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Ministros da Educação de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe, países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), participaram nessa sexta-feira (16), em Salvador, de uma reunião para assinar uma declaração de cooperação mútua na área educacional.

“Estamos aqui muito longe de tratar de temas abstratos”, declarou o ministro Mendonça Filho, presidente ‘pro tempore’ da CPLP no Brasil. “Nossas delegações nos trouxeram recomendações práticas de projetos que terão efeitos concretos no dia a dia de nossas populações. O nosso papel aqui é de fundamental importância para darmos início a esses projetos e a essas recomendações”.

Mendonça Filho aproveitou a oportunidade para destacar ações concretas que o Brasil se propõe a continuar realizando com os países-membros da CPLP: “Seguiremos com a formação de professores em língua portuguesa e a capacitação de professores e alfabetizadores para jovens e adultos. Todos os estudos mais recentes sobre aprendizagem são unânimes em mostrar que os professores desempenham papel absolutamente central. Por isso julgamos que investir em sua capacitação será instrumental para melhorar o desempenho de nossos estudantes. O ensino profissional e técnico, por sua vez, tem sido apontado consensualmente como um dos estímulos mais potentes para inserção no mercado de trabalho de profissionais capazes de responder às mudanças aceleradas no mundo da produção e inovação”.

Compromisso

O prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, falou sobre a satisfação de sua cidade ter sido escolhida para sediar um evento que debate um tema tão importante para a educação. Aproveitou para afirmar que a capital baiana é muito comprometida com a integração de países de língua portuguesa: “Apesar da distância geográfica, nos aproximamos desses países por conta dos problemas, dos desafios e dos objetivos futuros. Eventos como esse ajudam a compartilhar políticas públicas e experiências que podem ser socializadas entre esses países”.

A coordenadora do setor de educação da Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Rebeca Otero, frisou a importância para a instituição em participar dessa iniciativa. “A CPLP é uma rede que nós temos trabalhado bastante”, informou. A África e os países da CPLP são prioridade para a Unesco”.

Entre os temas da conferência, está a definição de ações a serem implementas pelos países-membros até 2020, período de vigência do Plano de Ação de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP, aprovado durante a nona reunião dos ministros, realizada em Díli, no Timor-Leste, em 2016. O escopo desse plano beneficia atividades, projetos e programas de cooperação multilateral nos domínios da educação e da formação tecnológica profissionalizante.

Outros itens constantes na pauta da 10ª Reunião de Ministros da Educação da CPLP foram o processo de alfabetização e o acesso equitativo e universal à educação de qualidade em todos os níveis – presente na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas –; o compromisso de fortalecer a cooperação multilateral no domínio da educação pelos países da comunidade e a promoção de uma educação inclusiva de qualidade, assim como oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para as gerações presentes e futuras da CPLP.

Pnae

Os representantes da CPLP também debateram a realização de ações de educação alimentar e nutricional que incentivem o consumo de alimentos saudáveis, essenciais ao crescimento, desenvolvimento e aprendizagem dos alunos em todos os países-membros.

Silvio Pinheiro, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC, falou sobre a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar brasileiro (Pnae): “O Pnae tem mais de 60 anos e atende a 40 milhões de crianças, com 50 milhões de refeições/dia. Nós investimos, anualmente, R$ 4,2 bilhões em alimentação escolar. Isso nos dá a certeza da manutenção de muitas crianças na escola, e sabemos que diversas dessas crianças vão às aulas por conta dessa alimentação”.

Por fim, a conferência avaliou, até o momento, o desempenho do Brasil durante a presidência “pro tempore” da CPLP, recebida em novembro de 2016 e que se estenderá até o fim deste ano. Para a secretária-executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, o MEC tem demonstrando grande empenho, ao longo dessa gestão, em fazer avançar a agenda da educação no âmbito da nossa unidade. “Esse empenho tem se refletido na realização de importantes encontros técnicos e de formação, como a reunião técnica sobre o ensino profissional, o curso de aperfeiçoamento para docentes da educação básica em língua portuguesa e a primeira oficina sobre boas práticas de alfabetização e educação para jovens e adultos”, enumerou.

