Nome de destaque no esporte maranhense, o nadador Davi Hermes vive a expectativa por uma das competições mais importantes da temporada de 2024. Davi, que é atleta da Viva Água e conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foi convocado pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) para representar o país na disputa do Trisome Games 2024, que será realizado entre os dias 19 e 26 de março, em Antalya, na Turquia.
“Emoção total. Muito feliz por ser convocado para a Seleção Brasileira que irá para o 2º Trisome Games, evento multiesportivo que reunirá campeonatos mundiais de seis modalidades. Só tenho a agradecer à CBDI, à Viva Água, ao governo do Estado e à Potiguar por todo apoio e incentivo. Partiu, Turquia!", afirmou Davi, que é o único paratleta do Norte-Nordeste convocado para o Mundial.
Davi Hermes dá os seus primeiros passos na temporada depois de emplacar vários títulos e medalhas no cenário nacional da natação paralímpica em 2023. Em dezembro, o atleta da Viva Água foi um dos destaques da Copa Brasil de Natação Down CBDI 2023, onde conquistou duas medalhas de ouro nas provas dos 50m e 100m borboleta, além de faturar uma prata e um bronze.
Já no Meeting Brasileiro de Natação, realizado em agosto, Davi Hermes faturou o ouro nas provas dos 100m borboleta e 200m borboleta, garantiu a medalha de prata nos 50m borboleta e foi quarto colocado na disputa dos 50m nado livre. O atleta maranhense também fez os melhores tempos da carreira nos 50m nado livre, 50m borboleta e 100m borboleta, resultados que reforçam a sua evolução na natação paralímpica brasileira.
Davi Hermes também colecionou títulos nas disputas dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e do Campeonato Brasileiro de Natação CBDI 2023. O atleta da Viva Água conquistou cinco medalhas de ouro nos JUBs, vencendo as provas de 50m, 100m e 200m livre, além dos 50m e 100m borboleta, ajudando a Universidade Ceuma a conquistar o terceiro lugar no quadro de medalhas da natação paradesportiva da competição. Já no Brasileiro CBDI, Davi levou três ouros – com direito à conquista do tetracampeonato nas provas dos 50m e 100m borboleta e do tricampeonato nos 200m borboleta –, e uma prata nos 50m livre.
Também em 2023, Davi Hermes ganhou dois ouros no Campeonato Maranhense de Natação de Inverno - Troféu João Vitor Caldas, conquistou três medalhas de ouro nas provas dos 50m borboleta, 200m borboleta e 400m livre no Torneio Início, competição promovida pela Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA), e garantiu três medalhas no Torneio Grão-Pará da Amizade Master de Natação, com uma prata nos 50m borboleta e dois bronzes nas disputas dos 50m livre e 100m borboleta.
O ano era 1974. Abdias Nascimento participava do 6º Congresso Pan-Africano em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, como único representante da América do Sul. Durante o evento, o intelectual brasileiro foi convidado pelo embaixador de Uganda para conhecer a fonte do Rio Nilo. Ao lado de outros ativistas, artistas e intelectuais, Abdias experimentou um banho transformador.
“Aquelas águas que alimentaram tantas antigas civilizações negras me emocionaram extremamente; elas encharcaram a minha alma. Banhei-me nelas como num batismo primordial, como se de fato estivesse nascendo de novo”, escreveu Abdias em testemunho de 1976.
Homem negro, era natural de Franca, no interior de São Paulo. Foi ator, dramaturgo, poeta, escritor, artista plástico, professor, político e ativista antirracista. Há exatos 110 anos, nascia Abdias, um dos maiores intelectuais do Brasil. Nessa trajetória extensa, ele se destacou como o principal difusor do pan-africanismo no país. Em termos simples, um movimento em defesa da unidade política dos povos africanos, que tem origem no século XIX, mas ganha força no século XX, no contexto da descolonização da África e das lutas antirracistas em todo o mundo.
O “batismo” de Abdias no Nilo representava essa reconexão com a África, que dizia ser a verdadeira terra natal dele, o único lugar em que se havia sentido em casa. Com o Brasil, a relação era “cheia de revolta” e “paradoxal”, por entender que a sociedade recusava as raízes africanas do povo negro e tentava silenciá-las.
Em 1968, Abdias viajou aos Estados Unidos para um intercâmbio com movimentos que promoviam os direitos civis e humanos da população negra. Ao perceber o aumento da repressão e da violência na ditadura militar brasileira, decidiu autoexilar-se. Durante 13 anos, viveu nos Estados Unidos e na Nigéria.
O sociólogo Túlio Custódio, mestre e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisou o período de exílio de Abdias e explica que as experiências internacionais tiveram influência grande no pensamento político e intelectual dele. Como professor universitário, participou de vários eventos nos Estados Unidos, na América Central e na África. E pôde aprofundar críticas à ideia do Brasil como uma democracia racial, além de estreitar os laços internacionais com pensamentos e intelectuais africanos.
“O foco dele continua sendo o Brasil. É a partir do país que pensa a questão racial. Mas ele entende que as raízes negras brasileiras estão diretamente associadas a uma noção de cultura africana, que dá respaldo a uma visão de pan-africanismo e de diáspora. O intelectual alarga a dimensão de resistência e de revolta que já estava presente no pensamento dele nos anos 1960, e as conecta com o pan-africanismo. Conecta a luta do negro brasileiro com o movimento de descolonização da África e com o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos”, explica Túlio Custódio.
No contexto da perseguição dos militares aos opositores e de outros exílios, Abdias fez questão de marcar a diferença da situação dele em relação à de outros intelectuais e militantes brancos.
“Meu exílio é de outra natureza. Não começou em 1968 ou 1964, nem em momento algum dos meus 62 anos de vida. Hoje, mais do que nunca, compreendo que nasci exilado, de pais que também nasceram no exílio, descendentes de gente africana trazida à força para as Américas”, escreveu.
Pan-africanismo
Quando chegou aos Estados Unidos, Abdias já trazia um currículo longo: havia fundado o Teatro Experimental do Negro (TEN) em 1944, que denunciava a segregação nas artes brasileiras e promovia os direitos civis e humanos dos negros; participara da organização da Convenção Nacional do Negro, em 1945 e 1946, e do 1º Congresso do Negro Brasileiro, em 1950; editara o jornal Quilombo: Vida, Problemas e Aspirações do Negro; e era o curador fundador do Museu de Arte Negra.
Como professor universitário no exterior, teve a oportunidade de conhecer intelectuais e militantes de vários países e entrar em contato com as diferentes vertentes do pan-africanismo, como explica o sociólogo Túlio Custódio.
