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Antes do amanhecer dos próximos dias, os planetas Júpiter, Marte e Saturno estarão enfileirados no céu. A Lua também fará parte desse fenômeno, mas, a cada dia, estará em posição diferente com relação aos planetas. O melhor horário para observar os astros formando esse “alinhamento” é um pouco antes do nascer do Sol do dia 29 de junho (sábado), olhando para o horizonte leste, direção onde nasce o Sol. O fenômeno é visível a olho nu, por isso não são necessários instrumentos para a observação, a não ser que o observador queira avistar Urano que também estará nessa linha.

“Astronomicamente, o termo mais apropriado é conjunção. Alinhamento é um termo popular para as pessoas entenderem. Este não é um evento raro e nem de grande interesse para a Astronomia porque os movimentos dos planetas já são bastante conhecidos. É um fenômeno relativamente frequente, o que acontece é que varia de época para época e quais são os planetas que estão alinhados. Neste fim de semana, antes do Sol nascer, vamos olhar lá para o leste e ver Júpiter bem próximo do horizonte. Ele é o mais brilhante de todos”, disse o professor e coordenador do Observatório Astronômico do campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rodolfo Langhi.

Para facilitar o entendimento, o professor usa uma analogia: imagine que você está em uma pista de atletismo, olhando os corredores correndo em volta de você e aí, de vez em quando, algum atleta ultrapassa os outros. Quando você olha isso, é como se do seu ponto de vista os dois ou os três que estivessem lá ultrapassando outros. Quando você olha isso, é como se, do seu ponto de vista, eles estivessem na mesma direção que a sua linha de visão e os outros, que estão mais para trás ficam fora da linha de visão.

“Então, é a mesma coisa que acontece com os planetas. Imagine os planetas girando em volta do Sol e, aí, cada planeta tem uma velocidade diferente nessa trajetória. Então, acontece às vezes dos planetas estarem igual aos atletas, nas mesmas posições ou em posições parecidas do nosso ponto de vista que quando a gente olha para eles é um ultrapassando o outro. Então, quando a gente olha o céu e vamos ver esses planetas no mesmo campo visual, praticamente próximos um dos outros”, explicou.

De acordo com Langhi, será possível ver Júpiter bem próximo do horizonte, um pouco acima, Marte, que se parece com uma estrela vermelha de luz fraca, mais para cima Saturno que é parecido com uma estrela meio amarela. “Daqui a um mês, os planetas já estarão em posições diferentes, porque serão 30 dias girando em torno do Sol. Muda um pouquinho a configuração, mas serão outros planetas alinhados. Há meses em que não há nenhum alinhamento, há meses que aparecem os cinco planetas na mesma direção do céu”.

Segundo o professor, o evento é interessante para o público geral porque pode despertar a curiosidade das pessoas para a astronomia e para o conhecimento dos estudos astronômicos.

(Fonte: Agência Brasil)

O governo federal assinou nessa quinta-feira (27), em Brasília, acordos com entidades representativas de professores e de técnicos-administrativos das universidades públicas e institutos federais de educação. A categoria, que estava em greve há 70 dias, retomou as atividades acadêmicas na última quarta-feira (26).

Os acordos foram fechados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). 

No caso dos docentes, a proposta apresentada pelo governo prevê a reestruturação da carreira, com ganhos médios de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, além de reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. Assim, o salário inicial de um docente com doutorado passará para R$ 13,7 mil e para professor titular, no topo da carreira, será de R$ 26,3 mil em 2026. 

Reajuste médio

No caso dos técnicos, a proposta prevê reajuste médio de 31,2% em quatro anos, além de ganhos com progressão na carreira, que aumentarão dos atuais 3,9% para 4% em janeiro de 2025 e 4,1% em abril de 2026. 

Além dos reajustes, o Ministério da Educação se comprometeu a revogar a Portaria nº 983/2020, que regulamenta atividades docentes no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e a criar um Grupo de Trabalho com prazo de 60 dias, após assinatura do acordo, para a elaboração de uma nova regulamentação.

Também foi acordada a recomposição do conselho que estabelece as diretrizes para a concessão da certificação destinada a professores de cursos técnicos de nível médio.

(Fonte: Agência Brasil)

FRASES QUE LEMBRAMOS DE AUTORES QUE ESQUECEMOS

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Nessa quinta-feira, 27 de junho de 2024, completaram-se 116 anos de nascimento do escritor, diplomata e médico João Guimarães Rosa. Ele nasceu em 27 de junho de 1908, em Cordisburgo (MG) e morreu no Rio de Janeiro (RJ), aos 59 anos, em 19 de novembro de 1967.

Considerado entre os maiores escritores do Brasil, Guimarães Rosa é autor de livros como “Grande Sertão: Veredas” e “Sagarana”. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 2).

Curiosidade: fascinado por idiomas, Guimarães Rosa falava, além do português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo. Também, lia sueco, holandês, latim e grego e conhecia a gramática do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês. Segundo o próprio Guimarães Rosa, além dessas, ele “bisbilhotou” outras línguas.

