tinha uma expectativa de que Marte pudesse ter abrigado vida um dia, com essa experiência somada à existência de água na forma de gelo nas calotas polares (informação que foi confirmada pelo equipamento que está em órbita), a expectativa aumentou.

“Ela (a Viking 1) também foi a primeira a mandar uma imagem do solo, onde conseguimos ver as rochas, ver a areia, imagens que para nós hoje são rotina, mas na época eram um novo mundo”, acrescenta o professor.

Ele diz ainda que se você quer entender o relevo e os processos maiores que deram origem aos acidentes geográficos, as imagens em órbita são as mais adequadas. Porém, outras informações podem ser observadas a partir de imagens mais próximas. “Pela própria forma da rocha você pode saber se houve água ou não, porque a gente sabe da Terra, por exemplo, que seixos arredondados são causados por erosão, principalmente de água”.

Desafios para aterrissar

Os desafios para que a missão fosse um sucesso não foram poucos. A entrada na atmosfera e o pouso em Marte envolveu riscos. Para começar, não era possível controlar a sonda em tempo real: Marte está há 227 milhões de quilômetros da Terra. Isso significa que quaisquer comandos transmitidos a partir das antenas da Nasa, a agência espacial norte-americana, mesmo viajando à velocidade da luz, demorariam vários minutos para chegar ao planeta vermelho.

A solução, informa o professor Alexandre, foi deixar todos os comandos e movimentos a serem realizados durante a aterrissagem programados ainda na Terra. Simples, a princípio, mas um procedimento fracassado várias vezes desde a primeira tentativa de pousar em Marte, feita pelos russos com a sonda Marte 2, em 1971. “Marte tem uma atmosfera muito rarefeita, isso traz dificuldades tremendas para o pouso”, observa. “É muito complicado desenvolver a frenagem da sonda na entrada do planeta com essa característica”.

Então, para evitar que todas as horas de trabalho dos engenheiros aeroespaciais acabassem pulverizadas em vários pedaços sobre o chão marciano foi preciso lançar mão de recursos para reduzir a velocidade da sonda. Um revestimento blindado e a abertura de paraquedas fizeram isso no primeiro momento. Ao se aproximar do solo, foi a vez de retropropulsores entrarem em ação para garantir que todo o equipamento pousasse de forma suave.

Não é à toa que a aterrissagem em Marte ficou conhecida como os sete minutos de terror. “Isso é uma sequência que, até hoje, não está bem dominada. Tivemos, recentemente, sondas perdidas indo para Marte ou para a Lua”, lembra Alexandre. Para completar, só alguns minutos depois, é possível saber se o pouso obteve êxito. Depois disso, segue a montagem da estação e o início da operação dos instrumentos que realizarão as medições e experimentos. É só aí, também, que será possível saber se algum deles foi danificado durante a descida.

Riscos

A tudo isso se somavam os perigos impostos pelo clima. O astrofísico da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Soares explica que Marte é assolado constantemente por tempestades de areia. “As missões soviéticas deram errado porque caíram durante tempestades como essas. Por causa disso, a missão mais bem-sucedida deles só durou 14 segundos”, conta. Segundo ele, só foi possível contornar esse problema pelo trabalho realizado por missões anteriores. “Tivemos a sonda Mariner 9 que mapeou o solo e o clima marciano e, assim, foi possível prever o melhor momento e lugar para um pouso tranquilo”, explica o pesquisador. “Então, a equipe que lançou a Viking 1 teve a chance de corrigir onde ela iria pousar”.

Viver em Marte?

Esta é uma das respostas que os pesquisadores buscam. Marte é o quarto em distância do Sol – está a 227 milhões de quilômetros da estrela – e possui características muito similares à Terra.

Adriano Leonês, integrante do Clube de Astronomia de Brasília, professor de ciências e especializado em ensino de ciências pela UnB, está acostumado a observar o planeta. “Da mesma forma que a escolha do melhor momento para o lançamento de uma missão ao planeta, o período perfeito para observá-lo é quando Marte e a Terra estão em máxima aproximação um do outro”, esclarece. “Com telescópios um pouquinho mais robustos, conseguimos ver as falhas geológicas e as calotas polares”. A olho nu, o brilho avermelhado do astro confunde-se com o da estrela Antares, cujo nome se origina justamente da expressão “rival de marte”, para mostrar essa semelhança.

