A partir desta terça-feira (10), serão disponibilizadas, para quase 1 milhão de candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), as imagens dos cartões de resposta. O acesso a esse material estará na área do candidato, mesma página onde foi feita a inscrição para o concurso. Os cartões estão disponíveis desde as 10h.
O CPNU teve provas aplicadas em 228 cidades do país, no dia 18 de agosto. “O espírito de uma inovação do serviço público sendo fruto de um trabalho coletivo como esse é o que a gente quer passar para essas pessoas que estão se candidatando. É um espírito de dedicação, de serviço público de verdade, e com a sensação muito boa de a gente poder servir à população do país para fazer uma transformação verdadeira na qualidade de vida da população”, afirmou a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, (MGI), Esther Dweck, em entrevista coletiva, no dia das provas.
O processo de digitalização dos cartões de resposta começou na primeira semana de setembro, na sede da Fundação Cesgranrio, com o término da logística reversa que concluiu o recolhimento de 100% dos cartões, além de provas e materiais administrativos utilizados durante a aplicação do CPNU. A digitalização garante que todos os registros serão preservados de forma adequada e que o acesso às informações estará assegurado.
Notas
As notas finais das provas objetivas e a nota preliminar da discursiva serão divulgadas dia 8 de outubro, com dois dias para pedidos de revisão das notas da discursiva, em 8 e 9 de outubro. Também no dia 8 de outubro, será feita a convocação para o envio de títulos, pela internet (via upload).
A divulgação do resultado definitivo da seleção está prevista para 21 de novembro. A etapa de convocação para posse e realização de cursos de formação terá início em janeiro de 2025.
O Ministério do Trabalho e Emprego firmou, nessa segunda-feira (9), parceria com 20 organizações da sociedade civil para qualificação profissional de 15 mil jovens trabalhadores em todas as regiões do país. para trabalhadores em situação de vulnerabilidade social A iniciativa é parte do Programa Manuel Querino, de Qualificação Social e Profissional (PMQ). Está prevista a aplicação de R$ 24 milhões, provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Essa nova etapa do programa pretende priorizar o atendimento a jovens, mulheres, negros, egressos do sistema prisional, comunidades tradicionais e trabalhadores em vulnerabilidade social, atendidos por programas sociais, como o Bolsa-Família.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a ideia é atender, no próximo ano, os projetos que ainda não foram beneficiados. Já a diretora de Qualificação Social e Profissional do ministério, Cristina Kavalkievicz, destacou que a expectativa é um impacto positivo "junto às comunidades nos locais onde as OSCs [organizações] atuam no benefício de jovens trabalhadores e trabalhadoras na qualificação profissional".
As organizações irão oferecer cursos variados, como administração, elétrica, alimentação, estética, cuidados, artesanato e economia verde, por exemplo. Os projetos foram selecionados via edital. Cada organização irá oferecer 750 vagas no território onde irá atuar e receberá R$ 1,2 milhão, conforme o ministério, com carga horária de 100 horas. Os contratos têm duração de um ano.
O público preferencial dos cursos são grupos com mais dificuldades de inserção ou de se manter no mundo do trabalho, como jovens, mulheres, negros, idosos, povos e comunidades tradicionais, LGBTQIAPN+, trabalhadores resgatados do trabalho escravo, beneficiários do seguro-desemprego e inscritos no CadÚnico. O objetivo é dar condições para que esses trabalhadores melhorem a sua colocação no mercado de trabalho, assim como a sua renda, seja de forma autônoma ou com carteira assinada.
Nas etapas anteriores, foram feitas parcerias com universidades, institutos federais de educação tecnológica e Estados que já tinham programas de qualificação profissional, como São Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou. nessa segunda-feira (9), a Lei nº 2.258/22, que visa unificar os concursos públicos federais. A proposta tramitou no Congresso Nacional por duas décadas e teve a votação concluída em agosto.
As novas regras terão um período de transição e serão obrigatórias a partir de 1º de janeiro de 2028, "mas sua aplicação pode ser antecipada por meio de ato que autorizar a abertura de cada concurso público", segundo a Presidência da República.
Provas on-line
Uma das novidades é a possibilidade de realização das provas total ou parcialmente à distância pela internet ou plataformas eletrônicas controladas. Essa modalidade só será aplicada desde que haja a garantia da igualdade de acesso a todos os candidatos. O texto ainda precisa ser regulamentado pelo Executivo.
A norma vale apenas para concursos federais, excluindo as seleções para empresas públicas para magistrados, Ministério Público e de empresas públicas ou de sociedade de economia mista que não dependam de recursos federais para despesas com pessoal e custeio.
A lei diz que os concursos públicos terão por objetivo a seleção isonômica de candidatos por meio da avaliação dos conhecimentos, das habilidades e, nos casos em que couber, das competências necessárias ao desempenho com eficiência das atribuições do cargo ou emprego público, assegurando a promoção da diversidade no setor público.
