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Houve um tempo em que a música era para ser ouvida com a consciência.

Consciência do outro. Do sofrimento do outro.

Fraternidade. Solidariedade. Irmandade.

Foi no dia 13 de julho de 1985 que ídolos do "rock and roll" tocaram para os estômagos famintos da Etiópia (África).

Fome que dura até hoje.

Com um “show” simultâneo em Londres (Reino Unido) e na Filadélfia (Estados Unidos) e também na Austrália e no Japão, o show “Live Aid” (um feliz duplo sentido: “ajuda ao vivo”) atingiu, pelo menos, cem países e cerca de 2 bilhões de pessoas.

Entre os participantes, cantores, músicos e bandas de minha adolescência e de todas as épocas: The Who, Status Quo, Dire Straits, Led Zeppelin, Queen, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton, Black Sabbath, Tina Turner, Santana, The Pretenders, Bob Dylan, Lionel Ritchie...

E lembrando esses nomes, recordo-me dos muitos mais que eu ouvia nos idos anos 1970/1980: AC/DC, Bread, ELO (Electric Light Orchestra), Black Oak Arkansas (Carvalho Negro do Arkansas), Uriah Heep, o sinfônico rock do YES / Genesis / Rick Wakeman, ELP (Emerson Lake Palmer), UFO, Pink Floyd, Kraftwerk, Yanni, Jean Michel Jarre, Kitaro, Giorgio Moroder, Joahann Timman, Beatles, KC and the Sunshine Band, Jeff Beck (e outros “monstros” da guitarra: Eric Clapton, Lou Van Eaton, Santana...), Voyage, Vangelis, The Vamps, Stevie Wonder, Janis Joplin, Nazareth...

E ainda Chicago, Bruce Springsteen, Carpenters, Barrabas, Automat, Aretha Franklin, Anthony Philips, Andreas Vollenweider, Alice Cooper, The Peppers, Isaac Hayes, Iron Maiden, Passport, Alan Parson's Project, Gary Glitter, Grand Funk Railroad, Harry Nilson, Eurythmics, Simply Red, Frank Sinatra, Men At Work, Ruby Winters, Scorpions, Simon and Garfunkel, Israel Sings, Mercedes Sosa, Willie Nelson, Rush, Rick Wakeman, The Moody Blues, The Monkees, Munich Machine, Ravi Shankar, Marillion, Larry Coryell, Creedence Clearwater Revival, Yazoo, Frank Zappa, Supertramp, The Concept, Commodores, Green on Red, Deep Purple e muito, muito mais...

Claro que havia muita MPB. Do “A” do "Abertura" ao “Z” dos Zés Geraldo e Ramalho. E o “rock” do Terço, da Casa Encantada, Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Rita Lee e muito, muito mais...

Esse povo todo não está somente nas lembranças ou na memória. Todos estão em discos LP (vinil) e CD e DVD ou “Blu-ray”, que guardo com zelo e os reescuto em conservado toca-discos e no “player” dos discos digitais.

Como se lê, não faço nenhuma objeção aos CDs / DVDs / “Blu-rays” nem aos núsicos clássicos, do “A” do italiano Albinoni ao “Z” do tcheco Zelenka (coincidência: tanto Albinoni quanto Zelenka eram elogiados por Johann Sebastian Bach).

Clássica, erudita, popular, folclórica, sacra, a música é a trilha sonora da História humana e da história de cada um de nós.

Qual é a sua trilha musical?

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Falando em Música (“rock” é música), não há como não reiterar registros de músicos mais pertos de nós, seja pela espacialidade, seja pela brasilidade/regionalidade. Embora sejam músicos de um modo, digamos, mais brasílico, eles também têm suas referências rockeiras.

São artistas (compositores, instrumentistas, cantores) da música imperatrizense, tocantina, maranhense e nordestina.

Conheço muitos deles e conheço um pouco mais de seus trabalhos, em especial as produções mais antigas, que coleciono. Já escrevi textos sobre alguns desses músicos, compositores e intérpretes, e diversos deles – e suas produções, os discos – foram descritos e documentados na “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi, lançada no primeiro semestre de 2003, nos ecos dos 150 anos de Imperatriz.

E referindo-me só às obras gravadas que tenho (em DVD, CD, LP, K-7, compacto duplo e simples), estão trabalhos e primeiros discos do Neném Bragança (falecido em 15 de janeiro de 2015) e outras produções “antigas” da “rapaziada”, por exemplo:

Wilson Zara Zara (meu ex-colega de faculdade), Henrique Guimarães (competente; um dia será [re]descoberto...), Clauber Martins, Zeca Tocantins, Washington Brasil,...

...Lourival Tavares (parceiro de composições, uma delas – “Cenas” – gravadas no seu disco “Lobo da Lua”), Luis Carlos Dias (meu apoiador e general de campanha), o (ins)piradíssimo e “fissurado” Chiquinho França (sobre quem escrevi textos e para quem agradeci a espontânea colaboração com belíssimo “blue” que compôs para campanha eleitoral minha),...

...meu colega e amigo Gildomar Marinho, Deive Campos, Lena Garcia, Olívia Heringer, “Canta Imperatriz” (CD), Carlinhos Veloz (a quem entreguei título de “Cidadão de Imperatriz”, por minha indicação e pelo que representa sua música “Imperador Tocantins”, hino não oficial de Imperatriz), Chico Brawn (que leva adiante projeto de formação musical para crianças), Erasmo Dibell, Nani Vieira (Ernanes Vieira), VieiraDK6, Dumar Bosa, Elcias, Franck Seixas, Genésio Tocantins, Itamar Dias Fernandes, Adrianna Dias,...

...Dona Francisca do Lindô e da Mangaba (caxiense como eu; conversava com ela em sua residência no Bairro Santa Inês, de Imperatriz; falecida em 5 de junho de 2017), Zuza e seu sax, Paulo Pirata (ou Paulo Maranhão), Ostérnio, Josean Amaury, Ires, Lídia, Gerson Alves, Ed Millson, Diogo Rodrigues, Ageu Santos, Adriana e suas Adrenalinas, Marcelino, Samya, Cleyton Alves, Alcides, Flor de Maria, Cia. Cristã de Fátima (Cocrifá), Victor Cruz, Lídia,...

...César & Matheus, Suzanna, Jandel & Jordão, Ray & Roger, Plebeu & Nativo, Acássio Reis, Rael & Ricardo, Grupo Celebr'Art, Banda Baetz, Júlio Nascimento, Fruta Mel, Pollyana, Valdenice, Elizeth Gomes, Chirley Camargo, Conexão Explosão, Cristo Melquíades, Luciano Guimarães & Banda, Marcos Villar, Forró Doce Paixão, Furacão Brasil, Galego & Adriano, Benerval Silva, Elissâmya, Elson Santos,...

...Raimundo Soldado, Paulinho dos Teclados, Pedrinho dos Teclados, Sandez, Raimundo Paulino e os Conscientes do Forró, Ray Douglas, Henrique Braga, Paulinho, Arão Filho, Wilson Júnior & Luciano, entre outros.

