Os interessados em participar do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja 2025) específico para brasileiros residentes no exterior têm até as 23h59 (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (27) para se inscreverem.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente no Sistema do Encceja Exterior. O participante deverá, no momento da inscrição, optar por quais áreas de conhecimento deseja realizar as provas.
O prazo também vale para quem necessita de atendimento especializado e para os que querem tratamento pelo nome social, direito exclusivo de participantes travestis, transexuais ou transgêneros que se identificam e querem ser reconhecidos socialmente conforme a identidade de gênero. As solicitações das duas situações devem ser feitas no momento da inscrição.
Entre as condições para requerer o atendimento especializado estão as pessoas com deficiência (PCD), com idade avançada, gestantes, lactantes, entre outras.
A participação no Encceja Exterior é voluntária, gratuita e destinada a jovens e adultos que não concluíram seus estudos na idade apropriada para cada nível de ensino, desde que tenham, no mínimo, 15 anos completos para o ensino fundamental e, no mínimo, 18 anos completos para o ensino médio, na data de realização do exame.
Encceja Exterior PPL
Para os participantes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos submetidos a Penas Privativas de Liberdade em países estrangeiros (Encceja Exterior PPL), a inscrição deverá ser realizada no mesmo período, pelo responsável no Consulado-Geral.
Aplicação
A aplicação do Encceja Exterior será realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) em 28 de setembro, em dois turnos.
Já a aplicação Encceja Exterior PPL ocorre de 29 de setembro de 2025 a 3 de outubro, sob supervisão do responsável no Consulado-Geral, em unidades prisionais em Nagoia e Tóquio (Japão); e em Madri (Espanha).
As provas do turno matutino terão a duração de quatro horas. Vespertino, cinco horas.
O edital publicado em maio informa que Encceja Exterior 2025 será aplicado nas seguintes cidades e países: Frankfurt (Alemanha); Bruxelas (Bélgica); Barcelona e Madri (Espanha); Boston, Miami e Nova Iorque (Estados Unidos); Paris (França); Amsterdã (Holanda); Roma (Itália); Hamamatsu, Nagoia e Tóquio (Japão); Lisboa (Portugal); Genebra (Suíça); e Paramaribo (Suriname).
A aplicação do Encceja Exterior para as Pessoas Privadas de Liberdade ou sob medidas socioeducativas (PPL)
É obrigatória a apresentação de via original de documento oficial de identificação com foto para a realização das provas.
As provas
O Encceja é constituído de quatro provas objetivas, por nível de ensino, cada uma com 30 questões de múltipla escolha e uma proposta de redação.
Para o ensino fundamental, serão avaliadas as seguintes áreas de conhecimento: ciências naturais, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira (inglês e espanhol), artes, educação física, história, geografia, além da redação.
Os jovens e adultos que fizerem o Encceja para obter certificação do ensino médio, terão avaliados os conhecimentos nestas áreas: química, física e biologia, língua portuguesa, língua estrangeira (inglês e espanhol), artes, educação física, História, Geografia, Filosofia e Sociologia e redação.
Os resultados individuais do Encceja Exterior e Encceja Exterior PPL não serão divulgados por meio de publicação. O Inep manterá, em sua base de dados, todos os resultados individuais dos participantes do exame, que serão disponibilizados para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense e para o Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, que firmaram Acordo de cooperação técnica com o Inep.
Encceja
Desde 2002, o Encceja possibilita a retomada da trajetória escolar por jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade regular para cada nível de ensino.
Há quatro tipos de aplicação do Encceja, cada uma com público-alvo e cronograma específicos:
Encceja Nacional: para residentes no Brasil;
Encceja Nacional PPL: para residentes no Brasil privados de liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas;
Encceja Exterior: para brasileiros residentes no exterior;
Encceja Exterior PPL: para residentes no exterior privados de liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas;
O Encceja ainda orienta o poder público sobre a implementação de políticas para a melhoria da qualidade na oferta da educação brasileira de jovens e adultos.
“A natureza não dá saltos. Ela segue seu fluxo”. É assim que se inicia o poético livro Estações, de Daniel Munduruku, uma reflexão sobre o tempo.
Na obra, o professor e premiado escritor indígena, autor de 65 livros publicados, nos lembra que olhar para o tempo da natureza ajuda a compreender a própria vida.
“O livro Estações tem exatamente essa pegada de nos pensar como parte da natureza. A gente vive um processo das estações do ano, das estações da natureza e das estações da vida, então ele é uma brincadeira, um jogo de palavras para lembrar que nós somos natureza e que fazemos parte dela e, se a gente não cuidar dela, a gente não está cuidando da gente”, reflete o escritor.
Embora o público da obra seja o infanto-juvenil, Estações é um livro indicado para todas as infâncias.