De seu casamento com Lígia Cabral Pena, vieram as filhas Vilma e Agnes. Vilma Guimarães Rosa (nascida em Minas Gerais, em 5/6/1931) também se tornou escritora. Tenho dois livros dela, autografados e com dedicatória para terceiras pessoas: “Serendipity", de 1974 [foto], e "Relembramentos: João Guimarães Rosa, Meu Pai (Memórias Biográficas)”, publicado em 1983 e ganhador dos prêmios “Joaquim Nabuco” (da Academia Brasileira de Letras) e “Ensaio Biográfico”, do PEN Clube do Brasil.

O título do livro “Serendipity” vem da palavra inglesa que significa uma descoberta feliz, ao acaso. A origem do termo seria uma palavra árabe, “Serendip”, que denominaria a região do hoje país Sri Lanka, o antigo Ceilão. No livro, Vilma Guimarães Rosa, por meio do personagem Mister Ashley, diz que Serendipity “é uma palavra mágica”, “é o dom de fazer felizes descobertas! Imprevista, casualmente..." (página 88).

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No dia 12 de junho de 1937, ao tomar posse na Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras, o jovem (49 anos) escritor, diplomata, ex-ministro do Exterior e advogado João Neves da Fontoura disse uma frase lapidar, que, descontado o saudável excesso, deveria causar algum orgulho a nós maranhenses. Falando sobre seu antecessor na referida Cadeira patroneada pelo dramaturgo paulista Álvares de Azevedo, disse Fontoura:

“Não houve melhor brasileiro do que Coelho Netto”.

O escritor caxiense havia sido o fundador (primeiro ocupante) da Cadeira nº 2 da ABL. Com o falecimento de João Neves da Fontoura (o segundo ocupante da Cadeira 2), em 31 de março de 1963, o terceiro ocupante seria também um outro ilustre – ilustríssimo –  João: João Guimarães Rosa.

Depois do discurso de recepção, feito pelo igualmente ilustrado e talqualmente mineiro Afonso Arinos de Melo Franco, o mineiro da cidade do coração, Cordisburgo, tomou-se de suas próprias lembranças de adolescente de 16 anos, lembrou-se das palavras que nessa idade dissera em velório de um amigo e as imortalizou no discurso de posse:

“A gente morre é para provar que viveu. Só o epitáfio é fórmula lapidar. [...]”

Aí, no parágrafo seguinte, vêm as palavras que tanto são ditas, reditas e desditas:

“[...] As pessoas não morrem, ficam encantadas”.

Guimarães Rosa fazia referência a seu antecessor, João Neves da Fontoura, que, naquele 16 de novembro de 1967, se vivo fosse, estaria completando 80 anos (“Soprem-se as oitenta velinhas”, escreveu o autor de “Sagarana” no antepenúltimo parágrafo desse discurso).

É impressionante a força, o símbolo e a simbologia, o sentido e o sentimento de certas frases, que voam das palavras estáticas em um papel para o dinamismo e cotidiano das pessoas – por exemplo, o nosso gonçalvino verso “Minha terra tem palmeiras”.

As palavras da frase “As pessoas não morrem, ficam encantadas” são apenas seis das 7.808 que constituem os 58 parágrafos do discurso rosiano. Trinta e três letras, em certa ordem, são, daquele discurso, o conjunto de caracteres gráficos que mais se eternizou e se entronizou no adagiário coletivo e popular, em especial nos meios literários, intelectuais, artísticos e culturais em geral. As demais 41.419 letras do discurso de posse de Guimarães Rosa há 51 anos e dois meses, com o devido valor das palavras e frases e parágrafos que formam, terminam por ser – exageremos... – a grande moldura e verniz para aquelas pouco mais de trinta letrinhas.

Essa frase – registra o também mineiro Mauro Lúcio Condé – originalmente é: “O mundo é mágico: as pessoas não morrem, ficam encantadas”, dita pelo jovenzinho Guimarães Rosa, com 16 anos, no velório de um amigo.

Despregadas do papel pela voz e emoção de Guimarães Rosa, essas palavras – pelo menos essas – pregaram-se no repertório popular como piolho de cobra em veado e passaram a fazer parte de citações e excitações intelectuais. Claro, o reiterado uso levou ao recatado abuso, e a frase vai sendo “reciclada” de acordo com o (meio) ambiente: “Artistas não morrem, se encantam”; “Poetas não morrem – encantam-se”... e por aí vai, vamos, vão-se...

Pode ser que, nas literaturas de todo o mundo e de todas as épocas, do “A” do Afeganistão ao “Z” do Zimbábue, essa frase ou algo bem assemelhado já se tenha escrito. Na parte ocidental do mundo, latinos... gregos... são autores de muita coisa que anda por aí como nova, autoral, de boca em boca, de papel em papel e de tela em tela (neste caso, tanto no cinema quanto no vasto e-mundo da Internet, lugar virtual e nem sempre virtuoso...).

Assemelhada à frase rosiana “As pessoas não morrem, ficam encantadas” é, por exemplo, o ditado “O poeta não se faz, nasce”. Ele vem do antigo latim “Poeta non fit, sed nascitur”, que, por sua vez, como registra Paulo Rónai, no mínimo “lembra a sentença atribuída a Cícero: ‘Nascimur poetae, fimus oratores’ (‘Nascemos poetas, tornamo-nos oradores’)”.

Bom. Nessa história de quem nasce, morre ou se encanta, parece haver só uma certeza:

Frases ficam, autores não – porque frases encantam... e seus autores, ora, esqueçam!...

