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Brasília (DF), 02.05.2024 - Os candidatos do Distrito Federal que farão o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) estão aproveitando os últimos dias para revisar o conteúdo. Cerca de 160 pessoas acompanharam o último aulão preparatório promovido pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Começa, nesta terça-feira (9) e vai até 18 de setembro, o prazo para os candidatos aprovados em lista de espera na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 1) 2025 manifestem interesse em continuar concorrendo às vagas para as quais estão habilitados.

A confirmação deve ser feita no site ou aplicativo SOUGOV.BR, conforme Edital Específico nº 3, publicado hoje no Diário Oficial da União pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

De acordo com as regras, esta etapa é “obrigatória e essencial” para que os candidatos permaneçam na lista de espera. “Aqueles que não manifestarem interesse no prazo serão retirados da lista de espera e deixam de concorrer a futuras convocações”, explicou o ministério.

“A saída da lista de espera de candidatos que já passaram em outros concursos, por exemplo, vai ajudar quem ainda está buscando uma oportunidade no serviço público e acelerar futuros procedimentos de nomeação e posse”, acrescentou.

O resultado das novas listas de espera, com base nas respostas das manifestações de interesse, será divulgado até 10 de outubro de 2025. Os aprovados serão informados por e-mail e receberão aviso por meio da Caixa Postal do GOV.BR. O passo a passo para fazer a manifestação de interesse está detalhado no site do MGI

Como proceder:

  • Quem deseja continuar disputando a vaga ou ainda está em dúvida deve marcar “Tenho interesse”.
  • Quem já tem certeza que não vai assumir a vaga deve marcar “Sem interesse”.

“O que não pode acontecer: deixar de responder. Nesse caso, o candidato será retirado da lista de espera e deixará de concorrer a futuras chamadas do CNU 1”, alertam os organizadores.

Convocação, reserva, cursos: tire as principais dúvidas sobre CNU

SOUGOV.BR

A confirmação deve ser feita no site ou aplicativo SOUGOV.BR, plataforma do governo federal que centraliza serviços de gestão de pessoas para servidores públicos, aposentados e pensionistas do Executivo Federal.

O candidato deverá ter a conta GOV.BR de nível Prata ou Ouro e, dentro do SOUGOV.BR, precisa confirmar o interesse separadamente em cada cargo que aparece na lista de espera. Durante o prazo previsto no edital, é possível mudar a escolha quantas vezes quiser.

“Se o candidato marcar que não tem interesse em determinado cargo, ele será eliminado da lista de espera desse cargo, inclusive para possíveis contratações temporárias. Já quem confirmar que tem interesse, continuará na lista de espera daquele cargo e poderá ser chamado para nomeação e posse, caso surjam vagas dentro da sua classificação”, explica o MGI.

(Fonte: Agência Brasil)

Salvador - 18/07/2025  -  Colégio estadual Pedro Paulo marques e Marques, em Salvador. Foto:  Instituto Natura

O Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Cultura (MinC), firmaram nessa segunda-feira (8), em Brasília, uma parceria para levar projetos de arte e cultura aos estudantes de escolas públicas de tempo integral, em todas as unidades da federação.

Durante o evento de lançamento da iniciativa federal, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu a universalização do ensino integral em todos os níveis na educação básica no Brasil com "os alunos passando o dia na escola", o que pode, segundo ele, reduzir os índices de violência no país e a evasão escolar.

“A escola em tempo integral olha o projeto de vida do aluno como um todo, que precisa ter cultura, esporte, curso de línguas e precisar ter uma coordenação pedagógica que olha para o projeto de vida de cada aluno. Portanto, esse é o mais importante modelo de escola da educação básica desse país”, disse.

Ao assinar a portaria interministerial (6/2025) que regulamenta a ação nas escolas de tempo integral, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que a arte e a cultura são ligadas por um laço forte à educação. “São irmãs”.

A ministra entende que os financiamentos públicos nestas áreas são investimentos no futuro da nação e que servem para o Brasil ser um país mais justo e igualitário. 

“Vamos trabalhar juntos com paixão, com amor, com determinação para que o direito à arte e à cultura seja uma realidade para cada brasileiro e brasileira, diante dos desafios que se apresentam”, projeta a ministra.

A reitora da Universidade de Brasília (UnB) e anfitriã do encontro, Rozana Reigota Naves, aponta a cultura e a arte como grandes expressões de diversidade e da cidadania de um povo. “[Cultura e arte] são um importante mecanismo de reafirmação da soberania de um povo”.