“Sem prejuízo de outras formas ou etapas de avaliação previstas no edital, o concurso público compreenderá, no mínimo, a avaliação por provas ou provas e títulos, facultada a realização de curso ou programa de formação, desde que justificada ante a natureza das atribuições do cargo e com previsão no edital”, diz a lei.
De acordo com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, as novas normas visam ainda evitar a judicialização dos concursos.
A legislação estabelece que a abertura de um concurso deverá ser motivada pela evolução do quadro de pessoal nos últimos cinco anos e a estimativa das necessidades futuras em face das metas de desempenho institucional para os próximos cinco anos; denominação e quantidade dos postos a prover, com descrição de suas atribuições; inexistência de concurso público anterior válido para os mesmos postos, com candidato aprovado e não nomeado; adequação do provimento dos postos, em face das necessidades e possibilidades de toda a administração pública; e estimativa do impacto orçamentário-financeiro.
O texto diz ainda que, se houver um concurso anterior ainda válido, com pessoas a serem nomeadas, fica liberada a abertura excepcional de um concurso desde que o número de aprovados ainda a serem nomeados não complete o quadro de pessoal.
Estado e municípios poderão ter suas próprias normas para concursos.
Editais
As provas poderão ser classificatórias, eliminatórias ou classificatórias e eliminatórias, independentemente do tipo ou dos critérios de avaliação. A lei estabelece que a avaliação dos conhecimentos será feita mediante provas escritas, objetivas ou dissertativas, e provas orais, que cubram conteúdos gerais ou específicos; por meio da avaliação de habilidades, com a elaboração de documentos e simulação de tarefas próprias do posto, bem como testes físicos compatíveis com suas atividades; pela avaliação de competências, com avaliação psicológica, exame de higidez mental ou teste psicotécnico, conduzido por profissional habilitado nos termos da regulamentação específica.
O edital deverá indicar de maneira clara, para cada tipo de prova, se a avaliação será de conhecimentos, habilidades ou competências, podendo ter ainda a combinação dessas avaliações em uma mesma prova ou etapa.
A avaliação por títulos terá por base os conhecimentos, habilidades e competências necessários ao desempenho e terá caráter classificatório.
O planejamento e a execução do concurso público poderão ser atribuídos à comissão organizadora interna ao órgão ou entidade; ou órgão ou entidade pública pertencente ao mesmo ente federativo ou, excepcionalmente, a ente diverso, que seja especializado na seleção, na capacitação ou na avaliação de servidores ou empregados públicos.
O texto diz ainda que o edital do concurso público deverá prever, no mínimo, a denominação e a quantidade dos postos a prover, com descrição de suas atribuições e dos conhecimentos, habilidades e competências necessários para as atividades a serem desempenhadas pelo servidor; vencimento inicial, com discriminação das parcelas que o compõem; os percentuais mínimos e máximos de vagas destinadas a pessoas com deficiência ou que se enquadrem nas hipóteses legais de ações afirmativas e de reparação histórica; e as condições para a realização das provas por pessoas em situação especial
A realização de curso ou programa de formação é facultativa, ressalvada disposição diversa em lei específica. Pela lei, o curso ou programa de formação poderá ser de caráter eliminatório, classificatório, ou eliminatório e classificatório. Ele deverá introduzir os candidatos nas atividades do órgão ou ente, avaliando seu desempenho na execução de atribuições ligadas ao posto.
A duração do programa será definida em regulamento ou no edital do concurso, devendo ter o mínimo de um mês e, salvo previsão diversa em lei específica, o máximo de três meses, contados do início efetivo das atividades.
Será considerado reprovado e, consequentemente, eliminado do concurso, o candidato que não formalizar matrícula para o curso de formação dentro do prazo fixado pelo ato de convocação, ou que não cumprir, no mínimo, 85% de sua carga horária.
O edital também deverá tratar das condições para a realização das provas por pessoas em situação especial; as formas de divulgação dos resultados; a forma e o prazo para interposição de recursos; o prazo de validade do concurso e a possibilidade de prorrogação.
“Nós somos os filhos, netos e bisnetos, do manto tupinambá”, cantaram juntos e dançaram juntos, ao som de chocalhos, em uma imensa roda, crianças, jovens, adultos e anciões indígenas, na manhã desta segunda-feira (9), na Quinta da Boa Vista, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
Eram quase 200 tupinambás e estavam felizes. Depois de fazerem uma longa jornada, de ônibus, entre seu território, no litoral central da Bahia, e a cidade do Rio de Janeiro, eles se preparam para celebrar o retorno de seu manto sagrado, feito com penas de ave guará, que estava há quatro séculos exposto em um museu da Dinamarca.