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Em tempo: Depois de pronunciar seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, João Guimarães Rosa morreu três dias depois, em 19 de novembro de 1967.

Como homem, foi imortal por três dias.

Como escritor, não morreu. Deve durar aí, pelo menos, meia eternidade...

* EDMILSON SANCHES

Ú}øOý.–ÃÍÿÙSão Paulo - A EMEF Presidente Campos Salles, localizada em Higienópolis, é considerada um exemplo de integração Escola-Comunidade (Rovena Rosa/Agên

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nessa quarta-feira (26), o projeto de lei que institui o novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2024 a 2034. O texto, encaminhado para análise do Congresso Nacional, prevê 18 objetivos, compreendidos nas temáticas de educação infantil, alfabetização, ensino fundamental e médio, educação integral, diversidade e inclusão, educação profissional e tecnológica, educação superior, estrutura e funcionamento da educação básica.

A proposta contém 58 metas e, para cada meta, um conjunto de estratégias que expressam as principais políticas, programas e ações envolvendo a União, os Estados e os municípios, para o alcance dos objetivos propostos.

Entre as inovações do PNE, está a ênfase na qualidade da oferta do ensino, com objetivos e metas focados no alcance de padrões de qualidade na educação infantil, na educação profissional e tecnológica, no ensino superior e na formação de docentes. Também há objetivos específicos para as modalidades de educação escolar indígena, educação do campo e educação escolar quilombola, relacionados à ampliação do acesso para estes estudantes. O projeto mantém metas para os públicos-alvo da educação especial e educação bilíngue de surdos. 

(Fonte: Agência Brasil)

Revelação do beach tennis no Maranhão, Augusto Neto mantém a sequência de grandes resultados na temporada de 2024. Augusto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Mateus Supermercados – por meio da Lei de Incentivo ao Esporte – e do Coco da Canoa, além dos apoios da Maniacs, da Adidas e da Arena Premium, conquistou títulos na 5ª etapa do Circuito Maranhense de Beach Tennis FMT e garantiu dois vice-campeonatos no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs, competições disputadas durante o mês de junho.

No Circuito Maranhense FMT, realizado no sábado (22) e domingo (23), na Arena Sports Praia, em São Luís, Augusto Neto foi um dos destaques da 5ª etapa da competição ao faturar os títulos do torneio Sub-18 e da categoria Pro. Durante o evento estadual, Augusto formou duplas com José Antenor dos Reis Lopes no Sub-18 e Marcelo Lima na Pro.

Já no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs, que ocorreu nos dias 15 e 16 de junho, na Arena Maniacs, em Biguaçu (SC), Augusto Neto ficou em segundo lugar na categoria Sub-16 Masculino, competindo ao lado de Pedro Andrade Valente, e nas Duplas Mistas, onde formou dupla com Vi Costa.

“Estou feliz por mais essas conquistas. Isso só demonstra o quanto estou evoluindo bem no cenário estadual e nacional. Muito obrigado aos meus patrocinadores e apoiadores por acreditarem no meu potencial. Vamos seguir treinando muito para sempre representar muito bem o Maranhão”, disse Augusto Neto.

O desempenho no Circuito Maranhense e no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs reforçam o excelente momento de Augusto Neto no cenário nacional do beach tennis. No início do ano, o atleta maranhense faturou dois títulos e dois vice-campeonatos em três etapas do Circuito Nacional Infantojuvenil de Beach Tennis, realizadas entre os dias 23 e 31 de janeiro: a Copa São Paulo e as etapas de Ribeirão Preto e Casa Branca. Antes, já havia sido campeão da categoria Open no torneio promovido pelo Studio Mormaii Península, em São Luís. 

Já no mês de maio, Augusto Neto foi bem na etapa do World Tour BT200, realizada no Rio de Janeiro. O maranhense não chegou às finais da chave principal, mas deixou boa impressão após ser eliminado pelo ex-número 1 do mundo, Vini Font, em jogo duríssimo.  

Resultados expressivos

Em 2023, Augusto Neto teve resultados expressivos no cenário estadual, nacional e internacional do beach tennis. O maranhense precisou de apenas 10 torneios para colocar seu nome entre os 500 melhores atletas de beach tennis no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF).

Em novembro, Augusto Neto conquistou um título e um vice-campeonato em dois torneios BT10 da ITF Niterói, onde competiu com o catarinense Gui Lima, além de chegar às oitavas de final do BT50 no evento niteroiense. No mesmo mês, o maranhense foi campeão, também ao lado de Gui Lima, da categoria de Duplas Masculinas do BT10 – Open de Beach Tennis, evento realizado em Belo Horizonte. Com essa conquista, Augusto se tornou o primeiro beachtenista do Maranhão a chegar ao lugar mais alto do pódio em um torneio da ITF.

Augusto Neto também se destacou nas etapas do Circuito Nacional de Beach Tennis, realizadas no interior de São Paulo. Em Valinhos, o maranhense sagrou-se campeão nas Duplas Mistas Sub-16 e foi 3º colocado na disputas das Simples Sub-16. Já em Campinas, Augusto foi campeão na Simples Sub-16 e 3º colocado nas Duplas Masculinas Sub-16.