Documentei exaustivamente quase todos eles na “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi, lançada em março de 2003.

Não esquecer as obras e outros autores maranhenses como Josias Sobrinho (tenho quase todos seus CDs, com dedicatória e tudo), “Arrebentação da Ilha”, Beto Pereira, Boizinho Barrica, Bumba-boi de Morros, Chico Saldanha, Cláudio Valente e Sérgio Habibe, Coral do Maranhão, Gerude, Hermógenes Som Pop, “Pedra de Cantaria”, Tribo de Jah, Tutuca, Ubiratan Sousa e Souza Neto.

De Minas Gerais, Rubinho do Vale.

De São Paulo, Ângelo Alves.

Do Pará, Wada Paz.

Em Fortaleza (CE), “entrosei-me” com o pessoal da música popular cearense. Gente do naipe de Calé Alencar (abraço, amigo!), Pingo de Fortaleza, Acauã, Edmar Gonçalves (além de músico, excepcional artista plástico/pintor; é primo do Calé Alencar), Augusto Bonequeiro, Lúcia Menezes, Abdoral Jamacaru, Adauto Oliveira, Alcântara, André & Cristina, Bernardo Neto, Cacau, Cego Oliveira, Cleivan Paiva, Jabuti, Manassés, Patativa do Assaré, Ricardo Augusto, Ronaldo Lopes & Banda Oficina, Talis Ribeiro, Tom Canhoto, e outros... (Calé, como está esse povo todo?)

Fiz textos sobre Chiquinho França, Luis Carlos Dias, Zeca Tocantins, Lourival Tavares (que gravou duas músicas minhas e dele)... Também escrevi sobre o Luís Brasília (falecido em 14 de fevereiro de 2011), jornalista e produtor cultural, criador do programa de TV “ArteNativa” (Mirante/Rede Globo), que divulgou ou lançou diversos nomes e obras.

Também ouço e aplaudo excelências musicais como Heury Ferr (violão), Humberto Santos e Junior Schubbert (violino), excepcionais nos instrumentos que tocam com mestria e Maestria.

Em minha terra natal, Caxias, Chico Belezza Beleza, Naum, Roger Maranhão, Jorge Bastiani, Antônio Cruz (falecido este ano), Hilter (violão) e tantos outros são referência e orgulho caxiense, que nem José Salgado Maranhão, letrista de nome e nomeada, residente no Rio de Janeiro (RJ), com suas produções já gravadas por diversas grandes estrelas da MPB.

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Os artistas da música acima são de variada flora, florada e floração. Todos os gêneros de composição. Da MPB ao “gospel”, do compromisso com a raiz que se finca na terra ao pólen que se espalha e se espraia pelos ares, mares, lares e outros lugares de muitos cantares.

* EDMILSON SANCHES

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou, nesta sexta-feira (24), o guia Busca Ativa Escolar em Crises e Emergência, para apoiar Estados e municípios na garantia do direito à educação de crianças e adolescentes durante a pandemia da covid-19.

Segundo o Unicef, diante da pandemia, as escolas precisaram ser fechadas, deixando cerca de 35 milhões de crianças e jovens longe das salas de aula. Foram criadas opções para a continuidade da aprendizagem em casa, mas nem todos estão conseguindo manter o processo de aprendizagem, principalmente os mais vulneráveis.

Para reverter esse quadro, mesmo enquanto as escolas ainda estão fisicamente fechadas, o Unicef afirma que é preciso ir atrás de cada um dos alunos e tomar as medidas necessárias para que consigam retomar os estudos. Essa é a proposta do Busca Ativa Escolar, estratégia lançada em 2017 e, agora, adaptada para situações de calamidade pública e emergências, como a pandemia da covid-19

O guia visa a ajudar as escolas no seu planejamento de reabertura ou de readequação de ações. Está dividido em três seções, com orientações para potencializar a busca ativa e enfrentar a crise, e orientações para o acolhimento e o cuidado dentro das escolas, divididos por etapa escolar. Além disso, traz conteúdos de referências que podem ser usados pelos municípios.

“Não há como definir uma data única de volta às aulas presenciais no país, que tem de ser decidida de acordo com a situação epidemiológica de cada Estado e município. Mas a preparação das redes escolares para a reabertura de maneira segura deve ser prioridade absoluta em todo o país, assim como a busca ativa de quem não está conseguindo aprender com as escolas fechadas”, disse a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer.

De acordo com o Unicef, o fechamento das escolas criou significativo impacto negativo na aprendizagem, na nutrição, pois muitas crianças dependem da merenda escolar, e na segurança dos jovens, em especial os mais vulneráveis.

Segundo a agência da ONU, mesmo com as opções de atividades para a continuidade das aprendizagens em casa, pelo menos 4,8 milhões de crianças e adolescentes em todo o Brasil não têm acesso à “internet” em casa, “além de outros milhões com acesso precário ou falta de equipamento, não podendo manter o vínculo com a escola durante todo o período de isolamento social”. Esses fatores, somado a questões econômicas, contribuem para a evasão.

“A exclusão escolar afeta os mais vulneráveis. Há 6,4 milhões de meninas e meninos que já estavam com dois ou mais anos de atraso escolar, e correm o risco de não conseguir mais voltar. E há, ainda, mais de 1,7 milhão que já estavam fora da escola antes da pandemia, e estão ficando, cada vez mais, longe dela”, afirmou o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra.

Reabertura com segurança

De acordo com o Unicef, além de encontrar as crianças que estão fora da escola, ou em risco de abandonar, é fundamental preparar as unidades para receber os estudantes em segurança, diminuindo os riscos de infecção pelo novo coronavírus.

Isso inclui adaptações no ambiente escolar que mantenham estudantes, famílias e profissionais de educação protegidos, como adaptações no transporte escolar, na ventilação das salas de aulas e no acesso à água e saneamento nas escolas, entre outros pontos.

Segundo a agência da ONU, há também que se investir em práticas pedagógicas e apoio psicossocial a educadores e profissionais para a retomada.

“Crianças e adolescentes são as vítimas ocultas da pandemia, sendo quem mais sofre com as consequências da crise em médio e longo prazos. É urgente que os governos priorizem crianças e adolescentes em seus planos de reabertura e invistam nas ações necessárias para a retomada das escolas. O Unicef chama cada Estado e município a agir agora para garantir condições seguras de funcionamento das escolas e a analisar a situação da pandemia para definir o momento seguro de reabrir”, disse Florence Bauer.

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, destacou a centralidade da escola na vida do estudante, evidenciada nessa época de pandemia. “Tanto que os municípios de uma maneira geral têm procurado, de alguma forma, chegar até as casas, manter um vínculo, dar orientações às famílias para que continuem a avançar no processo de aprendizagem com a consciência de que aprendemos de uma forma diferente”, disse.

O guia é uma parceria do Unicef com a Undime, o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

(Fonte: Agência Brasil)

Centro Cultural (prédio do século XIX)

Em mensagens escritas no Facebook, os escritores Humberto Barcelos e Tasso Assunção, cada um a seu tempo, manifestam vontade de saber por que tantos brasileiros talentosos e ilustres são filhos da maranhense Caxias.