“Na verdade eu não escrevo para crianças, eu escrevo para a infância. E a infância é habitada em todo mundo: todo mundo tem a infância e a carrega a dentro de si”, enfatiza.
“Nós não vamos contar isso para ninguém [brinca Munduruku], mas eu costumo dizer que isso é meio que ‘um cavalo de Troia’, sabe? Porque os livros que as crianças leem, eles normalmente são lidos pelos pais. E em vez de eu escrever apenas para as crianças, eu escrevo para os pais das crianças que, tendo cuidado em conhecer o que as crianças leem, ou os filhos leem, eles também acabam entrando um pouco nessa lógica", conta.
O cavalo de Troia citado pelo escritor é inspirado na mitologia sobre um suposto grandioso cavalo de madeira, que teria sido construído pelos gregos durante a Guerra de Troia para que eles pudessem se esconder dentro dele e, assim, sem serem vistos, poderem se infiltrar e conquistar a cidade fortificada de Troia.
“Uma vez que as crianças já estão muito abertas, elas estão conectadas com o seu ser natureza e aí fica mais fácil poder dialogar com elas. Mas os pais, como eles já estão viciados em outras leituras, inclusive em outras leituras de mundo, muitas vezes eles não conseguem captar com a mesma facilidade com que as crianças captam. E a ideia justamente de eu escrever para a infância é para atingir a infância que está dentro dos pais, que foi muitas vezes mal educada ou muito mal formada”.
Na tarde desta sexta-feira (20), Daniel Munduruku visitou A Feira do Livro 2025, evento gratuito que vai até domingo (22) na Praça Charles Miller, na frente do Mercado Livre Arena Pacaembu, na capital paulista.
Ele esteve no estande das editoras Moderna/Salamandra para conversar com o público e autografar os livros Estações e Crônicas Indígenas para Rir e Refletir na Escola.
Crônicas Indígenas, por sua vez, é um livro voltado para os jovens.
“Ele vem dentro de uma tentativa de libertar os nossos jovens das ideias equivocadas que a gente cresceu aprendendo e aprendendo de uma forma equivocada. Eu quis colocar nesse livro várias passagens - um pouco cômicas e até preconceituosas - que eu fui passando durante a vida ou que alguns amigos passaram e foram me contando depois. Quis colocar nesse livro exatamente um pouco desse meu espanto, porque eu costumo pensar que aprender é se espantar, sabe? E aí, quando a gente se espanta com aquilo que a gente não sabe, se espanta com a nossa ignorância”.
Daniel Munduruku conversou com a reportagem da Agência Brasil e da Rádio Nacional, veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sobre a literatura indígena, a que há cerca de 30 anos passou a ser publicada em formato de livros no Brasil, mas que já existe há anos por meio da oralidade.
“A literatura indígena no formato escrito, no formato de livro, é relativamente recente. A gente não pode dar mais do que 30 ou 35 anos para essa literatura enquanto parte do mercado editorial. Isso é recente. E uma coisa que eu sempre gosto de frisar para as pessoas é que nós só fomos reconhecidos pelo Brasil como brasileiros em 1988 [com a Constituição Brasileira], ou seja, 37 anos atrás. E há pelo menos 37 anos a gente está tentando conquistar o público brasileiro através de uma linguagem que não é nossa, um formato que não é nosso”.
Apesar de recente, ressalta o escritor, atualmente são contabilizados 120 autores indígenas no país e mais de 300 títulos escritos por indígenas. Ele mesmo foi um dos primeiros escritores indígenas a ser publicado no Brasil, com Histórias de Índio, em 1996.
“Essa é uma conquista fabulosa, um avanço fabuloso que tem muito a ver também com o movimento que a sociedade brasileira foi fazendo, e que o Estado brasileiro foi fazendo no reconhecimento da existência dessa literatura. E isso tem a ver muito com a educação. Porque a educação muda e ela obriga que as escolas mudem e que, portanto, corram atrás de novos conteúdos”, relata.
“Essa é uma literatura que tem muito que dizer ainda porque fala de um Brasil profundo e fala de uma ancestralidade que o Brasil foi perdendo ao longo do tempo”, ressalta.
“Viciado” na arte de escrever, como ele mesmo se descreve, o escritor deve lançar um novo livro. “Eu tô viciado. E quando a gente vicia, a gente começa a pensar e qualquer coisa vira possibilidade de ser livro”, conta. “Eu tenho agora um projeto para um livro adulto - categoria meio estranha de falar porque eu já falei que meus livros são todos para adultos - mas eu vou lançar um livro, talvez este ano ainda, que vai se chamar Fantasmas. Este livro é quase um monólogo, mas é um livro que acho que surpreender um pouco pelo estilo um pouco diferente”.
