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O Rio de Janeiro recebe, nos dias 13 e 14 deste mês, a primeira edição do Memo – Música, Exposição e Memória. O evento gratuito será realizado no Parque Gloria Maria, antigo Parque das Ruínas, em Santa Teresa, região central do município, com o objetivo de fomentar a reflexão sobre o fazer artístico a partir da memória, da pandemia e da tecnologia.

A idealizadora do Memo, que assina também a curadoria e a direção geral, Lu Araújo, disse que começou a pensar no evento durante a pandemia da covid-19. “Porque eu acho que a questão da memória foi um fator bastante importante para a gente poder atravessar aquela fase. Em vários momentos, a gente se apegava à memória do passado para pensar que íamos superar aquilo para ter um outro momento da vida, porque era coisa tão singular, a gente nunca tinha vivido uma coisa dessas, um evento mundial”, contou, em entrevista, à Agência Brasil.

Lu Araújo, idealizadora do Memo

Lu Araújo destacou que a população também construiu uma memória da pandemia, embora considere que as pessoas estão falando pouco, como se aquilo não tivesse acontecido. “Acho que a gente entrou em um processo de recuperação e redução de danos que, de alguma forma, boa parte das pessoas não toca nesse assunto, talvez pela dor do momento, pelas dificuldades enfrentadas, pelas perdas que teve”.

Por isso, o Memo tem a proposta de pensar de alguma forma nesse passado, no presente e no futuro, abordando temas relacionados àquele momento vivido, mas considerando coisas que funcionaram como aliadas, como a arte e a própria tecnologia, ”que nos salvou, permitindo que a gente pudesse se comunicar com os outros, estar em contato”. A programação completa pode ser acessada no site do evento.

Reflexão

Dentro do contexto da memória, um dos pontos de reflexão é a memória que é imposta. Segundo Lu Araújo, a pandemia também criou um reposicionamento de questões importantes para os brasileiros em especial, como as questões sociais, de gênero, de raça. “Acho que o Memo tem a proposta de criar um evento de reflexão, mas sem ser triste, nem mofado. Falar disso com um pouco mais de cautela, falar dos afetos, da memória dos lugares e dos lugares de memória. É isso que a gente está pretendendo nessa primeira edição. Sinto uma força muito grande nesse tema e tenho muita vontade de continuar fazendo esse festival”.

Lu Araújo disse que pretende propor uma edição do Memo também à Universidade do Porto, em Portugal, com a qual fez parceria em 2022 para um projeto sobre a Amazônia, que era o Casa Comum. A ideia é sugerir um evento sobre a questão da memória no campo das artes. Na edição do festival no Rio de Janeiro, haverá um pouco disso, com a participação de antropólogos, artistas visuais, estudiosos de tecnologia, entre outros especialistas. Ela acredita que o evento vai crescer, se fortalecer e ampliar os horizontes no campo das discussões.

Atividades

As atividades englobam shows, exposição de arte contemporânea, rodas de memórias ou conversas, oficinas de investigação de memórias. Todas vão ocorrer no Parque Glória Maria e no Teatro Ruth de Souza, em Santa Teresa. O projeto tem apoio da prefeitura carioca e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca (Foca).

Os shows mostram trabalhos com qualidade e que, de alguma forma, estão revivendo grandes artistas “que nem sempre no dia a dia a gente pode reverenciar”, salientou Lu Araújo. Andrea Ernest Dias Quarteto, com o show Uma Roda para Moacir Santos, vai celebrar a trajetória desse músico negro, nascido em Pernambuco, que terminou seus dias como um dos grandes compositores do cinema em Hollywood. Já o duo de violinistas Ana de Oliveira e Sérgio Raz, com participação de Marcos Suzano e Quarteto de Cordas, lançará o álbum Armoriando (Selo Sesc), que homenageia o cinquentenário do Movimento Armorial, liderado pelo escritor, filósofo e dramaturgo Ariano Suassuna. Destaque ainda para Leila Maria, que levará ao palco do Memo seu disco Ubuntu, original tributo com releituras da obra de Djavan e arranjos de inspiração africana.

A nova geração da música estará presente com Chico Chico, que apresenta seu novo EP com duas canções lançadas recentemente: Espelho e Entre Prédios; com a cantora Priscila Tossan, com o show A Beleza É Você Menina, além de sucessos de Cartola e Luiz Melodia; e a DJ, percussionista, produtora musical e pesquisadora de discotecagem Tata Ogan, que vai apresentar um setlist especial dedicado à “memória afetiva da música brasileira”.

Lourival Cuquinha é responsável por um dos momentos mais importantes do Memo: a mostra Trote Violante. O trabalho do artista reflete sobre o exercício da liberdade, seja a do indivíduo perante a sociedade, seja a da arte frente às instituições. Sua obra multidisciplinar, que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção, é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano.