Mas é a semelhança do planeta com a Terra que o faz tão interessante para a ciência. “É um planeta rochoso e, apesar da atmosfera ser tênue, ele tem sim uma carga atmosférica que tornaria possível um organismo viver lá”, afirma o professor. As características tão próximas fazem com que muitos cientistas considerem a possibilidade real de o ser humano habitar Marte um dia e, antes mesmo disso, explorá-lo. “O interesse científico nesse planeta advém das melhorias nas missões para que se possa habitá-lo em algum momento”, avalia Adriano.

Pesquisas espaciais e tecnologia

Um benefício que a humanidade já colhe com as expedições a Marte é a tecnologia. “Entre os vários aspectos, há a necessidade de miniaturizar tudo, porque você não vai levar um laboratório do tamanho de uma sala, vai ter que reduzir para uma caixa de 10 por 10 centímetros”, explica Ivan, cuja área de pesquisa inclui o uso de radiotelescópios para pesquisar as propriedades fundamentais no universo. O celular, que todos têm à mão nos dias de hoje, com componentes minúsculos que o fazem funcionar, tornou-se viável em grande parte em decorrência dos avanços da exploração espacial. Quem leu até aqui se lembra também que foi decisivo para missões como a Viking o uso de sistemas automáticos. “Um pesquisador pega uma amostra e fica anos analisando aquela amostra, mas, lá no espaço, não tem o pesquisador. Então, você tem que desenvolver o ‘software’”, explica Ivan.

Além disso, as pesquisas em Marte levam a desafios distintos para quem lida com sua observação do céu a partir da Terra, tanto Adriano em seus acampamentos astronômicos quanto Ivan nos laboratórios da academia. “Qualquer instrumento que você utiliza na Terra, se você liga e não funciona é só abrir para ver o que está errado e consertar. Em missões não tripuladas, não dá para fazer isso”, afirma Ivan. Portanto, acrescenta o pesquisador, os engenheiros aeroespaciais trabalham sempre com a redundância, ou seja, cada um dos componentes é enviado com uma cópia para, caso algum deles pife, haja outro para substituir. A atenção é vital também na fabricação das peças. “O processo é muito mais cuidadoso, em uma sala muito mais limpa, com uma seleção de matéria-prima muito mais rigorosa”.

Para se ter uma noção, o professor levanta situações que podem acontecer em um carro comum que, depois de muito rodar, apresenta defeito em uma peça. “Muitas vezes, o problema ocorre porque alguém deixou cair poeira no processo de fabricação de uma das válvulas, por exemplo”. Esse é o tipo de erro que não pode acontecer em uma missão espacial.

A partir do século XV, os europeus se lançaram às navegações marítimas. Portugal, Espanha, Países Baixos assumiram a empreitada por motivos que vão de disputas políticas a desejo de ampliar rotas comerciais, descoberta de novas fontes de recursos e disseminação da fé cristã. Mais adiante, entraram na disputa empresas privadas, como foi o caso da Companhia das Índias Orientais. Para o professor Alexandre Zabot, estamos vivendo um momento parecido com aqueles tempos. “Nós estamos voltando a viver isso, só que desta vez não vamos conquistar a América, mas a Lua, Marte, e, talvez, algumas luas de outros corpos do sistema solar”, prevê.

Ivan acredita que esse é um cenário bastante promissor. “Culturalmente, os países pensam em ciência de forma distinta e, por isso, levam instrumentos diferentes para o espaço, e a gente só ganha com isso”, destaca. Nos dias atuais vemos, além dos tradicionais Estados Unidos e Rússia – que continua a trajetória iniciada pela União Soviética – países como a China, a Índia, blocos como a União Europeia e empresas a exemplo da SpaceX e da Virgin Galactic.

Missão Mars 2020

Desde as primeiras sondas Viking, os experimentos seguiram caminhos semelhantes, mas, agora, o mundo está presenciando um grande avanço com o envio da missão Mars 2020, em que um veículo “rover” batizado de Perseverance – capaz de andar sobre a superfície do planeta – foi enviado a Marte, em um lançamento realizado no dia 30 de julho de 2020, com previsão de chegada em 18 de fevereiro de 2021. “Nós melhoramos muito o controle, o que permitiu missões mais audaciosas, pousar uma tonelada em Marte é algo extraordinário”, diz Alexandre, referindo-se ao peso total do “rover” da Mars 2020.