Conheça modelo na Bahia de escola em tempo integral

Adesões estaduais

De acordo com Camilo Santana, em breve, o MEC e o Minc lançarão um edital de chamada pública que abrirá o período de adesão voluntária das secretarias estaduais de educação e de cultura interessadas em receber financiamento federal para projetos artísticos-culturais incluídos nos currículos escolares da educação em tempo integral.

“A comunidade escolar define o currículo dela e diz quais são as aptidões que aquela comunidade quer: se na área da cultura, do esporte, da tecnologia, das artes, do cinema. Enfim, esse edital vai permitir que a gente possa estimulá-los”, detalhou.

O ministro explicou que, inicialmente, mesmo não conseguindo abarcar todas as escolas de tempo integral, o governo federal financiará ações em todos os estados da federação. “Para que a gente possa iniciar essa parceria importante do Ministério da Cultura com o Ministério da Educação, no olhar da garantia de que crianças e jovens brasileiros possam ter direito a uma escola completa e integral para sua formação do dia-a-dia”, garantiu Camilo. 

Representando o Conselho Nacional de Secretários de Educação, a secretária de Educação do Rio Grande do Sul, a professora Raquel Figueiredo, celebrou a medida federal. “O Ministério da Educação e o Ministério da Cultura estão nos dizendo que o corpo e alma da nação brasileira precisam passar por esses dois Ministérios e que induzir e financiar políticas públicas é a única saída para, de fato, mudarmos a qualidade [do ensino]. As escolas de tempo integral propiciam essa oportunidade.”

Benefícios

A jornada de tempo integral nas escolas deve ser igual ou superior a sete horas diárias ou 35 horas semanais, de acordo com resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE).

A secretária de Educação Básica (SEB) do MEC, Kátia Schweickardt, afirmou que a estratégia de ampliação do número de matrículas no ensino integral, desde 2023, precisa ser acompanhada de ferramentas que contribuam para o desenvolvimento integral dos alunos, como arte, cultura e esporte, neste tempo adicional que os estudantes permanecem nas escolas. Por isso, o governo federal apoiará financeiramente e tecnicamente os projetos que levem cultura para dentro das escolas de tempo integral no Brasil.

“A gente quer, agora, induzir um processo mais significativo e que tenha de fato uma conexão com os currículos [escolares]. Para a gente só interessa aquilo que leve à educação de verdade, com qualidade.  Todas essas iniciativas vão estar articuladas ao que a gente vem tentando fomentar para [aumentar] a qualidade da educação básica no Brasil”.

Para o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piuba, a educação em tempo integral colabora para o desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade.

Porém, na visão dele, não há investimentos robustos ao longo da história por parte dos governos em programas voltados para a formação de repertórios artísticos e culturais nos processos de ensino-aprendizagem. “Uma escola que não tem um ensino das artes e a experiência da formação artística e cultural, em seu ambiente, em sua estrutura de ensino-aprendizagem, é uma escola limitada e opressora. Ainda mais em um país onde nem todas as pessoas têm acesso aos bens e serviços culturais”, desvenda.

“Uma educação bancária, meramente funcional e instrumental, que leva nossos jovens às melhores universidades não é motivo, por si só, de celebração. Por exemplo, de que adianta celebrarmos centenas de milhares de jovens chegando a faculdades de medicina e, por ausência de formação crítica, criativa e cidadã, ser mais um médico fascista, negacionista, do tipo doutor Cloroquina?”, indagou o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piuba.

(Fonte: Agência Brasil)

Referência no kitesurf feminino do Brasil, a maranhense Socorro Reis continua se preparando para a competição mais importante da modalidade na temporada de 2025. Socorro, que é patrocinada pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Brasilcap e do programa Bolsa Atleta, está confirmada na disputa do Campeonato Mundial de Fórmula Kite, cujas regatas serão realizadas entre os dias 28 de setembro e 5 de outubro, na Praia de Poetto, em Cagliari, na Itália.

Em busca de resultados expressivos no Campeonato Mundial de Fórmula Kite, Socorro Reis intensificou os treinamentos nas últimas semanas, realizando atividades em São Luís e em Vitória, no Espírito Santo, com o objetivo de se adaptar às diversas condições de ventos. A kitesurfista do Maranhão está trabalhando firme para garantir presença na flotilha de ouro do Mundial e lutar pela classificação para as quartas de final.