Oficinas

O Memo contará ainda com oficinas que visam trabalhar lembranças e vivências. Uma delas é física, denominada Estandartes: Memória e Tradição, e será ministrada pela designer e arte-educadora Maristela Pessoa, para que as pessoas criem seus próprios estandartes. Outra oficina será dada pela psicóloga e especialista em terapia do trauma Priscila Lobianco. A proposta é promover uma delicada ampliação do diálogo com nossas memórias implícitas e produzir o movimento necessário de transformação e cura. “A gente vai trabalhar o corpo, a reflexão nesse momento e também vai criar patuás como um tipo de coisa que oferece proteção”, adiantou Lu Araújo.

Projeto inédito, o Memo faz parte de várias ações que serão realizadas durante o ano de 2024, com a chancela do consagrado Mimo Festival, evento com 20 anos de existência, criado, também, por Lu Araújo, e que tem como pilares a música, o patrimônio e a educação no campo das artes.

(Fonte: Agência Brasil)

Em tempo de férias escolares, as crianças e os adolescentes precisam de atividades atraentes para se divertir no período. Uma das possibilidades é ir ao Museu do Amanhã, que desde a sua inauguração, no dia 17 de dezembro de 2015, tem recebido esse público com muitos eventos. O espaço cultural, na Praça Mauá, região portuária do Rio, preparou, para este mês de janeiro, uma programação com duas exposições e diversas atividades do projeto Brincar é Ciência.

Na próxima terça-feira (9), será inaugurada a exposição Arte de Código Aberto, que seguirá até o dia 21 de abril. A mostra é um trabalho individual do artista-programador Vamoss, instalado no Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA) e apresentado pelo Banco Santander. “É uma oportunidade para o público compreender e ver de perto como operam os programas que influenciam o dia a dia da sociedade em áreas essenciais como nas máquinas hospitalares, nas escolas, nos celulares e nas redes sociais, por exemplo”, destacaram os organizadores.

Formado em design e mestre em economia criativa pela Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio (ESPM-Rio), o artista-programador Vamoss é doutorando em artes visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAV-UFRJ). Vamoss também é diretor de tecnologia na SuperUber, produtora com foco em experiências interativas em arte, tecnologia, arquitetura e design. Desde 2011, que o artista contribui para projetos de museus em todo o mundo.

Imersão

A outra exposição é a Sentir Mundo – Uma Jornada Imersiva, que será inaugurada no dia 30 de janeiro. Segundo os organizadores, a mostra “vai levar o público a um passeio pelas florestas, pelo solo e pela vida dos animais”. A exposição pode ser visitada até 2 de junho deste ano.

O público vai poder reforçar os seus sentidos no projeto que foi idealizado e desenvolvido pelo Sensory Odyssey Studio. Os visitantes vão passar pela parte visível da floresta, por dentro do solo e conferir a dança dos insetos por meio de painéis informativos, sons característicos, cheiros e acervo entomológico, que é uma coleção científica formada por insetos. “A exposição é uma versão reduzida de Odisseia Sensorial, que estreou em Paris, em parceria com o Museu Nacional de História Natural, e foi exibida em Singapura”, completaram os organizadores.

Brincadeiras

As atividades se estendem ao projeto Brincar é Ciência, apresentado pela ArcelorMittal. A programação está prevista para todas as terças, sábados e domingos de janeiro. Na próxima terça-feira, os visitantes vão poder participar da homenagem ao Dia do Astronauta. Haverá uma oficina para construir naves espaciais e aprender sobre a profissão. O público poderá se divertir ainda com uma oficina de colagem e outra de holograma portáteis. No dia 14, em mais uma oficina lúdica com música, será a vez das crianças entre 3 e 6 anos, que participarão também de uma roda de contação de histórias. A programação prevê atividades até o dia 30 deste mês.

Os ingressos podem ser comprados pela internet ou na bilheteria do Museu do Amanhã.

Museu do Amanhã

O espaço cultural da Praça Mauá é um equipamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, cuja gestão cabe ao Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), uma organização social sem fins lucrativos especializada em administrar centros culturais públicos e programas ambientais.

(Fonte: Agência Brasil)

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Há quatro anos, confirmando a História e fortalecendo sua tradição de terra das Letras, o Maranhão entrou 2020 com duas novas academias literárias: dia 4 de janeiro daquele ano, foi criada a academia de Rosário e, um dia antes, a Academia de Letras de Buriticupu, município maranhense a 413km da capital do Estado, São Luís.