Gonçalves Dias, autor da “Canção do Exílio”, que tem versos no Hino Nacional brasileiro; fundador do Indianismo na Literatura brasileira.

Teófilo Dias, fundador do Parnasianismo na Literatura brasileira.

Celso Antônio de Menezes, o Modernismo nas Artes Plásticas.

Teixeira Mendes, criador da Bandeira Brasileira, redator da Lei de liberdade de crença e culto no Brasil, inspirador da criação da Fundação Nacional dos Índios, antigamente Serviço de Proteção aos Índios, pioneiro na defesa da existência de leis de proteção à mulher trabalhadora, ao menor trabalhador, aos doentes mentais.

Coelho Netto, três vezes indicado ao Prêmio Nobel, introdutor do cinema seriado no Brasil, eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, autor da ideia para o Hino Nacional brasileiro ter uma letra, criador da palavra “torcedor” com o sentido de “aquele que torce por uma agremiação esportiva”; responsável pela aceitação da capoeira como esporte digno.

João Christino Cruz, agrônomo, com estudos em diversos países, criador do Ministério da Agricultura e presidente de honra da Sociedade Nacional de Agricultura.

Adérson Ferro, considerado “Glória da Odontologia Brasileira”, pioneiro no uso de anestesia na Odontologia; primeiro brasileiro a escrever e lançar livro técnico sobre odontologia, no século XIX.

Armando Maranhão, considerado “A Pedra Angular do Teatro Paranaense”, que estudou na Europa com diretores de Cinema do porte de Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Laurence Olivier.

João Mendes de Almeida, advogado, jornalista e escritor, redator da Lei do Ventre Livre, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, homenageado com busto e nome de praça central em São Paulo (SP).

Sinval Odorico de Moura, magistrado e político, um raro caso de alguém que foi governante de quatro Estados no Brasil.

Andresa Maria de Sousa Ramos, estudada por escritores, sociólogos e antropólogos brasileiros e estrangeiros, é a Mãe Andresa, sacerdotisa de culto afro-brasileiro de renome internacional, última princesa da linhagem direta “fon”, que comandou durante 40 anos a Casa de Mina em São Luís, até morrer em 1954, aos cem anos de idade.

Ubirajara Fidalgo da Silva, o primeiro dramaturgo negro brasileiro, ator, diretor, produtor, bailarino, apresentador de TV e criador do Teatro Profissional do Negro, reconhecido e homenageado nos grandes centros brasileiros como Rio de Janeiro e São Paulo.

Elpídio Pereira, maestro e músico de renome internacional, autor do hino de sua cidade natal, Caxias, estudou e apresentou-se na França e em diversos Estados brasileiros.

João Lopes de Carvalho, pintor e desenhista, que estudou sua arte em Portugal, onde, por seu grande talento, já aos 16 anos, em 1862, foi elogiado por muitos jornais de Lisboa.

Joaquim Antônio Cruz foi médico, militar e político e participou da demarcação de fronteira do Brasil com a Argentina e votou pela lei que terminou por abolir os castigos corporais nas Forças Armadas.

E diversos outros nomes, inclusive do presente.

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Realmente, o que dizer dessa fenomenologia caxiense?

Fiz um pequeno esforço, e escrevi um pouco sobre o tema, depois de alguma pesquisa. Consta do conteúdo de meu livro “TEIXEIRA MENDES – ESSE NOME É UMA BANDEIRA”, de 2011. Veja-se:

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Mirante da Balaiada, no histórico Morro do Alecrim

*É para algo incerto e insabido, é para a certeza e a dúvida, o encontro e a busca, para a ignorância e sabedoria, para desvelos e desvarios, para a superfície e para o subterrâneo, para ocultamentos e revelações, para resmungos e orações, para a ciência e, maravilha!, para a transcendência – é para isso e muito mais que humanos somos feitos.

Um desses seres de busca e iluminação, de aclaramento e revelação, Raimundo Teixeira Mendes, nasceu, sabemos, em Caxias mas para o Brasil. Teixeira Mendes nasceu com a especial impregnação do magnetismo, do telurismo que influenciou ou se agregou ao caráter, à personalidade dos muitos caxienses que nasceram naquele incomum século XIX. Caxienses que, carregados do poder telúrico, emigraram para centros maiores, de onde puderam irradiar suas benfazejas emanações de inteligência e de fibra, de talento e de luta, de questionamentos e soluções.

Deixo um pouco de lado o filho e torno à mãe, a mãe-terra, a terra-mãe – Caxias. Volto a tratar da força telúrica, da energia do solo natal sobre os filhos que nele – ou dele – nascem.

Quem pesquisar haverá de concluir que o século XIX foi prolífico em dar grandes nomes caxienses ao país e ao mundo. Haveria algo de, digamos, especial no solo caxiense daquele tempo, ainda não plastificado pela pavimentação asfáltica que impermeabiliza o chão e vulnera, pelos desvios da corrupção, o caráter de tantos administradores e a prática da Administração Pública neste país?

Haveria, sobretudo naquele excepcional século XIX, haveria no solo caxiense, no seu ar, na água, no ambiente, alguma etérea substância, uma intangível matéria, um invisível elemento ou uma especial propriedade que, por motivoss que a razão desconhece, se introduzisse, se infiltrasse em um ser e nele se impregnasse, hibernasse e homeopaticamente liberasse um poder, uma energia ou uma força que estimulasse a pessoa a esculpir caráter, a ter comportamentos e fazer brotar talentos e trabalhos diferenciados em relação ao comum da população? Enfim, pode a terra em que se nasce ter ou conter algo que influencie positivamente a inteligência e o desempenho de um filho dela?

A resposta parece ser sim. Com certeza, eram outros os tempos e o ambiente (meteorológico e sociocultural) da Caxias em que Teixeira Mendes nasceu e onde viveu seus primeiros anos.

Há quem defenda a influência direta dos fatores geográficos e climáticos na formação de pessoas e sociedades.

Como de entrada aborda o professor maranhense, doutor e autor, Ricardo Leão, em sua monumental obra “Os Atenienses: A Invenção do Cânone Nacional”, “a hipótese de que os costumes, os hábitos, os temperamentos, a cultura e a civilização como um todo eram resultado da influência direta dos climas sobre o psiquismo das pessoas cruzou séculos, através da obra de literatos, filósofos, cientistas (...)”. O estudioso e premiado professor maranhense relaciona autores, transcreve trechos (inclusive nas línguas originais) de respeitados autores, a partir do influente – há 2.400 anos – filósofo grego Aristóteles e seu livro “A Política”.

Segundo Ricardo Leão, outro autor, o francês Jean-Baptiste Dubos, em obra de 1719, “sustenta a tese de que determinados povos [...] dão provas de possuir um melhor gosto, produzem um grande número de artistas, cujas criações são de qualidade superior”. Dubos chega a escrever que “o clima de cada povo é sempre, conforme creio, a principal causa das inclinações e dos costumes dos homens [...]”.