Sábado (21) de muito judô em São Luís. A capital maranhense será palco de dois importantes eventos, ambos promovidos pela Federação Maranhense de Judô (FMJ): o Festival Adelmo Tavares e o Troféu Emílio Moreira. As duas ações vão ocorrer no Ginásio Costa Rodrigues, no Centro, a partir das 8h30.
De acordo com a FMJ, a programação oficial será iniciada com a realização do Festival Adelmo Tavares, evento voltado para crianças dos 4 aos 10 anos de idade com o objetivo de fomentar a prática esportiva. Na sequência, a partir das 11h, está previsto o início das disputas do Troféu Emílio Moreira com as lutas da categoria Sub-13.
Em seguida, a competição prossegue com os combates das demais categorias: Sub-15, Sub-18, Sênior, Sub-21 e Veteranos. “O festival tem o caráter de atrair e incentivar a prática da modalidade a jovens judocas. Já Troféu Emílio Moreira envolve disputas entre os principais atletas do nosso Estado. Por isso, estamos ansiosos para ver novos atletas e a evolução daqueles que já estão competindo. É um momento importante para o judô maranhense”, afirmou Rodolfo Leite, presidente da FMJ.
Curso da FMJ
Neste fim de semana, a Federação Maranhense de Judô dará prosseguimento aos seus cursos de capacitação. Desta vez, a FMJ promoverá o Curso de Renraku Waza e Kaeshi Waza, que será ministrado pelo sensei Diego Lima no domingo (22). A atividade ocorrerá das 8h às 12h e das 14h às 18h, na Academia Fitosports, no bairro do Cohatrac. Outras informações pelo telefone (98) 98100-0036.
PROGRAMAÇÃO / GINÁSIO COSTA RODRIGUES – SÁBADO (21/6/25)
O ator brasileiro Francisco Cuoco morreu nesta quinta-feira (19) aos 91 anos de idade, em São Paulo.
Ele estava internado no Hospital Albert Einstein. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Cuoco deixa três filhos.
Nascido em 1933 na capital paulista, Cuoco tinha mais de 60 anos de carreira, em atuações para televisão, teatro e cinema. As primeiras aparições na televisão aconteceram no Grande Teatro Tupi, programa da TV Tupi que adaptava peças de teatro.
A primeira aparição em uma telenovela ocorreu na TV Record, em Marcados pelo Amor, de 1964. Na sequência, em 1966, atuou em Redenção, pela TV Excelsior. Na mesma emissora, em 1968, esteve em Legião dos Esquecidos.
A partir de 1970, Cuoco começou a atuar em produções da TV Globo.
Primeiro, em Assim na Terra Como no Céu, quando interpretou um padre. Outros destaques foram Selva de Pedra, em 1972, O semideus, em 1973, e Cuca Legal, em 1975.
Um dos maiores sucessos da carreira do ator foi o taxista Carlão, personagem que interpretou em Pecado Capital, também em 1975.
Entre a década de 1990 e de 2000, atuou mais em produções para o cinema. Nessa lista, vieram Traição, de 1998, Gêmeas, de 1999, Um Anjo Trapalhão, de 2000, A Partilha, de 2001, e Cafundó, de 2005.
O velório do ator será realizado na sexta-feira (20), das 7h às 15h, no Funeral Home, na rua São Carlos do Pinhal, 376, na Bela Vista, na capital paulista.
Os familiares informam que a cerimônia será aberta ao público. E que o sepultamento, às 16h, será reservado para parentes e amigos.
“É com pesar e consternação que a família comunica o falecimento do ator Francisco Cuoco. Ele estava com a família e partiu de forma tranquila e serena. Agradecemos a todas as mensagens de pesar e manifestações de carinho”, diz trecho da nota divulgada pela família. “Nossa gratidão e amor eterno por ter tido você em nossas vidas”.
Esta é a primeira vez que a 17ª Campus Party Brasil (CPBR17) – edição nacional do evento – é realizada em Brasília, depois de a capital ter sediado etapas regionais em anos anteriores. A estimativa é que cerca de 150 mil pessoas visitem a Arena BRB Mané Garrincha até domingo (22), segundo da organização.
No espaço de 6 mil metros quadrados do ginásio, o público tem a oportunidade de conferir inovações tecnológicas durante o evento, que começou nesta quarta-feira (18). Entre os temas programados estão a internet das coisas e robôs, palestras de 500 influenciadores e especialistas no tema e no universo geek, e atividades imersivas e da cultura maker , no conceito do "faça você mesmo".
O objetivo é aprender sobre tecnologia de forma prática, com abordagem acessível, além de torcer por equipes em arenas de diversas competições, como a primeira edição nacional da Printer Chef, na capital federal. Inspirada em reality shows de culinária, a batalha gastronômica usa alimentos impressos em 3D (tridimensional), a partir de ingredientes comestíveis.