O artefato indígena retornou ao Rio de Janeiro no início de julho, onde se encontra sob tutela do Museu Nacional, em sua biblioteca central, a algumas dezenas de metros de onde os indígenas celebravam na manhã desta segunda-feira.
Os tupinambás, no entanto, ainda não haviam tido a oportunidade de recebê-lo. Nesse domingo (8), uma pequena comitiva tupinambá teve a chance de visitar o manto, nas dependências do museu.
A comitiva que teve essa chance de reencontrar o manto era formada por descendentes da anciã tupinambá Amotara, que visitou o manto em 2000, quando o artefato foi levado da Dinamarca para São Paulo para uma exposição temporária de celebração dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.
Quando viu o manto na ocasião, a agora falecida Amotara disse ter sido reconhecida por ele e iniciou uma longa luta para repatriar a vestimenta ritual, que estava sob a guarda do Museu Nacional da Dinamarca.
O reencontro desse domingo foi a primeira vez que os tupinambás de Olivença, povo que vive no litoral da Bahia, e que vieram em ônibus fretados para o Rio de Janeiro, puderam ver a vestimenta ritual, que, para eles, é considerado um ancestral, um espírito ancião para o qual seu povo deve respeito, depois de sua volta permanente ao Brasil.
Cacica Jamopoty
“Ontem [domingo], nós tivemos a felicidade desse reencontro. Ele sorriu, ele ficou feliz, porque nós estávamos ali, o vendo e ele nos vendo. Ele trouxe consigo a força ancestral de um povo que era considerado extinto. E isso não tem preço. A gente está falando de ancestralidade, de memória, de força”, afirmou a cacica Jamopoty Tupinambá.
Os demais tupinambás que vieram da Bahia ainda aguardam a oportunidade de reencontrar seu ancião sagrado, acampados na tenda de um circo na Quinta da Boa Vista, parque público onde fica a sede do Museu Nacional.
“A gente queria ficar acampado perto do manto, porque a gente precisa acender a fogueira, fazer as nossas orações. A gente sabe que no lugar onde ele está, não pode ter fumaça nem fogo”, disse Jamopoty, acrescentando que a fogueira será acesa próxima ao circo onde estão acampados.
Os procedimentos de visitação ainda serão definidos pelo Museu Nacional, que zela pela integridade do manto. Enquanto aguardam o reencontro e preparam seus rituais para celebrar a volta de “seu ancião mais antigo”, algumas das lideranças tupinambás, inclusive Jamopoty, conversaram com a imprensa nesta segunda-feira.
É unânime entre os caciques que conversaram com a imprensa que a chegada do manto é um bom presságio. A grande esperança dos tupinambás de Olivença é que seu retorno represente um passo definitivo para a principal luta do povo, a demarcação de suas terras, que foram delimitadas há 15 anos.
“Vivemos num território que tem 347 mil hectares, em três municípios, e abriga 8 mil tupinambás vivendo do extrativismo, da pesca, da agricultura. Esse território está identificado e delimitado pela Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas]. Ocupamos 80% desse território, porque fizemos nossa retomada e não resta mais nenhum impedimento para que o governo brasileiro assine a portaria declaratória do povo tupinambá”, disse o cacique Sussuarana Morubyxaba Tupinambá. “A vinda do povo tupinambá aqui é em vigília, em ritual, mas a gente também quer que os nossos governantes façam valer o que está na Constituição e demarquem o território tupinambá de Olivença. Sem esse território, não podemos viver”, defende.
Cacique Sussuarana
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, o Museu Nacional está preparando a peça para as cerimônias tupinambás. Uma das requisições dos indígenas é que o manto seja colocado em pé. Na visita de domingo, segundo Jamopoty, o manto estava deitado.
“Ele estava adormecido, ele estava deitado. Quando a Amotara o viu [em 2000], ele estava em pé. E a gente sempre falou que somos um povo em pé. Em pé, a gente sabe que é mais forte. Deitado, a gente perde nossas energias”, explicou a cacique. “O manto é um encantado [espírito que se comunica com os vivos], é o nosso ancião mais velho. E esse encantado nosso vem com uma mensagem de fortalecimento e de orientação”.
A vontade dos tupinambás é que a permanência do manto no Museu Nacional seja apenas temporária e que seja construído um museu em Olivença para resguardá-lo dentro de seu próprio território. Há ainda a expectativa de repatriação de outros dez mantos que permanecem sob a guarda de museus europeus.
Manto tupinambá
“Vamos dar esse voto de confiança ao Museu Nacional. Nós vamos para a nossa casa [depois das celebrações] e nosso ancião vai ficar. Mas, pode até demorar muito tempo, esperamos que o governo nos ajude a fazer um local onde ele possa ser preservado [em Olivença]”, disse Jamopoty.