Outro francês que o estudioso Ricardo Leão acolheu, François-Ignace Espiard de la Borde, afirma: “[...] do Gênio de uma Nação, a Causa fundamental é o Clima, com várias outras, subordinadas e consecutivas [...]. O Clima é a mais universal, mais íntima Causa física”. Ricardo Leão analisa também o escritor e filósofo alemão Johann Gottfried von Herder, de cuja obra “Ideias Para Uma Filosofia da História da Humanidade”, dos finais do século XVIII, extrai que: “Cada homem é, portanto, em último resultado, um mundo, que em seus fenômenos externos apresenta semelhanças com aqueles de seu meio [...]”. Herder foi aluno de Kant e nele deve ter observado e dele deve ter absorvido as ideias sobre o telurismo e a influência climática e geográfica no desenvolvimento humano.

Por sua vez, o também professor doutor maranhense Rossini Corrêa, advogado e sociólogo e autor de extensa e variada obra, em seu livro “Atenas Brasileira: A Cultura Maranhense na Civilização Nacional”, refere-se às “clivagens sobreviventes”, espécie de separações ou diferenciações sociais a partir da espacialidade territorial, “que contrapõe o litoral ao sertão”: neste “persistiria o arcaico, o primitivo”; naquele, “o moderno, civilizado”.

Além da força telúrica e da teoria dos climas, há a Teoria dos Grandes Homens, para a qual “o progresso humano ocorre devido aos esforços de indivíduos excepcionais”. A Teoria dos Grandes Homens tem origem na obra do professor, historiador e escritor escocês Thomas Carlyle, que observava e, ao final, afirmava: “Entre as massas indistintas e semelhantes a formigueiros existem homens iluminados e chefes, mortais superiores em poder, coragem e inteligência. A história da humanidade é a biografia desses indivíduos, a vida de seus grandes homens”.

Do outro lado, voltada para as características do tempo e não para a excepcionalidade de um ou mais indivíduos, está a teoria Zeitgeist, para a qual “as realizações humanas refletem ou se desenvolvem a partir do caráter essencial de uma época”. “Zeitgeist” é termo alemão que significa “espírito do tempo” e é tradução para a expressão latina “genius seculi”, o “espírito guardião do século”, diferente do “genius loci”, o espírito que tutela ou toma de conta de um lugar. “Genius Seculi” é o título da obra do filólogo prussiano-alemão Christian Adolph Klotz, do século XVIII, mas o conceito de Zeitgeist tornou-se mais conhecido por meio da obra do filósofo alemão Hegel.

Em apresentação ao livro “A Intelectualidade Maranhense: Fase Contemporânea”, de Clóvis Ramos, o escritor Romildo Teixeira de Azevedo, membro da Academia de Letras de Brasília e presidente do Centro Norte-rio-grandense em Brasília, cita dois caxienses e reconhece: “O Maranhão ostentou, por muito tempo, a fama realmente merecida de ser a ‘Atenas Brasileira’, o que muito honrava seu povo, reconhecido em todo o território nacional, até hoje, como um dos mais sensíveis às belezas do espírito, especialmente no campo da literatura. // De fato, aquela terra intelectualmente fértil proveu o humo necessário ao surgimento do maior poeta brasileiro de todos os tempos, Antônio Gonçalves Dias, assim como do príncipe dos nossos prosadores, o escritor Henrique Maximiano Coelho Netto, ambos originários da pequena Caxias”.

Existem algumas analogias acerca do poder indutor e redentor da terra. Pois, comparam, assim como a planta que nasce traz a partir de suas raízes os elementos essenciais de e para sua vida, assim o ser humano – que é pó – também vem impregnado das essencialidades da (sua) terra. É como a água mineral e a lama medicinal do nosso balneário Veneza, de onde, na infância, eu trazia latinhas cheias para serem usadas contra, sobretudo, problemas de pele, a pedido de vizinhos lá da Rua Bom Pastor, no Porto Grande. Quando brota na Veneza caxiense, a água já traz em si o que lhe é principal, suas características benfazejas à sede e à saúde.

E não poderíamos deixar de mencionar a Bíblia e esse caráter de intimidade, senão unidade, do ser humano e a terra. Afinal, está ali, no Gênesis. Somos terra e somos água. A terra, retirada do Jardim; a água, da umidade do sopro vivificador de Deus. E não nos esqueçamos de que o nome do primeiro homem, Adão, em hebraico significa “barro”. Somos, portanto, água e terra; somos LAMA, somos ALMA. Com Deus, no Éden, éramos lama com alma. Após o pecado original, tornamo-nos alma com lama. E as expressões “Lembra-te, ó homem, que és pó” e “Seja-te a terra leve” relembram-nos, a primeira, de onde divinamente viemos, e, a outra, para onde humanamente retornaremos. A própria palavra “humano” teria origem na palavra latina “humus”, que significa “solo”, “chão”, “terra”, o que, assim, antecipa nossa ancestral e edênica procedência.

Mesmo saindo de Caxias, os caxienses dos Oitocentos não deixaram Caxias sair deles. Um substrato permaneceu. “A emigração vai atingindo as gerações sucessivas, cujos expoentes, entretanto, já saem culturalmente ou emocionalmente formados no Maranhão” – registra no verbete “Maranhão” a “Enciclopédia Mirador Internacional”, de 1995. Da parte de Teixeira Mendes, pelo menos, sua ligação com Caxias era bem visível, bem legível: de modo quase invariável ou muito frequentemente, Teixeira Mendes, após assinar ao final um novo texto ou livro, acrescentava, abaixo de seu nome uma linha de texto contendo as seguintes palavras: “Nascido em Caxias (Maranhão), em 5 de janeiro de 1855”. Que beleza de atitude e demonstração de apreço pela terra natal! Se isso era usual para Teixeira Mendes, não era comum como prática nem nos dois séculos pelos quais passou nem, muito menos neste 3º milênio.

Essas citações e etimologias, as referências religiosas, as teses ou teorias acerca da gênese das personalidades fora do comum é apenas fina moldura para o incompleto retrato que ora tento pintar. Teixeira Mendes é conhecido mais por sua única obra feita em tecido do que por suas centenas de trabalhos postos em papel. É citado mais pela bandeira que ele idealizou do que pelas ideias dele que se transformaram em bandeiras.

A grandeza – dir-se-ia: enormidade – do caxiense Raimundo Teixeira Mendes ainda não foi adequadamente medida, sopesada, avaliada, estudada, em especial por nós mesmos seus conterrâneos. Não fosse a bandeira nacional e as esparsas referências ao seu apostolado positivista e Teixeira Mendes permaneceria na “região glacial do esquecimento”, na expressão do crítico português Camilo Castelo Branco usada para profetizar (ainda bem que não se confirmou...) sobre onde iria parar a obra de outro caxiense, Gonçalves Dias, caso este não tivesse morrido jovem, ou, no dizer camiliano, “se vivesse mais alguns anos”.”