"O Mundial é mais um desafio muito importante em busca do meu principal objetivo, que é a classificação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Teremos muitos eventos e treinamentos nesse ciclo, então é importante essa luta por evolução e por bons resultados contra as melhores kitesurfistas do mundo. A expectativa é a melhor possível, acredito no meu potencial e vou fazer cada gota de suor valer a pena. Agradeço a todos os meus patrocinadores, a Audiolar, ao governo do Estado, ao Brasilcap e ao Bolsa Atleta, pois a minha jornada seria impossível sem eles, e a todos que torcem por mim. Com muita determinação, foco e fé, vou lutar para representar o Maranhão e o Brasil da melhor maneira possível no Mundial", afirma Socorro Reis.

Antes do Mundial, Socorro Reis garantiu o 17° lugar no Campeonato Europeu de Fórmula Kite, que reuniu destaques mundiais da modalidade e ocorreu em maio, em Urla, na Turquia. Esse foi o primeiro grande evento preparatório em busca da tão sonhada vaga para os Jogos Olímpicos de 2028.

Maior campeã da história do Brasileiro de Fórmula Kite, Socorro Reis garantiu o vice-campeonato do Sertões Kitesurf e participou do Mundial de Fórmula Kite durante a temporada de 2024. Com larga experiência em competições nacionais e internacionais, a kitesurfista maranhense também já foi campeã do Pan-Americano de Fórmula Kite, terceira colocada no Mundial Master e medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, no Chile.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Ensino superior

No Brasil, ter um diploma de ensino superior faz diferença: aumenta as chances de ter um emprego e melhores salários, que chegam a mais que o dobro daqueles que têm formação até o ensino médio. Mesmo assim, um em cada quatro estudantes abandona os estudos depois de cursar apenas um ano.

As informações estão no relatório Education at a Glance (EaG2025, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as principais e mais ricas economias do mundo.

O documento traz dados educacionais como desempenho dos estudantes, taxas de matrícula e organização dos sistemas educacionais dos 38 países-membros da organização, além de Argentina, Bulgária, China, Croácia, Índia, Indonésia, Peru, Romênia, Arábia Saudita, África do Sul e Brasil – que é parceiro-chave da OCDE.

Neste ano, o relatório tem como foco principal o ensino superior. Os dados mostram que brasileiros de 25 a 64 anos que concluem o ensino superior ganham, em média, 148% a mais do que aqueles que têm ensino médio. Essa diferença é maior do que a média dos países da OCDE, que é de um salário médio 54% maior. 

O Brasil fica atrás apenas da Colômbia, onde concluir o ensino superior proporciona, em média, um salário 150% maior do que ter apenas o ensino médio, e África do Sul, onde esse percentual é 251%. 

Mas, essa etapa de ensino não chega a todos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas um a cada cinco, ou seja, 20,5% dos brasileiros de 25 anos ou mais têm ensino superior, conforme dados de 2024.

O relatório da OCDE traz outra preocupação. Quase um quarto (24%) dos jovens de 18 a 24 anos no Brasil, não estão empregados nem em educação ou treinamento (NEET na sigla em inglês). Essa taxa é maior que a média da OCDE, de 14%. Além disso, há uma diferença entre homens e mulheres, com 29% das mulheres e 19% dos homens sendo NEET em 2024 no Brasil. As taxas de NEET para homens e mulheres tendem a ser semelhantes na maioria dos outros países da organização.

Abandono dos estudos

Entre aqueles que entram no ensino superior, no Brasil, 25% abandonam os estudos após o primeiro ano do bacharelado. Entre os países da OCDE, a média é 13%. Mesmo após três anos do fim do período esperado para a conclusão do curso, menos da metade, 49%, dos ingressantes conclui os estudos. Entre os países da OCDE, essa média é 70%.

Diante desse cenário, no Brasil, apenas 24% de todos os jovens de 25 a 34 anos de fato concluem o ensino superior, o que representa pouco menos da metade da média da OCDE de 49%.

Segundo o relatório, as altas taxas de evasão no primeiro ano “podem sinalizar um descompasso entre as expectativas dos alunos e o conteúdo ou as exigências de seus programas, possivelmente refletindo a falta de orientação profissional para futuros alunos ou apoio insuficiente para novos ingressantes”, diz o texto.

O relatório mostra ainda que, em todos os países, as mulheres que iniciam o bacharelado têm maior probabilidade do que os homens de concluir os estudos ou no tempo esperado ou em até três anos após esse período. No Brasil, a diferença de gênero é de 9 pontos percentuais, 53% para mulheres em comparação com 43% para homens. Essa diferença é menor do que a média da OCDE, de 12 pontos percentuais.