O diretor da Campus Party, Tonico Novaes, detalhou à Agência Brasil as novidades desta edição. Entre elas, o maior campeonato de robótica da América Latina, promovido pela Robocore; o Fórum sobre Inteligência Artificial que vai debater regulamentação e uso no Brasil; oficinas de montagem e pilotagem de drones. Também será realizada a Olimpíada de Energias Nucleares, promovida por uma das comunidades da sociedade civil que participa Campus Party.
Estudantes, acadêmicos e empresários são aguardados no estádio.
“Temos atrações tecnológicas para todas as idades e todos os níveis de conhecimento. Há atividades lúdicas, para quem está começando, até atividades mais engajadas e de conteúdos mais densos”, anuncia Tonico Novaes.
Outro destaque são os Hackathons, maratonas de desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios propostos em curto período. A partir da parceria do evento com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, pessoas com diferentes habilidades devem apresentar respostas tecnológicas em torno de três desafios: cidade mais segura; segurança para cidadãos e erradicação do feminicídio. “São desafios que os campuseiros vão participar e que vão ficar como legados para toda a sociedade”.
Campuseiros
Para enfrentar a empreitada de 24 horas por dia até domingo, 2 mil campuseiros - como são chamados os participantes de Campus Party - estão acampados no estádio, em barracas-iglu enfileiradas.
Um deles é o indígena Eliezer Mariano Jorge, professor em duas escolas de Dourados (MS), a Escola Municipal Indígena Tengatui Marangatu - Polo e a Escola Estadual de Ensino Médio Indígena Guateka Marçal de Souza.
O docente sul-mato-grossense está acompanhado de outras 14 pessoas – entre estudantes e professores – que querem integrar tecnologias modernas a saberes tradicionais. No mundo atual, ele admite que não é possível ficar sem acessar o celular, notebook e as redes sociais é preciso se manter atualizado.
“Viemos para trazer a experiência de que não existe só o mundo que a gente conhece lá. Há outras perspectivas de transformação de futuro, de vida e de oportunidades. O propósito é que os estudantes possam aprender e melhorar o conhecimento. Alguma coisa eles vão levar de importante para casa”, disse Eliezer Mariano.
A professora Lidimara Francisco Valéria, colega de Eliezer, concorda que é importante participar para aprender sobre novas ferramentas e conceitos. “Levar conhecimento para nossa comunidade indígena é uma coisa muito boa. A tecnologia, independentemente se é na cidade ou na aldeia, é sempre boa.”
A estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas Gabriela Silva, de 21 anos, já participou de edições da Campus Party em Goiânia, Manaus e Brasília. Como líder da comunidade Matilha, ela conseguiu convencer os pais de três adolescentes (Hugo, Enzo e Arthur) a deixá-los sob sua responsabilidade nos cinco dias do evento.
“Trazê-los para esse mundo, além de disseminar tecnologia e conhecimento, é estimulá-los a escolher o que querem ser no futuro. E até quando eles estiverem em uma roda de conversas e em projetos na escola, vão conseguir falar e fazer algo bom”.
A tradicional área de camping também abriga os voluntários do evento, como a recém-graduada em Tecnologia da Informação (TI), Alessandra Pereira, de 27 anos. Com a experiência de campuseira em outras duas edições, é a primeira vez que ela trabalha no evento.
A jovem do Distrito Federal quer mergulhar de cabeça nesta experiência. Para virar as próximas noites, está munida de barras de chocolate, pipocas e copos de macarrão instantâneo. “A campus me ajuda na área de tecnologia. Espero levar daqui aprendizado e fazer muitas amizades também”, disse, empolgada.
Programação
A programação da Campus Party Nacional Brasília (CPBR17) está dividida para as seguintes áreas:
Arena: área paga, com acesso exclusivo para 20 mil campuseiros e que concentra a programação mais técnica da Campus Party;
Camping 24h: para 2 mil campuseiros pagantes de barracas duplas e simples;
Arena Open: aberta e gratuita ao público visitante com atividade educativa e de empreendedorismo.
A Arena será palco de palestras com nomes como Iberê Thenório, criador do canal Manual do Mundo; Muca Muriçoca, Camila Farani, Caito Maia, o professor Gustavo Guanabara, sobre IA; e o astrônomo Sérgio Sacani, que discutirá a possibilidade de vida fora da Terra.
Outros destaques são os painéis do comunicador Marcelo Tas, Maíra Donnici, Tiago Mochileiro, Gordox, Gabriela Bilá, Bruno Playhard, Carlos Afonso, entre outros.