Entre os novos feitos previstos, estão a coleta e armazenamento de amostras de solo que poderão, em missões futuras, serem enviadas de volta à Terra; o sobrevoo pioneiro de um veículo com hélices, um pequeno “drone”; e os primeiros experimentos de geração de oxigênio, pavimentando a estrada em direção às missões tripuladas ao planeta vermelho. E assim, segue a marcha do ser humano em direção às estrelas.

A CONQUISTA DO SOLO DE MARTE

A partir da primeira tentativa de pousar em Marte, o ser humano enviou 17 missões aterrissadoras. Conheça abaixo seis delas:

1971
Marte 2


Lançada, em 19 de maio de 1971, pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), era composta por um orbitador, que transmitiu dados sobre a superfície do planeta até 1972, e um aterrissador, que foi destruído ao chocar-se com o solo sem retornar nenhum dado. Carregava um pequeno robô chamado Prop-M, programado para andar 15 metros, parando a cada 1,5 metro para analisar o solo. Foi o primeiro objeto feito pelo homem a tocar a superfície de Marte.

1975
Programa Viking (Viking 1 e Viking 2)


O Programa Viking, da Nasa, consistia em uma missão orbitadora e aterrissadora. As sondas operaram durante vários anos, sendo as primeiras a funcionar em solo marciano. Nesse período, os orbitadores coletaram 52 mil magens e cartografaram 97% da superfície de Marte, enquanto os aterrissadores retornaram 4.500 imagens, dados da superfície, clima, atmosfera, mudanças sazonais, além de realizarem experimentos biológicos.

1996
Mars Pathfinder


Lançada, em 4 de dezembro de 1996, pelos EUA, a Pathfinder inaugurou o uso de veículos “rovers” na superfície marciana. Os “rovers Sojourner” pesavam cerca de 10kg, tinham 62cm de comprimento, 47cm de largura e 32cm de altura e possuíam seis rodas. No total, a missão coletou 16 mil imagens do aterrissador e 550 dos “rovers”, 15 analises químicas das rochas e estudou o clima. Ao fim, cumpriu a totalidade de seus objetivos.

2003
Mars Exploration Rover A e B

A missão Mars Exploration Rovers lançou para Marte, em junho e julho de 2003, dois “rovers” maiores que os da Pathfinder, pesando 180kg cada um e podendo percorrer 100 metros em um dia marciano. As metas da missão incluíam realizar um estudo mineralógico e sobre a história do clima e da água de Marte em duas regiões que podem ter sido favoráveis ao desenvolvimento de vida: Gusev Crater e Meridiani Planum.

2011
Mars Science Laboratory (MSL)


O lançamento dessa missão ocorreu em 26 de novembro de 2011 e levou a Marte o “rover Curiosity”, tendo pousado em agosto do ano seguinte na cratera Gale. A sonda ainda está ativa e investiga a existência de vida em Marte, o clima, a areologia, além de coletar dados para uma futura missão tripulada ao planeta vermelho.

2020
Mars2020


O lançamento da missão que levou o “rover Perseverance” e um pequeno helicóptero, batizado de Ingenuity, ocorreu em 30 de julho. A previsão é que a missão chegue a Marte e pouse na cratera Jezero, em 18 de fevereiro de 2021. O “rover” está equipado com vários instrumentos, tendo entre suas missões a coleta de amostras geológicas do local. Ingenuity realizará pela primeira vez um voo programado sobre a superfície marciana.

(Fonte: Agência Brasil)

ESTA É IMPERATRIZ

(UM HINO DE AMOR E DOR PARA A CIDADE)

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Imperatriz. Fundada em 16 de julho de 1852. 168 anos de história e desenvolvimento. 260 mil habitantes. Um dos maiores índices de crescimento do país: 10,57% no período 1970/1980.

Cidade-majestade, crescendo no tempo e no espaço.

Esta é Imperatriz. Uma das maiores cidades de todo o país. A de número 101 em população, no total de 5.570 outras cidades brasileiras. Uma das maiores economias do Brasil, com seus mais de 6,5 bilhões de reais em 2017, o que a coloca em 153º lugar no “ranking” de todos os 5.570 municípios.

Imperatriz de muitos títulos: Princesa do Tocantins. Portal da Amazônia. Capital Brasileira da Energia. Metrópole da Integração Nacional. Polo Nacional do Xadrez. Capital Norte-Nordeste do Automobilismo. Cidade Esperança.