De acordo com o coordenador-geral de Promoções Culturais do Ministério dos Povos Indígenas, Karkaju Pataxó, estão previstas celebrações dos tupinambás desta terça-feira (10) até quinta-feira (12), quando haverá uma cerimônia com a participação de autoridades públicas.
“A gente está fazendo tratativas com o Museu Nacional para fazer a visita guiada, por conta da questão da conservação [do manto]. A gente vai ver qual o número que poderá participar de cada visita. A gente quer que todos que vieram [ao Rio de Janeiro] possam ter acesso ao manto. A gente pretende, com base na orientação da equipe técnica do museu, entender melhor como vai ser essa visitação, para que não haja transtornos”, explicou Karkaju Pataxó.
Pataxó informou que estão sendo feitas conversas sobre como será o acesso ao manto tupinambá, após o encerramento das celebrações, no dia 12. Ainda não se sabe se a peça ficará exposta e, caso não fique em exposição, quem poderá visitá-la.
Por meio de nota, o Ministério dos Povos Indígenas informou que todo o evento está sendo organizado em diálogo permanente com o povo Tupinambá para garantir o direito dos indígenas em relação ao artefato.
“Durante os três dias, o povo Tupinambá irá realizar rituais sagrados de vigília e a visita ao manto, que será guardado em uma sala da Biblioteca Central do Museu Nacional. A cerimônia é organizada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em conjunto com os ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC). A iniciativa é feita em parceria com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a participação de lideranças do povo Tupinambá”, diz a nota.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Museu Nacional informou que ainda não tem a programação definida para as visitações.
O 1º Encontro Internacional de Territórios e Saberes (Eits) começou nesta segunda-feira (9), em Paraty, no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Com mais de mil participantes confirmados, representando 22 países dos cinco continentes, o evento prosseguirá até o dia 15 e representa um marco histórico na articulação de saberes científicos e tradicionais para a promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável.
Ao todo, serão mais de 40 atividades entre mesas, oficinas, vivências e visitas de campo organizadas em torno de cinco eixos temáticos: Ecologia de Saberes para a promoção do Bem Viver, Oceanos e Rios - redes de vida e saberes, Saúde, resiliência e organização social, Educação, cultura e modos de vida e Articulação em Redes.
“Estamos construindo este encontro para fortalecer redes e debates que contribuam para garantir os direitos dos povos e comunidades tradicionais. Vamos pensar juntos saídas para um mundo mais justo e menos desigual, além de avançar em uma estratégia conjunta entre nossos movimentos e parceiros para a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que ocorrerá em 2025 aqui no Brasil”, destaca Vagner do Nascimento, integrante do colegiado de coordenação do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e coordenador-geral do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), uma parceria entre a Fiocruz e o FCT.
A realização do Eits é fruto de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Colégio Pedro II (CPII).
A programação se baseia na necessidade de se articular formas de conhecimento para o enfrentamento de desafios globais comuns, como as mudanças do clima, a segurança alimentar e as desigualdades sociais. Além disso, a programação destaca o papel vital dos povos tradicionais na preservação da biodiversidade, sublinhando que as áreas mais preservadas dos biomas globais são, frequentemente, aquelas protegidas por estas comunidades.
“A Fiocruz acredita que a construção de boas políticas públicas passa pela interação e pela escuta ativa das comunidades locais, dos territórios. Este encontro internacional é um exemplo de como o diálogo entre diferentes formas de conhecimento pode gerar soluções sustentáveis para os desafios locais e globais que enfrentamos hoje, com destaque para as mudanças climáticas, que atingem de forma mais acentuada as populações mais vulneráveis”, afirmou destaca Mário Moreira, presidente da Fiocruz.
“Por meio da troca de conhecimentos, esperamos contribuir para a promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável dessas populações”, acrescentou.
O reitor Antônio Claudio, da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que esse tipo de evento promove uma relação direta “com a nossa missão institucional e nosso compromisso social para o desenvolvimento sustentável, na busca de soluções para a sociedade na articulação entre o conhecimento científico e o conhecimento popular”.
“Esse diálogo, esse aprendizado coletivo, tem que ser a tônica da forma nova de lidar com o planeta Terra”, destacou o reitor da UFF.
Na Geografia, uma ilha. Na História, um arquipélago.
A “Upaon-Açu” tupi é uma maravilhosa e maranhense porção de 1.410 quilômetros quadrados de terra abraçada por líquidas e incertas águas dos 106 milhões e 460 mil quilômetros quadrados do Oceano Atlântico.
“Upaon-Açu” é ilha grande, mas 75,5 mil vezes menor que a vasta extensão de água salgada que a rodeia, a namora e permanentemente a abraça e lambe circularmente suas partes...
Upaon-Açu é Ilha do Amor, mas também Ilha Rebelde.
Rebelde, expulsou conquistadores.
Amorosa, conquistou admiradores.