* EDMILSON SANCHES

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nessa quinta-feira (23), que será preciso buscar uma fonte de recurso para bancar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Na última terça-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que torna o Fundeb permanente, elevando o percentual pago pela União dos atuais 10% para 23% até 2026 .

“É pesado, quem vai fazer Orçamento vai ter que buscar fonte de recurso para isso daí [Fundeb]”, disse o presidente durante sua “live” semanal transmitida nas redes sociais. “A gente espera que a economia brasileira pegue, porque senão o brasileiro não tem como mais aguentar aumento de carga tributária. Então, vamos ver de onde vai sair recurso para pagar isso daí. A vantagem é que vai se reescalonado a partir do ano que vem. Queríamos dar muito mais, mas seria irresponsabilidade minha e do Parlamento se aprovasse um percentual maior do que esse".

Segundo o presidente, o governo tentou negociar um percentual menor de complementação por parte da União, por causa da queda nas receitas, mas houve acordo no valor final aprovado. “A equipe econômica queria um percentual menor ou começar em 2022, isso é verdade. Mas, dado o que vinha acontecendo na Câmara, a proposta de 40% [da parte da União], quem negociou pelo nosso lado, em grande parte, foi o [deputado] Major Vitor Hugo e o general Ramos [ministro da Secretaria de Governo], e chegaram nos 23%. Foi uma votação de comum acordo”, disse.

A PEC agora precisa ser votada em dois turnos pelo Senado Federal, com o voto favorável de 49 senadores, para ser aprovada em definitivo.

Fundeb

O Fundeb é a principal fonte de recursos da educação básica, respondendo por mais de 60% do financiamento de todo o ensino básico do país, etapa que vai do infantil ao ensino médio. O fundo é composto por percentuais das receitas de vários impostos. Atualmente, cerca de 40 milhões de estudantes da rede pública são atendidos pelos recursos do financiamento.

Os recursos do Fundeb são distribuídos de forma automática, ou seja, não há necessidade de autorização ou convênios para sua destinação, e periódica, mediante crédito na conta específica de cada governo estadual e municipal.

A distribuição desses recursos é realizada com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com dados do último censo escolar, sendo computados os alunos matriculados. Dessa forma, os municípios recebem os recursos do Fundeb com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental, e os Estados, com base no número de alunos do ensino fundamental e médio.

Pelo texto aprovado na Câmara, a participação da União no fundo será de 12% em 2021; 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; 23% em 2026.

(Fonte: Agência Brasil)

O Senado aprovou, nessa quinta-feira (23), a Medida Provisória (MP) 934/2020, que suspende a obrigatoriedade de escolas e instituições de ensino cumprirem uma quantidade mínima de dias letivos neste ano devido à pandemia da covid-19. A matéria segue para sanção presidencial.

O relator da matéria no Senado, Carlos Fávaro (PSD-MT), evitou acatar emendas de colegas para evitar que o texto voltasse à Câmara para nova apreciação. A MP perde a validade na próxima quarta-feira (29), e não haveria tempo hábil para o texto ser votado novamente pelos deputados e eventualmente voltar ao Senado. Pelo mesmo motivo, vários senadores retiraram os destaques que haviam apresentado.

O texto foi aprovado na Câmara no início de julho. Os deputados fizeram alterações na MP e, por isso, a matéria seguiu para o Senado como um projeto de lei de conversão (PLV). O texto restringe o alcance da dispensa de carga horária enquanto durar o estado de calamidade provocado pela covid-19.

Para assegurar que o conteúdo curricular dos estudantes seja aplicado com a diminuição dos dias letivos, o Conselho Nacional de Educação (CNE) editará diretrizes nacionais para criar a regra, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sem prejuízo da qualidade do ensino e da aprendizagem.

“[...] o PLV configura um arcabouço jurídico importante para que os cidadãos possam exigir do Poder Público condições adequadas para o desenvolvimento das atividades educacionais. Levando em conta a intenção original da medida provisória de garantir segurança jurídica para que os sistemas de ensino possam tomar decisões quanto à gestão da crise na área de educação [...]”, disse Fávaro em seu relatório.

Enem

A medida prevê que o Ministério da Educação deverá ouvir as secretarias estaduais de Educação para definir a nova data do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni) deverão ter seus processos seletivos compatíveis com a data de divulgação dos resultados do Enem.

Ensino superior

As instituições de ensino superior não serão obrigadas a cumprir os 200 dias letivos. No entanto, a carga horária prevista da grade curricular de cada curso deve ser cumprida. Pelo projeto, não deverá haver prejuízo aos conteúdos essenciais para o exercício da profissão, e as atividades pedagógicas não presenciais também serão admitidas para completar a carga horária.

O texto autoriza a antecipação da conclusão de cursos específicos da área de saúde, desde que cumpridos alguns requisitos. No caso de medicina, o aluno precisa ter cumprido 75% da carga horária do internato. Nos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia, o mínimo corresponde a 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

A mesma regra será aplicada aos cursos de educação profissional técnica de nível médio caso tenham relação ao combate à pandemia. O estudante precisará ter cumprido, pelo menos, 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

(Fonte: Agência Brasil)

Vítima de insuficiência cardíaca, morreu hoje (23), no Rio, aos 88 anos, o cantor e compositor Sérgio Ricardo. Ele estava internado no Hospital Samaritano desde o início de abril, quando contraiu a covid-19, curou-se da doença, mas, por causa de problemas cardíacos e da idade, precisou continuar hospitalizado.

Nascido João Lufti, na cidade de Marília, São Paulo, começou a estudar música aos 8 anos. Aos 17 anos, mudou-se para São Vicente, também em São Paulo, onde trabalhou como operador de som e discotecário na Rádio Cultura e como pianista nas boates Savoi e Recreio Prainha.

Em 1952, foi para o Rio de Janeiro e trabalhou como locutor na Rádio Vera Cruz. Depois, conseguiu um emprego de pianista na boate Posto 5, em Copacabana, no lugar de Tom Jobim, que foi trabalhar como arranjador na gravadora Continental.

Na noite carioca, onde atuou por vários anos, fez amigos como Tom Jobim, João Gilberto e Johnny Alf. Muito requisitado como pianista, apresentou-se em boates do Rio, de São Paulo e Santos. Nessa fase, iniciou a carreira de cantor e compositor, destacando-se quando a cantora Maysa, gravou a música “Buquê de Isabel”.

Nome artístico

Em São Paulo, em uma apresentação na TV Tupi, acompanhando o gaitista Chade, o pianista foi convidado pelo diretor artístico Teófilo de Barros para virar ator da emissora, com a condição de mudar seu nome para Sérgio Ricardo.

Embora relutante inicialmente, aceitou o convite e passou a intercalar os trabalhos de ator e pianista na noite. Estrelou como galã no musical “Música e Fantasia” e, em seguida, atuou em “O Direito da Mulher”, tendo feito também papeis em novelas de rádio e televisão. Seu rosto ficou conhecido na TV Rio, atuando em novelas como “Está Escrito no Céu”. Sérgio Ricardo participou também do “Grande Teatro Tupi”. Na TV Continental, no Rio de Janeiro, apresentou o programa “Balada”, dedicado integralmente à bossa nova.