Estudar em outros países

Segundo o EaG, entre os países da OCDE, a mobilidade internacional de estudantes no ensino superior aumentou. Em média, 6% de todos os estudantes do ensino superior na OCDE eram estudantes internacionais ou estrangeiros em 2018. Esse percentual passou para 7,4% em 2023. O Brasil foi um dos poucos países sem aumento, com a proporção permanecendo constante em apenas 0,2%.

Investimentos

Em relação aos investimentos do país em ensino superior, no Brasil os gastos governamentais chegam a US$ 3.765 por aluno, em valores de 2022, o que equivale a cerca de R$ 20 mil. Já a média da OCDE é de US$ 15.102, ou cerca de R$ 80 mil. Embora, em valores, o investimento seja inferior, quando comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país -, o investimento governamental no Brasil é semelhante ao da média da OCDE, 0,9% do PIB- Produto Interno Bruto - no ensino superior, incluindo os investimentos em pesquisa e inovação.  

Para a OCDE, é preciso melhorar os indicadores não apenas no Brasil, mas em todo o conjunto de países, para que tanto a formação seja melhor, quanto para que os investimentos tenham mais retorno. Na publicação, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, diz que as baixas taxas de conclusão do ensino superior são "desafio que prejudica o retorno do investimento público, agrava a escassez de competências e limita o acesso a oportunidades”.

Entre as ações possíveis destacadas por ele estão o fortalecimento da preparação acadêmica e da orientação profissional no ensino médio, bem como a concepção de programas de ensino superior com sequências de cursos claramente definidas e medidas de apoio para aqueles em risco de atraso.

“Também são necessárias opções de ensino superior mais inclusivas e flexíveis. Estas devem incluir programas personalizados para estudantes do ensino profissional, processos de admissão que reconheçam melhor os diversos perfis de alunos e ofertas mais curtas e direcionadas”, defende.

A OCDE também chama a atenção para a qualidade dos cursos de ensino superior. Outra pesquisa conduzida pela organização mostra que mesmo entre aqueles com diploma, há dificuldades até mesmo para ler textos complexos. A Pesquisa de Competências de Adultos 2023 mostra que nos 29 países e economias da OCDE participantes, em média 13% dos adultos com ensino superior não atingiram sequer o nível básico de proficiência em alfabetização, o que significa que conseguiam compreender apenas textos curtos sobre temas familiares.

“Isso ilustra a necessidade de os países expandirem o acesso ao ensino superior e aumentarem a qualidade e a relevância da educação oferecida”, diz Cormann.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 16/05/2025 - O Agente Secreto, filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura
. Foto: Victor Jucá/Divulgação

A Academia Brasileira de Cinema divulgou, nessa segunda-feira (8), a lista dos seis filmes finalistas para a vaga de representante do Brasil ao Oscar 2026. A reunião final para a escolha do filme brasileiro que vai tentar uma vaga à categoria de Melhor Filme Internacional da premiação ocorre no dia 15 de setembro.

Conheça  os finalistas:

  • Baby, de Marcelo Caetano;
  • Kasa Branca, de Luciano Vidigal;
  • Manas, de Marianna Brennand;
  • O Agente Secreto, de Kléber de Mendonça Filho;
  • O Último Azul, de Gabriel Mascaro;
  • Oeste Outra Vez, de Erico Rassi.

Ter sido escolhido como o representante brasileiro ao Oscar não significa que o filme já terá garantida uma indicação ao prêmio.

Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. A partir dessas indicações, o Oscar faz uma seleção dos filmes que, de fato, vão concorrer ao prêmio mais famoso do cinema mundial. A cerimônia que entregará as estatuetas do Oscar está marcada para acontecer somente no dia 15 de março de 2026.

Os filmes foram escolhidos a partir de uma pré-lista de 16 filmes, que havia sido divulgada pela Academia Brasileira de Cinema há cerca de um mês.

Uma das grandes apostas está no filme O Agente Secretovencedor dos prêmios de Melhor Diretor, para Kleber Mendonça Filho, e de Melhor Ator, para Wagner Moura, no Festival de Cannes, uma das mais importantes premiações do cinema mundial.

Mas a concorrência é forte: O Último Azul, por exemplo, foi premiado com o Urso de Prata em outro importante festival, o de Berlim; Oeste Outra Vez recebeu o Kikito de melhor filme no Festival de Gramado do ano passado; enquanto Baby, Manas e Kasa Branca acumulam também uma série de premiações pelo mundo.