“Antes da minha pesquisa, tinha expectativa de que o Abdias estaria em diálogo com as teorias norte-americanas e o movimento negro de lá. E não é o caso. Na verdade, ele acaba se conectando mais com os intelectuais de origem africana. E mesmo quando dialoga com intelectuais dos EUA, é mais com aqueles que estão envolvidos na discussão do pan-africanismo ou do nacionalismo negro. Casos de Molefi Asante, Maulana Karenga, Cheikh Anta Diop e Anani Dzidzienyo”.
O pan-africanismo estava dividido entre grupos pró-comunistas, pró-capitalistas e de uma chamada terceira via. Abdias se identificou com o último grupo, por entender que comunismo e capitalismo não apresentavam soluções para os problemas específicos da população negra. Para ele, o mundo africano deveria buscar a própria identidade ideológica, com base na experiência histórica do continente, mas também nas experiências das diásporas nas Américas e Pacífico. Foi o que ele defendeu no discurso do 6º Congresso Pan-Africano de 1974, aquele citado no início da reportagem, do emblemático banho no Rio Nilo.
Foi nesse mesmo ano que Abdias conheceu Elisa Larkin nos Estados Unidos. Ela havia participado de movimentos estudantis e políticos contra a guerra do Vietnã, contra empresas americanas que sustentavam o regime do apartheid na África do Sul e de outros embates contra o racismo no próprio país. Elisa conta que houve uma afinidade imediata, por terem tantos pontos em comum na vida pessoal e intelectual. Das trocas entre os dois, aprendeu mais sobre a história das filosofias e culturas africanas e acompanhou de perto a atuação incisiva do companheiro nos círculos internacionais.
“O Abdias vai ter uma voz muito maior dentro desses círculos do pan-africanismo. No Brasil, crescia a consciência entre a população negra sobre essa dimensão internacional e pan-africana de luta. E a mesma coisa acontecia do lado de lá. Os movimentos pan-africanos no exterior não tomavam conhecimento de uma população negra que era a maior do mundo fora da Nigéria. Quando Abdias começou a dizer isso no início dos anos 70, as pessoas achavam um absurdo: ‘esse cara está enlouquecendo’. Ele era rechaçado. Os ativistas do exterior não tinham a consciência dessas outras populações”, diz Elisa.
Volta ao Brasil
Quando voltou ao Brasil em 1981 definitivamente, Abdias fundou com Elisa o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro). A instituição organizou o 3º Congresso de Cultura Negra das Américas em São Paulo, em 1982. A revista Afrodiáspora, lançada no ano seguinte pelo Ipeafro, traz, na capa, menção ao congresso e diz que os negros reunidos nele buscavam a própria identidade, impor respeito à condição comum de descendentes dos povos africanos.
Nas décadas seguintes, manteve-se ativo na defesa do pan-africanismo e contra a desigualdade racial em congressos e seminários internacionais, além de publicar dezenas de livros em inglês e em português. Entre eles, estão O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado, O quilombismo e OBrasil na mira do pan-africanismo.
Na vida política, Abdias Nascimento assumiu o cargo de deputado federal em 1983, eleito suplente pelo PDT-RJ. Como integrante da Comissão das Relações Exteriores, propôs medidas contra o apartheid, de apoio ao Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul e ao movimento pela independência da Namíbia.
Abdias Nascimento
“É o Abdias que traz essa discussão sobre o apartheid e a necessidade de rompimento de relações diplomáticas do Brasil com o regime sul-africano do apartheid. E também vai incluir isso além do Congresso, como item importante de luta para todos os negros, inclusive o brasileiro”, afirma Fabiana Vieira, historiadora que pesquisa as relações entre Brasil e África do Sul, no que diz respeito à atuação do movimento negro.
Legado
Abdias Nascimento morreu em 2011, aos 97 anos. Deixou um legado de luta antirracista, vasta publicação intelectual, acadêmica e artística. Mas os pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil dizem que, apesar dos esforços para difundir o pan-africanismo no país, a doutrina ainda tem pouca influência sobre o movimento negro.
A historiadora Fabiana Vieira entende que falta projeto político de integração com pautas do exterior.
“O movimento negro atual perdeu essa ideia de internacionalização. O que me parece é que a conexão hoje é mais acadêmica e pontual, quando tem algum evento ou acontecimento no exterior que mereça maior atenção. Não há um projeto político contínuo de internacionalização do movimento negro, como pretendia Abdias Nascimento”.
O sociólogo Túlio Custódio entende que intelectuais e pensamentos do movimento negro dos Estados Unidos são mais influentes sobre os brasileiros.
“Apesar de toda a contribuição que uma parte do movimento negro teve, o que inclui o Abdias, de pensar uma identidade negra a partir da África, quem leva o jogo, vou colocar nesses termos, é a perspectiva norte-americana. Impacto dela na realidade brasileira vem pelas roupas, pelos movimentos culturais, musicais, e que vão trazer uma força de influência na identidade negra. Quando a África aparece, é quase numa perspectiva etérea, menos conectada com os elementos culturais que estão no pensamento de Abdias. As reflexões para lidar com os problemas concretos do Brasil partem de ferramentas teóricas mobilizadas no debate estadunidense”.
Quem continua na luta pela valorização das raízes africanas e defende o legado de Abdias é o Ipeafro, hoje sob direção da viúva Elisa Larkin Nascimento.
“Nosso trabalho é fazer com que o pictórico, o acervo museológico, as obras de arte e o acervo documental do Abdias possam ajudar a pensar e a criar maneiras de trazer esse legado ao conhecimento das novas gerações. Não apenas de crianças e adolescentes e pessoas negras, mas do país inteiro, para a gente entender melhor a história do povo negro e como ela se relaciona à dos povos originários africanos”, disse Elisa.
A 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos será aberta nesta quarta-feira (13), às 18h30, no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com o filme Nas Asas da Pan Am, de Silvio Tendler, cineasta homenageado nesta edição. Até o dia 22 próximo, os filmes serão exibidos em várias capitais do país. A partir do dia 25, 31 cineclubes de municípios do Estado do Rio passarão a apresentar produções cinematográficas.
Com o tema Vencer o ódio, semear horizontes, a Mostra Cinema e Direitos Humanos reúne 18 filmes de todas as regiões brasileiras, realizados por profissionais com relação direta com os temas abordados nas telas, entre os quais, racismo e direitos das mulheres, de pessoas com deficiência, povos indígenas e comunidade LGBTQIA+. A programação é inteiramente gratuita.