Já na etapa de Ribeirão Preto do Circuito Nacional de Beach Tennis, Augusto Neto subiu ao pódio em três oportunidades. Além de faturar o título nas Duplas Masculinas Sub-16, Augusto ficou em terceiro lugar nas Duplas Mistas Sub-16 e Simples Sub-16. A nível estadual, o jovem atleta venceu as duas primeiras etapas do Maranhense de Beach Tennis.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 12/12/2023 – Poetisa Adélia Prado comemora 88 anos de vida.
Frame TV Cultura

A poetisa mineira Adélia Prado é a vencedora da edição 2024 do Prêmio Camões, o reconhecimento mais importante da literatura portuguesa. O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (26) pela Fundação Biblioteca Nacional.

A conquista celebra uma semana especial da autora, considerada a maior poetisa brasileira viva. Há seis dias, Adélia Prado foi agraciada com o prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das mais tradicionais do país.

“Foi com muita alegria e emoção que recebi, hoje, dia 26 de junho, um telefonema da senhora Dalila Rodrigues, ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões. Estava ainda comemorando o recebimento do Prêmio Machado de Assis, da ABL, e, agora, estou duplamente em festa. Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação”, disse a vencedora, em nota enviada à Agência Brasil.

Mineira de Divinópolis, Adélia Prado tem 88 anos. Na bagagem, além de poetisa leva os ofícios de professora, filósofa, romancista e contista. Os primeiros poemas foram publicados em jornais da cidade natal e Belo Horizonte.

A leitura de originais de Adélia impressionou o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que enviou escritos para que fossem publicados como livro, em 1975. Publicado com o nome Bagagem, o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.

Com o livro O Coração Disparado, de 1978, conquistou o Prêmio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Em 1981, lançou Terra de Santa Cruz.

A produção intelectual de Adélia teve espaço para literatura em prosa, com os livros Solte os Cachorros (1979) e Cacos para um Vitral (1980).

A autora, que também publicou obra para o público infantil, mantinha em sua produção conteúdos ligados à fé católica. As páginas escritas pela mineira costumavam trazer temas ligados a Deus, família e a perspectiva da mulher.

A mais nova vencedora do Camões prepara um livro para ser lançado em breve, Jardim das Oliveiras, uma referência ao lugar onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo rezou na véspera da crucificação.

A poetisa se adaptou ao mundo digital para que parte de sua obra continue sendo acompanhada pelas redes sociais. Pela conta de Instagram é possível ouvi-la falar a respeito ou simplesmente recitar poesias.

O prêmio

Criado em 1988, o Prêmio Camões tem o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto da obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural do idioma. O nome é uma homenagem a Luís Vaz de Camões, um dos maiores poetas portugueses.

A vencedora receberá um prêmio de 100 mil euros, o equivalente a mais de R$ 580 mil. O valor é subsidiado igualmente entre as duas instituições que organizam o Camões: o Ministério da Cultura português e a Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura brasileiro.

Ainda não há data marcada para a entrega da premiação, que pode ser no Brasil ou em Portugal.

Escolha

A escolha de Adélia Prado foi feita por um júri de seis pessoas, sendo duas representantes do Brasil, duas de Portugal e duas de Moçambique. A cada duas edições, um terceiro país é escolhido para representar os demais integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Os integrantes brasileiros foram o escritor Deonísio da Silva e o professor e pesquisador Ranieri Ribas. Os dois participam da reunião diretamente da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Pelo lado de Portugal figuram as professoras Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus. O filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule e o professor Francisco Noa formaram a triparte moçambicana do júri.

Em comunicado sobre a escolha, o júri classificou Adélia como “autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”.

“Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”, completa.

Os jurados lembraram o elogio que Carlos Drummond de Andrade fez à conterrânea. Nas palavras dele, reproduz o comunicado, “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo".

O presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, enfatizou a relação entre Drummond, Adélia e o Brasil.

“É a voz profunda de Divinópolis, que teve em Carlos Drummond de Andrade um de seu mais fervorosos leitores. Foi ele quem a descobriu para o Brasil, e hoje é o Brasil que se descobre dentro de sua obra”.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que Adélia Prado representa a força e a criatividade das mulheres no cenário cultural.

O diploma entregue ao laureado contém o nome de todos os países de língua portuguesa e é assinado pelos chefes de estado do Brasil e de Portugal. Além desses dois países, formam a CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Outros vencedores

O vencedor da edição 2023 foi o ensaísta, crítico literário, cronista e tradutor português João Barrento.

Entre os 36 vencedores do Prêmio Camões estão 15 brasileiros, 14 portugueses, três moçambicanos, dois cabo-verdianos, um angolano e um luso-angolano.

O brasileiro que mais recentemente conquistou o Camões foi outro mineiro, escritor Silviano Santiago, em 2022.

Entre os brasileiros agraciados aparecem João Ubaldo Ribeiro (2008), Lygia Fagundes Telles (2005), Jorge Amado (1994), Rachel de Queiroz (1993) e João Cabral de Melo Neto (1990).