Brasília (DF), 23/01/2025 - Atores Rodrigo Santoro e Denise Weinberg em cena de 'O último azul'. Foto: Guilhermo Garza/Desvia

No início deste ano, o Brasil conquistou seu primeiro Oscar, com o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, na categoria de Melhor Filme Internacional.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 07/09/2025 - Cantora Angela Ro Ro. Foto: angela_ro_ro_oficial/Instagram

Morreu na manhã desta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Angela Ro Ro. Hospitalizada desde junho, com quadro de infecção pulmonar, a artista não resistiu ao agravamento da doença.

Angela Ro Ro completaria 76 anos em dezembro. Ela deixa mais de uma centena de gravações em 14 discos próprios, além de participações em coletâneas especiais.

A carreira de artista iniciou-se na primeira metade da década de 1970, quando morou na Inglaterra, chegando a cantar em pubs e a participar de uma faixa do LP Transa, de Caetano Veloso, tocando gaita. De volta ao Brasil, participou em 1974 do Festival de Rock de Saquarema (RJ), onde também se apresentou Rita Lee.

O primeiro disco solo foi lançado em 1979 e fez sucesso com a canção Amor, meu grande amor, dela em parceria com Ana Terra. Teve o reconhecimento de público e de crítica nos discos dos anos seguintes com faixas que dão nome aos álbuns Só nos resta viver (1980), Escândalo (1981), Simples carinho  (1982), com as quais se afirmou como autora e intérprete.

Angela Ro Ro tocava piano e era apreciada pela voz rouca, adequada para cantar blues e canções como Fogueira (composição dela) e Demais (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira).

Além do talento, Angela Ro Ro era conhecida pela ironia, humor e franqueza. Recusou intempestivamente gravar Malandragem, composta para ela por Roberto Frejat e Cazuza em 1988, por que não gostou da canção e não queria cantar “Quem sabe eu ainda sou uma garotinha”, como começa a letra da música que viria a fazer sucesso com Cássia Eller.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 07/09/2025 - Manifestação Exu, celebra resistência dos povos de terreiros e pede o fim da intolerância religiosa. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Mais de uma centena de praticantes e simpatizantes das religiões de matriz africana se reuniram na tarde deste domingo (7), em Brasília, para celebrar a fé e a resistência dos povos de terreiros e pedir o fim da intolerância religiosa.

A data foi escolhida pois o número sete tem relação com o orixá Exu e representa a união do espiritual com o material.

O evento na capital federal recebeu o nome de Caminhos para Exu e foi inspirado na Marcha para Exu, que chegou à terceira edição em São Paulo e reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista no mês passado, tendo sido replicado em outras cidades. 

“Nosso principal objetivo é mostrar que existimos; que estamos vivos”, explicou à Agência Brasil a cantora Kika Ribeiro, uma das idealizadoras do evento que tomou conta de um trecho da avenida W3 Sul, entre a Praça das Avós, na 506 Sul, e a Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles, apoiadora do projeto.

“Estamos dizendo não à intolerância religiosa, para que todos, independentemente de suas religiões, possam viver conforme sua fé, seus credos, um respeitando o outro”, acrescentou Kika, antecipando a possibilidade da segunda edição do Caminhos para Exu acontecer ainda neste ano, em dezembro, conforme a resposta do público.

Brasília (DF), 07/09/2025 - Manifestação Exu, celebra resistência dos povos de terreiros e pede o fim da intolerância religiosa. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Já a coordenadora cultural da Biblioteca Demonstrativa, Marina Mara, destacou que, além de adeptos do candomblé, umbanda, quimbanda, ifá e de outras religiões e manifestações de espiritualidade de influência africana, o evento atraiu muitos simpatizantes e pessoas atraídas pelos cânticos e pelo toque dos atabaques, agogôs e outros instrumentos.

“Isso é Exu! É comunicação, comunhão, prosperidade”, frisou Marina, citando algumas das características associadas ao orixá, considerado uma divindade fundamental nas religiões de matriz africana por, entre outras coisas, abrir os caminhos, servindo de mensageiro entre os planos humano e divino.

“Daí, também, porque nós, como uma biblioteca pública [vinculada ao Ministério da Cultura] que tem, entre suas funções, reunir todas as manifestações culturais e todo tipo de frente, estamos apoiando o evento”, disse Kika.