Roteiro
O roteiro do evento foi organizado em programas, divididos com os títulos Homenagem, Raízes, Sementes e Frutos. Amanhã (14), às 14h, o programa Frutos da mostra, dedicado ao público infantojuvenil, exibe Um Filme de Verão. A partir das 19h, o programa Raízes apresenta Travessia, Filha Natural, Nossa mãe era atriz, Mãri Hi – A Árvore do Sonho, O que pode um corpo? e A poeira dos pequenos segredos, com debate aberto ao público às 20h40.
Na sexta-feira (15), às 14h, o programa Frutos apresentará Tesouro Quilombola, Mutirão, O Filme, Cósmica e O Pato.
A partir das 19h, o programa Sementes” traz Ribeirinhos do Asfalto, Adão, Eva e o Fruto Proibido, Nossos espíritos seguem chegando, Me farei ouvir, Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reise Conceição Evaristo, com debate na sequência.
No sábado (16), às 19h, haverá a sessão Homenagem, com mais um filme de Silvio Tendler, A Bolsa ou a Vida, seguida de debate sobre a obra.
Difusão
Em uma segunda etapa, que se estenderá de 25 de março a 24 de abril, o evento terá a Mostra Difusão, quando a programação desta 13ª edição ficará disponível on-line, na plataforma de streaming InnSaei.TV, e em equipamentos culturais das cidades participantes. Todos os espaços, incluindo os do interior, foram cadastrados pelo Ministério da Cultura, que realiza a mostra em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A produção é do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF.
Há 123 anos, em 13 de março de 1901, aconteceu o “massacre de Alto Alegre”, em que índios guajajaras invadiram uma colônia estabelecida por religiosos italianos (frades capuchinhos).
Ao término, a golpe de facas e tacapes e tiros de espingardas, mais ou menos 200 pessoas foram mortas, inclusive cinco padres e seis freiras e, aproximadamente, 200 leigos, entre professores, alunos e outros. O cacique guajajara Cauiré Imana, o João Caboré, líder do massacre, foi preso pelo capitão Raimundo Ângelo Goiabeira e morreu por tortura, em 1905.
Massacre de Alto Alegre – a véspera
Em 12 de março de 1901, em Barra do Corda (MA), nas imediações da Colônia de São José da Providência do Alto Alegre, estabelecida por frei Carlos de São Martino Olearo, nota-se, na tarde e noite, um movimento festivo dos índios guajajaras.
No dia seguinte, eles atacarão religiosos e leigos em um morticínio que ficou conhecido como “Massacre de Alto Alegre”.
A “evangelização civilizadora” dos capuchinhos incluía a catequização de índios e sua conversão à cultura dos brancos. Deste modo, dezenas de filhos dos índios eram objeto daquela missão religiosa... mas crianças são, como em toda cultura, seres de especial estima dos adultos, principalmente os pais. O resgate virou chacina. Cerca de duzentas pessoas foram mortas pelos índios.
O “massacre de Alto Alegre” virou tema de filme e livros. No Maranhão, sem falar nas notícias de jornais desde a época do ataque, há uma longa e detalhada reportagem do jornalista e escritor Antônio Carlos Gomes de Lima, também conhecido como “Pipoca”, ex-diretor de Redação de “O Estado do Maranhão” e meu amigo, falecido em 8 de outubro de 2023.
O frade capuchinho Aristides Arioli, em seu “Livro de Tombo”, que revisei e editei em 1993, em Fortaleza (CE), traz, em Apêndice, nove páginas sobre o assunto, inclusive uma relação com o nome de 53 vítimas.
Mais de um século depois do “massacre”, estudiosos e religiosos debruçam-se em reflexões sobre a chacina e, entre as motivações, eventuais erros ou impropriedades de abordagem dos voluntariosos capuchinhos, que, ao fazerem a “obra de Deus”, causaram um choque cultural quando “mexeram” nas estruturas do modo de ser e fazer dos índios guajajaras.
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Repercussão
Escrito há anos e republicado ao longo dos tempos, o texto acima registra diversas manifestações. Algumas delas, via Facebook, comprovam o quanto leitoras e leitores são ricos em vivências, curiosidades, informações, imaginação, opinião. Sozinhos, os registros ofertam um mundo de possibilidades para abordagens, aprofundamento, detalhamento, pareamento... – um universo a ser considerado. Alguns comentários:
– “Espero que lá [em uma série de reportagens sobre o “massacre”] não esteja só a versão do homem branco. O massacre ocorreu e devemos lamentar até hoje, mas é necessário mostrar todos os episódios desse enfrentamento entre índios e “brancos”, inclusive os ataques sofridos pelos nativos, antes e depois do Massacre de Alto Alegre.” (PIETRO MARINO, Imperatriz/MA, 13/3/2013)
– “Bastante interessante, Sanches... Parabéns!” (JENNIFER TALIA SOARES BITENCOURT, imperatrizense, residente em São Paulo/SP, 13/3/2013)
– “Minha Avó materna era Josefa Goiabeira Ferraz, neta do Major Goiabeira, como ela mesma o retratava quando contava esta história pra nós. Ela nasceu em 1921, mas sua avó, a viúva do Major Goiabeira, contou com detalhes para ela a história do Massacre do Alto Alegre – e que, posteriormente, também foi contada aos descendentes da família (Dagma Nunes, Luzia Nunes, Iara Nunes, Tarson Nunes, Vânio Nunes, lembram dessa história?). Eu me lembro de muita coisa, pois era só tocar no assunto que a Vó recontava toda a história desde o início. Era muito bom ouvir essas antigas histórias de pessoas que estavam dentro do contexto. Por outro lado, lembro também sobre algumas divergências sobre os acontecimentos, que a Vó chegou a relatar. Lendo este trecho – “Maior tribo do Maranhão, com mais de 11 mil índios, os guajajara são ainda hoje, em consequência do episódio, tratados com desconfiança e menosprezo pelas populações dos dois municípios [Barra do Corda e Grajaú]” –, percebo como é notável essa consequência naquelas bandas para as pessoas. As pessoas realmente desprezam muito os índios. Principalmente aqueles do tempo da minha Vó. // Grande Sanches, manda pra mim os materiais desse episódio, que eu tenho muito interesse em verificar os documentos e ver as várias versões pra ter certeza de qual é a que a história que minha Avó contava está relacionada. // Amigo Sanches, como sempre, não nos deixa esquecer os fatos importantes da nossa história local”. (LEANDRO NUNES SAMPAIO, Imperatriz/MA, 13/3/2013)