Além de Mendonça Filho, estiveram presentes ao encontro representantes dos ministérios da Educação de Portugal e do Timor-Leste, além da secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Ivana de Siqueira, e da secretária de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC, Eline Nascimento.

(Fonte: MEC)

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O Ministério da Educação liberou, na última quinta-feira (15), R$ 344.864.589,28 em recursos financeiros para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Os recursos serão repassados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC que operacionaliza o pagamento às redes de ensino estaduais, distrital e municipais.

“O Pnae garante a alimentação de cerca de 42 milhões de estudantes por dia, o que representa 54 milhões de refeições diárias”, destaca o ministro da Educação, Mendonça Filho. “É um programa que busca garantir uma alimentação de qualidade, que supra as carências nutricionais dos estudantes durante sua permanência na escola”. No próximo dia 31 de março, o programa completa 63 anos.

Pelas regras, um mínimo de 30% dos recursos repassados pela União deve ser aplicado na compra de gêneros alimentícios vindos da agricultura familiar, de maneira a movimentar as economias locais. Os valores financeiros devem ser aplicados na aquisição e na distribuição da alimentação escolar dos estudantes matriculados em escolas públicas, filantrópicas, comunitárias e confessionais, da creche ao ensino médio, além da educação de jovens e adultos. São beneficiados todos os estudantes da rede pública, incluindo escolas urbanas e rurais, de áreas remanescentes de quilombos e das aldeias indígenas.

(Fonte: MEC)

O Ministério da Educação (MEC) adiou, para a próxima sexta-feira (23), o prazo para divulgação da lista de pré-selecionados na modalidade P-Fies, do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Inicialmente, a divulgação ocorreria nessa sexta-feira (16).

Serão oferecidas 75 mil vagas, nos primeiros seis meses de 2018, aos candidatos com renda mensal de até cinco salários mínimos por pessoa da família. Nesta versão, o agente financeiro do empréstimo será um banco privado.

O P-Fies se destinada à concessão de financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC. As condições para concessão do financiamento ao estudante serão definidas entre o agente financeiro operador do crédito (banco), a instituição de ensino superior e o estudante.

Segundo as regras gerais do Fies, o valor mínimo a ser financiado é de R$ 50 por mês. O percentual de financiamento dos encargos educacionais será definido de acordo com o comprometimento da renda familiar mensal bruta “per capita” e do valor da mensalidade.

(Fonte: Agência Brasil)

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) encerra, nesta sexta-feira (16), a coleta de dados da segunda etapa do Censo Escolar, o módulo Situação do Aluno. Todas as escolas públicas e privadas que participaram da fase anterior, referente às matrículas iniciais, deverão declarar agora, por meio do sistema on-line  Educacenso, informações sobre movimentação escolar e rendimento dos estudantes observados ao término do ano letivo.

Posteriormente, esses dados prestados pelos estabelecimentos de ensino serão usados para calcular taxas de aprovação e abandono escolar, auxiliando na implementação de políticas públicas.

Os resultados preliminares da segunda etapa poderão ser consultados via Educacenso no dia 2 de abril, nos Relatórios Gestores. De 2 a 16 de abril, estará aberto o prazo de retificação dos dados preenchidos pelas escolas, na própria tela do módulo Situação do Aluno. A publicação final dos resultados está prevista para 14 de maio.

O Inep destaca que os números da segunda etapa compartilhados pelas escolas são especialmente importantes neste ano, em razão do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb), cuja apresentação é bienal. Criado pelo instituto em 2007, o Ideb sintetiza o fluxo escolar e o grau de aprendizagem. O índice reúne médias de desempenho obtidas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), por meio da Prova Brasil, que aprecia o nível de assimilação dos conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática, e resgata as taxas de aprovação a partir das informações de rendimento declaradas no módulo Situação do Aluno do Censo Escolar.