Upaon-Açu nasceu índia. Quiseram-na francesa. Holandesa. Portuguesa. Rebelde – sempre –, recusou estes para, amorosa -- sempre –, acolher todos... como brasileira.
Nesta Ilha, brotaram maranhenses e aportaram outros brasileiros, além de estrangeiros. Gentes das várias regiões do país e forasteiros dos diversos continentes do mundo.
Por esse efeito de atração, Upaon-Açu é Ilha Magnética, Ilha Bela.
Sem preconceito, Upaon-Açu é cosmopolita, plurivalente, multicultural. É tanto Atenas quanto tanto é Jamaica.
Upaon-Açu é ilha só na Geografia mas é arquipelágica, plural, tentacular, na História, nas Artes, na Cultura, ou seja: na sua gente.
Em Upaon-Açu, uniram-se cromossomos de interesses histórico-político-administrativos e socioeconômico-culturais e dessa união fizeram nascer cidades. A “alma mater”, São Luís, foi fundada em 1612 – e, por tão antiga, por/tão ancestral, muitas das vezes deixa passar ou assume a condição de ilha quando é, legal e honrosamente, município, mas não apenas: é município e capital, aliás, a única entre as capitais brasileiras com sua área territorial totalmente contida em uma ilha.
Depois de São Luís, a Ilha viu nascerem-lhe mais três filhos-municípios, mais três-cidades-filhas: São José de Ribamar, com fundação em 1627; Paço do Lumiar, em 1761; e Raposa, caçula, existente desde os anos 1940.
E é São Luís que se revela, para olhos e lentes. Máquinas e mentes.
É São Luís, imensa, que se contém neste livro. Do celuloide à celulose. Imagens bem impressas, impressões bem imaginadas.
Imagens atuais que trazem memórias ancestrais. A São Luís da História brasileira, quando o Brasil ainda não era Brasil, nem brasileiro. São Luís-ilha, terra tupi – tupinambás... tremembés... potiguaras... São Luís-porto, de Pinzón, primeiro trimestre de 1500, antes de Cabral (que aqui não aportou).
São Luís de Daniel. Daniel de La Touche, também de La Ravardière. São Luís equinocialmente França, trienalmente francesa: 1612-1615.
São Luís de Alexandre e de Jerônimo. Alexandre de Moura e Jerônimo de Albuquerque. Um expulsa os franceses; o outro, passa a administrar o lugar.
São Luís de Maurício e de Johann. Maurício de Nassau e Johann von Koin. São Luís novamente “estrangeira”, trienalmente holandesa (1641-1644).
São Luís novamente retomada. Portugueses e colonos em armas desarmam a continuação das ambições neerlandesas. Para os batavos, agora é vazão. Hora de evasão. Saída. Fuga.
São Luís das guerras e dos amores – Gonçalves Dias e Ana Amélia.
São Luís da lavra e palavra. Prosa e verso. Ficção e realidade.
São Luís em qualquer canto: música, canto, encanto.
São Luís histórica. Retórica. Pictórica. Escultórica.
São Luís carmelita. Jesuíta. Franciscana.
São Luís indígena. Europeia. Africana.
São Luís maranhense. Brasileira. Americana.
São Luís cultural – patrimônio. Mundial.
São Luís dos desejos – miragem.
São Luís ao longe – paisagem.
São Luís das chegadas – ancoragem.
São Luís vida – aprendizagem.
São Luís casarões e ruas – viagens.
São Luís neste livro – Que imagens!
* EDMILSON SANCHES
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Texto publicado originalmente no livro “Nossa São Luís”, de Brawny Meireles.
Com a assinatura do decreto que regulamenta a Política Nacional de Leitura e Escrita na quinta-feira (5) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a discussão em torno de propostas é retomada no setor. O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Dante Cid, defende que se combine a distribuição de livros em formato digital e impressos para aumentar o número de leitores espontâneos no país.
A regulamentação possibilitará ao governo federal criar um Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), buscando diminuirr a queda de leitores dos últimos anos. A última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, aponta uma perda de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. O levantamento foi elaborado pelo Instituto Pró-Livro e o Itaú Cultural.
Para motivar a retomada do interesse pelos livros, o representante da Snel enfatiza que experiências feitas em escolas no exterior, em países como a Suécia, podem orientar o Brasil em relação a essa questão. Ele comenta que instituições que adotaram apenas o modelo digital obtiveram resultado pior na assimilação dos conteúdos por parte dos alunos.
Apesar dessa constatação, Cid considera que a versão eletrônica pode ser uma solução para locais em que o transporte de volumes é complicado e para ampliar o acesso a livros especializados. Como exemplo, cita a categoria dos livros técnico-científicos que compuseram bibliotecas digitais e puderam, assim, serem lidos, como observou em sua própria vivência com uma editora. Isso poderia ser complementado pela biblioteca física.