Recusa

A edição de 2019 foi marcada por uma recusa em entregar o diploma de vencedor. O premiado da 31ª edição era o escritor, cantor e compositor Chico Buarque. Mas o então presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), de quem o músico é crítico, não cumpriu o protocolo, fazendo com que a láurea só chegasse às mãos de Chico em 2023, com a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para assinatura do nosso presidente Lula”, disse Chico na cerimônia.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília, DF 29/01/2024 A Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024 continua até amanhã (30), em Brasília. O encontro começou ontem (28) e na Universidade de Brasília (UnB). Nos colóquios de hoje, cerca de 2,5 mil representantes da sociedade civil, de vários segmentos educacionais e setores sociais, e de entidades que atuam na educação e em órgãos do poder público, discutiram propostas para a educação no país. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Professores de universidades e de institutos federais de educação começam, a partir desta quarta-feira (26), a retomar as atividades acadêmicas, encerrando cerca de 70 dias de greve. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), as atividades acadêmicas serão normalizadas até o dia 3 de julho.

De acordo com o comando, a assinatura do acordo de fim do movimento, que estava marcada para hoje. foi adiada para amanhã (27) a pedido da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra). A solicitação visa dar tempo para a realização da assembleia que deverá confirmar a saída dos técnicos-administrativos da greve.

A presidente da Associação dos docentes da Universidade de Brasília (Adunb), Eliene Novaes, informou à Agência Brasil que as aulas foram retomadas hoje com um “intenso debate sobre o calendário acadêmico”, bem como sobre o resultado do movimento que, segundo a entidade, traz ganhos para os professores e avanço na reposição salarial.

“O governo apresentou uma proposta de reposição salarial de 9% a partir de janeiro de 2026, e de 3,5% a partir de abril de 2026, além da reposição dos níveis da carreira. Além desses pontos, temos outros ganhos que são resultados dessa greve. São pontos que dizem respeito à reestruturação da carreira, a direito dos aposentados, a direito de progressão e promoção docente”, disse a representante dos professores da UnB.

Cronograma

A definição do cronograma para retorno pleno das atividades, durante a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB, está prevista para quinta-feira (27) à tarde. “Vamos reestruturar toda a programação de compensação de aulas de reposição das aulas durante o período de greve. Esse calendário é fundamental para assegurarmos, a estudantes e professores, todo direito ao ensino e às ações desenvolvidas”, explicou a dirigente.

A proposta apresentada pelo governo – acatada pelo comando nacional de greve – foi a de reajuste zero em 2024, devido às limitações orçamentárias. Para compensar, foi oferecida uma elevação do reajuste linear de 9,2% para 12,8% até 2026,, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

A Adunb informa que a recomposição orçamentária das universidades federais é apenas uma das demandas do movimento paredista. A entidade tem criticado a defasagem nos orçamentos e a intervenção no pleno funcionamento das universidades.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 28/11/2023 – Estudantes do ensino médio terão poupança para permanecer na escola
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Os estudantes do ensino médio da rede pública, beneficiados pelo programa Pé-de-Meia, começam a receber a quarta parcela do incentivo, de R$ 200, a partir desta quarta-feira (26). O pagamento é referente à frequência às aulas no mês de abril.

A chamada poupança do ensino médio será depositada até 1º de julho, conforme o mês de nascimento do aluno, na conta aberta, automaticamente, pela Caixa Econômica Federal, em nome do estudante.

Veja o calendário de pagamento da quarta parcela: 

26 de junho: para nascidos em janeiro, fevereiro e março;

27 de junho: para nascidos em abril, maio e junho;

28 de junho: para nascidos em julho, agosto e setembro; 

1º de julho: para nascidos em outubro, novembro e dezembro.

Depósitos

Os depósitos do Pé-de-Meia são feitos em contas digitais abertas, automaticamente, pela Caixa em nome dos participantes do programa. 

Caso o aluno beneficiado tenha menos de 18 anos, é necessário que o responsável legal o autorize a movimentar o valor. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem, disponível para smartphones. Basta o responsável escolher a opção “Programa Pé-de-Meia” – “Permitir acesso a um menor”.

No aplicativo Caixa Tem, se o responsável legal for o pai ou a mãe, será necessário fazer o upload do RG do estudante. Se o responsável legal não for um dos pais do aluno, a autorização deve ser dada em uma agência da Caixa. 

Se o estudante for maior de idade, a conta já estará desbloqueada para movimentação do valor recebido, como sacar o dinheiro.

A chamada poupança do ensino médio pode ser movimentada pelos seguintes canais: app Caixa Tem, caixas eletrônicos da Caixa, lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, com uso de saque digital com cartão da conta. Em caso de dúvidas, basta acessar os canais digitais do Ministério da Educação (MEC) ou o aplicativo Jornada do Estudante.

Pé-de-meia

Com o programa federal Pé-de-Meia, o MEC pretende democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

O programa foi instituído pela Lei nº 14.818/2024 e prevê o pagamento de incentivo à matrícula no valor de R$ 200, pago em uma parcela anual. O incentivo à frequência mensal é de R$ 200, que pode ser sacado a qualquer momento, e é pago em nove parcelas. Por ano, o total será de R$ 1,8 mil. Em 2024, excepcionalmente, serão pagas oito parcelas do incentivo.

Adicionalmente, ao término de cada ano letivo do ensino médio concluído será realizado o depósito do Incentivo Conclusão no valor de R$ 1.000, totalizando R$ 3 mil. O valor fica retido e somente poderá ser sacado da poupança após a conclusão dos três anos do ensino médio.

A participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cria a parcela única adicional de R$ 200.