A criação da Academia de Letras de Buriticupu (ALB) deu-se em reunião de assembleia geral realizada em uma sexta-feira, 3 de janeiro de 2020, às 19h30, na Rua da Liberdade, nº 20, em imóvel com salão e outras dependências, o qual, por cessão sem ônus, passou a ser a sede da entidade.

Escritores, na maioria professores e servidores públicos, com a presença de convidados, além da fundação da ALB, aprovaram o Estatuto da Academia, de conformidade com o Código Civil (lei federal que regulamenta a criação e existência de entidades do gênero), e elegeram a primeira diretoria, em chapa de consenso, imediatamente empossada, com mandato de dois anos, até 3 de janeiro de 2022. A assembleia geral foi presidida por Isaías Neres Aguiar e, na secretaria, a professora Aldeane Mello Cavalcante Oliveira Leite, graduada em Letras.

A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente – Isaías Neres Cardoso Aguiar, professor, servidor público, escritor, à época com 13 livros publicados, inclusive sobre a história de Buriticupu; Vice-presidente – Ariel Costa Primo, professor, escritor, empresário do segmento de Educação Superior, autor de livros publicados, também sobre a história buriticupuense; Diretor-administrativo – Jaílson Soares Teixeira, na época secretário municipal de Administração, escritor, que estava com livro pronto para lançamento, inicialmente previsto para 8 de março de 2020; Diretora Financeira – Betel Santana Rodrigues, professora, ex-secretária municipal de Educação e, na época, secretária municipal de Assistência Social; e Diretor-adjunto – Lourival de Oliveira Santos, professor e escritor.

A criação da Academia de Letras de Buriticupu (ALB) era assunto recorrente, que vinha sendo tratado há anos pelo professor e escritor Isaías Neres Cardoso Aguiar e o jornalista, escritor e consultor Edmilson Sanches, que fundou e presidiu a Academia Imperatrizense de Letras e colaborou para a fundação e instalação de diversas entidades culturais e classistas maranhenses, entre elas as academias de letras de Açailândia, Caxias, João Lisboa, Santa Inês, Aldeias Altas e São João do Sóter. Sanches é membro da Academia Maranhense de Ciências, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, da Academia Pan-americana de Letras e Artes (Rio de Janeiro), do Conselho Regional de Administração, do Conselho Regional de Contabilidade, da União Brasileira de Escritores e membro de academias de letras e outras Instituições no Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos.

Antes da assembleia de criação da Academia de Buriticupu, Isaías Aguiar e Edmilson Sanches visitaram o Cartório do Ofício Único do município, onde foram recebidos, apresentaram a minuta dos documentos de criação (edital, estatuto, ata) e obtiveram a confirmação de que a documentação estava correta. Na reunião de fundação da ALB, Edmilson Sanches foi presenteado pelo escritor Miguel Alves Pereira com um exemplar autografado de seu livro de memórias “O Peregrino que Venceu”. 

Segundo Edmilson Sanches, o município de Buriticupu é um dos que mais crescem no Estado, mesmo em tempos de crise. Os números da época, divulgados em dezembro de 2020 pelo IBGE, mostravam que a economia buriticupuense crescera mais de 13% (exatamente 13,07%) e ultrapassara  o meio bilhão de reais, atingindo R$ 561,0 milhões em 2018, contra R$ 496,1 milhões no ano de 2017. Buriticupu era distrito de Santa Luzia até ser oficialmente criado pela Lei Estadual nº 6.162, de 10/11/1994, e instalado a partir de 1º de janeiro de 1997. Tem 2.544 quilômetros quadrados e mais de 55 mil habitantes (2022).

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Sobre a colaboração de Edmilson Sanches, o presidente da Academia de Letras de Buriticupu, Isaías Aguiar, escreveu o seguinte comentário: “Edmilson Sanches: Quero parabenizar pelo seu profissionalismo e pela dedicação que você manifesta dia após dia em todas as tarefas que realiza. Sua postura é um exemplo digno de ser imitado por todos nós. Não só da ALB, mas por toda a sociedade buriticupuense. // Continue demonstrando essa capacidade única que lhe tem trazido excelentes resultados. Você merece todo sucesso do mundo e eu tenho certeza de que seu caminho será recheado de vitórias! // Abraços de todos nós da Academia de Letras de Buriticupu”.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

A cidade de Buriticupu e a primeira diretoria da Academia de Letras: da esquerda para a direita, Lourival Santos (diretor-adjunto), Isaías Aguiar (presidente), Jaílson Teixeira (diretor-administrativo), Betel Rodrigues (diretora-administrativa) e Ariel Primo (vice-presidente). Na outra foto, a diretoria da ALB e a professora Aldeane Mello (primeira à esquerda), secretária da Assembleia Geral, o escritor Miguel Alves Pereira (primeiro à direita) e, agachados, Edmilson Sanches e Isaias Neres Aguiar, presidente.

