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Concerto no Rio une alunos e músicos da Orquestra Petrobras

A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPS) e sua Academia Juvenil subiram, pela primeira vez, ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para um concerto conjunto, em comemoração ao Dia dos Pais, neste domingo (13), às 11h. Os ingressos tiveram preço simbólico de R$ 2 e puderam ser adquiridos tanto na bilheteria física do teatro quanto na internet. A classificação etária foi livre, e o concerto teve duração de 60 minutos.

“Os alunos estão muito contentes, porque o sonho de todo jovem que quer tocar um instrumento é, um dia, chegar a uma orquestra profissional. Então, a OPS dá essa oportunidade, para que eles sintam esse gostinho. Estão superanimados, embora um pouco ansiosos, como é normal, porque eles querem render bem. Estão do lado de seus professores, dos músicos da orquestra. É muito bacana esse momento para eles”, destacou em entrevista à Agência Brasil o maestro Sammy Fuks, professor da Academia Juvenil.

Ele e o também regente Tomaz Soares dividiram o palco no concerto do domingo. Ambos são músicos da OPS, sendo o primeiro flautista e, o segundo, violinista. Regente da Academia Juvenil desde 2019, Fuks comentou que alguns alunos nunca pisaram no palco do Municipal para fazer uma execução musical. O local é considerado sagrado para o Rio de Janeiro porque por ali passam, sempre, grandes músicos, artistas, bailarinos.

“É uma grande honra para eles tocarem naquele palco”, diz Fuks. A Academia Juvenil da OPS realiza, em média, dois concertos por semestre, sendo o mais importante o do encerramento do ano letivo. Os jovens já se apresentaram em espaços importantes, como a Sala Cecília Meireles. “Eles tocam sozinhos, porque precisam também ter essa autonomia e se defenderem, sem a ajuda dos professores e dos músicos da OPS do lado”.

Repertório

O repertório do concerto integrado trouxe músicas que passeiam do clássico ao popular, incluindo obras de Beethoven, Bizet, Brahms, Villa-Lobos e da dupla Sivuca e Glória Gadelha, cuja música Feira de Mangaio ganhou arranjos sinfônicos da violinista Ágatha Lima, aluna egressa da Academia Juvenil. Ágatha entrou na terceira turma do projeto quando tinha apenas 14 anos e, atualmente, faz pós-graduação em Viena, na Áustria.

Ao todo, participaram do concerto de integração 71 músicos, dos quais 29 são alunos da Academia Juvenil e 27 são da Orquestra Petrobras Sinfônica. Desses, 15 são professores do projeto. Além deles, houve 15 músicos convidados, entre jovens universitários e concertistas egressos da própria Academia Juvenil.

O maestro Tomaz Soares destacou o fato de os alunos apresentarem diversidade em origens, gêneros e credos, o que amplia a representatividade em cena. Entre os alunos da academia, 60% são pretos e pardos e 30%, mulheres, o que impacta de forma positiva no futuro da música de concerto, na avaliação de Soares. Ele é professor da Academia Juvenil da OPS desde 2012, quando ela foi criada.

A Academia Juvenil oferece, gratuitamente, um ciclo de estudo de dois anos a jovens oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias, preparando-os para o teste de habilidade específica (THE), exigido dos músicos para o ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Aprovação

A coordenadora pedagógica da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, Monique Andries, considera que o concerto de integração demonstra a importância do projeto socioeducativo pelo qual passaram 150 alunos, desde sua criação. O projeto começou só com cordas e expandiu também para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de dois anos do projeto. A média de aprovação no THE alcança 97%. Mas, nos últimos três anos, tem atingido 100%, informou Monique à Agência Brasil. “Todos os academistas que fizeram o teste foram aprovados”.

Para ingressar na Academia Juvenil da OPS, o interessado já tem que saber tocar um instrumento e entender de leitura de partitura. É exigido também solfejo (leitura cantada das notas musicais de uma partitura). É feita uma audição anual, geralmente em fevereiro. “As vagas dependem da necessidade que se tem a cada ano. A procura é muito grande. Eles passam por uma banca da OPS, composta de professores da academia, que selecionam os que estão mais avançados”, explica o maestro Sammy Fuks.

A idade mínima é 15 anos e, a máxima, 20. “A gente pega esses alunos que estão querendo se profissionalizar e, principalmente, querendo entrar nas universidades de música federais”, diz o maestro. Na academia, eles têm aulas de teoria e percepção musical e prática de orquestra. Os 29 alunos do projeto se dedicam ao aprimoramento dos seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompete, trompa e percussão.

Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais conceituadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita por distintos estilos e linguagens. Seu diretor artístico e maestro titular é Isaac Karabtchevsky, um nome consagrado no panorama nacional e internacional.

(Fonte: Agência Brasil)