Se consideradas todas as parcelas de incentivo, os depósitos podem chegar a R$ 9,2 mil por aluno.

arte poupança ensino médio, pé-de-meia

Quem pode participar?

O Pé-de-Meia é destinado a estudantes matriculados no ensino médio da rede pública de ensino de qualquer parte do país. Não é necessário fazer inscrição no programa. Para participar, é necessário que o estudante cumpra os seguintes requisitos:

- pertencer a família inscrita no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico);

- ter inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

- ter idade entre 14 e 24 anos e estar matriculado no ensino médio regular das redes públicas;

- ter idade entre 19 e 24 anos e estar matriculado na educação de jovens e adultos (EJA),

- participante do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

- ter, no mínimo, 80% de frequência escolar;

- ter concluído o ano letivo com aprovação;

- ter participação de exames obrigatórios.

Em caso de dúvidas, basta acessar os canais digitais do MEC, o site do programa ou o aplicativo Jornada do Estudante.   

(Fonte: Agência Brasil)

Alunos em sala de aula. Foto: Sam Balye/Unsplash

A aprovação da reforma do ensino médio pela Comissão da Educação do Senado representa mais um passo para mudanças bastante significativas não apenas na rotina de profissionais da educação e de alunos, mas também para as famílias desses estudantes e para as comunidades. Para que seja de fato implementado e garanta a qualidade e equidade na educação, será necessário o empenho e articulação dos entes federados, assim como da comunidade escolar e de universidades, visando a formação de professores para o novo currículo.

Como o texto aprovado do PL 5.230/23 na comissão é um substitutivo, ele terá de retornar à Câmara dos Deputados. O texto aprovado prevê a ampliação da carga horária mínima total destinada à formação geral básica (FGB), das atuais 1,8 mil horas para 2,4 mil. A carga horária mínima anual do ensino médio passa de 800 para 1.000 horas distribuídas em 200 dias letivos.

Há a possibilidade de essa carga ser ampliada progressivamente para 1,4 mil horas, desde que levando em conta prazos e metas estabelecidos no Plano Nacional de Educação (PNE), respeitando uma distribuição que seja de 70% para formação geral básica e 30% para os itinerários formativos – disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo a serem escolhidos pelos estudantes nos três anos da etapa final da educação básica.

Segundo o substitutivo aprovado, da relatora do PL no Senado, Dorinha Seabra (União-TO), a partir de 2029, as cargas horárias totais de cursos de ensino médio com ênfase em formação técnica e profissional serão ampliadas, de 3 mil horas para 3,2 mil; 3,4 mil; e 3,6 mil quando se ofertarem, respectivamente, cursos técnicos com carga específica de 800 horas, 1.000  horas e 1,2 mil horas.

Língua espanhola

Entre os destaques apresentados pela parlamentar no relatório, figura a inclusão da língua espanhola como componente curricular obrigatório, além do inglês. Outros idiomas poderão ser ofertados em localidades com influências de países cujas línguas oficiais sejam outras, de acordo com a comunidade escolar (professores, técnicos-administrativos, estudantes e pais ou responsáveis).

A ampliação da carga horária e a inclusão da língua espanhola entre as disciplinas a serem ministradas são pontos positivos da reforma, segundo a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Catarina de Almeida Santos. Ela chama atenção para alguns problemas que podem decorrer da forma como serão implementadas.

“O texto aprovado pela comissão do Senado apresenta alguns avanços, ainda que insuficientes, na comparação com o texto enviado pela Câmara”, disse a educadora à Agência Brasil sil. “Trazer o espanhol de volta é algo positivo, se levarmos em consideração nossa identidade continental. Mas é preciso estabelecermos uma divisão clara das cargas horárias, uma vez que horas dedicadas a espanhol são horas a menos para outros conteúdos”, disse ela ao destacar ser necessário, também, que haja clareza, no novo ensino médio, com relação não apenas à carga horária de cada disciplina, mas também aos conteúdos que serão apresentados.

Segundo a educadora, o substitutivo manteve brechas especialmente relativas à educação profissional, uma vez que não ficou claro quais seriam as disciplinas que vão compor tais áreas. “É preciso dizer as áreas do conhecimento e, dentro delas, definir disciplinas e carga horária. A nova legislação precisa apresentar e detalhar isso; pegar as áreas de conhecimento e dizer o que vai compor em termos de disciplinas".

Diretor de Políticas Públicas da ONG Todos pela Educação, Gabriel Corrêa diz que a obrigatoriedade da língua espanhola no ensino médio será, provavelmente, um ponto de discordância, quando a matéria retornar à Câmara.

“É possível que a Câmara não acate todas as mudanças feitas pela senadora Dorinha no texto. Antevejo discordância de alguns com relação à obrigatoriedade do espanhol no ensino médio. O problema, talvez, seja colocá-lo na parte comum, como mais uma disciplina obrigatória, porque implicaria na diminuição da carga horária de outras disciplinas importantes”, disse.

A solução, segundo ele, seria a de colocar o espanhol como disciplina opcional, em vez de obrigatória. “Se as escolas já funcionassem em tempo integral, não haveria esse problema, porque a carga horária seria maior”, complementou ao lembrar que essa obrigatoriedade foi publicamente criticada pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação – o que certamente será usado como argumento pelos contrários.

