Skip to content

É uma questão de tempo…*

“QUE DEUS (ME) PERDOE”...

– E Ele haverá de perdoar, pois Ele pode tudo – até mesmo não reparar em um erro meu em um texto sobre o Filho d’Ele...

*

No texto “Minha Paixão”, que compartilhei aqui, nesta manhã, escrevi:

“29 de março de 2024. Sexta-feira da Paixão. Daqui a pouco, às 3 horas da tarde, Cristo dará seu último suspiro [...]”.

Era para eu ter escrito: “Daqui a pouco, às 3 horas da tarde [...]”– como estava em versão anterior do texto.

Quando percebi, já havia feito os compartilhamentos... Aí, deu uma moleza... [rs] refazer tudo e reenviar... Então, envio esta explicação.

Devo ter feito a troca dos tempos porque estava esticando o pensamento e lembrando de minhas memórias do Sábado de Aleluia, a brincadeira do Judas, os furtos de galinhas, as brigas e desforras entre crianças, as promessas de pisa da mãe se fizesse algum malfeito... Por tudo isso e muito mais, “não mais que de repente” a palavra “Amanhã [sábado]” saiu da mente para a tela... e ocupou o lugar do texto, que deve ser: “Daqui a pouco, às 3 horas da tarde [desta Sexta-Feira], Cristo dará seu último suspiro [...]"

Pois é, no processo de escrever, como se diz, o pensamento voa e as palavras vão a pé...

Os ingleses e os latinos (não necessariamente nesta ordem...) tentam nos desculpar, a nós os mortais que se metem a registrar tempos e sentimentos com letras – em vez de com prédios, pontes, pinturas, esculturas, fotografias...

Os ingleses chamam a isso de “phrozen photography”, que é a imagem da palavra ou do texto que se congelada no cérebro e que se impõe ao que deve estar no texto.

Os latinos, bem mais antigos, denominaram “lapsus calami” ao "erro acidental ao escrever", como, curto cirúrgico, diz o dicionário escrito com bisturi. (O latim “calamus”, com origem no grego “kálamis”, é uma espécie de instrumento, uma haste feita de cana ou junco que, após embebida em tinta, era utilizada para se escrever no papel de antigamente – os papiros e pergaminhos. Simbolicamente, "cálamo" (a grafia em Português) designa a pena com que os escribas e escritores escreviam. Assim, a tradução de “lapsus calami” também pode ser “erro [lapso] ao correr da pena”, isto é, durante o escrever. Há, ainda, a expressão “currente calamo”, locução adverbial que significa “de maneira espontânea, despreocupada; sem parar para pensar” [Houaiss, 2009].

Pois bem: Se o Bom Deus não puder perdoar meus pecados capitais, mortais, que Deus perdoe esse pecado venial, superficial...

E Ele, creio, haverá de perdoar, pois Ele pode tudo...

– até mesmo não reparar em um pequeno erro meu em um texto sobre o Grande Filho d’Ele...

* EDMILSON SANCHES.

FOTO:

Às vezes, sob o peso da “cruz” de escrever, comportamo-nos como a bela criança da imagem: estamos carregados de boa vontade, de sentimentos, de compaixão, de esforço – mas nos faltam, a nós adultos, a graça, a leveza, a beleza da inocência...