Skip to content

chuva meteoros Líridas

Duas atrações no céu vão marcar a despedida do mês de julho. São chuvas de meteoros que poderão ser vistas principalmente na noite de quarta-feira (30) e madrugada de quinta-feira (31). A divulgação é do Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa sediada no Rio de Janeiro e ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Os meteoros são corpos celestes pequenos que cruzam o espaço e invadem a atmosfera terrestre. No momento de transição, a interação com a atmosfera e o oxigênio provoca o incendiamento parcial ou total dos meteoros, criando uma luminosidade, popularmente chamada de estrela cadente.

Quando diversos meteoros atravessam a atmosfera, formam-se as chuvas de meteoros. Os meteoros são detritos de cometas, fenômeno formado por poeira, pedras, gelo e gases.

Alpha Capricornídeos

A chuva de meteoros Alpha Capricornídeos atingirá o ápice na noite de quarta-feira. Essa chuva é conhecida por meteoros brilhantes com taxa de cinco meteoros por hora.

“O que é notável sobre esta chuva é o número de meteoros com aspectos de bolas de fogo brilhantes produzidas durante seu período de atividade”, descreve o astrônomo do ON, Marcelo de Cicco.

A velocidade dos meteoros é de 23 quilômetros por segundo (km/s). A localização é na Constelação de Capricórnio. O melhor horário para visualizar, segundo o ON, é a partir da meia noite até próximo ao amanhecer.

Delta Aquáridas do Sul

A chuva Delta Aquáridas do Sul tem o pico esperado para a madrugada de 31 de julho. Esse fenômeno é caracterizado por uma taxa de 15 a 25 meteoros por hora no momento de pico. A velocidade é bem maior que a Alpha Capricornídeos: 41 km/s.

A localização no céu é na Constelação de Aquário. O melhor horário para visualizar também é a partir da meia noite até próximo ao amanhecer.

Observação

Para aproveitar ao máximo esses eventos astronômicos, o Observatório Nacional sugere como dicas procurar locais com céus escuros, longe da poluição luminosa das cidades.

“Olhe para qualquer lugar no céu, pois os meteoros podem aparecer em qualquer parte, mas focar nas constelações de Capricórnio e Aquário pode aumentar suas chances de observar essas maravilhas celestes”, completa o astrônomo Cicco.

Além de satisfazer apreciadores dos fenômenos, chuvas de meteoro são relevantes para estimar a quantidade e período de maior incidência de detritos provenientes de correntes de meteoroides que a Terra atravessa periodicamente.

Missões espaciais e centros de controle de satélites podem aprimorar estratégias de proteção para naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e à Lua.

As chuvas de meteoros também ajudam a compreender a formação do nosso Sistema Solar, conforme explica Cicco, “pois ao investigar as propriedades dos detritos, é possível entender mais sobre os cometas e até mesmo fragmentos lunares e marcianos, resultantes de impactos antigos, assim como objetos próximos à órbita terrestre com atividade (Neos, sigla em inglês para Near Earth Objects).

(Fonte: Agência Brasil)

TV Digital

Seis associações do setor audiovisual brasileiro enviaram, na última semana, um documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministros sobre a urgência da taxação dos canais de streaming no país. 

As associações alertaram o presidente sobre o fato de o Ministério da Cultura (MinC) ter participado de um encontro informal com a Strima, associação dos streamings que representa empresas como Netflix,  Disney e  Amazon. Atualmente, está em debat,e no Congresso Nacional, um projeto de lei que aumenta de 3% para 6% a alíquota da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). 

Para os signatários da carta, a reunião do MinC com a Strima provoca preocupação, pois a depender da postura adotada pelo ministério, pode haver um enfraquecimento do financiamento da produção nacional.

“Nós já lutamos e travamos esse debate há 15 anos. O intuito do envio da carta é justamente para mostrar que estamos – sociedade civil e setores do audiovisual – mobilizados para pressionar a manutenção da contribuição de 6% e garantir uma regulamentação que beneficie a cultura brasileira, além da manutenção dos relatores do projeto de lei”, pondera uma das diretoras da Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte, Nordeste (Conne), Cibele Amaral.

As entidades são favoráveis ao percentual mínimo de 6% da Condecine calculada sobre a arrecadação bruta, que está previsto no substitutivo apresentado pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), relatora do PL 2.331/22 na Câmara dos Deputados.

“Em um ano de resultados tão importantes, no qual nossas obras colocaram o Brasil em destaque nos maiores eventos do mundo proporcionando ao país enorme projeção internacional e demonstrando o valor inestimável da produção audiovisual brasileira, não podemos responder com uma Regulação que, além de tardia, denote postura de entreguismo e vassalagem às Big Techs atuantes no país’’, diz a carta. 

O diretor da Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro, Tiago de Aragão, defende que os recursos oriundos das taxações tenham como destino o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). 

“A gente acredita que uma regulação soberana tenha que necessariamente garantir, além de um percentual adequado, que a maior parte do recurso vá para o fundo setorial do audiovisual”, diz Aragão. 