A quarta edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha, mostra que a cultura é fonte de bem-estar para os brasileiros e ajuda no enfrentamento e prevenção de questões de saúde mental. Entre as atividades apontadas, a leitura aparece em último lugar, atrás de cinema, shows de música e teatro.

De acordo com a pesquisa, divulgada em dezembro e que agora apresenta seus novos recortes, a cultura é apontada por 54% dos indivíduos como a atividade que mais proporciona bem-estar, seguida por outras atividades de lazer (parques, igrejas, praia, passeios) e de atividades físicas e esportivas, ambas com 19% das respostas. 3% mencionaram séries e novelas, e 9% não souberam informar.

Dos 54% que veem bem-estar na cultura, 18% dizem que o cinema é a atividade preferida para se sentir bem, seguida por assistir a shows e festivais de música (15%) e ir ao teatro (12%). Ouvir música e dançar ficaram com 9% das menções, e ir a museus somou 4% das menções, mesmo índice para atividades genéricas de cultura. A leitura foi apontada por 3%.

Segundo a pesquisa Fundação Itaú/Datafolha, 61% concordaram plenamente que programas culturais reduzem o estresse, 58% dizem que melhoram o relacionamento em casa, 61% apontam que diminui a sensação de tristeza. Já 57% informam que atividades culturais melhoram a qualidade de vida, 61% indicam diminuição da solidão e 50% dizem ajudar na melhora do relacionamento no trabalho.

O levantamento ouviu 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, por meio de entrevistas presenciais e telefônicas, entre os dias 1º e 28 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. Cada ponto percentual representa 1,4 milhão de indivíduos.

Saúde mental

De acordo com o levantamento, 42% dos entrevistados declararam ter tido algum problema de saúde mental nos últimos 12 meses e que, destes, 63% procuraram algum tipo de tratamento.

Ainda segundo a pesquisa, as mulheres (53%) foram mais afetadas pelas questões de saúde metal e emocional que os homens (30%). A incidência foi maior, também, entre os indivíduos das Classes D e E (51%) do que entre os entrevistados das Classes A e B (33%).

A ocorrência também foi maior entre os indivíduos de 25 a 34 anos (53%), seguida pelos grupos de 16 a 24 anos e 45 a 65 anos, ambos com 42%. O grupo de 35 a 44 anos apresentou 34% de incidência. Do total dos afetados, 55% estão sem trabalho.

No recorte geográfico, 45% dos afetados vivem na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; e 37% na RM de São Paulo. Considerando por região, 50% são do Nordeste; 44% do Centro-Oeste – mesma porcentagem dos que vivem no Sul – e 40% no Sudeste. Apenas 24% dos indivíduos que vivem na Região Norte apontaram o problema.

(Fonte: Publishnews)

O 6º Prêmio Literário Afeigraf 2024 tem por objetivo prestigiar a literatura brasileira e revelar novos talentos. Cada autor participante poderá enviar para o concurso apenas uma poesia, de sua autoria, inédita – não publicada em livro individual ou antologia, em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto.

Cada inscrição deverá ter apenas um autor. Não serão aceitos trabalhos coletivos. O tema para participar do prêmio é livre e o gênero é poesia.

As Inscrições estão abertas até o dia 31 de maio de 2024. Poderão participar escritores brasileiros, residentes ou não no Brasil, maiores de 16 anos.

Serão selecionados pela Comissão Julgadora 50 trabalhos poéticos, a serem publicados em antologia, organizados em ordem alfabética, sem colocação. O prêmio não tem taxa de inscrição. Todas as despesas serão custeadas pelo patrocinador do prêmio, cabendo à Scortecci Editora, organizadora do concurso, a edição e impressão da antologia.

A edição da antologia será de 500 exemplares, sendo: 250 exemplares para os autores premiados, 50 exemplares para divulgação e promoção da obra na midia especializada e 200 exemplares para a Afeigraf.

Confira o cronograma:

  • Inscrições: até 31 de maio de 2024, somente por meio deste formulário do site da Scortecci;
  • Seleção dos trabalhos: de 1º de junho a 30 de junho  de 2024;
  • Resultados: até 15 de julho de 2024;
  • Produção editorial e impressão: até 20 de agosto de 2024;
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  • Lançamento: de 6 a 15 de setembro de 2024, no estande da Scortecci, durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2024, no Distrito Anhembi.

(Fonte: Publishnews)

Prêmio de Não ficção Latinoamérica Independiente está com as inscrições abertas para a sua próxima edição, até o dia 31 de maio de 2024. A obra vencedora será anunciada na Feira do Livro de Guadalajara, em dezembro. Veja abaixo como se inscrever.