Em 1958, foi um dos primeiros a gravar um LP nesse estilo, “A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo”, pela Odeon, com apenas músicas próprias. Seu maior sucesso no disco, a música “Zelão”, foi o centro de uma polêmica sobre a falta de engajamento social em grande parte das composições do gênero, levou Sérgio Ricardo a deixar o movimento.

Consagração

Em 21 de novembro de 1962, Sérgio tocou no histórico Festival da Bossa Nova, no Carnegie Hall, em Nova York, onde passou oito meses, procurando um produtor para “Menino da Calça Branca” e tocando ao vivo em boates como o Village Vanguard, onde revezava com os músicos Herbie Mann e Bola Sete De Nova York, seguiu para a Riviera Francesa, convidado para uma “tournée”.

Em 1967, lançou o disco “A Grande Música de Sérgio Ricardo”, contendo composições inéditas e trilhas que fizera para o cineasta Glauber Rocha.

Vaias

No III Festival da Canção de 1967, com a canção “Beto Bom de Bola”, Sérgio Ricardo protagonizou o célebre episódio em que quebrou o violão e o lançou sobre a plateia, irritado com as vaias que o impediam de interpretar a canção no palco, e foi eliminado da final após o incidente.

Sérgio Ricardo teve uma vasta carreira na música, teatro, cinema e televisão.

Sepultamento

Em comunicado, a família do artista destaca sua partida "no momento em que seus amigos e parceiros de vida fazem diversas homenagens a ele em sua página do Instagram e do Facebook por causa de seu recente aniversário, comemorado no último dia 18 de junho" e informa que o corpo será sepultado amanhã (24), no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador.

Segundo os filhos Adriana Lutfi, Marina Lutfi e João Gurgel, o enterro de Sérgio Ricardo será aberto. O corpo está sendo velado desde as 14h, na Capela A do Cemitério da Cacuia, e será sepultado às 16h30, no jazigo da família.

(Fonte: Agência Brasil)

Kartódromo de Imperatriz

– O piloto Nélson Piquet contribuiu para o reconhecimento e crescimento do kartódrimo

– Esporte colocou o nome de Imperatriz no Brasil e no mundo como referência positiva nacional e no exterior

– A pista está recebendo melhoramentos, e a edificação do “padock” está sendo finalizada, com verdadeiros apartamentos com quartos, banheiros, sala, bar etc. Para pilotos e demais membros de equipe, convidados...

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Um sonho de um desportista e seus amigos, o Kartódromo de Imperatriz completou 29 anos de inauguração no dia 7/7/2020. O odontólogo e automobilista Giovanni Ramos Guerra, liderando o que parecia apenas um desejo de meninos bem nascidos, construiu, em regime de mutirão, uma das principais pistas de kart do Norte-Nordeste e do país.

A construção envolveu doações e o empenho de empresários, políticos e do governo estadual. Na inauguração do kartódromo, além de autoridades políticas, estavam o presidente da Confederação Nacional de Kartismo, Pedro Bereno, e 43 pilotos dos Estados do Maranhão, Goiás, Tocantins, Piauí e Pará, que participaram da prova inaugural. A prova foi de caráter festivo e vencida pelo amigo Marco Antônio Lins, jovem empresário imperatrizense, fã e praticante do esporte, hoje morando em São Luís.

Giovanni Ramos Guerra

Giovanni Guerra, em trabalho quase solitário e silencioso, tem viajado pelo Brasil e pelo mundo, levando e elevando o esporte e a imagem de Imperatriz, tanto como iniciador do kart no município quanto como presidente da Federação de Automobilismo do Estado do Maranhão (Faem), uma das raras entidades superiores esportivas, no Brasil, com sede em cidade fora da capital do Estado. Giovanni Guerra é também, desde 2016, membro da Comission Internationale de Karting (CIK), da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), sediada em Paris.

Sua atuação no mundo do automobilismo levou Giovanni Guerra a ser reconhecido no Brasil e no exterior. Ele mantém sólidos laços de amizade com a família Piquet – o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet e seus filhos, os pilotos Nelson Angelo Piquet e Pedro Piquet (Pedro Estácio Leão Piquet Souto Maior, nascido em Brasília, em 3 de julho de 1998). Pedro Piquet correu na Fórmula 3 brasileira, ganhou tudo e foi para a GP3, categoria europeia. Giovanni Guerra reitera a importância de Nélson Piquet, que, três anos após a inauguração do kartódromo de Imperatriz, correu em Imperatriz na “Prova da Amizade”.

Um valor regional do automobilismo foi levado por Giovanni Guerra para outros patamares. Trata-se de João Vieira, piloto nascido no Tocantins e filiado à Federação maranhense, que correu na Fórmula 4 italiana aos cuidados da família Minardi. João Vieira foi apresentado por Giovanni ao automobilismo europeu quando da homenagem a Ayrton Senna em 2014, em Ímola, na Itália, e, desde então, o automobilista da Federação maranhense se tornou piloto profissional e segue uma carreira (sem trocadilho...) que está surpreendendo positivamente.

A credibilidade construída no esporte levou o imperatrizense Giovanni Guerra ao pódio, como “Embaixador” da Confederação Brasileira de Automobilismo e convidado especial para fazer entregas de troféus a pilotos vencedores, como já aconteceu na Espanha e ocorreu em 12 de julho de 2015, quando Giovanni entregou troféu na 2ª etapa do Academy Trophy, realizada em Genk, Bélgica.

Em reconhecimento ao trabalho de qualidade do imperatrizense, pilotos de kart de outros Estados brasileiros solicitaram inscrição na Federação maranhense e disputam corridas e campeonatos pelo Maranhão. É o caso, por exemplo, dos irmãos Raucci – Raphael, Giuliano e Leonnardo –, da família proprietária das indústrias dos refrigerantes Dolly, empresa brasileira que lançou o primeiro refrigerante “diet” do Brasil.

Pilotos na corrida pioneira, em 1987, na Praça Tiradentes, em Imperatriz

Imperatriz e o Maranhão têm se beneficiado da ação do desportista Giovanni Guerra: há 20 anos, o Estado – por meio de Imperatriz e, depois, São Luís – é o único do país a realizar a Seletiva Petrobras de Kart, revezando o local (ora Imperatriz, ora a capital).

Para Giovanni, a luta, o apoio, o envolvimento, a participação de muitos imperatrizenses nesses 29 anos foi fundamental para o nascimento, crescimento e fortalecimento do esporte em Imperatriz e no Maranhão, com positivas repercussões em todo o país e no mundo. A Federação maranhense é homologada na Confederação brasileira desde 10 de abril de 2001.

A notável e ao mesmo tempo discreta ascensão de Giovanni Guerra no mundo do automobilismo tornou-o conhecido dos grandes nomes do esporte, quer sejam pilotos, quer sejam gestores. Diz Giovanni: “Conheço eles, e eles me conhecem”.