– “E as perdas dos índios, ninguém sabe ler a tradução, pra ver o lado deles”. (ELVIS NASCIMENTO, 13/3/2013)
– “Ainda muito criança, com o papai (“in memoriam”) e a mamãe visitei a igreja onde os padres foram mortos. Parabéns, Edmilson Sanches, por mais um precioso registro”. (CARLOS BRANDÃO, Imperatriz/MA, 14/3/2013)
– “Belo relato.👏Não lembro de ter visto sobre o assunto nas escolas em que passei, apenas comentários vagos colocando os índios como assassinos. Ninguém questiona a forma como queriam “catequisar” eles, não respeitando suas crenças e costumes”. (EUNICE ERDMANN, 13/3/2018)
– “Na companhia dos meus pais e do Bertoldo, dono de ônibus (pau de arara) que fazia a linha Imperatriz a São Domingos, visitamos a igreja citada nos seus escritos, meu caro e estimado Sanches.” (CARLOS BRANDÃO, 13/3/2018)
– “Fiz uma visita em Alto Alegre, hoje só ruínas. Tive uma boa conversa com o cacique de lá.” (JACKSON PEREIRA SILVEIRA, Imperatriz/MA, 13/3/2018)
– “Quando tive a honra de receber o “Livro de Tombo", com dedicatória de Frei Aristides, relendo textos grifados, comentei com o autor a questão cultural vista segundo o Catolicismo”. (MARIA LEDA DE SOUZA GOMES, Brasília/DF, 13/3/2018)
– “Por favor... sou de Barra do Corda [MA}... Gostaria muito de conseguir esse “Livro de Tombo”, para biblioteca da Academia de Letras... Como consigo...????” (TÂMARA PINTO, Barra do Corda/MA, 14/3/2018)
– “Tâmara, até volume com dedicatória pra meus pais (Alice / Boaventura) foi roubado da residência deles em Montes Altos. Vamos reeditar esta obra-prima?! Foram queimados/destruídos por nossos conterrâneos, que criticaram/criticam os relatos verídicos descritos pelo autor... PAZ E BEM. // Este volume faz parte de minhas memórias, em Brasília/DF”. (MARIA LEDA DE SOUZA GOMES, Brasília/DF, 14/3/2018)
– “Tâmara Pinto: Fui editor de dois dos livros do meu amigo, de saudosa memória, Frei Aristides Arioli. Há uma terceira obra (“A Floresta Chama”), que iniciei os trabalhos, mas o Frei morreu. Já houve aqui nesta rede social [Facebook] um movimento (ou manifestações) para se reeditar essa obra. Mas ainda não saiu do reino da vontade... (EDMILSON SANCHES, Imperatriz/MA, 14/3/2018)
– “Edmilson Sanches, esse movimento vai ter êxito. Montes Altos deve muito ao frei Aristides Arioli, pois ele nos deixou um grande legado, o maior conjunto arquitetônico do Município. Deus vai nos ajudar!” (JÚLIA GOMES, Montes Altos/MA, 16/3/2018)
– “Massacre foi o que o governo do Maranhão mandou a polícia militar fazer com os Índios depois, foi um massacre total”. (JACKSON PEREIRA SILVEIRA, Imperatriz/MA, 13/3/2018)
– “Segundo o trecho de livro que li, aproximadamente 400 indígenas foram mortos...” (MARIA BETÂNIA BARROS, 16/3/2018)
– “Ouvi muito sobre esse acontecimento! Os índios, coitados, tinham suas crenças e só se defenderam!” (CLEUDMAR FREITAS GOMES, imperatrizense, residente em São José do Rio Preto/SP, 13/3/2018)
– “Já tinha visto falar, só que vagamente, esses pontos da história; mas para os índios agirem assim tiveram seus motivos; não que esses motivos justifiquem esse massacre, mas, por outro lado, quantos índios também foram e continuam a ser massacrados e a história também não é contada”. (MARIA JOSÉ AQUINA, Imperatriz/MA, 13/3/2018)
–- “A História tem vários sujeitos e cabe a todos conhecer as várias versões”. (EUNICE MENDES DOS SANTOS, Araguatins/TO, 13/3/2018)
– “Concordo com você, Eunice Mendes dos Santos. Sou filha de Barra do Corda [MA] e sempre ouvi as histórias do massacre. Não tirem conclusões; existe toda a história, com toda certeza, nalgum lugar lá na Barra!!! Historiadores, procurem contar com veracidade!!!” (CLAUDETE BILIO, Bacabal/MA, 14/3/2018)
– “É a dura realidade do choque de culturas. // Resumindo, mexe com quem tá quieto, mexe!” (FRANCISCO MENDES AGÜERO, Itatiaia/RJ, 14/3/2018)
– “Jamais foram relatados esses pedaços de nossa história nas escolas”. (Celson C. Mattos, 14/3/2018)
–- “Quando vivi em Barra do Corda, um amigo Guajajara disse que a UNESCO estava estudando essa possibilidade. Tem tanta coisa que a história não conta!!! Apenas o conveniente se revela...😥”. (MÅRIPE PACÍFÍCO, Dili, Timor Leste, 15/3/2018)
– “A triste história do massacre que o Maranhão não pode esquecer...” (FERNANDO CUNHA, Imperatriz/MA, 14/3/2018)
– “Estes que morreram serão justificados pela fé.” (CLETO BERTRAND, Imperatriz/MA, 14/3/2018)
– “Ainda criança ouvia minha mãe e os mais velhos contarem essa história. Ou seja, esse massacre. Era de arrepiar ao ouvi-la. Foi marca de uma tragédia, que iniciou com um novo século [1901], lamentavelmente”. (JOSÉ EMIVALDO CARVALHO LIMA, Imperatriz/MA, 14/3/2018)
– “Caro Edmilson Sanches, vivi alguns anos em Barra do Corda/MA, convivi com comunidades indígenas daquela região, especialmente os Guajajara, etnia onde tenho grandes amigos-irmãos (Dilamar Pompeu, José Raimar Pompeu, Raimundo Carlos da Silva Guajajara, Dulcemar Pompeu, Lalakaobama Pompeu, entre tantos outros amigos). Nessa convivência de amizade tive acesso à versão indígena do Massacre, muitos fatos que a história não revela. Espero que este filme-documentário esclareça os reais motivos daquela tragédia anunciada. Quando eu for ao Brasil (*), quero muito ver esse filme!😥” (MÅRIPE PACÍFÍCO, Dili, Timor Leste, 15/3/2018)
– “Lamentável! Ouvi falar bastante sobre esse ocorrido, cheguei a conhecer esse povoado!” (EBENÉZER MACÊDO, Marabá/PA, 15/3/2018)