Organizado por nove editoras independentes da América Latina, entre elas a Fósforo no Brasil, o prêmio, que abre inscrições a cada dois anos e recebe apoio da Open Society, promoverá a edição da obra vencedora no país de cada uma das editoras participantes, além de levar a autora ou o autor para lançar o livro em alguns desses países.

A aliança de editoras independentes é formada por El Cuervo (Bolívia), Godot (Argentina), Libros del Fuego (Venezuela), Luna Libros (Colômbia), Elefanta (México), El Fakir (Equador), Trabalis (Porto Rico) e Criatura (Uruguai), além da Fósforo.

Segundo o regulamento, a obra deverá ser inédita, escrita em espanhol ou português e não pode ter sido enviada para deliberação a nenhuma editora ou prêmio que leve à publicação durante o período de candidatura. O autor ou a autora não podem ter sido publicados por nenhuma das editoras participantes. A obra deverá ter entre 28 mil e 75 mil palavras, e deve ser de não ficção, de gêneros como (mas não exclusivamente) ensaios, ensaios literários, textos jornalísticos, biografias, diários, aforismos, correspondências e formatos experimentais ou híbridos.

O título que venceu o prêmio ano passado será publicado no Brasil, em janeiro de 2024: Sumário de plantas oficiosas (Fósforo), do colombiano Efrén Giraldo, foi escolhido por unanimidade por um júri composto de três críticos latino-americanos, entre eles Schneider Carpeggiani, que assina a orelha da edição brasileira. Segundo ele, o livro "é, na superfície, um tratado sobre plantas, as reais e as imaginárias, e o fascínio que elas exercem. Mas é ainda uma obra a relatar a importância capital da ficção, sobretudo nos ciclos em que violência e política parecem indissociáveis”.

Uma pré-seleção que durará dois meses e será realizada pelos representantes das editoras, e os selecionados serão apreciados pelo júri. O júri deste ano é composto por Efrén Giraldo (Medellín, Colombia, 1975), escritor, curador de arte, crítico, professor e pesquisador da Universidade Eafit; Rosario Lázaro Igoa, tradutora, pesquisadora e escritora uruguaia, com doutorado sobre os escritos da imprensa na Ibero-América durante o século XIX e início do século XX pela Universidade Federal de Santa Catarina; e Álex Ayala Ugarte (1979), espanhol de nascimento, boliviano de coração; ex-diretor do suplemento dominical do jornal boliviano La Razón, editor do semanário Pulso e fundador da Pie Izquierdo.

Interessados em participar da nova edição do Prêmio Latinoamérica Independiente podem conferir o regulamento em espanhol e português no link https://www.premiodenoficcion.com/br/index.html.

(Fonte: Publishnews)

O selo EditoRia, da Ria Livraria, está com inscrições abertas para um concurso literário. A intenção é de publicar as obras dos três primeiros colocados e premiar em dinheiro o primeiro colocado com R$ 10 mil; o segundo com R$ 6 mil; e o terceiro com R$ 4 mil.

As inscrições para o concurso ocorrem entre os dias 15 e 30 de janeiro, e as obras devem ser inéditas e finalizadas. Serão aceitos os gêneros poesia, contos, romance, biografia e infantil. O texto terá que ser em português, e os autores precisam ser residentes no Brasil. Só será aceita a obra enviada para o endereço de e-mail [email protected].

São necessários os seguintes trechos para envio: poesia (cinco poemas); contos (cinco contos); romance (dez laudas); biografia (dez laudas); infantil (dez laudas e cinco ilustrações). O edital também pede para os proponentes enviarem, no mesmo documento: biografia, sinopse da obra, cidade e Estado em que reside, idade e motivo de querer publicar a obra.

A fase seguinte fica a cargo de análise da equipe editorial do selo, encabeçada pelo escritor Jorge Ialanji Filholini. Deste filtro, a Ria Livraria divulgará os 20 projetos finalistas que passarão por uma comissão julgadora final com três consagrados escritores que escolherão os três vencedores – a comissão final de julgadores será anunciada durante o processo do concurso.

Regras do concurso:

Participação

  • A obra enviada para o concurso precisa ser inédita e já finalizada – não serão aceitas coautorias, apenas em literatura infantil poderá ter autor e ilustrador distintos;
  • Gêneros aceitos para o concurso: poesia, contos, romance, biografia, literatura infantil;
  • As obras precisam ser escritas em português;
  • O concurso só vale para autores residentes no Brasil;
  • Para envio da obra para o concurso, são necessários os seguintes trechos: poesia (cinco poemas); contos (cinco contos); romance (dez laudas); biografia (dez laudas); literatura infantil (dez laudas com cinco ilustrações – não precisa ser do proponente) – Documento: PDF; Fonte: Times New Roman; Tamanho: 12.
  • No documento, o proponente precisa enviar: biografia, sinopse da obra, cidade e Estado em que reside, idade e motivo de querer publicar a obra;
  • Será aceito o envio da obra e material a partir da 0h1min do dia 15 de janeiro de 2024 até as 23h59 do dia 30 de janeiro de 2024.