Com variação de 0 a 10, o Ideb tem metas que se diferenciam conforme a realidade de cada escola. Ainda assim, estabeleceu-se um objetivo único de se alcançar 6 pontos até 2022, média correspondente ao sistema educacional dos países desenvolvidos. O indicativo mais recente, de 2015, aponta 5,5 pontos para os anos iniciais do ensino fundamental, 4,5 para os finais do fundamental e 3,7 no âmbito do ensino médio. Somente o primeiro dos três atingiu o mínimo esperado. As metas eram de 5,2, 4,7 e 4,3 pontos, respectivamente.

(Fonte: Agência Brasil)

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Um grupo de estudantes de Campinas, no interior paulista, desenvolveu um método de baixo custo para tratar água de cisternas no semiárido brasileiro. O sistema, desenvolvido por três alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Bento Quirino, produz cloro a partir da eletrólise – processo químico feito com eletricidade – de uma solução de água com sal. O protótipo prevê ainda o uso de energia solar para o processo, beneficiando comunidades que não só dependem da água da chuva, mas que também não tem acesso ao fornecimento de eletricidade.

A ideia foi premiada, no ano passado, pelo Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, levando Beatriz Ruscetto da Silva, Matheus Henrique Cezar da Silva e Gabriel Gertrudes Trindade para conhecer a capital da Suécia. Lá, eles tiveram a oportunidade de conhecer projetos semelhantes de todo o mundo, além de ouvir opiniões qualificadas sobre a própria proposta. “Foi surreal, até hoje parece que foi só um sonho. Nenhum de nós três já tinha viajado de avião e, nessa viagem, ficamos mais de 10 horas no avião. O pessoal da organização do prêmio nos tratou muito bem, com muito amor e, até hoje, somos amigos desse pessoal”, lembra Beatriz sobre a experiência.

Durante a viagem, o grupo teve a oportunidade de conhecer projetos de outros países e se impressionou com o que foi desenvolvido pelos norte-americanos Ryan Thorpe e Rachel Chang. O sistema elaborado pelos estudantes identifica na água as bactérias sighella, da cólera e da salmonela, mais rápido do que os métodos convencionais e também permite a eliminação imediata dos micro-organismos.

Foi o contato com outro projeto, de um colega de classe, que deu início ao desenvolvimento do STAC-IBR, que ganhou o prêmio sueco. “A ideia nasceu graças ao projeto do nosso amigo Lucas Gabriel: ele fazia eletrólise, mas descartava o gás cloro. Pensamos logo em como utilizar o cloro da eletrólise. A primeira ideia foi em tratar a água. A partir daqui, começamos a pesquisar como isso seria feito e para quem seria feito”, conta a estudante.

Desafios

Para conseguir desenvolver o protótipo, os estudantes do curso técnico em eletrônica tiveram que investir em conhecimentos fora das disciplinas convencionais. “Não foi nada fácil”, enfatiza Beatriz. “Tivemos que aprender química em pouco tempo. Antes do projeto, nunca havíamos entrado em um laboratório de química, aprendemos muito”.

O novo desafio envolveu também o estudo das condições atmosféricas. “Tivemos dificuldade nos testes porque não chovia muito e precisávamos da água da chuva. Outra dificuldade foi estar em São Paulo e fazer um projeto inteiramente dedicado ao Nordeste brasileiro”, comenta.

Apesar da premiação, o projeto ainda precisa ser testado no local para passar pelos ajustes necessários à instalação. Segundo Beatriz, seria importante, por exemplo, verificar a fixação do equipamento no solo. “E se as altas temperaturas influenciariam muito no processo e, principalmente, como a população se adaptaria”, enumera.

Mas agora que deixaram o ensino médio e entraram no superior, os estudantes têm menos tempo para dedicar ao projeto e tentar viabilizar o uso prático do equipamento. “Como o projeto começou durante o ensino médio, ficávamos o dia todo juntos. Agora, cada um está em uma universidade diferente, atrás de trabalho. Os encontros diminuíram”, conta Beatriz, que, agora, estuda na Faculdade de Química na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Prêmio em 2018

Para a edição deste ano do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, está aberta até 20 de março a votação popular para selecionar o melhor trabalho brasileiro. Qualquer pessoa pode votar, acessando a página do prêmio no Brasil.