Imperatriz é sede de uma grande região, polo urbano de grande influência, reinando absoluta em todo o sudoeste do Maranhão, sul do Pará e norte do Tocantins. Dezenas de municípios com ela convivem, e muitos dela dependem.

Imperatriz é a Pré-Amazônia Maranhense, entre a região dos Cerrados e a região Amazônica.

Nosso clima é tropical. Vai do úmido ao de savana. Terra de calor gostoso (veja-se o crescimento da população...), cidade de poucas luzes (lâmpadas), mas de muito sol: o astro-rei bota quente e está presente com cerca de 2.500 horas de calor e iluminação por ano. A incidência solar é direta durante todo o ano devido à nossa privilegiada situação tropical.

E nessa história de sol e água, o Rio Tocantins é o elemento de maior relevo – na geografia e em nossos corações.

Imperatriz é uma São Paulo no interior do Maranhão, começo da Amazônia. População comprovadamente heterogênea, a estatística mais recente diz que apenas 37% dos imperatrizenses nasceram aqui. A grande maioria, 63%, vem de tudo quanto é lugar, da Amazônia e do Nordeste, do Brasil e do mundo.

É Imperatriz, oferecendo seu corpo a gentes cosmopolitas, cidadãos do mundo, que aqui trabalham e sofrem, constroem e edificam, empurrando para frente, erguendo para mais alto os destinos de uma comunidade – que são, em última análise, o destino de cada um.

Área de forte imigração, Imperatriz recebeu os maranhenses do vale do Mearim, em 1950. Eles começaram, espontânea e mansamente, a ocupação das terras devolutas do município. Muitos queriam ir para Goiás e Pará. Mas beberam da água do Tocantins e aqui ficaram e começaram a fazer história, muitos antes da existência dos grandes eixos viários que rumavam para o inferno verde da Amazônia.

Nos fins da década de 1950, começa a construção da rodovia Belém-Brasília. Depois, a Transamazônica e o sistema rodoviário do Maranhão na década de 1960. E, a partir de 1970, o asfalto na Belém-Brasília e a criação do Programa Grande Carajás. E aí nem a cidade nem a região aguentaram. Virou o fole do velho Félix. Gente de todo jeito. Gente entrando pra dentro – ou seja, saindo da zona rural e indo pra cidade.

Em 1960, apenas 23% da população estavam na zona urbana. Em 1970, o percentual pulou para 43%. Em 1980, chegou a mais da metade (50,72%). E, a partir do ano 2000, quase a totalidade (95%) da população de todo o município passou a viver, sobreviver e subviver na chamada zona urbana.

É o fascínio do concreto armado. Do ferro fundido. Da pedra lascada, concretada. Da vida agitada. Estranho canto de sereia em selva-mar de pedra.

Em 1970, Imperatriz tinha 6 pessoas e uns quebrados para cada quilômetro quadrado. Dez anos depois, havia mais de 16 pessoas, que aumentou mais de ONZE vezes mais em 2019, com 188,95 habitantes ocupando a mesma área (população oficial de 258.682 habitantes – IBGE, 2019). A densidade populacional de Imperatriz é 7,6 vezes maior do que a do Brasil.

Em 2002, na área do pretendido futuro Estado do Maranhão do Sul, de 146.539 quilômetros quadrados (km2), a população era de 1.126.050 habitantes. Sozinha, Imperatriz tinha mais de 20% dessa população... em menos de um por cento do território. Resultado: uma elevada taxa de densidade demográfica imperatrizense, que pulou de 34 habitantes em 1995 para quase 190 em 2019, o que representa 7,6 vezes mais do que a densidade populacional do Brasil (de 24,69 habitantes/ km2) e 8,8 vezes mais a densidade do Maranhão (21,46 habitantes/ km2).

Imperatriz tem classes de gente e, pois não, temos gente de classe: professores, pregadores espirituais e funcionários públicos, garis do homem e da terra que alimentam mentes, almas e estruturas.

Temos também aqueles que sobrevivem com o salário-miséria do mês, trabalhando o dia todo todo dia, para ganhar o pão de cada café da manhã e, às vezes, somente este ou, pior, nem esse. (Mas – tá dito – nem só de pão vive o homem. Para alguns, há a água também. A rapadura. A farinha de puba. Os “lixões” fora e dentro da cidade, em terrenos – DEZENAS DE MILHARES deles – espalhados pelos desvãos urbanos... e até no centro também, bem na fusca das tais autoridades. Os tonéis de lixo dos supermercados. Felizes os muito pobres que comem carne seca. Farinha seca. A garganta seca. Os olhos secos. Vidas secas. E a vontade líquida de chorar. E vai por aí, e olhe lá. Pois a vida é uma grande rapadura: é doce, mas não é mole. Osso duro de roer.