– “... Cresci ouvindo relatos e lendas sobre o ‘Massacre de Alto Alegre’ contados por minha mãe e beatas que frequentavam nossa casa. Só pude ler um relato mais sólido e saber detalhes do ocorrido através do texto do jornalista Antônio Carlos Lima. Pretendo adquirir livros sobre este fato histórico do nosso estado. Sobre isto, se possível for, gostaria de uma sugestão sua, caro Edmilson Sanches.” (ALBERTO SAMPAIO, Açailândia/MA, 15/3/2018)
– “É uma denominação extremamente incômoda (sobretudo aos índios), a de ‘massacre’, conquanto não seja relativizada a ação dos Tenetehara-Guajajara como um levante diante de todos os abusos cometidos pela missão e pelas autoridades, inclusive no processo de repressão aos índios envolvidos naquele conflito. O ‘massacre’, por outro lado, continua a ocorrer com as populações nativas excluídas e marginalizadas, através de ações, discursos e lugares de memória que consolidaram um silenciamento dos indígenas e sua culpabilização pelo ocorrido. É necessário que haja, urgentemente, mais espaços disponíveis para a circularidade do discurso e imaginário dos Tenetehara-Guajajara acerca desse acontecimento. Inclusive, não fosse essa reação, talvez essa etnia já teria sido exterminada na região do Centro maranhense”. (CARLOS EDUARDO PENHA EVERTON, Barra do Corda/MA, 16/3/2018)
– “Obrigada por mais uma postagem interessante”. (ANTÔNIA CUNHA DE OLIVEIRA, Imperatriz/MA, 16/3/2018)
– “Professora Diquinha me contou essa história. E o que aconteceu com Perpetinha? O índio afilhado a matou ou eles fugiram?” (SUELY MEDEIROS, Barra do Corda/MA, 16/3/2018)
– “Eles fugiram. Meu pai comprou uma fazenda que tem o nome ‘Juçaral do Bomfim’, [onde] até hoje tem árvore com o nome: “Aqui passou a Perpetinha”, pois [ela] sabia escrever. Meu pai disse: ‘Tinha muita árvore com o nome dela”. (SOCORRO BOMFIM, 17/3/2018)
– “Minha mãe sempre me contou essa história. Perpetinha era freira, madrinha de um índio, certo? E que fora morta pelo próprio. Os guajajaras já assassinaram muitas pessoas não indígenas na região de Barra do Corda, por motivos fúteis”. (ELITÂNIA FRANCO, Redenção/PA, 17/3/2018)
–- “Os frades só queriam civilizar os índios, como hoje são civilizados. Tem gente que tá colocando nos comentários que os índios queriam se defender”. (MARCOS DE SOUSA OLIVEIRA SOUSA OLIVEIRA, Grajaú/MA, 17/3/2018)
– “O documentário de Murilo Santos sobre o tema é muito bom. Tem no YouTube”. (Ramssés de Souza Silva, São Luís/MA, 17/3/2018)
– “Isso mesmo, Ramssés. Esse documentário e outros vídeos sobre esse levante estão lá no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=_Ez4to9RWGU . ((EDMILSON SANCHES, Imperatriz – MA, 17/03/2018)
– “Muitas pessoas diziam que os padres pegavam as crianças para civilizar e eram escravizadas para trabalhos pesados. Não sei até onde é verdade”. (CONCEIÇÃO ALVES MOTA, Imperatri/MA, 17/3/2018)
– “O meu avô falava muito dessa história. Ele era de Barra do Corda”. (AGRIPINO MARTINS, Estado do Tocantins, 17/3/2018)
– “Lembro, eu criança, meus pais e pessoas mais velhas comentarem sobre esse dia muito triste. Também tive a oportunidade de ver fotos – ou santinhos, como falamos hoje – dos padres e freiras que morreram. Lembro o nome de uma das freiras que diziam, na época, que tinha sido levada pelos índios: Irmã Perpetinha. Tive também a oportunidade e prazer de conhecer a Igreja, onde tudo aconteceu”. (NAZARÉ PINHEIRO, GrajaúMA, 3/4/2018)
– “Aprendo muito com você”. (MARCOS JOSÉ DE SOUSA, Caxias/MA, 13/3/2020)
– “Uma história que ainda tem muitos reflexos na sociedade indígena de Barra do Corda e Grajaú, muito preconceito ainda”. (FRANCISCO HUDSON FROTA, Imperatriz/MA, 13/3/2020)
– “Morei em Barra do Corda, convivi com as comunidades indígenas de todas as etnias da região, mais ainda o povo Guajajara, onde tenho amigos muito queridos. Os descendentes indígenas vêm lutando para apresentar a sua versão dos fatos, ainda sem sucesso”. (MÅRIPE PACÍFÍCO, Lago da Pedra/MA, 13/3/2020)
– “Salvo engano, as freiras estão enterradas numa igrejinha no Barra do Corda”. (WALMIR LIMA, Imperatriz/MA, 14/3/2020)
– “Walmir Lima. os ossos estão conservados em jazigos de mármore dentro da igreja Matriz, no centro da cidade... e na parede estão retratos de todos eles. Se não me engano, é isso...” (MOHARA VIEIRA, Canaã dos Carajás/PA, 14/3/2020)
–- “Desde pequena ouvia falar desse massacre em Barra do Corda, mas sempre foi um assunto sigiloso, principalmente para as crianças; mas escutei minhas avós contarem história duma moça que foi levada pelos índios no dia desse massacre. Diziam que ela se chamava Perpétua, moça de beleza encantadora, que nunca foi encontrada! // Contam que ela deixava pedaços das suas roupas amarradas nas árvores das florestas do nosso sertão!!” (MARIA ITELVINA RESPLANDES GOMES, Imperatriz/MA, 14/3/2020)
– “Excelente matéria e um exemplo de que a história deve ser contada e recontada para gerações atuais”. (HUMBERTO BARCELOS, Imperatriz/MA, 14/3/2020)
– “Vivi até os 7 anos na pequena comunidade Alto Alegre. De lá tenho doces memórias de uma infância cheia de alegrias, imaginário alimentado pelas fartas histórias...” (LÍLIA DINIZ, Imperatriz/MA, 15/3/2020)
* EDMILSON SANCHES
ILUSTRAÇÕES:
Cartazes anunciando o filme documentário “O Massacre de Alto Alegre” e as obras “Livro de Tombo”, de Frei Aristides Arioli, e “O Massacre de Alto Alegre”, do Padre Bartolameo da Monza. (Da biblioteca de Edmilson Sanches)
“Meu Deus, me dê a coragem de viver 365 dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude”. São esses versos de Clarice Lispector, declamados na doce voz de Maria Bethânia, que ecoam agora no primeiro andar do Itaú Cultural e abrem a nova exposição do espaço, toda dedicada à cantora.
A Ocupação Maria Bethânia abre ao público nesta quarta-feira (13) à noite, em São Paulo, e destaca a força da palavra e da literatura na vida dessa cantora, celebrada como um dos maiores nomes da música brasileira. A curadoria é do Núcleo de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural e da diretora Bia Lessa, com pesquisa audiovisual de Antônio Venâncio.