Para ter acesso e acompanhar a programação completa, os interessados podem baixar o aplicativo Campus Party Brasil para dispositivos móveis, como tablets e smatphones.
Serviço
Datas e horários:
Arena: de 12h de quarta-feira (18) às 17h de sábado (22).
Arena Open: de quarta-feira a sábado de 10h30 às 20h, e domingo (22), das 10h30 às 16h.
Local: Arena BRB Mané Garrincha, no centro de Brasília.
Estão abertas as inscrições para o curso gratuito de qualificação profissional em assistente de serviços de comércio exterior, voltado para pessoas negras, a partir de 16 anos, que tenham ensino médio completo ou em andamento e renda familiar per capita de até dois salários mínimos. Ao todo, são 220 vagas distribuídas em dez municípios de nove estados, com aulas presenciais e certificado reconhecido nacionalmente.
O curso tem foco na prática e na empregabilidade em empresas de diversos portes e faz parte do Programa Raízes Comex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Todas as informações sobre documentação, critérios de seleção e inscrições estão disponíveis no site do MDIC.
O curso tem 160 horas de carga horária e oferece formação prática para quem deseja atuar nos setores de importação e exportação. As inscrições podem ser feitas em dois períodos, conforme o local: de 3 a 30 de junho em Rio Grande (RS), Fortaleza, Joinville e Itajaí (SC), Santos (SP), no Recife, Rio de Janeiro e Salvador e de 1º a 31 de julho em Paranaguá (PR) e Vitória.
Cada turma conta com 20 vagas. As datas de início das aulas e os horários variam conforme o município. Se as vagas não forem preenchidas pelo público-alvo, elas serão disponibilizadas para a comunidade em geral, mantendo os mesmos critérios de renda e escolaridade.
A formação capacita profissionais para atuar como assistentes no setor de comércio exterior. Entre os conteúdos oferecidos aos estudantes estão logística internacional, despacho aduaneiro, gestão de custos e documentação de exportação e importação.
“O Raízes Comex reconhece a diversidade como ativo econômico. É uma ponte para reduzir desigualdades, conectar talentos e fortalecer a competitividade do comércio exterior brasileiro”, afirma Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “a iniciativa está alinhada à missão do Senac de promover educação profissional inclusiva e inovadora, ampliando as oportunidades de inserção da população negra em um setor estratégico para o desenvolvimento do país”.
Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada esta semana apontou que um em cada nove adolescentes brasileiros afirma que usa cigarro eletrônico. O estudo ouviu cerca de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais, de todas as regiões do país.
Segundo o levantamento, a quantidade de usuários jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional. A pesquisa utilizou dados de 2022 a 2024 do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3). É a primeira vez que cigarros eletrônicos entram no levantamento.
Apesar de o produto ser proibido no Brasil, a coordenadora da pesquisa e professora de psiquiatria da Unifesp, Clarice Madruga, ressalta que é muito fácil comprar o aparelho pela internet, o que amplia o acesso.
Outro problema, aponta a pesquisadora, é o risco à saúde, já que a inalação de substâncias altamente tóxicas, como a nicotina, é muito maior no cigarro eletrônico, se comparado ao cigarro tradicional. Clarice lamenta o retorno do crescimento do uso de cigarro, após o sucesso de políticas antitabagistas, iniciadas na década de 1990, que tinham freado o consumo.
"A gente teve uma história gigantesca de sucesso de políticas que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas que um novo desafio quebrou completamente essa trajetória. E a gente hoje tem um índice de consumo, principalmente entre adolescentes, muito superior e que está totalmente invisível”, afirma.
Os participantes ouvidos no estudo receberam a opção de serem encaminhados para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou nesta terça-feira (17) o edital da Prova Nacional Docente (PND) de 2025 com o detalhamento das regras, procedimentos e prazos.
Conforme já tinha sido anunciado, as provas serão no dia 26 de outubro. Os interessados em participar do exame nacional poderão fazer a inscrição no período de 14 a 25 de julho, exclusivamente, pelo Sistema PND, com a informação do número do Cadastro de Pessoa Física (CPF), a data de nascimento, endereço de e-mail e número de telefone fixo e/ou celular válidos.
O valor da taxa de inscrição será de R$ 85. A GRU Cobrança gerada a partir da confirmação da inscrição deverá ser paga até 31 de julho, por Pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança.
No ato da inscrição, o participante da PND deverá indicar a área específica na qual deseja ser avaliado, por exemplo, ciências sociais, matemática, computação, educação física, filosofia, física, português, geografia ou história, entre outras.
Quem pode participar
A Prova Nacional Docente (PND) será aplicada anualmente, voltada aos estudantes concluintes de cursos de formação de professores, inscritos no Enade das Licenciaturas, bem como os demais cidadãos que tenham interesse em participar de concurso ou processos seletivos de contratação de professores nos estados e municípios.