Os representantes do Brasil serão conhecidos na manhã da próxima quarta-feira (21), na Vila Cidadã do 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília.

(Fonte: Agência Brasil)

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Reunidos na capital cearense, secretários de diversos Estados discutiram, nessa segunda-feira (12), a proposta do Ministério da Educação (MEC) para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio. Os secretários alegaram que não tiveram tempo para conversar com os técnicos dos Estados que participaram de reuniões sobre a BNCC na última semana e pediram mais tempo para tentar consolidar uma posição única.

“Eu não estou com uma visão completa da base para que se possa chancelar o que está apresentado. Peço essa reflexão para que possamos tomar uma decisão com bastante pé no chão, porque as consequências podem ser não esperadas”, disse o secretário do Distrito Federal, Júlio Gregório Filho.

O presidente do Consed, Idilvan Alencar, também pediu que não se acelere a discussão sobre a base curricular. “Temos que ter responsabilidade. Se a discussão não for bem feita, não respeitar as etapas, quem implanta a base é professor na sala de aula. Eu não aposto em nenhum projeto se os professores não tiverem adesão”.

A expectativa do MEC é encaminhar a proposta da base para o ensino médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE) até o fim do mês, quando também será lançada uma plataforma de consulta pública para colher sugestões para o documento. A expectativa é que esse currículo esteja pronto para ser aplicado no ano que vem.

O secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares, disse que o posicionamento do Consed está de acordo com as expectativas do ministério. Segundo Rossieli, é importante que seja única a opinião do conselho sobre a BNCC. “A percepção dos secretários é sempre muito importante para dar um norte de condução da discussão por parte do ministério e até do próprio CNE, que, quando receber, vai conduzir a discussão”, acrescentou Rossieli.

Implementação

O presidente do Consed orientou os secretários a não aplicarem a reforma do ensino médio nos Estados antes da aprovação da BNCC. “A reforma não pode ser implementada antes da base. Tem algumas questões na base que são definidoras, são macro, e a reforma são os itinerários em função da base".

Para Idilvan Alencar, só pode haver reforma do ensino médio no país se professor e aluno opinarem sobre ela. "Aqui no Ceará, vai ser dessa forma, e, eu enquanto presidente do Consed, também recomendo a todos os Estados. Acho que a gente não pode estar implantando reforma do ensino médio sem discussão com professor. Pode dar problema”, afirmou Alencar.

Ele explicou que a grande mudança da BNCC do ensino médio é que ela vai ser estruturada por área de conhecimento, e não mais por disciplinas como foi feito no ensino fundamental. “Então, temos que saber como vai ser essa transição sem assustar as pessoas, porque o conteúdo das disciplinas vai constar dos componentes curriculares. Cada Estado que vai ter como objetivo construir o currículo vai colocar a disciplina nos seus currículos”, disse.

A base para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada e homologada no fim do ano passado. O documento vai orientar os currículos da educação básica e estabelecerá conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam.

(Fonte: Agência Brasil)

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Secretários de Educação de todo o país estarão nesta segunda-feira (12) e amanhã, em Fortaleza, para a primeira reunião de 2018 do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Durante o evento, os secretários vão validar o texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio que está sendo elaborado pelo Ministério da Educação (MEC).

A versão preliminar da BNCC já foi apresentada aos secretários estaduais em reunião realizada no mês passado. Após sugestões dos secretários e dos técnicos responsáveis pela coordenação da implementação nos Estados, foram feitas adaptações que serão validadas agora no fórum do conselho.

A BNCC do Ensino Médio deve ser enviada até o fim do mês pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que tem de analisar e aprovar o documento antes de começar a valer. A base para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada e homologada no fim do ano passado. O documento vai orientar os currículos da educação básica e estabelecerá conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam.

No encontro dos secretários, em Fortaleza, também serão analisados os dados do Censo Escolar de 2017. O Ministério da Educação vai fazer uma apresentação dos programas de formação de professores anunciados recentemente pelo governo.