Processo do concurso

  • Primeira fase: análise feita pela equipe de editores da EditoRia;
  • Segunda fase: divulgação das quinze obras finalistas;
  • Terceira fase: análise feita pela comissão julgadora final realizada por três autores convidados;
  • Quarta fase: divulgação dos três autores vencedores.

Prêmio

  • Primeiro lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 10 mil;
  • Segundo lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 6 mil;
  • Terceiro lugar: publicação do livro pela EditoRia e R$ 4 mil.

Critérios de avaliação

  • Coerência;
  • Coesão;
  • Estilo;
  • Fluidez;
  • Tema;
  • Conteúdo;
  • Originalidade;
  • Forma de escrita.

(Fonte: Publishnews)

O Dia de Reis, celebrado neste sábado (6), marca uma tradição centenária na cultura popular brasileira, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. Em diversas cidades do país, eles passam de casa em casa vestindo fardas e máscaras e performando danças e cantorias com múltiplos instrumentos de corda, sanfonas e percussão. Alguns grupos contam com personagens – reis, palhaços e bastiões – que chegam a visitar as casas de devotos.

Belchior, Gaspar e Baltazar, convertidos em santos pela Igreja Católica, teriam saído do Oriente se guiando por uma estrela e levavam três presentes: ouro, incenso e mirra, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Para os devotos, a data da chegada dos reis magos ao destino é quando se encerram os festejos natalinos, que começam quatro domingos antes do 25 de dezembro, dia atribuído ao nascimento de Jesus Cristo.

Dessa forma, o dia 6 de janeiro marca o momento em que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Neste dia, também são desarmados os presépios, as árvores e os demais enfeites natalinos.

De origem portuguesa, a Folia de Reis ou Reisado foi trazida para o Brasil durante o período colonial, manifestando-se a partir de diversos títulos: Terno de Reis, Tiração de Reis, Rancho de Reis, Guerreiros e Reisado. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos.

Atualmente a tradição continua presente em diversos Estados do país, especialmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, a exemplo do Espírito Santo, de Minas Gerais, São Paulo, do Rio de Janeiro, de Alagoas, da Bahia, do Ceará, Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí e de Goiás.

Em Minas Gerais, onde a tradição é bastante presente, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) já cadastrou mais 1,6 mil grupos em cerca de 400 municípios de todas as regiões, consideradas, desde 2017, patrimônio cultural de natureza imaterial. Além dos Reis Magos, são cultuados o Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição, em períodos que não são necessariamente o de Natal.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem três pedidos de reconhecimento abertos no Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI): Reisados de Pernambuco; Folias de Reis Fluminenses; e Folias de Reis do Estado de São Paulo.

Em Pernambuco, o mapeamento realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) abrangeu os municípios do Recife, de Garanhuns, Povoado de Maniçoba (Capoeiras), Paranatama, Águas Belas, Arcoverde, Sertânia, Pedra, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande e Tacaratu, contemplando o agreste pernambucano e a região metropolitana do Recife.

No Rio de Janeiro, o Iphan, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), identificou Folias de Reis nos municípios de Angra dos Reis, Cabo Frio, Cassimiro de Abreu, Duas Barras, Itaboraí, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Quatis, Quissamã, Rio Claro, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena e São Pedro da Aldeia.

Pesquisa

Para atualizar as informações sobre as Folias de Reis, o instituto abriu, em novembro do ano passado, um edital para selecionar organizações para realizar pesquisa e documentação que vão subsidiar o processo de registro dos Reisados e das Folias de Reis.

O Centro de Estudos da Cultura Popular, organização selecionada, deverá promover pesquisa de campo e estudos transdisciplinares sobre os Reisados e a Folia de Reis, reunindo profissionais de diversas áreas do conhecimento, como antropologia, etnomusicologia, história, geografia e artes.

A pesquisa deverá ter a participação das comunidades detentoras das manifestações. Além disso, a organização vai sistematizar e consolidar informações sobre referências bibliográficas, instituições, acervos públicos e particulares.

De acordo com o Iphan, o trabalho deverá trazer uma proposta de reconhecimento dessas manifestações como um único bem cultural ou se seria o caso de indicar o reconhecimento de dois bens culturais: um que abarque os Reisados e suas variações no Nordeste e outro que englobe as Folias de Reis de outras localidades, a serem definidas a partir do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A pesquisa também deverá apresentar produção de material escrito, audiovisual, mapa de base cartográfica com coordenadas georreferenciadas (localizando as comunidades detentoras dos Reisados e das Folias de Reis e os principais locais identificados como lugares de referência para essa manifestação cultural), além de fazer um levantamento histórico sobre transformações e descontinuidades pelos quais esse bem cultural passou, especialmente sobre últimas décadas.