Esta é Imperatriz. De gente forte. E de doentes também. E, por isso, os muitos hospitais, clínicas, institutos, centros e postos médicos. E os próprios médicos, centenas e centenas de médicos, em mais de vinte especialidades que cuidam do corpo todo e dos poucos por cento da mente, que tratam o indivíduo (paciente ou não) da cabeça aos pés, que assistem à criança que nasce e o velho que morre.

Há, em Imperatriz (saúde!), o clínico médico, cirurgião, o ginecologista, o dermatologista. Há o sanitarista, o patologista, o anestesiologista. Há o cardiologista, o neurologista, o oftalmologista, o optometrista. Há o obstetra, o pediatra e o psiquiatra. Há o ortopedista, o traumatologista, o urologista.

Há também os indizíveis acupunturistas, os gastroenterologistas e (valha-me Deus) os otorrinolaringologistas.

Há o hemoterapeuta, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional. O radiologista, o pneumologista, o nefrologista, o proctologista e o próprio legista.

Não esquecer o neonatologista, o clínico geral, o cirurgião vascular, o médico nuclear, o psicólogo, o odontólogo, o podólogo. O bioquímico, o farmacêutico, o instrumentador cirúrgico, as enfermeiras, os técnicos e os auxiliares de Enfermagem. Os assistentes sociais e os administradores hospitalares.

Há aqui toda essa gente sadia. E há doentes para todos, para essas e outras especialidades, ao gosto do freguês.

Para quem é de saravá, há, opcionalmente, macumbeiros e rezadeiras, umbandistas e quimbandistas, cartomantes e quiromantes.

Esta é Imperatriz. Das igrejas e religiões. Das crenças e seitas. Do espírito e do espiritismo. Dos cultos e missas. Dos encontros e sessões. Das romarias e procissões. Do corpo e da alma. Matéria e anti. Céu e inferno.

Esta é Imperatriz.

De homens fortes, inclusive o sertanejo. Imperatriz de gente-nordeste, cabras da peste.

Terra de fulano. De sicrano. E de beltrano também.

Esta é terra de gente da terra inteira. Sem eira. Nem beira.

Às vezes, gente sem parente. E nem aderente.

Gente de dentro e gente de fora.

Paulistas e mineiros. Amazonenses e acrianos, roraimenses e rondonianos. Amapaenses, paraenses e tocantinenses. Mato-grossenses e sul-mato-grossenses. Goianos e candangos. Paulistas e mineiros. Capixabas e fluminenses. Gaúchos, catarinenses e paranaenses. Baianos, sergipanos e alagoanos. Pernambucanos e paraibanos. Potiguares e cearenses. Piauienses e maranhenses.

De todos os continentes, todas as gentes. Americanos das três Américas. Africanos das várias Áfricas. Europeus e asiáticos. O Ártico e o Antártico. A Oceania e a Zelândia – e, se brincar, até a Atlândida...

Esta é Imperatriz. Terra da gente.

Nos confins do Maranhão, o portão da Amazônia, pulso do planeta, peito aberto, fronte erguida. Nosso mundo.

Esta é Imperatriz.

168 anos.

* EDMILSON SANCHES

Começa, nesta quarta-feira (19), uma agenda de eventos em todas as regiões do Brasil, para discutir o Plano Nacional para a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), que vai executar ações a favor do ecossistema marinho-costeiro a serem efetuadas no período de 2021 a 2030.

Até o fim do ano, o plano será construído de forma colaborativa, contando com o engajamento de diferentes setores da sociedade. O objetivo da ONU é que todos os países se envolvam nas ações, conscientizando a população global sobre a importância dos oceanos e mobilizando atores públicos, privados e a sociedade civil organizada para garantir a saúde e a sustentabilidade dos mares.

As discussões no Brasil começaram no ano passado e, agora, serão feitas “on-line”, com vários “webnários”. Pela manhã, ocorre o primeiro deles, com o nome de "Onde estamos?", no qual serão apresentados o atual estado do Planejamento Global, os resultados do Workshop Regional do Atlântico Sul e o panorama do mapeamento de indivíduos, instituições e informações obtidos na etapa pré-evento. As inscrições devem ser feitas pelo “site”.