“A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra.
“A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra.
Essa exposição, afirmou, pretende reforçar o legado da cantora e celebrar sua trajetória de 60 anos de carreira. “Ela [Bethânia] traz essa importância da identidade vocal e de pensamento. É uma artista que imprime um pensamento sobre o que faz. Nada do que faz é gratuito”, reforçou.
Para essa mostra, foram destinados dois espaços expositivos. O primeiro deles está no andar térreo, onde se apresentam 98 fotos que flutuam pela sala, suportadas por cabos de aço até a altura do público. As fotos apresentam a família de Bethânia, seu lugar de nascimento (a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano), seus amigos, seu cotidiano e imagens de shows. Os cabos de aço também sustentam saquinhos de água e de terra, onde se lê o nome da cantora.
“Esse é o espaço do território. Aqui é muito a força de Santo Amaro no que constitui a Bethânia”, explicou Galiana, em entrevista à Agência Brasil.
Para cada uma dessas fotos, há uma frase refletida no chão, criando um contraponto entre o que se vê e o que se escreve. Entre elas, uma dita pela própria cantora: “Pessoas do Recôncavo você distingue imediatamente”. Estão ali também frases de vários escritores, compositores e poetas como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Mário de Andrade, e que inspiraram a artista. Enquanto explora esse espaço, o público será envolvo em sons que remetem ao mar e à música.
No caminho entre o térreo e o primeiro andar, onde se encontra a segunda parte da exposição, o visitante vai se deparar com ventiladores, que foram espalhados pela escadaria. A ideia, explicou Galiana, é reforçar a ideia de natureza, que é tão importante no universo da artista.
Por sua vez, o primeiro andar foi todo ocupado por uma instalação composta de 47 monitores com imagens documentais de diferentes períodos da obra e da vida de Bethânia, reforçando seu diálogo com a poesia e a literatura. A produção tem duração de 1h45min e é rodeada por um espelho d’água. Uma leve brisa envolve o ambiente. “Esse espaço é um convite para que as pessoas vejam a Bethânia além daquele lugar ou de idolatria ao qual o olho já está mais treinado para vê-la. Aqui vamos vê-la em partes, por meio da cidade de Santo Amaro, das pessoas, da família e de suas grandes influências”, explicou Galiana.
É nesse andar também que serão apresentados dois bordados feitos por Bethânia durante a pandemia: Rotas do Abismo e O Céu de Santo Amaro, nos quais a artista exprime, por meio de linhas, agulhas e tecido, sua intimidade com a palavra.
“Chamar isso que faço de bordado é engraçado, é uma ofensa a quem realmente sabe bordar”, disse a cantora, em nota que apresenta a exposição. “Gosto de bordar palavras, de escrever com linhas, de inventar. É um desabafo, um modo de me expressar. Como artista, além do isolamento e da solidão, ser proibida e não conseguir me expressar é insuportável para mim. São bordados que se relacionam com o presente”.
Atividades
Além da exposição, o Itaú Cultural preparou programação especial para celebrar a vida e a obra de Maria Bethânia com ateliê de bordados e shows, entre eles, o de Moreno Veloso, que ocorre na sexta-feira (15) e no sábado (16), às 20h. Também será apresentado o filme Os Doces Bárbaros, que poderá ser assistido on-line na plataforma Itaú Cultural Play. “Temos também a dimensão dosite que vai trazer conteúdos superexclusivos e que não estão aqui, em nenhum dos pisos, tais como depoimentos e artigos”, explicou Galiana.
A mostra, que tem entrada gratuita, permanece em cartaz até o dia 9 de junho. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do Itaú Cultural.
Romper o silêncio e assistir aos pais desmancharem-se em lágrimas de alegria diante de sílabas pronunciadas dos filhos. Na rotina da fonoaudióloga Luana Marques, de 33 anos, moradora da cidade de Valparaíso de Goiás (GO), e profissional de uma clínica em Taguatinga (DF), a missão profissional com crianças e adolescentes faz com que ela tenha certeza de ter tomado o caminho certo ao escolher um curso lá em 2019.
Luana Marques
Dois anos depois de formada, ela garante que não teria conseguido pagar a faculdade se não tivesse sido beneficiada pelo programa do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Trabalhar para que uma criança atípica fale ‘mamãe’ é uma vitória diária. A profissão me realiza”, emociona-se a profissional. Outros caminhos no ensino superior, por essa política pública, começam nesta semana, com o início das inscrições para esse financiamento. Os interessados devem entregar documentação até a próxima sexta (15). Para se inscrever no Fies, é necessário que o estudante tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e possua renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.
Social
Neste ano, o Fies disponibiliza 112.168 vagas para financiamento de curso superior. Dessas vagas, 67.301 são destinadas para o processo seletivo do primeiro semestre. O edital traz novidade com reserva de vagas para o que é chamado de Fies Social (Resolução 58 e Portaria 167, ambas de 2024), com reserva de 50% das vagas de cada edição do Fundo para estudantes inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).
Estão nesse cadastro pessoas com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Inclusive, segundo o Ministério da Educação, esse grupo poderá financiar até a totalidade dos encargos educacionais cobrados pela instituição de educação superior, o que é uma condição diferente do programa.
Áreas
Outra novidade desse edital é que, ao se inscrever no Fies, o estudante pode escolher até três opções de cursos de diferentes grupos de áreas do conhecimento. Antes, havia exigência de que os cursos escolhidos pertencessem a um mesmo agrupamento de áreas.
O MEC informou que fez uma revisão das áreas de conhecimento consideradas prioritárias pelo Fies e incluiu cursos com maior empregabilidade e maior média salarial, além de cursos de licenciatura e pedagogia, voltados à atuação na educação básica.
Resultados
Antes de entrar no ensino superior, Luana Marques era vendedora. A mensalidade do curso de fonoaudiologia, R$ 1,7 mil, assustou. Depois de ser beneficiada pelo Fies, o trajeto de mais de uma hora de casa para a faculdade não ficava tão dolorido. O boleto era de R$ 250. Luana, um dia, sonhou que podia reconstruir o próprio caminho e ser útil para outras pessoas. A faculdade seria a primeira porta.
Nesta edição, o resultado do Fies sai no dia 21 de março. Os pré-selecionados devem complementar as inscrições entre 22 e 26 também deste mês. A lista de espera será divulgada do dia 28 de março a 30 de abril.
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A 1ª Vara da Comarca de Lago da Pedra, em parceria com os municípios de Lago da Pedra, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues e Lagoa Grande do Maranhão, promove a VI Copa de Xadrez da Região dos Lagos, entre escolas dos municípios.