“Com essa pesquisa, que está no horizonte próximo, será possível obter levantamentos quantitativos e qualitativos dos grupos atuantes e suas diversidades atuais e históricas”, informou o Iphan.

(Fonte: Agência Brasil)

"Brasil campeão tem 13 letras". Escutar essa frase é lembrar de Mário Jorge Lobo Zagallo. Uma das razões é o apego dele ao número 13, que surgiu com a esposa Alcina, devota de Santo Antônio (cuja data é comemorada em um dia 13). A outra é a história vitoriosa, de mais de meio século, dedicada à seleção brasileira – dentro ou fora de campo.

Simplesmente quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha tiveram participação do Velho Lobo: dois como atleta, um como técnico e um como coordenador técnico.

Mário Jorge Lobo Zagallo morreu às 23h41 desta sexta-feira (5). O velho Lobo, tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar técnico com a Seleção Brasileira, tinha 92 anos. O Hospital Barra D'Or, onde o ídolo estava internado desde o fim do ano passado, comunicou que ele não resistiu a uma falência múltipla de órgãos resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.

 A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou a morte da “lenda”.

“A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo.  A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol”.

O velório será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30 deste domingo. A solenidade será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h do mesmo domingo, no Cemitério São João Batista.

Trajetória

Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.

Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.

A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido "formiguinha".

Foi também em 1958 que a passagem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.

Treinador

Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.

Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.

Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo passou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.

A nova passagem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: "Vocês vão ter que me engolir!".

O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda passagem de Zagallo no comando da seleção brasileira.

Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.

Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, "Zagallo craque" não tem 13 letras à toa.

(Fonte: Agência Brasil)

De repente, um grupo de músicos tocando mariachi entra no MIS Experience, na região da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Com churros nas mãos, que foram distribuídos no início do evento, os convidados se emocionam com a música cantada: “Que bonita sua roupa. Que roupinha mutcho louca...”

Os versos invadem o espaço e o coração de uma legião de fãs brasileiros que assistiram ao seriado mexicano Chaves, que foi exibido por muitos anos na TV aberta. Série que agora é celebrada pelo MIS Experience com uma grandiosa exposição, aberta ao público na tarde dessa sexta-feira (5).

A mostra Chaves: A Exposição comemora os 40 anos de estreia do seriado no Brasil. Apesar de Chaves (El Chavo del Ocho, como era chamado no México) ter sido criado, em 1971, por Roberto Bolaños (que também era seu intérprete), sua exibição em solo brasileiro só teve início em agosto de 1984. Depois disso, foram 36 anos de exibição ininterrupta, atraindo gerações de aficionados.

Quem se lembra dessa primeira exibição do seriado no Brasil é José Maria Pereira Lopes, 74 anos, que é relações públicas do MIS, em São Paulo. Ele, que já trabalhou em diversas emissoras brasileiras, era contratado do SBT quando o seriado começou a ser exibido.

“O Chaves foi um sucesso maravilhoso, como vai ser essa exposição. Foi um sucesso porque não havia nada como ele na televisão. Todo mundo assistia ao Chaves, tanto adultos quanto crianças”, disse ele à Agência Brasil, durante visita à mostra. “A exposição está linda. Todo mundo tem que aproveitar essa oportunidade que o MIS está dando”, disse.

Lopes guarda, em VHS, um dos episódios do Chaves. “Tem um episódio guardado comigo há quase 40 anos. Está guardado na minha casa, em uma caixinha azul”, contou. “Não vejo nada hoje como foi o Chaves. Ninguém faz nada igual a isso. Hoje, a TV não tem mais esse tipo de humorista”.

Outra pessoa que se recorda do início dessa exibição no Brasil é Cecília Lemes, dubladora da personagem Chiquinha. “Nenhum de nós [dubladores] tinha essa ideia do sucesso que o Chaves iria fazer [no Brasil]. Logo, fomos percebendo a geniosidade do Roberto Gómez Bolaños. Isso foi tomando corpo e foi um sucesso”, disse ela, ao visitar a exposição nessa sexta-feira. “Hoje, aqui na exposição, foi um grito após o outro de tanta emoção ao entrar em cada uma dessas salas”.

Pois é, pois é, pois é

Chaves: A Exposição é a maior mostra em homenagem ao seriado já feita no mundo. Ela reconstrói mais de 20 cenários emblemáticos que fizeram parte da vida de milhões de espectadores e apresenta a vida e a obra de seu criador, o escritor Roberto Gómez Bolaños, conhecido como Chespirito.