(Fonte: Agência Brasil)

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A Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (Cáritas Rio), que atua há 40 anos na busca pela proteção e promoção social dos direitos de refugiados e solicitantes de refúgio, assinou convênio com a Universidade Veiga de Almeida (UVA) para concessão de cinco bolsas integrais a refugiados que poderão cursar graduação naquela instituição de ensino. A iniciativa permite que esses refugiados possam reconstruir suas vidas profissionais.

Os primeiros alunos que ingressarão na universidade, que fica no Bairro do Maracanã, por meio da parceria, são da República Democrática do Congo, Gâmbia e Venezuela e estão na faixa etária de 23 a 50 anos.Vão cursar Relações Internacionais, Fisioterapia e Ciências da Computação.

O processo seletivo é feito pela Cáritas e inclui verificação de documentação exigida pelo Ministério da Educação (MEC) para matrícula no ensino superior, que é a conclusão do ensino médio, com documento comprobatório, traduzido ou não, declaração sobre a escolha da graduação e entrevista pessoal com a equipe acadêmica da UVA.

No caso das primeiras bolsas concedidas, foi feito contato com os refugiados que foram pré-selecionados e que corresponderiam ao perfil estabelecido.

“Nós fizemos uma seleção entre eles para ver quem estava mais apto a entrar”, disse à Agência Brasil a coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (Pare) da Cáritas Rio, Aline Thuller.

Importância do intercâmbio

O pró-reitor de graduação da UVA, Carlos Eduardo Nunes-Ferreira, afirmou que é função da universidade se manter aberta à demandas da sociedade e do mundo. “O ingresso dos cinco novos alunos não é somente motivo de orgulho para a UVA; é também a possibilidade de um rico intercâmbio de culturas para nossos alunos e professores”, disse. A ideia é realizar a cada ano, em todo o primeiro semestre, novas seleções para bolsas integrais.

“A gente fica muito animado com isso, porque a notícia já se espalhou e outras pessoas que a gente não tinha selecionado estão demonstrando interesse. A gente fica feliz porque entende que essa possibilidade que a Veiga de Almeida abre é, na verdade, um passo muito importante na vida dessas pessoas. A gente fala em integração local e pensa na inserção no mercado de trabalho. Mas o que a universidade está fazendo é abrindo a possibilidade para que eles se integrem com ainda mais dignidade no país; que eles possam realizar sonhos, mas também possibilitar que eles se insiram na sociedade brasileira com qualificação”, destacou Aline Thuller.

Por isso, a Cáritas Rio vê com grande alegria a parceria com a UVA e seu futuro desdobramento. “É uma parceria muito importante para a gente”, completou a coordenadora. Ela acredita que essa primeira prática com a universidade poderá ser replicada por outras instituições privadas e públicas, para que abram oportunidades para que refugiados estudem.

Segundo Aline, já há conversas avançadas com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e com a Universidade Federal Fluminense (UFF) visando a elaboração de vestibulares diferenciados para refugiados.

O perfil dos bolsistas

Mariama Bah veio de um país (Gâmbia) onde o destino das mulheres é bem definido na sociedade: casar, ter filhos e cuidar da casa. Ela casou cedo, aos 13 anos, e teve uma filha, aos 14 anos, mas conseguiu fugir e chegou em 2013 ao Brasil, onde cursou o ensino médio, concluído no ano passado, graças à intervenção da Cáritas Rio.

Mariama disse à Agência Brasil que escolheu cursar Relações Internacionais no “campus” Tijuca “porque tem muito a ver comigo, com os sonhos, com o que eu quero fazer na minha vida”.

Lembrou que teve a filha, hoje com 15 anos, muito jovem ainda, ao sair da escola. Sonhava, porém, em ter educação superior. “Dentro da minha família, nenhuma mulher tem educação superior. Não tem ensino médio, muito menos faculdade. Era um sonho fazer isso [estudar]”, confessou.

Desde criança, Mariama fez trabalhos voluntários nas entidades como a Cruz Vermelha, mas nunca imaginou que um dia seria refugiada e que precisaria que outras pessoas fizessem algo por ela.