Em dezembro, será feito o segundo “webinário” nacional, “O que temos e para onde vamos”, que vai apresentar os resultados dos encontros regionais. A Década do Oceano pretende alcançar sete resultados: oceano limpo; saudável e resiliente; previsível; seguro; sustentável e produtivo; transparente e acessível; e conhecido e valorizado por todos.

(Fonte: Agência Brasil)

Termina, amanhã (20), o prazo para a inscrição na lista de espera do Programa Universidade para Todos (Prouni) para o 2º semestre deste ano. Os estudantes que não foram pré-selecionados em nenhuma das duas chamadas regulares poderão manifestar o interesse em participar dessa última etapa de seleção.

A inscrição pode ser feita pela página do Prouni e o resultado será divulgado na próxima segunda-feira (24). De acordo com o Ministério da Educação, a lista de espera será única para cada curso e turno, de cada local de oferta, ou seja, não haverá classificação por modalidade, como por cotas, por exemplo.

Pode participar da lista de espera, para o curso correspondente à primeira opção na inscrição, o candidato que não tenha sido pré-selecionado em nenhuma das chamadas regulares ou tenha sido pré-selecionado para a sua segunda opção de curso, mas por motivo de não formação de turma, tenha sido reprovado.

Já para participar da lista de espera para o curso correspondente à segunda opção na inscrição, os critérios são os seguintes: que o candidato não tenha sido pré-selecionado em nenhuma das chamadas regulares; nas hipóteses de não ter ocorrido formação de turma na primeira opção de curso, ou de não haver bolsas disponíveis na primeira opção de curso; e, ainda, na situação de ter sido pré-selecionado para a primeira opção de curso, mas que por motivo de não formação de turma tenha sido reprovado.

Os estudantes da lista de espera que forem pré-selecionados para receber a bolsa devem comparecer às instituições de ensino até o dia 28 e entregar os documentos que comprovem as informações prestadas no momento da inscrição. Quem perder o prazo ou não comprovar os dados será desclassificado.

Prouni

O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Nesta edição, 440,6 mil estudantes inscritos disputaram 167,7 mil bolsas em 1.061 instituições.

Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

Podem participar estudantes brasileiros que não possuam diploma de curso superior e que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio mais recente e obtido, no mínimo, 450 pontos de média das notas. Além disso, o candidato não pode ter tirado zero na redação.

(Fonte: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nessa terça-feira (18), a Medida Provisória (MP) 934, que desobriga as escolas de educação básica e as universidades do cumprimento da quantidade mínima de dias letivos neste ano em razão da pandemia de covid-19. A MP havia sido aprovada no Senado Federal, no dia 23 de julho, e aguardava a sanção presidencial.

Em nota, a Secretaria Geral da Presidência da República informou que, “com vistas à adequação do projeto à constitucionalidade, bem como ao interesse público”, e após manifestação técnica de outros ministérios, o presidente decidiu vetar seis dispositivos do texto da MP. Segundo a pasta, os vetos serão detalhados na publicação do ato no “Diário Oficial da União”, na edição desta quarta-feira (19).

De acordo com o texto aprovado pelo Congresso Nacional, a MP determina que os estabelecimentos de educação infantil serão dispensados de cumprir tanto os 200 dias obrigatórios do ano letivo quanto à carga mínima de 800 horas exigidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Já as escolas de ensino fundamental e médio terão de cumprir a carga horária exigida em lei, mas ficam dispensadas de cumprir o mínimo de 200 dias letivos.

As instituições de ensino superior também não serão obrigadas a cumprir os 200 dias letivos, mas a carga horária prevista da grade curricular de cada curso deve ser cumprida. Pelo projeto, não deverá haver prejuízo aos conteúdos essenciais para o exercício da profissão, e as atividades pedagógicas não presenciais também serão admitidas para completar a carga horária.

Formatura antecipada

A MP, agora convertida em lei, também autoriza a antecipação da conclusão de cursos específicos da área de saúde, desde que cumpridos alguns requisitos. No caso de medicina, o aluno precisa ter cumprido 75% da carga horária do internato. Nos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia, o mínimo corresponde a 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

A mesma regra será aplicada aos cursos de educação profissional técnica de nível médio caso tenham relação ao combate à pandemia. O estudante precisará ter cumprido, pelo menos, 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

(Fonte: Agência Brasil)