Além da tradicional Vila do Chaves e das casas do seu Madruga e da dona Florinda, o visitante poderá se surpreender com um cenário que recria a sala da casa da Bruxa do 71, ambiente que apareceu em um único episódio da série, dentro do imaginário de Chaves.

Também não foi deixado de lado um dos episódios mais conhecidos e preferidos dos fãs: o de Acapulco. O restaurante de dona Florinda também conta com uma sala especial.

“[A sala da Bruxa do 71] era a mente da criança, do Chaves, imaginando como seria a casa dela se ela fosse uma bruxa mesmo. Recriamos o cenário igualzinho ao episódio da época, de 1975”, destacou João Victor Trascastro, um dos curadores e consultores da exposição e integrante do Fórum Chaves. “É a maior exposição do Chaves já realizada no mundo, totalmente original, com mais de mil metros quadrados, 26 ambientes e ‘tudo friamente calculado’, como diria o Chapolin Colorado”, brincou.

A exposição apresenta, ainda, figurinos originais utilizados no seriado, como a famosa bermuda de Chaves, acompanhada por uma frase escrita em caneta. “Este es el primer pantalon que usó el Chavo del Ocho. Testimonhos: Chapolin Colorado, Chavo, El Profesor Jirafales”, e outros.

Há, também, roteiros e itens originais trazidos do México exclusivamente para a mostra. A curadoria, explicou Trascastro, levou dois anos de planejamento. “Felizmente, tivemos o apoio do Grupo Chespirito, que é a família detentora dos direitos da marca Chaves e Chapolin. Eles nos cederam os itens originais”.

“Sigam-me os bons”

Além de Chaves, a exposição traz, ainda, objetos e cenários de outra série produzida por Bolaños e que também tem uma legião de fãs brasileiros: Chapolin Colorado.

Entre os objetos originais que são apresentados na exposição, estão a marreta biônica, as anteninhas de vinil, a corneta paralisadora e as pílulas de nanicolina, que eram utilizadas por Chapolin.

Nem mesmo a cena de abertura da série no Brasil, com os corações coloridos, ficou de fora da mostra. “Também criamos outros ambientes, como o Chapolin no velho oeste e a parte espacial”, disse João Victor Trascastro.

Tudo isso acompanhado, ao fundo, por vozes dos personagens e músicas que tocavam nos seriados.

Segundo o curador, a exposição busca mostrar por que os dois seriados conquistaram tantos brasileiros. “Acredito que a genialidade do texto do Chespirito seja o ponto mais alto. Ele conseguiu fazer, na década de 70, um roteiro que fosse atemporal. A gente consegue absorvê-lo hoje sem ficar limitado a datas ou personalidades da época”, disse ele.

Exibição

Hoje, o seriado não está mais disponível nem na TV aberta nem no streaming. Mas há uma possibilidade de que ele volte a ser exibido no Brasil. Quem afirma isso é Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños. “Para mim, uma das tarefas mais importantes é fazer com que a série original regresse. Isso é algo que tenho como tarefa presente nos meus dias e espero que, em breve, isso seja solucionado”.

Fernández esteve na manhã dessa sexta-feira, no Brasil, para acompanhar a abertura da exposição e se declarou emocionado. “Este é um dia muito especial para mim e para a minha família. A verdade é que essa é a manifestação do legado de Roberto Bolaños mais importante que já foi feita”, disse ele. “Realmente, ela [a exposição] superou minhas expectativas”, acrescentou.

Quem acompanhou a visita de Fernández à exposição foi a secretária estadual da Cultura, Economia e Indústrias Criativas de São Paulo, Marilia Marton. “Acho que o Chaves perpassa gerações. A minha geração vivenciou demais o Chaves. Ele chegou na década de 80, mas temos ele ainda muito presente no nosso imaginário. Eu realmente acompanhei Chaves e Chapolin durante toda a minha infância e juventude. Brincamos que temos até trejeitos do Chaves: é isso, isso, isso… Pi, pi, pi,pi”, brincou ela, em entrevista à Agência Brasil.

Para a secretária, a expectativa é que a exposição atraia um grande público ao MIS Experience, principalmente por ter sido aberta em período de férias e por contar com uma rede de transporte especial: há um ônibus gratuito, todo enfeitado com imagens da exposição, que sai do Terminal Turístico da Barra Funda a cada meia hora.

Os ingressos para Chaves: A Exposição já estão à venda no site www.expochaves.com.br. Às terças-feiras, a entrada é gratuita, e o ingresso deve ser retirado, exclusivamente, na bilheteria física do MIS Experience, no dia da visita (sujeito à lotação).

(Fonte: Agência Brasil)