Atualmente com 29 anos, ela acredita que a bolsa concedida pela universidade vai proporcionar lutar para levar educação às mulheres e jovens.

“A gente pode passar muitas coisas na vida, mas pode vencer com educação. Eu me sinto bem fazendo isso, falando para as meninas que nosso lugar não é na cozinha ou só cuidando dos filhos. Eu não sou contra isso, mas acho que você não precisa deixar de ser o que quer ser para se dedicar só ao casamento”, salientou.

Na última quinta-feira (8), ela teve sua primeira aula na universidade e está confiante que vai ser a primeira mulher universitária de seu país. Mariama mora em Cabuçu, bairro do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Os quatro demais primeiros bolsistas do convênio com a UVA são Kabagambe Magbo Sammy, da República Democrática do Congo, que vai estudar Ciências da Computação no “campus” Tijuca; Oscar Orlando Santander Rodriguez, da Venezuela, advogado e ex-funcionário de uma empresa estatal venezuelana, vai fazer Relações Internacionais no “campus” Barra; Isamar Andreína Suárez Suárez, da Venezuela, ex-atleta de alto rendimento de Rugby, vai cursar Fisioterapia, no “campus” Tijuca; e Ana Maria Guerra Herrera, também da Venezuela, escolheu a graduação em Fisioterapia.

(Fonte: Agência Brasil)

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O Atlas, maior detector de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), vai adotar, este ano, um sistema atualizado de filtragem “on-line” de elétrons desenvolvido por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Cern é o maior laboratório de física de partículas do mundo e investiga a origem do universo. Versão anterior do sistema denominado Neuralringer, da Coppe, foi aprovado pelo Cern em 2016 e utilizado no ano seguinte.

A solução foi desenvolvida por um grupo de cientistas, sob a supervisão do professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, José Manoel de Seixas, que coordena a equipe brasileira no Atlas. “Foi feita uma nova atualização do sistema, e a gente vai começar a colidir durante 2018, antes que o Atlas pare para novos “upgrades” (avanços) e para retomar com a máquina colidindo mais forte do que está colidindo agora”, disse Seixas à Agência Brasil.

O sistema da Coppe possibilitará ao Cern fazer novas descobertas com menor custo financeiro. A estimativa é que o Cern deixe de comprar até 10 mil computadores com quatro núcleos de processadores cada um, o que significa economia em torno de US$ 80 mil, informou o professor da Coppe.

Choques

No momento, o Cern está aumentando o número de choques entre prótons para ampliar os eventos físicos, essenciais à investigação e à descoberta de possíveis novas partículas, a exemplo do que ocorreu com o bóson de Higgs, a chamada "partícula de Deus", em 2012. A comprovação da existência do bóson de Higgs rendeu aos cientistas Peter Higgs e François Englert o Prêmio Nobel de Física de 2013.

O objetivo agora é descobrir se o bóson de Higgs é único ou se se desdobra em outros modelos. “A gente agora quer ver coisas que são ainda mais raras. Agora, eu faço uma colimação maior e aumento muito as chances de bater próton com próton”, explicou Seixas. A ideia é com menos tempo descobrir coisas mais complicadas.

“A experiência pressupõe identificar eventos dessas colisões que são muito raros”, afirmou Seixas. Os pesquisadores do Cern querem aumentar o número de eventos por colisão de 25 para 88, este ano, elevando para 200, até 2024. Isso aumentaria, exponencialmente, o volume de dados produzidos de interesse científico.

O Neuralringer permite encontrar eventos físicos de interesse nesse "palheiro" que não para de crescer. “A gente é capaz de rejeitar mais rapidamente os eventos que não têm chance de interessar ao Atlas e que antes dependiam de uma análise de processamento de imagens que era muito pesada”.

Intercâmbio

Em dezembro do ano passado, um projeto de pesquisa visando ao aperfeiçoamento do algoritmo do Neuralringer foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub). O edital prevê o intercâmbio de pesquisadores da Coppe, da Université Paris VI (Pierre e Marie Curie) e da Université Clermont-Ferrand (Blaise Pascal), com duração de quatro anos, até 2021.