Na administração da Faem, Giovanni faz questão de destacar correção na condução da entidade: “É uma instituição organizada, com tudo em dia. Não há nenhuma mancha em seu CNPJ [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o registro federal que, no Brasil, identifica as pessoas jurídicas – empresas e entidades]”.

O kartódromo de Imperatriz, as provas e campeonatos nele realizados, a constância na realização da Seletiva Petrobras ao longo de quase duas décadas, a criação e homologação da Federação estadual de automobilismo na CBA e a presença e participação de nomes ilustres e confiáveis do esporte nos quadros da Federação maranhense e/ou nas provas realizadas em Imperatriz e em São Luís trouxeram e têm trazido para a cidade e para o Estado um grande número de automobilistas, mecânicos e outros técnicos, empresários, autoridades e jornalistas de renome, que contribuíram para colocar em destaque e em letra de forma o nome de Imperatriz e do Maranhão.

Em velocidade igual ou superior à das provas automobilísticas.

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Como em muitos eventos e ações positivas em favor de Imperatriz, estive presente nos momentos iniciais do automobilismo imperatrizense, desde a criação da AKART, depois CKART. Fiz os primeiros registros e matérias na Imprensa. Fui ao kartódromo nas corridas e, antes ou depois delas, conversei com autoridades nacionais do esporte e, para algumas, as presenteei com a “Enciclopédia de Imperatriz”, onde, aliás, o esporte no município está muito bem contado e contemplado, em destaque, pois o automobilismo deu a Imperatriz o título de Capital Norte-Nordeste do Kart.

* EDMILSON SANCHES

O 21 de julho de 2020, dia em que a Câmara dos Deputados aprovou o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), foi considerado histórico por parlamentares e especialistas da área. O deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) se manifestou nesse sentido, após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15 em dois turnos no plenário.

“Foi uma grande vitória da educação brasileira, em uma data que será sempre lembrada. Permanente e constitucionalizado, o Fundeb terá maior participação da União, com aumento gradativo já a partir do próximo ano, e verbas exclusivas para o ensino infantil. Os percentuais para pagamento de salários dos professores e outros profissionais e para investimentos nas escolas também são pontos significativos. O Maranhão será um dos Estados mais beneficiados, o que será fundamental para as necessárias melhorias no Estado”, disse Juscelino Filho.

Segundo o texto aprovado, a contribuição da União para o Fundeb crescerá de forma gradativa nos próximos seis anos: começará com 12% em 2021; passando para 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; e 23% em 2026. Do total, cinco pontos percentuais serão destinados especificamente para educação infantil, sobretudo para garantir a maior oferta de vagas em creches para crianças de 0 a 5 anos.

O deputado Juscelino Filho destacou ainda a responsabilidade do Congresso Nacional em garantir mais recursos para a educação pública. “Hoje, são 40 milhões de alunos contemplados pelo fundo, e a expectativa é que outros 17 milhões sejam incluídos, inclusive milhões que estão fora da sala de aula. É assim que vamos reduzir as desigualdades e, consequentemente, garantir um futuro melhor para as crianças, para os jovens e para o Brasil”, avaliou.

Em 2019, o Fundeb distribuiu R$ 156,3 bilhões para a rede pública. O texto da PEC 15/15 segue agora para apreciação do Senado Federal.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O programa de rádio “A Voz do Brasil “completa 85 anos nesta quarta-feira (22). Idade avançada para pessoas e para instituições no Brasil. Uma frase atribuída a Leonardo da Vinci, que morreu idoso para o seu tempo (aos 67 anos), sentencia que “a vida bem preenchida torna-se longa”.

Em oito décadas e meia, “A Voz do Brasil” preencheu a vida dos ouvintes com notícias sobre 23 presidentes, em mandatos longínquos ou breves. Cobriu 12 eleições presidenciais, e manteve-se no ar durante a vigência de cinco constituições (1934, 1937, 1946, 1967 e 1988).

O programa cobriu a deposição dos presidentes Getúlio Vargas (1945) e João Goulart (1964), o suicídio de Vargas (1954), a redemocratização do país em dois momentos (1946 e 1985), o “impeachment” e renúncia de Fernando Collor (1992) e o “impeachment” de Dilma Rousseff (2016).

Além de notícias dos palácios do governo federal, “A Voz do Brasil” levou aos ouvintes informações sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O programa narrou as conquistas do país em cinco Copas do Mundo e a derrota em duas – a mais traumática em 1950. “A Voz” registrou a inauguração de Brasília (1960) e cobriu a morte de ídolos como Carmen Miranda (1955) e Ayrton Senna (1994).

Pelo rádio, e pela “A Voz do Brasil”, muitos brasileiros souberam da invenção da pílula anticoncepcional (1960), da descida do homem na Lua (1969), dos primeiros passos da telefonia móvel (1973), da queda do Muro de Berlim (1989) e da clonagem da ovelha Dolly (1998).

Inauguração da transmissão do programa "A Voz do Brasil", Brasília (DF).

Vida longa

A longevidade do programa “A Voz do Brasil” é assunto de interesse de historiadores e pesquisadores da mídia de massa no país. “É curioso como um programa de rádio se torna uma constância em um país de inconstância institucional, jurídica e legislativa”, observa Luiz Artur Ferrareto, autor de dois dos principais livros de radiojornalismo editados no Brasil.

Para Sônia Virgínia Moreira, professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a longa duração do programa “tem muito a ver com a própria longevidade do rádio como meio de comunicação. A morte do rádio foi anunciada várias vezes, e ele segue como um veículo muito importante no Brasil”.

“Nenhum governo abriu mão dessa ferramenta fantástica. A longevidade vem da percepção que os diferentes governos tiveram que manter essa ferramenta era algo que trazia uma vantagem enorme para o governo do ponto de vista das suas estratégias e para seus objetivos”, acrescenta Henrique Moreira, professor de jornalismo e especialista em história da mídia no Brasil.

Curiosidades sobre A Voz do Brasil

“A Voz Brasil” nem sempre teve como trilha sonora de abertura trecho da ópera O Guarani” (1870), de Carlos Gomes. O “Hino da Independência” (1822), composto por Dom Pedro I, e “Aquarela do Brasil” (1939), de Ary Barroso, também serviram para marcar o início do programa.

Além de trilhas diferentes, o programa teve nomes diferentes. Entre julho de 1935 e dezembro de 1937, se chamou “Programa Nacional”. Em janeiro de 1938, é rebatizado como “A Hora do Brasil”. Em setembro de 1946, ganha finalmente o nome “A Voz do Brasil”, como registra o livro “Hora do clique: análise do programa de rádio Voz do Brasil da Velha à Nova República”, de Lilian Perosa.

“Receando desagradar os opositores da ‘Hora do Brasil’, [o presidente Eurico Gaspar] Dutra admitiu fazer mudanças no programa que refletissem a fase democrática experimentada naquele momento. Em 6 de setembro de 1946, por meio do Decreto nº 9.788, o programa passou a se chamar ‘A Voz do Brasil’”.

Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Estado do Rio de Janeiro: pronuncia discurso na "Hora do Brasil", Palácio Rio Negro, Petrópolis, RJ.

Além de nomes diferentes, o programa teve horário, formato e conteúdo distintos do atual: um rádio jornal, a partir das 19h, dividido entre os Três Poderes da República, narrando fatos e decisões ligadas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, à Justiça e ao Tribunal de Contas da União.

No início, “trazia além de notícias, áudios e músicas – que exaltavam muito a cultura brasileira. Tudo isso integrando o projeto de consolidação do poder de Getúlio Vargas”, lembra a jornalista Isabela Azevedo, apresentadora do programa “Na Trilha da História”, veiculado pelas emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ela explica as motivações das pautas nos primórdios do programa. “O período que o Getúlio Vargas ficou no poder foi caracterizado pela valorização dos símbolos da cultura nacional, como uma forma talvez de firmar uma identidade brasileira – uma identidade que se confundisse com o governo dele”.

O jornalista e escritor Lira Neto, autor de três volumes sobre a biografia de Getúlio Vargas, também assinala o uso do programa em benefício próprio. “Em 30 de setembro [de 1937], trechos selecionados do Plano Cohen foram divulgados pelo programa de rádio ‘Hora do Brasil’. O país quedou escandalizado ante a estrepitosa revelação. Perante o estado de comoção pública, o Congresso aprovou a volta do estado de guerra por larga margem de votos”, escreve Neto.

Como a história provou, o Plano Cohen era uma farsa sobre uma suposta conspiração judaico-comunista no Brasil e a mobilização que provocou, a partir de notícias inverídicas em diversos veículos, deu margem a Getúlio Vargas instituir o Estado Novo em 10 de novembro de 1937.

Apresentação do programa "A Voz do Brasil".

A história passa pelo “A Voz do Brasil”

“A história do Brasil passa, todos os dias, pelo programa. Da mesma forma, a história do programa também é parte e se confunde com a própria história do Brasil”, assinala a jornalista Alessandra Bastos que trabalha na equipe do programa “A Voz do Brasil” na EBC há 20 anos e, hoje, divide a apresentação com o jornalista Nasi Brum.

Alessandra Bastos é coautora de um artigo acadêmico recentemente publicado na “Revista Latino-Americana de Jornalismo”, onde mostra a estreita relação da política com a história do rádio no país. Entre as informações curiosas, traz recortes da “Revista do Rádio” com reportagens da década de 1950 sobre “A Voz do Brasil” e a equipe a frente do radiojornal.

“Os apresentadores de rádio eram como os protagonistas da novela das oito. Eram estrelas, famosos. Cada notícia, cada erro ou acerto, cada novidade do programa era comentada nas revistas e jornais. Da mesma forma, a vida pessoal das estrelas causava curiosidade e atração. Ser apresentador da “A Voz do Brasil” era ser uma grande estrela, e as revistas mostravam seus rostos que deixavam de ser anônimos”.

Inauguração da transmissão do programa "A Voz do Brasil," Brasília (DF)

Cultura oral

Na opinião de Alessandra Bastos, “A Voz do Brasil” é extremamente importante para uma boa fatia da população. “Para muitos, é a única forma de saber o que pensa e o que faz o governo federal. É a única ponte entre o cidadão eleitor e seus representantes eleitos. É preceito constitucional a transparência e publicidade dos atos públicos, de todos e qualquer. Publicidade aqui no sentido de tornar público. E “A Voz do Brasil “coloca em ação esse direito, que é dado a todos e a cada brasileiro”.

‘“A Voz do Brasil’ é um excelente momento para ter informações, para receber material, e para que seu ouvinte tenha algum contato com o país que ele vive”, complementa Luiz Artur Ferraretto. Para ele, a veiculação do programa “ainda se justifica em razão das pequenas e médias emissoras, que não são totalmente jornalísticas”.

Ferrareto não desconsidera as mudanças que estão acontecendo no rádio, no século XXI, por causa da “internet”, digitalização e do suporte do celular para ouvir notícias. Ele, no entanto, ressalta que o meio de comunicação continua sendo importante. “É sempre bom lembrar que em momentos de crise extrema, quando a gente está vivendo uma enchente ou um ciclone bomba, falta energia elétrica. O único meio que as pessoas têm vai ser o radinho de pilha”.

Na mesma linha, Sônia Virgínia Moreira adiciona que o “rádio chega em qualquer lugar. Ainda hoje em ambiente de ‘internet’, que muitas pessoas têm pouco acesso ou, quando têm, a velocidade é muito baixa. [Elas] não conseguem ter um acesso de qualidade”.

Em sua opinião, “A Voz do Brasil ““tem um caráter informativo porque fala o que está acontecendo na capital do país. Fala dos Três Poderes. Muitas vezes, as informações veiculadas em ‘A Voz do Brasil’, não têm em outros meios de comunicação”.

Além dessa razão, ela descreve que, no Brasil, “a cultura oral ainda é importante”, haja visto o número expressivo de pessoas que não sabem ler por analfabetismo absoluto ou têm dificuldades de compreensão por causa do analfabetismo funcional.

Como já reportado pela Agência Brasil, em 2018, havia 11,3 milhões de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais de idade (dados do IBGE). Se todos residissem na mesma cidade, este lugar só seria menos populoso que São Paulo – a capital paulista tem população estimada de 12,2 milhões.

(Fonte: Agência Brasil)

O Latinidades, que se firmou como o maior festival de mulheres negras da América Latina e já teve entre as convidadas a filósofa Angela Davis, tem início hoje (22), com o tema “Utopias Negras”. Nesta edição, de formato “on-line”, serão homenageadas as musicistas Dona Dalva Damiana de Freitas, conhecida como Doutora do Samba, Elza Soares e Elisa Lucinda, que também é poetisa, jornalista e fundou a Casa Poema.

A abertura do evento será às 10h. Para essa primeira etapa, foram convidadas cinco crianças negras cariocas, com idade entre 9 e 11 anos, que irão debater as expectativas que têm quanto à vida. O Papo de Futuro, como é chamada a atividade programada, resulta de um viés que vem sendo construído pela organização ao longo das edições anteriores, e os participantes do festival, que é de entender as crianças negras como sujeitos de direito e produtoras de saberes.

Em outras rodas de conversa, serão focalizados temas que entrecruzam racismo, diáspora, questões de gênero, corporalidade, participação política e decolonialidade. Também revestido desse teor, o espaço Serviço de Preta irá reservar diversos momentos para discussões sobre como as desigualdades se configuram no mercado de trabalho e de que maneira a população negra pode se organizar para estruturar um empreendimento capaz de promover justiça social e contribuir para a resistência.

Gratuita, a programação abrange ainda espetáculos de dança, uma “performance” e “shows”. A programação poderá ser vista no canal que o festival mantém oficialmente no YouTube. As únicas exceções são as atividades Pretinhosidades e a exibição do filme “Um dia com Jerusa”, que serão veiculadas pelo Instagram @pretariablackids e Canal Odun Filmes, no Vimeo.

(Fonte: Agência Brasil)