Ela explicou que, por ocasião do marcha, a direção da biblioteca decidiu prorrogar, até 15 de setembro, a exposição Cartas à Tereza, que homenageia a líder quilombola e símbolo da resistência negra no Brasil, Tereza de Benguela, e está em cartaz na galeria da Biblioteca Demonstrativa. “Queríamos aproveitar a vinda do público [da caminhada].”

A yalórisá (mãe de santo) Francys de Óya deixou o terreiro Kwe Oya Sogy, que ela coordena, em Samambaia, para prestigiar o encontro no coração de Brasília.

“O que me motivou a vir foi a força e o amor do povo [de terreiro] de querer mostrar a todos que não somos do mal; que somos alegria, saúde, prosperidade – eixos centrais da vida”, disse Francys, comentando o fato das religiões de matriz africana serem alvo de preconceito e violência.

Brasília (DF), 07/09/2025 - Manifestação Exu, celebra resistência dos povos de terreiros e pede o fim da intolerância religiosa. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Dados

De acordo com o Censo de 2022, o número de praticantes dessas manifestações religiosas chegou, em 2022, a 1% da população brasileira – um aumento de mais de 300% em comparação ao resultado de 2010.

Segundo os pesquisadores, o aumento é fruto das políticas públicas de enfrentamento à intolerância religiosa. Ainda assim, dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos revelam que essas religiões e manifestações espirituais são os alvos mais frequentes da intolerância religiosa.

“Este Caminhos para Exu é justamente para desdemonizarmos nosso orixá. Para dizer a todos que, ao contrário do que muitos dizem e pensam, Exu é bom. É lindo. É amor. Basta olhar para esta festa, para este povo lindo”, concluiu a yalórisá.

(Fonte: Agência Brasil)

Salvador - fotos aéreas do Carnaval no Farol da Barra (Valter Pontes/Secom Salvador)

O Carnaval de Salvador é agora oficialmente uma “manifestação da cultura nacional”. O reconhecimento desse status foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8).

Segundo o Ministério do Turismo, a Lei nº 15.196 reforça “não apenas a importância do espetáculo visual e dos ritmos contagiantes que arrastam multidões, mas também a relevância histórica, social e cultural do festejo, principalmente para a cultura afro-brasileira”.

Com a sansão da lei, a festa ganha “um selo que a consagra em todo o país, prestando homenagem à capital baiana e à toda cadeia produtiva que faz do evento baiano uma experiência única no mundo”.

Em nota, o ministro do Turismo, Celso Sabino, lembra que o Carnaval da capital baiana é conhecido em todo o mundo.

“Com o reconhecimento, estamos dizendo ao mundo que o Brasil reconhece a importância de uma das experiências culturais mais potentes do planeta, uma festa que gera emprego, renda e que é um orgulho imenso para todos nós”, justificou o ministro.

Levantamento da prefeitura de Salvador mostra que, em 2025, o Carnaval atraiu mais de 1 milhão de pessoas e movimentou quase R$ 2 bilhões.

Lei semelhante foi sancionada em maio pelo presidente Lula, reconhecendo, no caso, o Carnaval pernambucano.

(Fonte: Agência Brasil)

A ILHA

*

“São Luís ainda brilha

como o fez antigamente.

Em nosso mar, é uma ilha,

na cultura, é um continente”.

                     (JOSÉ CHAGAS, “São Luís de quatro séculos”)

”É necessário sair da ilha para ver a ilha,

 não nos vemos se não nos saímos de nós”.

                   (JOSÉ SARAMAGO; “O Conto da Ilha Desconhecida”)

*

Na Geografia, uma ilha. Na História, um arquipélago.

A “Upaon-Açu” tupi é uma maravilhosa e maranhense porção de 1.410 quilômetros quadrados de terra abraçada por líquidas e incertas águas dos 106 milhões e 460 mil quilômetros quadrados do oceano Atlântico.

“Upaon-Açu” é ilha grande, mas 75,5 mil vezes menor que a vasta extensão de água salgada que a rodeia, a namora e permanentemente a abraça e lambe circularmente suas partes...

Upaon-Açu é Ilha do Amor, mas também Ilha Rebelde.

Rebelde, expulsou conquistadores.

Amorosa, conquistou admiradores.

Upaon-Açu nasceu índia. Quiseram-na francesa. Holandesa. Portuguesa. Rebelde – sempre –, recusou estes para, amorosa  – sempre –,  acolher todos... como brasileira.

Nesta Ilha brotaram maranhenses e aportaram outros brasileiros, além de estrangeiros. Gentes das várias regiões do país e forasteiros dos diversos continentes do mundo.