A parceria entre a Coppe e o Cern começou há cerca de 30 anos. Em 1988, um grupo formado por professores da Coppe visitou, pela primeira vez, as instalações do Cern, na Suíça. A partir de então, ficou estabelecida parceria que é mantida até hoje com vários projetos comuns, informou a assessoria de imprensa da Coppe/UFRJ. (Alana Gandra)

(Fonte: Agência Brasil)

O ensino da matemática pode ir muito além do giz e quadro-negro. É possível, por exemplo, usar o tato para compreender um gráfico de plano cartesiano. Os alunos com deficiência visual do professor Rubens Ferronato sabem exatamente como é essa sensação. O paranaense teve que se reinventar em sala de aula para poder tornar acessível um conteúdo complexo: os cálculos matemáticos. Essa iniciativa rendeu a ele diversos prêmios e uma indicação para a final do prêmio Global Teacher Prize. Ferronato é o único brasileiro entre 50 docentes finalistas.

Depois de uma primeira tentativa frustrada de trabalho com um jovem cego, em 1998, o professor de matemática recebeu, novamente, a missão de tentar lecionar para deficientes visuais, em 2000. Ferronato relata que em suas primeiras aulas para Ivã José de Pádua, o único aluno cego da turma, procurava relacionar o que estava ensinando a exemplos do dia a dia, nos mínimos detalhes. Mas, depois de certo tempo, o estudante começou a se desinteressar pelo conteúdo. “Então, toda aquela expectativa do primeiro dia virou frustração”, conta ele. “Eu não queria perder esse aluno. E por quê? Porque, quando ele estava presente, eu tinha que conduzir a aula de uma forma melhor”.

Rubens decidiu que precisava encontrar uma forma de atrair o estudante e foi atrás da estratégia certa. Procurou uma loja de materiaL de construção e comprou uma placa de eucatex perfurada, a fim de montar um plano cartesiano, com seus eixos X e Y, com ajuda de rebites e elástico. Nascia, assim, a ferramenta pedagógica Multiplano. O professor descreve como Ivã José reagiu ao novo instrumento de ensino. “Ele chegou, começou a tocar naquele material e a questionar. Em poucos minutos, reconheceu o plano cartesiano inteiro e já estava montando gráficos, quando me disse: ‘olha que absurdo, eu passei uma vida inteira ouvindo dos professores que eu nunca ia conseguir fazer um gráfico. Agora, está aqui na minha mão, estou entendendo’”.

Inclusão

Depois daquele momento, Ferronato percebeu que Ivã, além de aprender novos conceitos, também passou a interagir mais com os colegas. Ao ajudar um jovem cego a superar barreiras que antes pareciam intransponíveis, Rubens percebeu um novo conceito de inclusão: a interação social em sala de aula por meio do professor. Ele afirma que, se ganhar o prêmio Global Teacher Prizer, pretende aplicar o dinheiro no aperfeiçoamento e na disseminação do multiplano.

“O plano inicial é traduzir meu método para as 12 línguas mais faladas do mundo e visitar, no período de 10 anos, 30 países” promete. “Levar para fora essa metodologia que a gente desenvolveu aqui. E, dentro do Brasil, a expectativa é trabalhar em todas as capitais nos próximos dois ou três anos”, adianta o professor. O resultado do prêmio Global Teacher Prize 2018 será anunciado no dia 18 de março, em Dubai.

Na opinião de Ivã, iniciativas como a do Multiplano podem mudar a vida de muitas pessoas com deficiência como ele. “Sempre acreditei que as pessoas cegas têm que lutar bastante. Costumo brincar que a gente precisa matar um leão por dia para mostrar que é capaz, e as pessoas ainda torcem pelo leão. Nós temos que lutar para garantir uma maior acessibilidade no mercado de trabalho. Se eu não tivesse me matriculado em um curso tão difícil como o de ciência da computação, talvez o Multiplano não tivesse existido”.

(Fonte: MEC)