"Grande parte das classes socialmente desfavorecidas está em municípios de grande acesso. A gente sabe da dificuldade dos jovens para chegar à escola e ao trabalho, de transporte. Para o livro chegar a eles, é igualmente difícil. A gente sabe que o Ministério da Educação sempre trabalha com a disponibilização do livro digital", lembra, sugerindo que a pasta trabalhe em conjunto com os Ministérios das Cidades e da Cultura.
"A gente pode ter um mix de soluções: bibliotecas físicas em municípios tradicionais e, em municípios com acesso mais complicado, ter um conjunto de produtos impressos que chegam paulatinamente, junto com livros digitais de disponibilidade imediata", adiciona.
Para o diretor-executivo da biblioteca digital gratuita de São Paulo SP Leituras, Pierre André Ruprecht, o decreto é fundamental para encaminhar medidas que sejam colocadas em prática. "É mais do que uma afirmação de interesse ou de intenção. É um compromisso de execução de ações concretas e importantes para caminharmos juntos nesse objetivo, de termos, de fato, um país leitor, com acesso a conhecimento e à literatura", afirmou.
De forma direta ou indireta, todos estão participando do consumo indistinto do planeta. É o que acredita o escritor e ativista ambiental Ailton Krenak (foto). O líder indígena, autor dos livros Ideias para adiar o fim do mundo e Futuro ancestral, entre outros, afirma que todos participam da bagunça que está acontecendo no planeta, uma vez que “nós somos o corpo da Terra”.
“Se você disser que a sua mão não tem culpa do que o seu pé faz, você está considerando a possibilidade do seu pé se mover sem a ajuda da mão. Algum tipo de ajuda vai ter. Nem que seja a indiferença, a não resposta”, salienta.
Krenak não tira a responsabilidade nem dos povos indígenas. “Os povos originários costumam entender-se como filhos da Terra. E eu incito os meus companheiros dizendo: se ela é nossa mãe, como é que vocês deixam fazer bullying com ela? Se ela é nossa mãe e estão predando-a, que tal a gente partir para cima desses caras?”, sugere.
Ao falar do processo que ele denuncia como “comer a Terra”, o ambientalista cita, em sua opinião, as três expressões mais visíveis de destruição: mineração, devastação das florestas e exploração do petróleo. Dessa última, Krenak acredita que não tem como escapar. Nem os mais remotos povos.
Extrativismo
Para ele, ninguém fica de fora do extrativismo determinado pela escolha do petróleo como matriz energética. E que está presente em todos os lugares e em diversas versões.
“Sabia que a capa do seu celular é feita de petróleo? Que, provavelmente, a minha sandália é feita de petróleo? Que o seu tênis é de petróleo? Os seus óculos, o seu boné?”, provoca.
Krenak foi o autor homenageado da segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu, que terminou no último domingo (1º). Traduzido para mais de 13 países e imortal pela Academia Brasileira de Letras, ele afirmou que é preciso “ter poesia em nossa experiência de luta”.
“Acho que cada um de nós deve despertar o seu poder interior e pensar como fazer: se vai ser produzindo mais conhecimento, se vai ser produzindo arte, se vai ser escrevendo, falando, desenhando, plantando bananeira. Tem gente que acha que a maneira de fazer isso é plantando floresta, agrofloresta; ou fazendo campanha, cuidando da água, protegendo a vida selvagem. Até ontem, as pessoas achavam que só os humanos pensavam. Hoje, a gente sabe que as árvores, os peixes, todo organismo vivo tem ciência”, garante.
Literatura
Em seu mais recente lançamento, “Kuján e os meninos sabidos”, Ailton Krenak escreve para as crianças. Ele explica que kuján, na língua krenak, significa tamanduá. E que o livro conta uma história da criação da humanidade para que as crianças tenham outra opção de como nós aparecemos na Terra, além da versão de Adão e Eva.
Os meninos sabidos são dois heróis culturais, para quem o criador ensina os artefatos, a pintura corporal, as cantigas. Ao escrever para as crianças, Krenak coloca a esperança em outras formas de viver no planeta, nos pequenos.
“A gente está exatamente pensando que ainda pode ter esperança em outras maneiras de habitar o mundo. E quem pode fazer isso serão as crianças, porque os adultos já estão todos manjados. Os adultos estão tarados por grana, por poder, por disputas”, argumenta.
Leitor, Krenak define o poeta Carlos Drummond de Andrade como seu escudo invisível. Ele diz que o poeta mineiro passou a vida avisando “que a aldeia, a Itabira (MG) dele, tinha se transformado em um retrato na parede. Quer dizer, o chão que ele pisava ruiu”.
Citando o poema “O homem; as viagens”, escrito por Drummond em 1973, Krenak aponta que o que o está no poema – as viagens do homem para habitar outros planetas, a Lua e o Sol – pode acontecer antes de o homem estar disposto a con-viver, como no verso final.