Por esse efeito de atração, Upaon-Açu é Ilha Magnética, Ilha Bela.

Sem preconceito, Upaon-Açu é cosmopolita, plurivalente, multicultural. É tanto Atenas quanto tanto é Jamaica.

Upaon-Açu é ilha só na Geografia mas é arquipelágica, plural, tentacular, na História, nas Artes, na Cultura, ou seja: na sua gente.

Em Upaon-Açu uniram-se cromossomos de interesses histórico-político-administrativos e socioeconômico-culturais e dessa união fizeram nascer cidades. A “alma mater”, São Luís, foi fundada em 1612 – e, por tão antiga, por/tão ancestral, muitas das vezes deixa passar ou assume a condição de ilha quando é, legal e honrosamente, município, mas não apenas: é município e capital, aliás, a única entre as capitais brasileiras com sua área territorial totalmente contida em uma ilha.

Depois de São Luís, a Ilha viu nascerem-lhe mais três filhos-municípios, mais três-cidades-filhas: São José de Ribamar, com fundação em 1627; Paço do Lumiar, em 1761; e Raposa, caçula, existente desde os anos 1940.

E é São Luís que se revela, para olhos e lentes. Máquinas e mentes.

É São Luís, imensa, que se contém neste livro. Do celuloide à celulose. Imagens bem impressas, impressões bem imaginadas.

Imagens atuais que trazem memórias ancestrais. A São Luís da História brasileira, quando o Brasil ainda não era Brasil, nem brasileiro. São Luís-ilha, terra tupi – tupinambás... tremembés... potiguaras... São Luís-porto, de Pinzón, primeiro trimestre de 1500, antes de Cabral (que aqui não aportou).

São Luís de Daniel. Daniel de La Touche, também de La Ravardière. São Luís equinocialmente França, trienalmente francesa: 1612-1615.

São Luís de Alexandre e de Jerônimo. Alexandre de Moura e Jerônimo de Albuquerque. Um expulsa os franceses; o outro, passa a administrar o lugar.

São Luís de Maurício e de Johann. Maurício de Nassau e Johann von Koin. São Luís novamente “estrangeira”, trienalmente holandesa (1641-1644).

São Luís novamente retomada. Portugueses e colonos em armas desarmam a continuação das ambições neerlandesas. Para os batavos, agora é vazão. Hora de evasão. Saída. Fuga.

São Luís das guerras e dos amores – Gonçalves Dias e Ana Amélia.

São Luís da lavra e palavra. Prosa e verso. Ficção e realidade.

São Luís em qualquer canto: música, canto, encanto.

São Luís histórica. Retórica. Pictórica. Escultórica.

São Luís carmelita. Jesuíta. Franciscana.

São Luís indígena. Europeia. Africana.

São Luís maranhense. Brasileira. Americana.

São Luís cultural  – patrimônio. Mundial.

São Luís dos desejos  –  miragem.

São Luís ao longe  –  paisagem.

São Luís das chegadas  –  ancoragem.

São Luís vida – aprendizagem.

São Luís casarões e ruas  –  viagens.

São Luís neste livro  –  Que imagens!

* EDMILSON SANCHES

Texto publicado originalmente no livro “Nossa São Luís”, de Brawny Meireles.

Rio de Janeiro (RJ), 03/09/2025 - Viviane Ferreira. Políticas afirmativas para o audiovisual negro. Foto: Marcus Leoni/Divulgação

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) promoveu nesta semana uma audiência no Congresso Nacional para debater o futuro das políticas afirmativas no setor do cinema. O encontro, convocado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, contou com a presença de parlamentares, lideranças do audiovisual e representantes da sociedade civil.

"As discussões em Brasília ocorrem em um cenário que a Apan considera um “ponto de inflexão” para o audiovisual brasileiro: de um lado, há conquistas recentes em políticas públicas; e, de outro, o desafio de consolidar a reparação histórica e o fortalecimento de uma indústria que reflita, de fato, a pluralidade e a potência da população negra, maioria no país’’, reflete a presidente da Apan, Tatiana Carvalho Costa.

Para a presidenta da associação, o momento é estratégico para a construção de um debate público capaz de sensibilizar diferentes setores da política nacional.

“Essa audiência pública foi super importante, sobretudo, neste momento em que se discute a reparação histórica. Ela pode ajudar em uma sensibilização do Parlamento, do poder público, nos estados e municípios, e da população em geral, para uma consciência maior sobre a importância da manutenção e ampliação das ações afirmativas no audiovisual, pensando também as empresas de pessoas negras e indígenas”.

