Neste domingo,
Vamos concordar
1ª) Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR ou CHEGAREM à final?
O uso do infinitivo sempre nos dá dor de cabeça.
Temos, aqui, um caso polêmico. Há quem considere um caso de concordância facultativa, ou seja, as duas formas estariam corretas. Por outro lado, há quem só considere correta a concordância no singular.
É importante observarmos que, no exemplo, temos duas orações: “Vascaínos só precisam de um empate” (oração principal) + “para chegar à final” (oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo). A concordância do infinitivo no plural se justificaria porque seu sujeito determinado simples (eles = os vascaínos) está no plural: “Vascaínos só precisam de um empate para (eles) CHEGAREM à final”. A concordância do infinitivo no plural seria aceitável, mas não obrigatória.
A maioria dos estudiosos, porém, prefere seguir a regra clássica que determina o uso do infinitivo não flexionado quando o sujeito do infinitivo for o mesmo da oração principal: “Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR à final”.
Sugiro o uso do infinitivo no singular, porque é uma concordância indiscutivelmente correta e aceita por todos.
2ª) É maior o número de pessoas que TENTA ou TENTAM diagnosticar a doença?
Maior é o número, mas quem tenta diagnosticar a doença são as pessoas. Em razão disso, a concordância correta é: “É maior o número de pessoas que TENTAM diagnosticar a doença”.
3ª) Grande parte das vítimas É CRIANÇA ou SÃO CRIANÇAS?
Trata-se de uma concordância facultativa. Pela concordância lógica, o verbo concorda com o núcleo do sujeito (= parte) no sigular: “Grande parte das vítimas é criança”. Hoje em dia, é incontestável a preferência pela concordância atrativa, isto é, o verbo concorda no plural com o especificador (= vítimas): “Grande parte das vítimas são crianças”.
4ª) A professora tinha uns TRINTA ou TRINTAS anos?
O correto é: “A professora tinha uns TRINTA anos”. Os numerais não fazem flexão de número.
Os numerais só apresentam plural quando são substantivos (= nomes dos numerais): “No meu CPF, há três OITOS”.
Para ficar claro, observe a comparação:
1ª) “A criança comeu QUATRO biscoitos” (numeral sem flexão);
2ª) “Na prova de ontem, houve dois QUATROS” (nome do numeral faz plural).
5ª) Ela está MEIO ou MEIA triste?
O correto é: “Ela está MEIO triste”.
MEIO, quando significa “um pouco, mais ou menos”, é advérbio. Em razão disso, é uma forma invariável (sem feminino nem plural). Os advérbios não se flexionam: “Ela está MUITO triste”; “Ela está POUCO triste”; “Ela está MEIO triste”.
6ª) Ela está com dor NA ou NAS costas?
O correto é: “Ela está com dor NAS COSTAS”.
A concordância deve ser feita obrigatoriamente no plural, porque o substantivo COSTAS (= parte posterior) é plural.
COSTA, no singular, é outro substantivo. É a zona litorânea: “É linda a costa brasileira”.
7ª) OBRIGADO ou OBRIGADA?
A concordância depende de quem está agradecendo:
1º) Homem agradece: “Obrigado, por sua gentileza!”;
2º) Mulher agradece: “Obrigada, por sua gentileza!”.
8ª) Ela já teve duas GRAVIDEZ ou GRAVIDEZES?
O plural de GRAVIDEZ é GRAVIDEZES, como todas as palavras terminadas em “Z”: rapazes, felizes, capazes, gizes, avestruzes, gravidezes…
Teste da semana
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:
1ª) É preciso que isto se _________ ao anterior;
2ª) Eles não se _________ com minhas explicações;
3ª) Ele _________ seus direitos.
a) equivala / satisfazeram / requis;
b) equivalha / satisfizeram / requereu;
c) equivalha / satisfizeram / requis;
d) equivala / satisfazeram / requereu;
e) equivalha / satisfazeram / requis.
Resposta do teste: letra (b).
EQUIVALER é derivado do verbo VALER. O presente do subjuntivo do verbo VALER é “que ele valha”, por isso o correto é EQUIVALHA. O verbo SATISFAZER é derivado de FAZER. Se eles FIZERAM, o correto é SATISFIZERAM. O verbo REQUERER não é derivado de QUERER. É um verbo normal da segunda conjugação. Se ele VENDEU, PERDEU e COMPARECEU, o correto é REQUEREU.