“A coisa mais simples da existência seria a gente habitar a Terra só com o contentamento de conviver. Um amigo me disse, ‘ah! Krenak, mas se não houvesse essas coisas que a gente julga danosas, ruins, a gente ia chegar em lugares onde não ia ter nada. Você ia chegar não ia ter luz elétrica, não ia ter a internet, não ia ter o carro’. Eu falei ‘mas são essas coisas que estão comendo o nosso mundo’. Seria mais ou menos como você ir passear num jardim e reclamar que está faltando demônios lá”.
Meteoro
O ambientalista também cita a obra de Joca Reiners Terron, “A morte e o meteoro”, lançada em 2019. No livro, um mundo distópico em que uma tribo da Amazônia está prestes a desaparecer por causa da destruição da floresta.
Krenak acredita que é como se a gente “estivesse vivendo na era moderna uma literatura de profecia”. Para ele, alguns autores, ao escrever, estão tomados por um sentimento tão poderoso que não estão mais fazendo literatura, mas profetizando, antecipando.
“Nós estamos num tempo onde as pessoas que são criativas, os poetas sempre foram chamados de antena, têm essa capacidade de verbalizar uma tragédia que a gente quer evitar. O sentido verdadeiro de uma literatura que expressa o seu tempo é exatamente mostrar para todo mundo o que eles não querem ver”, argumenta.
O ativista ainda acredita que a literatura pode ser um lugar da proposição e da busca por outras maneiras de conviver com a Terra.
“É imaginar a possibilidade de a gente habitar outros mundos sem sair da Terra. É diferente do poema do Drummond, que o humano quer sair da Terra para ir para outro lugar. Quando ele fala con-viver, ele está dizendo que não vai ter que aprender a aguentar o balanço da canoa e segurar a onda, viver aqui. A gente vai ter que viver na Terra, não tem outro lugar para o humano viver. O equipamento fisiológico que o humano tem, a nossa anatomia, só dá para viver na Terra”, finaliza.
O Sampaio Corrêa conquistou, na manhã deste domingo (8), a segunda posição na Supercopa do Brasil de Beach-Soccer Feminino 2024, competição organizada pela Confederação de Beach-Soccer do Brasil (CBSB). Em decisão realizada na Arena Guariroba, em Ceilândia (DF), a Bolívia Querida, que conta com o patrocínio do Porto do Itaqui, o apoio do governo do Estado do Maranhão e todo o suporte da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS), lutou bastante para conquistar o título inédito, mas perdeu por 5 a 2 para o São Pedro (ES) e ficou com o vice-campeonato nacional.
O Sampaio Corrêa tentou equilibrar as ações desde o começo da final contra o São Pedro (ES), porém a equipe capixaba abriu uma boa vantagem já no primeiro tempo, controlou o jogo depois da reação tricolor na segunda etapa e garantiu o título da Supercopa Feminina. Silvana, Stefany (2), Sara e Tai marcaram os gols do São Pedro, enquanto Naty balançou as redes duas vezes pelo Sampaio.
O vice-campeonato da Supercopa Feminina ressalta a força do projeto do Sampaio Corrêa no beach-soccer brasileiro. No caminho até a final, a Bolívia Querida avançou para a fase mata-mata como líder do Grupo B e goleou o Vasco nas semifinais. Em cinco jogos na competição nacional, o Sampaio conquistou três vitórias e sofreu duas derrotas, marcando nove gols e sofrendo oito.
"Foi uma competição muito difícil, mas conseguimos o nosso objetivo, que era chegar na final. Infelizmente, não conseguimos sair com a vitória nessa final, mas, agora, é erguer a cabeça e pensar nas próximas competições", afirmou Naty, artilheira do Sampaio Corrêa na Supercopa Feminina, com cinco gols.
O jogo
Durante o primeiro tempo, o Sampaio Corrêa lutou para fechar os espaços na defesa e criar jogadas rápidas com o objetivo de surpreender o São Pedro, porém a equipe capixaba estava com uma artilharia inspirada e abriu 3 a 0 de vantagem no placar, com gols de Silvana, Stefany e Sara.
Na segunda etapa, o São Pedro manteve o ritmo e chegou ao quarto gol, marcado por Stefany. Mesmo com um grande prejuízo no placar, o Sampaio Corrêa não se abateu e esboçou uma reação na Arena Guariroba, com dois gols de Naty. A partir daí, a Bolívia Querida intensificou a pressão e criou boas oportunidades para ficar ainda mais perto do empate, principalmente em finalizações de Kylma e Jessica Potiguar, que levaram perigo ao gol do time capixaba.
Animado, o Sampaio Corrêa se lançou ao ataque no terceiro e último período. O São Pedro, no entanto, segurou os avanços do time maranhense e marcou o quinto gol, com Tai. Depois disso, a equipe capixaba manteve o controle do jogo até o apito final para ficar com o título da Supercopa Feminina, deixando o Sampaio com o vice-campeonato.