O campeonato tem por objetivo desenvolver o raciocínio, concentração, criatividade e pensamento abstrato e estimular a prática do jogo de xadrez entre os estudantes e demais residentes dos municípios.
O projeto é viabilizado com recursos pagos pelas partes processuais em transações penais, para a compra dos tabuleiros de xadrez distribuídos entre as escolas dos municípios participantes, com base na Resolução nº 154, de julho de 2012, do Conselho Nacional de Justiça e no Provimento nº 10, de 30 de novembro de 2012, da Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão.
Categorias
O juiz Marcelo Santana Farias, titular da 1ª Vara, publicou o Regulamento-1VLP – 1/2024, com as regras da Copa de Xadrez, nesta quarta-feira (13).
Conforme o regulamento, os participantes concorrerão nas categorias: 4º e 5º; 6º e 7º e 8º e 9º ano do ensino fundamental; 1º a 3º ano do ensino médio; “Avulsos/EJA” e Pessoas com Deficiência (PCD).
Na categoria “jogadores avulsos”, será permitida a inscrição de qualquer pessoa residente em um dos quatro municípios participantes, ainda que não matriculado no sistema de ensino local e independentemente da idade ou profissão.
Inscrições
As inscrições dos estudantes para o campeonato nas escolas serão feitas nas próprias escolas. Não há limite para a quantidade de participantes.
Até cinco dias após o fim do prazo de inscrição, as escolas deverão enviar, por meio de correio eletrônico (e- mail[email protected] ou da distribuição do Fórum) à 1ª Vara a relação dos alunos participantes, registrando o nome completo, idade, série e escola em que está matriculado, além do número total de inscritos.
Os jogadores avulsos deverão se inscrever pelo correio eletrônico ([email protected]) ou pela distribuição deste Fórum, juntando cópia de identidade e comprovante de residência.
Etapas
A primeira etapa é de treinamento dos alunos das escolas participantes (8 de março a 19 de abril); seguida da Copa Intermunicipal da Região dos Lagos (4 de junho, às 9 horas, no Salão do Tribunal do Júri) e das inscrições para os campeonatos escolares (22 de abril a 3 de maio) e, após, a realização do Campeonato Escolar (6 a 10 de maio), em cada escola.
Cada município deverá fornecer à 1ª Vara da Comarca de Lago da Pedra, até o dia 22 de maio, a lista com os nomes dos alunos vencedores, nas disputas escolares e interescolares. A cerimônia de premiação dos vencedores ocorrerá no dia 4 de junho de 2024, às 11 horas, no Salão do Júri do Fórum.
O regulamento informa ainda que as oficinas de xadrez ocorrerão todas as quartas-feiras, durante o mês de abril, a partir das 9h, exceto em feriados, ou quando houver sessão ou outro evento no Salão do Júri.
O Senado aprovou, nessa terça-feira (12), projeto com normas para a educação em tempo integral no país. A proposta segue para votação na Câmara dos Deputados.
O texto prevê que, nessa modalidade de ensino, os alunos devem permanecer, pelo menos, sete horas diárias ou 35 horas por semana na escola.
O projeto ainda estabelece que as escolas devem ter infraestrutura adequada, com salas de aula, biblioteca, laboratórios, quadras, salas multiuso, áreas de recreação e convivência, além de recursos didáticos e tecnológicos.
Outra recomendação é que os profissionais de educação tenham dedicação exclusiva à uma única instituição. O projeto abre ainda a possibilidade de as escolas firmarem parcerias com associações e instituições de educação superior e profissional para a oferta de atividades de cultura, lazer, esporte, meio ambiente e ciência e tecnologia.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), citados pela relatora Professora Dorinha Seabra (União-TO), 18,2% dos estudantes da etapa básica estavam na educação integral em 2022. O número de escolas de tempo integral passou de 29% em 2014 para 27% em 2022.
A programação de comemoração dos 15 anos de atividade do grupo maranhense Xama Teatro iniciou-se a todo vapor, com as ações formativas que integram o projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, que conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, do governo federal. E, a partir desta quinta-feira (14), o coletivo teatral começa as sessões especiais do projeto, também totalmente gratuitas e abertas ao público.
Os espetáculos serão apresentados no Teatro Xama, localizado na Rua das Esmeraldas, nº 3, Quadra 1, no Bairro do Araçagi. Nesta primeira semana, duas peças serão apresentadas ao público: “A Besta Fera – Biografia Cênica de Maria Aragão”, no dia 14 de março; e “As Três Fiandeiras”, no dia 15 de março – ambas às 20h.
Dirigido por Gisele Vasconcelos e estrelado pela atriz Maria Ethel, “A Besta Fera” trata da história da líder comunista maranhense Maria Aragão, que lutou para que seus filhos fossem alguém na vida, lutando contra o preconceito por ser mulher, negra, nordestina e pobre, cursando Medicina no Rio de Janeiro, nos anos 40, do século XX.
Do Prêmio Myriam Muniz (em 2007) ao Prêmio Sated-MA (em 2009 – por melhor espetáculo e melhor atriz), além de ter sido beneficiado pelo Plano Estadual da Cultura: Projeto na Rota de Maria pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), em 2008, o espetáculo é marcado por destacar uma história de pobreza extrema em busca da superação da fome, do preconceito e da agressão. É indicado para maiores de 14 anos – os ingressos podem ser retirados neste link: https://www.sympla.com.br/evento/espetaculo-a-besta-fera-sao-luis/2368965.
Já “As Três Fiandeiras” gira em torno do desafio de três atrizes, Beatriz, Isadora e Isabel, em transformar um espetáculo que foi um fiasco de bilheteria em uma nova produção. Na peça, o fazer teatral, e a história pessoal das atrizes se juntam às narrativas das rendeiras Das Dores, Chica e Zezé: a história da mãe de Ribamar - Chica, uma rendeira que é mãe de um filho que saiu para pescar em alto-mar e não retornou – se entrelaça com o desafio das atrizes, unindo a busca pelo filho desaparecido com a necessidade de montar um novo espetáculo.
Para a atriz e arte-educadora Renata Figueiredo - que atua e também participou da composição das músicas de “As Três Fiandeiras” –, os espetáculos escolhidos para o projeto de comemoração dos 15 anos do Xama Teatro reforçam a transformação dessas peças a cada nova apresentação.
“São espetáculos que representam muita força e resistência. Se tornaram peças importantes para o teatro maranhense e, também, para a nossa trajetória. Para esta temporada especial, nosso objetivo foi fazer uma síntese dos trabalhos que a gente já faz e que temos bastante intimidade, levando ao público o que a gente vem experimentando no decorrer dos anos”, analisou a atriz.