A inscrição no chamado “CNU dos Professores” ou "Enem dos Professores" não dispensa a necessidade de inscrição posterior nos concursos ou seleções de interesse dos participantes, as quais serão conduzidas pelos entes federativos.
De acordo com o cronograma, a solicitação de isenção da taxa de inscrição poderá ser feita entre os dias 30 de junho e 4 de julho.
Para ser isento do pagamento da taxa de inscrição, o participante deve preencher um dos seguintes requisitos:
· ser concluinte em curso de licenciatura no Enade 2025 pelo coordenador do curso da instituição de ensino superior (IES);
· SER membro de família de baixa renda inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), com renda familiar por pessoa de até meio salário-mínimo (R$ 759, em 2025);
· ser doador de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde, conforme lei federal .
O resultado definitivo de quem conseguiu a isenção do pagamento da taxa de inscrição na Prova Nacional Docente será divulgado em 14 de julho.
Atendimento especializado
Quem deseja fazer uso do nome social ou solicitar atendimento especializado, por exemplo, por pessoas com deficiência (PCD), gestantes e lactantes, também tem entre 14 e 25 de julho para entrar com o pedido.
Mesma prova do Enade das Licenciaturas
O Inep, autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), é o responsável pela aplicação anual da PND que, em 2025, está agendada para o turno vespertino do dia 26 de outubro.
Nesta data, a abertura e o fechamento dos portões serão, respectivamente às 12h e 13h, no horário oficial de Brasília. A prova terá a duração total de 5 horas e 30 minutos, com início marcado para 13h30 e término às 19h.
A Prova Nacional Docente terá a mesma estrutura e o conteúdo da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que avalia os conhecimentos dos concluintes dos cursos de licenciatura e teve a primeira edição em 2024.
A prova é composta de duas partes, a de formação geral docente – comum aos cursos de todas as áreas avaliadas – e a outra de componente específico, próprio de cada área de avaliação das licenciaturas, conforme indicação do participante no momento da inscrição.
A parte de formação geral docente, que compreende os conteúdos transversais pedagógicos comuns, terá 30 questões de múltipla escolha, envolvendo situações-problema e uma questão discursiva que avaliará aspectos como clareza, coerência, coesão, estratégias argumentativas, vocabulário e gramática da língua portuguesa.
Já a parte de componente específico de cada área de avaliação da PND terá 50 questões de múltipla escolha envolvendo situações-problema e estudos de caso.
Para consultar as respectivas matrizes de referência das áreas das licenciaturas, os candidatos deverão acessar o Portal do Inep.
Seleção para o magistrado público
Por meio do edital, o Inep explica que a PND não é um concurso público, mas funciona como um processo independente do governo federal, para contribuir para seleções de ingresso no magistério da educação básica pública, conduzidas pela União e pelas secretarias de educação dos municípios, estados e do Distrito Federal.
As redes estaduais e municipais puderam aderir voluntariamente ao projeto até o último domingo (15). Os gestores públicos locais poderão optar por usar a PND como etapa única ou complementar em seus concursos públicos ou processos seletivos simplificados de seleção de professores que venham a realizar. Eles também podem aplicar etapas adicionais, como prova prática e avaliação de títulos.
Após a adesão voluntária, o prazo para cadastro dos editais de seleção pelos entes federativos terminará em 25 de junho.
A divulgação dos resultados individuais finais da PND está prevista para 10 de dezembro or meio do Sistema PND. O Inep também compartilhará estes resultados finais com os sistemas de ensino que aderirem à prova.
País com 112,7 milhões de pessoas pretas e pardas, os negros, que são 55,2% da população, e de 0,8% de indígenas, mais 1,6 milhão, o Brasil custou a ver reconhecida, entre os rostos dos estudantes universitários, a sua diversidade etnorracial. Mas nos últimos 20 anos, as ações afirmativas mudaram o perfil da universidade brasileira para corrigir uma limitação e transformar positivamente os espaços responsáveis pelo conhecimento e pela formação de novas gerações, na avaliação dos sociólogos Luiz Augusto Campos e Márcia Lima.
Campos e Márcia são os organizadores do livro "Impacto das Cotas: duas décadas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro", que faz um balanço detalhado da política e aponta desafios, como a permanência dos estudantes nas instituições.
Na obra, eles reuniram 35 artigos que revisam a política desde os primórdios, quando o então deputado Abdias Nascimento, em 1987, ao voltar do exílio nos Estados Unidos, apresenta um projeto de lei para aplicar ação afirmativa na educação.