Uma pesquisa publicada pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), em 2016, apontava que 2% dos diretores de filmes lançados comercialmente eram negros. Entre roteiristas, o índice era de apenas 4%.

Em 2019, um levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa/Uerj) revelou que, entre 142 longas-metragens brasileiros lançados, apenas um tinha sido dirigido por uma mulher negra até aquele ano. Entre 1908 e 2015, dos mais de 2,5 mil filmes brasileiros produzidos, menos de 1% tiveram protagonismo negro.

"Isso significa que, em mais de um século de cinema, a história da população negra foi apagada ou estigmatizada’’, reitera Márcia Cândido, do Gemaa.

Pesquisa do Gemaa sobre participação de mulheres no audiovisual em 2022 - Marcia Rangel é subcoordenadora de Pesquisas do Gemaa. Foto: Gemaa/Divulgação
Márcia Rangel

“As políticas afirmativas são fundamentais para promover uma participação mais diversa na produção audiovisual nacional. Elas garantem não só maior inclusão de grupos sociais como construtores de representação, como também impactam nas próprias representações criadas, com perspectivas sociais variadas que passam a chegar ao público”, complementa Cândido.

Natália Carneiro representou o o Geledés/Instituto Mulher Negra na audiência e ponderou que o cinema não é apenas uma indústria cultural.

"É um espelho e, mais do que isso, é uma máquina de fabricar imaginários. Ele define quem pode ser herói, quem pode ser protagonista, quem é sempre figurante. Ele ensina gerações inteiras a imaginar a si mesmas — ou a não se ver em lugar nenhum. E o que vemos hoje? Vemos que, historicamente, a população negra foi sistematicamente excluída do cinema brasileiro’.’

Durante sua explanação, Carneiro também citou o conceito de epistemicídio, uma destruição e apagamento de conhecimentos, saberes e culturas de povos não assimilados pela cultura ocidental. Segundo ela, isso se manifesta no cinema pela ausência de protagonistas, na redução de pessoas negras a estereótipos e na recusa em permitir que elas narrem suas próprias histórias.

"Não é apenas uma exclusão simbólica. É uma forma de negar humanidade’’.

Brasília (DF), 03/09/2025 - Pesquisadora Natália Carneiro. Políticas afirmativas para o audiovisual negro. Foto: Samyz Cruls/Divulgação
Natália Carneiro

Carneiro cita um levantamento ainda inédito do Geledés, que avalia a distribuição de recursos em quase três décadas de indústria cinematográfica.

"Identificamos que, em 2022, por exemplo, os homens brancos obtiveram cerca de 30 vezes mais investimentos públicos em seus filmes do que as mulheres negras”, complementa Natália Carneiro.

Participante da mesa de discussão na Câmara, a pesquisadora, cineasta e produtora Viviane Ferreira apresentou o estudo "Empresas audiovisuais vocacionadas para reparação histórica”.

"As empresas que atuam na reparação são aquelas atuantes no setor audiovisual que apresentem, em seu corpo societário, 50% ou mais de pessoas negras e ou indígenas com poder decisório sobre 50% ou mais das quotas societárias’’, definiu a cineasta.

Viviane Ferreira foi a segunda mulher negra no Brasil a dirigir individualmente um longa-metragem de ficção, sendo precedida por Adélia Sampaio, com Amor Maldito, em 1984.  Seu longa, Um Dia Com Jerusa (2020) aborda temas como a solidão e a ancestralidade da mulher negra, por meio do encontro de personagens de diferentes gerações.

Além de dados, o estudo da pesquisadora apresenta as questões que envolvem a produção cinematográfica e o que seria o "cinema negro", que ela define como "conjunto de movimentos cinematográficos, estético-políticos, integrados por corpos-negros territórios, munidos de poder de invenção e orientados pela liberdade poética para articular estéticas e subjetividades capazes de fortalecer trilhas e caminhos que conduzam corpos-negros à utopia do “bem viver” no imaginário coletivo social’’.

"Não adianta só fazer filmes. Precisamos também formar os nossos. Não adianta só fazer filmes, temos que ter uma empresa para fazer filmes. Não adianta só fazer filmes, tem que aprender a captar recursos. Então, sem fortalecimento de nossas empresas, não estamos em um lugar de tranquilidade fazendo filmes".

(Fonte: Agência Brasil)