A programação especial do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias” ocorrerá ao longo do primeiro semestre de 2024 – em março, as ações ocorrerão em São Luís; no mês de abril, em Belém; já em maio, serão realizadas em Fortaleza. Em São Luís, as ações formativas iniciaram-se nessa segunda-feira (11) – em sua etapa final, será realizada a oficina “Criação + Produção = Autogestão”, entre os dias 18 e 20 de março, das 9h às 12h, com foco em convidar o público para que possam produzir seus próprios projetos.
Na segunda semana do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, além da oficina “Criação + Produção = Autogestão”, São Luís também terá sessões dos espetáculos “A Vagabunda – Revista de Uma Mulher Só”, no dia 21 de março, no Teatro Xama; e da peça “A Carroça é Nossa”, no dia 22 de março, no Viva Vila Luizão – ambas serão às 20h. A temporada na capital maranhense contará ainda com Narração de Histórias no dia 23 de março, às 18h, também no Teatro Xama.
Já nas cidades de Belém e Fortaleza, a temporada especial do projeto ocorrerá, respectivamente, nos meses de abril e maio. Em Belém, toda a programação será realizada entre os dias 4 e 11 de abril, tanto na Casa de Artes Cênicas do Sesc, localizada no Boulevard Castilhos França, 722, quanto no Teatro Waldemar Henrique, localizado na Avenida Pres. Vargas, 645, Campina.
No mês de maio, em Fortaleza, as ações formativas, assim como os espetáculos e a Narração de Histórias começam a partir do dia 9, com temporada aberta até o dia 17, na cidade. Serão palcos da programação: o Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160; e no Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81 – ambos na Praia de Iracema.
Serviço
O QUÊ:
1ª semana de espetáculos do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo Xama Teatro, em São Luís;
QUANDO:
Nos dias 14 e 15 de março, às 20h;
ONDE:
No Teatro Xama, localizado na Rua das Esmeraldas, nº 3, Quadra 1, Araçagi;
Contatos:
Assessoria de Comunicação: (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (12), o plano de expansão da rede federal de ensino técnico, com a criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) pelo país. A iniciativa alcançará todas as Unidades da Federação e vai criar 140 mil vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio.
A expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi anunciada por Lula em dezembro de 2023, durante sua participação na Conferência Nacional de Juventude. Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo, também, educação básica e superior. Os cursos são gratuitos.
O objetivo do governo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis.
“É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido, um país de uma sociedade composta pela grande maioria de gente de classe média. Porque nós não fizemos opção para ser pobre. Aliás, ninguém gosta de ser pobre, ninguém gosta de se vestir mal, ninguém gosta de comer mal, ninguém gosta de morar mal, ou seja, todos nós nascemos para ter acesso a tudo aquilo que a gente produz”, disse Lula, durante a cerimônia no Palácio do Planalto.
“Então, quando a gente fala em investimento em educação é porque uma profissão dá a um homem e a uma mulher um estado de cidadania que sem educação a gente não conquista”, acrescentou o presidente, destacando, ainda, a importância da formação profissional para as mulheres, especialmente aquelas que vivem em contexto de violência doméstica.
“A coisa mais importante na educação é que, a mulher tendo uma profissão, ela vai ter um espaço de disputar trabalho no mercado, fora de casa. Porque a mulher não nasceu só para fazer trabalho doméstico, a mulher nasceu para fazer o que ela quiser fazer e trabalhar fora de casa é uma oportunidade”, disse Lula. “Quando a mulher tem uma profissão, quando ela tem um salário e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela, ela não vai viver por necessidade, por dependência”, ressaltou o presidente.
Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou os critérios de escolha dos municípios que serão atendidos com os novos campi. “Primeiro, olhar para os vazios demográficos, olhar a proporção de matrícula de ensino técnico ofertado também em cada Estado e olhar o número de institutos por população em cada Estado”, disse.
Rede federal
O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos IFs: serão 38 campi nos nove Estados. O Sudeste aparece na sequência com 27 novos campi, seguido da Região Sul, com 13; do Norte, com 12; e do Centro-Oeste, com dez. Entre os Estados, São Paulo é o mais beneficiado, com 12 novos campi. Minas Gerais e Bahia terão oito unidades, cada um. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis, cada um, e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará, cada um com cinco.
Os institutos federais têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de suas vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Mas, segundo Camilo Santana, está sendo pactuado com os reitores que as novas unidades tenham 80% das matrículas de ensino técnico profissionalizante.
“Nós não queremos perder nenhum jovem no ensino médio brasileiro. A escola é a porta para o futuro melhor, a educação transforma vidas, a educação é o grande caminho para transformar uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana, mais fraterna. E é isso que nós precisamos”, ressaltou o ministro.
De acordo com o governo, até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Em 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892/2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou 38 institutos federais.
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Cada uma dessas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino dos IFs chega a mais locais.
Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.
Confira lista completa dos novos campi:
Unidade da Federação
Novos campi
Municípios
REGIÃO NORDESTE
Bahia
8
Santo Estevão, Ribeira do Pombal, Itabuna, Macaúbas, Poções, Salvador, Ruy Barbosa e Remanso
Pernambuco
6
Goiana, Santa Cruz do Capibaribe, Recife, Araripina, Águas Belas e Bezerros
Ceará
6
Fortaleza (2), Cascavel, Mauriti, Campos Sales e Lavras de Mangabeira
Maranhão
4
Chapadinha, Colinas, Balsas e Amarante do Maranhão
Paraíba
3
Mamanguape, Sapé e Queimadas
Rio Grande do Norte
3
Touros, São Miguel e Umarizal
Piauí
3
Barras, Esperantina e Altos
Alagoas
3
Girau do Ponciano, Mata Grande e Maceió
Sergipe
2
Japaratuba e Aracaju
REGIÃO SUL
Paraná
5
Maringá, Araucária, Cianorte, Cambé e Toledo
Rio Grande do Sul
5
Caçapava do Sul, São Luiz Gonzaga, São Leopoldo, Porto Alegre e Gramado
Santa Catarina
3
Tijucas, Campos Novos e Mafra
REGIÃO SUDESTE
São Paulo
12
São Paulo (Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba, São Vicente e Mauá
Minas Gerais
8
João Monlevade, Itajubá, Sete Lagoas, Caratinga, São João Nepomuceno, Belo Horizonte, Minas Novas e Bom Despacho
Rio de Janeiro
6
Rio de Janeiro (Cidade de Deus e Complexo do Alemão), Magé, Belford Roxo, Teresópolis e São Gonçalo