De lá para cá, o país viu um setor dominado por jovens brancos, de classes média e alta, até o final dos anos 1990, incluir uma maioria de estudantes pretos, pardos e indígenas, que chegaram a 52,4% dos matriculados nas universidades públicas, em 2021, frente aos 31,5% em 2001. No mesmo período, a presença de alunos das classes D e E saltou de 20% para 52%, evidenciando a dimensão econômica da mudança.
Esses avanços são esmiuçados no livro. Os pesquisadores mostram que a política de cotas transformou um dos espaços mais elitizados da sociedade brasileira, a universidade, democratizando seu acesso e redefinindo sua função social.
No prefácio da obra, Nilma Lino Gomes, professora e primeira mulher negra a comandar uma universidade brasileira, lembrou que a política confrontou o Congresso Nacional e setores conservadores da sociedade, até a aprovação da Lei 12.711, em 2012, com respaldo do Supremo Tribunal Federal.
A partir de então, observou Lino, “elas não apenas ampliaram o acesso à universidade, como provocaram mudanças nas práticas pedagógicas e curriculares, desestabilizando estruturas excludentes no sistema educacional", afirmou a educadora.
"Após a adoção das ações afirmativas, em especial na modalidade cotas, as instituições federais de educação superior passaram a se posicionar mais firmemente diante das desigualdades – não apenas em discursos, mas em práticas concretas na gestão acadêmica, nos currículos, nas políticas de permanência, na criação de Pró-reitorias de Ações Afirmativas, nos critérios de distribuição de recursos, nas normas disciplinares, na pesquisa, na extensão, na internacionalização, no combate a violações de direitos, no enfrentamento do racismo, da LGBTfobia e do machismo", disse.
A Lei 12.711, de 2012, conhecida como Lei de Cotas, estabeleceu a destinação de metade das vagas das instituições de ensino federal a alunos da rede pública, a partir do perfil etnorracial e socioeconômico. A lei foi atualizada em 2023, reforçando a prioridade dos cotistas para receber auxílios fundamentais para a permanência nas universidades, como bolsas e moradia, que podem ajuda-los a se manter.
O livro resgata ainda, de forma transversal, o papel da sociedade civil na adoção da medida. Além de citar Abdias, ativista dos direitos humanos, lembra a Marcha Zumbi dos Palmares, na década de 1990, e a Conferência Mundial das Nações Unidas (ONU) contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância, na África do Sul, em 2001. Pela ótica das universidades privadas, cita o papel de impacto do Programa Universidade para Todos (Prouni), em 2005, que concedeu bolsas de graduação em troca de benefícios fiscais e contribuiu para a mudança no perfil do estudante.
Mitos que marcaram o início da política, como o alegado baixo desempenho dos cotistas, que rebaixaria o nível das universidades, também são retomados e refutados. Os textos mostram que, embora cotistas possam ingressar com notas ligeiramente menores no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o desempenho deles é igual ao dos demais alunos. A performance foi medida por notas semestrais. "Diferentes medidas mostram que cotistas e não cotistas tendem a ter desempenho universitário muito similar, bem como taxas próximas de evasão.", afirmam Luiz Augusto e Márcia Lima.
A pesquisa também faz um mapeamento detalhado da adoção das cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que foi pioneira, na Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A obra é fruto da colaboração entre oito centros de pesquisa espalhados pelo país, sob a coordenação do Afro Cebrap e do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (Gemaa), vinculado à Uerj -- a primeira a adotar sistema de cotas para ingresso de estudantes.
Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista.
Agência Brasil
Qual o valor da diversidade nas universidades? Por que ela é importante? Em termos éticos e materiais?
Márcia Lima
Formar pessoas e produzir conhecimento são objetivos cruciais da universidade. Nesse sentido, a diversidade contribui de forma inequívoca para agregar qualidade ao conhecimento científico. Diversidade também diz respeito à justiça social e equidade. Instituições de ensino, em especial instituições públicas, têm o dever de garantir acesso a diferentes grupos. O grande impacto das cotas é a transformação dos espaços responsáveis pelo conhecimento e pela formação das novas gerações.
Agência Brasil
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Luiz Augusto Campos teria dito que a universidade pública está "à deriva", sofrendo com o abandono das elites e das classes populares Isso ocorre porque o grosso da elite não está mais nas universidades públicas?
Luiz Augusto Campos
Para a Folha, tentei deixar claro que é mito a ideia de que as elites não dependem mais da universidade pública. O grosso das elites brasileiras não têm recursos para pagar as caras universidades estrangeiras e, por isso, ainda recorrem à universidade pública e gratuita para obter diplomas e reproduzir seu estatuto de classe. O que mudou nesse quesito é que essa elite não vê mais a universidade pública como sua propriedade exclusiva, em grande medida por conta do advento das cotas e, por isso, não está mais disposta a defendê-la como antes. Ao mesmo tempo, ainda que a inclusão tenha aumentado, a maior parte das classes populares permanece fora da universidade pública que, por isso, fica sem defesa no debate político.