Supercopa Masculina
O time masculino do Sampaio Corrêa garantiu o terceiro lugar da Supercopa do Brasil de Beach-Soccer 2024 na manhã deste domingo (8), na Arena Guariroba, após derrotar o Vitória por 5 a 2. Gim (3), Dener e Nino marcaram os gols do Tricolor, enquanto Jean e Jadson diminuíram para o Leão.
"Fico feliz por ter sido eleito o craque da partida, mas não conseguiria esse prêmio sem o apoio de toda a equipe. Infelizmente, não conquistamos o nosso objetivo maior, que era o título, mas, agora, é trabalhar muito para as próximas competições", destacou Gim, artilheiro do Sampaio Corrêa na disputa do terceiro lugar.
Supercopa do Brasil 2024
A Supercopa do Brasil de Beach-Soccer 2024 reuniu 12 equipes no torneio masculino e oito times na disputa feminina. O Sampaio Corrêa inscreveu times nas duas categorias, enquanto o Moto Club competiu no torneio masculino.
O clube campeão do torneio masculino da Supercopa do Brasil de Beach-Soccer se classifica para a disputa da Copa Libertadores de Beach-Soccer 2024. O torneio continental ocorre entre os dias 1º e 8 de dezembro, no Equador.
Todos os jogos da Supercopa do Brasil de Beach-Soccer Masculino e Feminino tiveram transmissão ao vivo no canal da Confederação de Beach-Soccer do Brasil no YouTube (CBSB TV).
5h40 da madrugada-manhã de 7 de setembro de 2011. Em Imperatriz (MA), na praça Brasil, palco do desfile principal da data, presente apenas um jovem sentado com seus pensamentos na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Pernambuco.
Um táxi descarrega vasilhames e alimentos de uma vendedora de salgados. Outro vendedor de salgados chega em sua bicicleta, trazendo a enorme caixa de isopor.
É a independência de cada um. A cada dia.
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Imperatriz não nasceu de uma vontade popular, mas de uma decisão governamental.
Não foram pessoas que se foram ajuntando o que criou a nascente povoação; foi uma determinação imperial cumprida por uma missão provincial (a província do Pará).
Imperatriz, antes de ser sociedade, foi Estado.
Antes de ser povo, foi Governo.
Que reflexões você tira disso?
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7 de setembro de 2011. 6 horas da manhã. Meia dúzia de pessoas ocupam alguns bancos da Praça Brasil. Uma vendedora estende toalha plástica sobre mesa onde já já se espalharão salgados e bebidas para os que têm fome e sede... e alguns trocados.
Na ponta do estacionamento, um vendedor expõe sobre seu automóvel grandes e coloridas bolas e pequenos e multiformes balões.
Mas nada de motivos verde-amarelos. A independência do dia a dia é feita de diversas formas e cores.
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A "Folha de S. Paulo" do domingo, 4 de setembro de 2011, trouxe manchete principal e encarte sobre corrupção no Brasil: já se roubou uma Bolívia, ou seja, pelo menos R$ 40 BILHÕES (igual ao PIB boliviano) foram roubados por políticos e gestores públicos.
As desgraças porque passa o povo brasileiro não podem mais ser creditadas ao Fundo Monetário Internacional (FMI). É do político bandido brasileiro a culpa de nossa miséria.
O problema do Brasil nunca foi falta de dinheiro.
Sempre foi falta de vergonha...
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7 horas da manhã, 7 de setembro de 2011. Na Praça Brasil, chega veículo da Polícia Militar, de onde saem 15 PMs, entre os quais, pelo menos, duas mulheres.
Um oficial para seu automóvel no lugar dos táxis; percebe e, diligentemente, retira de lá o carro e vai estacioná-lo em local apropriado.
Um sargento do 50º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva, do Exército Brasileiro) chega, à paisana.
Pelo menos, sete vendedores de salgados e bebidas já se fixam ou se espalham pelo logradouro.
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Esses são alguns movimentos típicos nos dias de desfile de 7 de setembro. E por serem assim TÍPICOS muitas das vezes não se tornam TÓPICOS de registro e reflexão.
A história dessas pessoas anônimas, do quanto se esforçam para o pouco que ganham...
... de quantos 7 de Setembro precisam diariamente para a manutenção de sua INDEPENDÊNCIA (!)...
..., enfim, um olhar a mais sobre gente simples e digna que forma o comum – e o bom – do nosso povo.
*
É uma verdade
no Brasil, repito:
até liberdade
se ganha no grito.
– 7 de Setembro, o grito da Independência.
* EDMILSON SANCHES
Foto:
Bandeira Brasileira, em Brasília (DF): criação do maranhense de Caxias Raimundo Teixeira Mendes.