Itinerários formativos

Criados com o objetivo de aprofundar áreas de conhecimento ou de formação técnica profissional – levando em conta a importância desses conteúdos para o contexto local e as possibilidades do sistema de ensino –, os itinerários formativos terão carga horária mínima de 800 horas nos três anos de ensino médio.

Na avaliação de Catarina de Almeida, da UnB, o aumento da carga horária do técnico profissionalizante acabaria por resultar na diminuição da formação básica, o que, segundo ela, não seria bom.

“Levando em consideração o atual quadro de professores e a infraestrutura limitada das escolas, o correto seria não fazer essa divisão [entre áreas de conhecimento e técnico profissionalizante], e sim focar exclusivamente em uma formação básica, comum a todos. Isso, na verdade, significa os dois tipos para todos. Ao separar o processo, teremos estudantes com menos informação do básico”, argumentou.

Se for para implementar com essa divisão, que seja, na avaliação dela, aumentando a carga horária total. Nesse caso, ela sugere que se postergue a implementação das novas regras. “A pressa pode atrapalhar a perfeição. Se o Brasil está atrasado nessa reformulação, ficará ainda mais com a necessidade de, depois, ter de fazer mais uma reforma. Isso prejudicaria mais gerações. O melhor é centrar esforços em uma reforma robusta que possa ficar por muito tempo”.

Com relação aos itinerários formativos, a grande preocupação manifestada por parlamentares durante a tramitação do texto foi a de resultarem em conteúdos e atividades de pouca relevância para a formação do estudante. Foi inclusive citado o caso de uma aula dedicada a ensinar estudantes a prepararem brigadeiro gourmet.

A ideia proposta prevê que os itinerários têm de estar articulados com as quatro áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC): linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas, língua inglesa, artes e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; e ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia.

As diretrizes nacionais que aprofundarão cada uma das áreas do conhecimento ficarão a cargo do Ministério da Educação (MEC), em parceria com os sistemas estaduais e distrital de ensino.

Tempo integral

O projeto em tramitação no Senado aponta para a importância do tempo integral, e isso certamente constará na lei, segundo Gabriel Corrêa, da ONG Todos pela Educação. Enquanto isso não acontece, o Senado propôs a ampliação da carga diária atual, de 5 horas, no caso dos estudantes que optarem por curso técnico. Já a Câmara defende cargas horárias iguais para os dois grupos – técnico profissionalizante e áreas de conhecimento.

“Há alguns problemas com relação ao tempo integral. Um deles é que as redes [de ensino] das secretarias de Educação terão de ofertar estrutura para alunos ficarem mais tempo na escola, o que resulta em mais trabalho, recursos e contratações de professores. Outro ponto está relacionado ao risco de os estudantes optarem por uma frente, apenas pelo fato de ficarem menos tempo em sala de aula. Em outras palavras, desestimularia a escolha pelos cursos técnicos, caso a carga horária diária deles seja maior”, argumentou o diretor.

A ONG Todos pela Educação defende que não haja essa distinção entre as duas frentes, até porque mais carga atrapalha a oferta do Poder Público para a expansão da rede. “O ideal é que todos tenham a mesma carga horária, independentemente do caminho a ser escolhido. Com isso, a escolha é em função da vocação e dos interesses, e não da preguiça de fazer menos aulas. Por fim, isso pode confundir os estudantes, levando-os a acreditar que uma maior carga horária indicaria maior relevância”.

Notório saber

Outro ponto polêmico do texto substitutivo aprovado na comissão do Senado é o que trata da possibilidade de algumas aulas serem ministradas por pessoas sem diploma de licenciatura específico para a disciplina, mas que tenham notório saber e experiência comprovada no campo da formação técnica e profissional. Algo similar já ocorre, por exemplo, quando engenheiros dão aula de matemática.

Segundo a relatora Dorinha Seabra, a atuação desses profissionais de notório saber será “em caráter excepcional, mediante justificativa do sistema de ensino e regulamentação do Conselho Nacional de Educação (CNE)."

Essa possibilidade preocupa a educadora Catarina de Almeida Santos, da UnB. Segundo ela, esse tipo de situação implica risco de, ao autorizar aulas ministradas por pessoas de notório saber, a nova legislação coloca à frente das salas de aula pessoas leigas, em vez de profissionais habilitados da área. “A meu ver, notório saber não tem relação com saber prático”.

Essa possibilidade foi também criticada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Um ponto considerado negativo foi a permanência do notório saber, embora o texto aponte para a normatização nacional e excepcional da contratação desses profissionais para atuarem no itinerário da formação técnico-profissional”, ponderou a entidade.

Esforço conjunto

A relatora Dorinha Seabra disse à Agência Brasil que, para ser implementada, de forma adequada, a nova proposta vai requerer esforço do Estado e do governo federal para melhorar a estrutura das escolas. Em especial, as estruturas de laboratórios e bibliotecas.

“Será necessário um aprofundamento em relação às disciplinas básicas. Quando se trata da educação profissional, requer uma estrutura ainda maior de investimento em laboratórios e livros; em atividades extras. Temos um grande desafio, a exemplo dos profissionais e de funcionamento das escolas”, disse.