Agência Brasil
Neste momento da política de cotas, em que pesquisadores sugerem ações de apoio à permanência, diante do contingenciamento de recursos das federais, a política de cotas ainda é sustentável, capaz de promover mudanças?
Márcia Lima
A política de permanência [nas universidades] foi esvaziada no governo anterior e tem sido retomada - ainda que com limitações orçamentárias - na gestão atual. Mesmo com esse desafio, a política de cotas já tem promovido enorme transformação no perfil discente e docente das universidades. A ausência de investimento afeta toda e qualquer política educacional. Não seria diferente com as ações afirmativas. É importante lembrar o que aconteceu nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Assim como em outras políticas, coube ao atual governo recomeçar e revisar a lei. A nova lei de cotas procura avançar nas limitações identificadas no estudo.
Agência Brasil
Por que é necessário defender as cotas, diante de racismo no mercado, no qual pessoas negras ainda ganham menos e estão em menos postos de comando?
Luiz Augusto Campos
É falso dizer que a ascensão social pela educação é um mito. A rigor, a maior parte dos estudos de mobilidade social mostra que a ascensão social vem, em grande medida, da educação em geral e, mais especificamente, da educação superior. É claro que a expansão do número de pessoas com ensino superior reduz, com o tempo, o valor do diploma, mas esse estrato da população ainda é pequeno no Brasil, menos por exemplo do que em países similares como Chile, Estados Unidos e Coreia do Sul. Isso não exclui, contudo, a persistência do racismo no mercado de trabalho, mesmo quando olhamos as oportunidades sociais de negros diplomados. Daí a importância de combinarmos ações afirmativas na educação superior e no mercado de trabalho.
Agência Brasil
A doutora Cida Bento, diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades e uma das pensadoras sobre o racismo no Brasil, também levanta o conceito do Pacto Narcísico da Branquitude. As cotas conseguem romper esse pacto, em algum momento?
Márcia Lima
A diversidade racial das universidades brasileiras, sem dúvida, colocou em xeque e expôs a imensa desigualdade racial no acesso ao ensino superior. A chegada de um público mais diverso social e racialmente impactou o debate público sobre o papel da universidade, ampliou temas de pesquisa. Em algumas áreas de conhecimento vemos um questionamento crescente sobre a ausência de autoras e autores negros. Portanto, a universidade deixou de ser um espaço majoritariamente branco onde esse pacto era constantemente validado.
Agência Brasil
Qual a chance de o desconforto criado pelas cotas nas universidades despertarem um debate racial real sobre o racismo na construção do Estado brasileiro e os benefícios e a herança que proporcionou à população branca no Brasil?
Luiz Augusto Campos
As cotas já remodelaram o debate sobre raça no Brasil. Antes delas, na década de 1990, o tema era um tabu. O Brasil era encarado como uma democracia racial, livre de racismo e com uma população totalmente mestiça. Hoje, o cenário é outro. O racismo é objeto de debates e todos os círculos sociais e as políticas públicas antirracistas são uma realidade. Isso não foi suficiente, porém, para evitar retrocesso. À direita e à esquerda do espectro político, emergiu a crítica ao chamado “identitarismo”, conceito pouco claro, mas que vem sendo usado para limitar as conquistas recentes. A ideia de meritocracia também continua forte, seja pela valorização dos privilégios herdados de uma elite branca, seja pela difusão desse discurso pelos chamados novos empreendedores. De todo modo, cabe ao futuro e à luta política determinarem se esse debate irá ou não se aprofundar.
O Ministério da Educação (MEC) ampliou o prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com isso, os candidatos terão até o dia 27 de junho para fazer o pagamento.
A inscrição é confirmada após o pagamento.
A taxa de R$ 85 pode ser paga por meio de boleto, gerado na Página do Participante, Pix, cartão de crédito ou débito em conta-corrente ou poupança (a depender do banco).
Para efetuar o pagamento via Pix, o candidato deve escanear o QR Code disponível no próprio boleto. E
Alunos de escolas públicas que terminam o ensino médio em 2025 são isentos da taxa. Por isso, o sistema não gerará boleto para eles.
Provas
As provas do Enem será aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro.
O exame será realizado em 30 de novembro e 7 de dezembro nas cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, todas no Pará, por causa da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada no mês de novembro.
Certificação
Na edição de 2025, o Enem voltará a certificar a conclusão do ensino médio ou a proficiência parcial de estudantes maiores de 18 anos. Para obter a certificação, é necessário que o participante atinja o mínimo de 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e o mínimo de 500 pontos na redação do Enem