Dorinha acrescentou que o aumento de carga horária vai requerer mais dedicação também de alunos e professores. “O tempo integral fica no foco de todo conjunto, [passando por] ampliação da carga horária e permanência na escola”.

Ainda segundo a senadora, o olhar do novo ensino médio tem que estar cada dia mais inserido no seu espaço; na sua localidade. “Requer a participação da comunidade nesses espaços coletivos de formação e leituras em relação ao meio em que está inserido, bem como aos espaços no mundo do trabalho”.

A ONG Todos pela Educação alerta que “sem o apoio do governo federal ao Estado, e dos Estados às escolas, o abismo entre escolas públicas e privadas permanecerá mesmo com o país tendo sua legislação melhorada”.

A aprovação pelo Legislativo, segundo Corrêa, é apenas um primeiro passo para novos desafios. “Na sequência, teremos outros desafios, até que consigamos, de forma gradual, fazer as mudanças que melhorarão o ensino médio do país. Será uma fase complexa e não rápida, tomando, pelo menos, os anos de 2025 e 2026”, afirmou.

Segundo ele, os desafios para a implementação das novas regras passam pela preparação de infraestruturas, profissionais, material e pelas avaliações que são necessárias para identificar o que pode ser melhorado.

“Além disso, será necessário estabelecer uma nova comunicação [das autoridades] com estudantes e famílias sobre as mudanças que virão. Apoiar os estudantes inclusive para que eles apoiem a escola. Não adianta o Poder Público se preparar e as comunidades não se apropriarem desse modelo”, complementou.

Além de campanhas midiáticas, será necessária muita atuação no ambiente escolar, no sentido de preparar professores e diretores. “Serão momentos de debates sobre projetos de vida e opções disponibilizadas pelo ensino médio. Não é apenas o governo chegar e expor suas intenções. Será necessário ouvir, dialogar e envolver o jovem nesse processo de escolha. Não será algo fácil. Por isso precisaremos de uma coordenação muito boa entre MEC e secretarias estaduais/distrital de Educação”.

Aulas noturnas

Outra sugestão apresentada no relatório da parlamentar é a obrigatoriedade de os Estados manterem, pelo menos, uma escola com ensino médio regular noturno em cada município, caso haja demanda comprovada.

O relatório prevê, ainda, formação continuada de professores, de forma a garantir que eles estejam preparados para as novas diretrizes e metodologias, “com foco em orientações didáticas e reflexões metodológicas, assegurando o sucesso das transformações propostas para o ensino médio.”

Ministro

ministro da Educação, Camilo Santana, comemorou, pelas redes sociai,s a aprovação do substitutivo na comissão do Senado. Em tom de agradecimento aos parlamentares, ele destacou, entre os avanços, a manutenção das 2,4 mil horas, conforme proposto pelo governo federal, para a formação geral básica e fortalecimento da formação técnica de nível médio.

Segundo ele, esta foi uma vitória para a educação e para a juventude do Brasil. "Prevalece o interesse maior, que é comum aos que trabalham por um país de mais oportunidades: a construção de um ensino médio capaz de contribuir para tornar a escola pública mais atrativa, gratuita e de qualidade para todas e todos”, disse.

(Fone: Agência Brasil)

A primeira etapa do Circuito Maranhense de Judô – Troféu Via Mundo, competição promovida pela Federação Maranhense de Judô (FMJ), coroou a Academia Judô Góes como a grande campeã. A agremiação brilhou nas disputas e fechou sua participação no evento com 45 medalhas, sendo 25 de ouro, 15 de prata e 5 de bronze. A equipe vice-campeã foi a Academia de Judô Tiradentes com 39 medalhas (16 ouros, 12 pratas e 11 bronzes). A competição ocorreu no último sábado (22), no Ginásio do Instituto Divina Pastora, no Bairro do Anil, em São Luís.

Nesta edição do Circuito Maranhense, foram mais de 200 judocas inscritos. A competição reuniu atletas de seis categorias, tanto no naipe masculino quanto no feminino: Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior e Veteranos. 

“Foi um evento muito bom. Ficamos satisfeitos com o nível técnico da competição. Nossos judocas mostraram muita raça e proporcionaram grandes embates. A cada competição, percebemos a evolução dos atletas graças ao trabalho desenvolvido pelas academias”, afirmou Rodolfo Leite, presidente da FMJ.

O Top 5 da primeira etapa do Circuito Maranhense de Judô – Troféu Via Mundo foi completado pela Academia Monte Branco (14 ouros, 7 pratas e 3 bronzes), Fitosports (10 ouros, 3 pratas e 1 bronze) e pelo Fórum Jaracaty (9 ouros, 2 pratas e 1 bronze).

Festival de Judô

Também no sábado (22), a Federação Maranhense de Judô (FMJ) realizou o Festival de Judô, evento voltado para crianças a partir dos 4 anos de idade. Com o festival, a FMJ tem o objetivo de atrair e incentivar a prática da modalidade a jovens judocas. Nesta edição, mais de 100 crianças participaram do evento.

“O festival é um evento bem legal porque conseguimos incentivar a prática de judô para as crianças. Além disso, conseguimos reunir os jovens judocas com suas respectivas famílias. É um momento marcante para as famílias que têm a oportunidade de vivenciar o ambiente esportivo ao lado das crianças”, concluiu Rodolfo Leite.

(Fonte: Assessoria de imprensa)