“A ideia da contribuição de 6% é um dos pontos centrais da disputa. Ela é vista por muitos produtores e entidades culturais como fundamental para fomentar a indústria audiovisual brasileira, que precisa de recursos para competir com as grandes plataformas globais’’ complementa Cibele Amaral.

Atores

Tema recorrente na classe do audiovisual, a regulamentação do streaming também foi debatida por diversos atores brasileiros durante a cerimônia de abertura na última  sexta-feira (26), no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur).

Em entrevista à reportagem da Agência Brasil, o ator Antônio Pitanga manifestou a urgência da regulação do serviço. 

“Temos que estar acesos e ligados com essa discussão e colocar a cara na vitrine para poder discutir sobre isso e exigir do governo federal, ministros, deputados e senadores [a aprovação desse projeto]. Estamos trabalhando com a proposta de taxação de 12%, mas os 6% [que estariam sendo pensados pelo governo] já nos contemplaria’’, diz o ator

Homenageada pelo Cinesur, a atriz Maeve Jinkings também ressaltou a importância da pauta. 

“Como atriz que circula sempre entre plataformas de streaming e televisão, é muito evidente a precarização nos contratos dos profissionais que estão nessa cadeia e que são submetidos a contratos, às vezes, muito leoninos. Acho que tem uma coisa aí que é fundamental: o que essas plataformas têm a dar para o audiovisual brasileiro?” questiona. 

Compromisso com regulação

Em nota, o MinC reafirmou o compromisso com a regul ação das plataformas de Video on Demand (VOD). A pasta diz que endossa as propostas presentes no projeto substitutivo apresentado pela deputada federal Jandira Feghali, relatora do PL n.º 2.331/22. 

"Este relatório foi construído por meio de processo colaborativo que envolveu diversas instâncias da Pasta, refletindo as diretrizes defendidas desde 2023’’, diz o Ministério.  

O MinC também ressaltou que mantém a posição da regulamentação do VOD em 6% de Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine)  

‘’A alíquota de 6% para Condecine garante recursos suficientes para o fomento da produção nacional sem comprometer a sustentabilidade do mercado’’, complementou a nota. 

O deputado André Figueiredo é o relator em Plenário e a deputada Jandira Feghali é a relatora na Comissão de Cultura. Segundo o ministério, ambos têm dialogado constantemente a respeito da tramitação e do conteúdo do relatório.

(Fonte: Agência Brasil)

encceja, estudantes, prova

Os candidatos que farão o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2025 no próximo domingo (3) já podem consultar o cartão de confirmação de inscrição no Sistema Encceja.

O documento contém o número de inscrição do candidato, bem como data, horário e local da prova, que será aplicada em todos os estados e no Distrito Federal.

O cartão ainda traz orientações para a realização do exame para evitar contratempos e informa se o participante deve ser tratado por nome social ou se precisa de atendimento especializado, caso a solicitação tenha sido feita e aprovada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O porte do cartão de confirmação de inscrição no dia da prova não é obrigatório. Mas o Inep recomenda que o participante o leve no dia do exame.

Provas

As provas serão aplicadas nos turnos da manhã e da tarde de domingo.

No primeiro turno, os portões abrem às 8h e fecham às 8h45, no horário de Brasília. As provas começam às 9h e terminam às 13h.

Já no segundo turno, os portões serão abertos às 14h30 e fechados às 15h15. A aplicação da tarde se inicia às 15h30 e vai até as 20h30.

Os participantes com direito a tempo adicional terão 60 minutos a mais, após os horários previstos para encerramento das provas, para finalizar o exame.

Para o ensino fundamental, haverá quatro provas objetivas que avaliarão as seguintes áreas de conhecimento: ciências, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física e redação, redação, inglês, espanhol, artes e educação física, história, geografia, filosofia e sociologia.

Já o ensino médio cobrará os conhecimentos das seguintes áreas: química, física e biologia, matemática, língua portuguesa com redação, inglês, espanhol, artes e educação física, história, geografia, filosofia e sociologia.

Encceja

Realizado pelo Inep desde 2002, o Encceja avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar dos participantes.

As secretarias de Educação e os institutos federais usam os resultados obtidos pelos participantes como parâmetro para certificar os participantes em nível de conclusão do ensino fundamental e médio.

Para os que desejarem, o exame pode ser a retomada da trajetória escolar. A iniciativa também estabelece uma referência nacional para a avaliação de jovens e adultos, diz o Inep.

(Fonte: Agência Brasil)

Bonito (MS), 28/07/2025 - 3° Bonito CineSur - Festival de Cinema Sul-Americano. Foto: Diego Cardoso/Fotografando Bonito

Uma das vozes mais inspiradoras e poéticas de defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica surge na grande tela. Observando o alto das árvores e do céu, ele começa a falar sobre a ancestralidade Yanomami, os impactos provocados pelas invasões das terras indígenas, a preservação do meio ambiente e o futuro da humanidade.

O depoimento do xamã e ativista Davi Kopenawa Yanomami no filme Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, dirigido por Tainá de Luccas e Marco Altberg parece ultrapassar a tela do cinema e atingir o público, que se comove com suas palavras.

Mais do que um documentário, o filme apresentado no último sábado (26) no Festival de Cinema Sul-Americano (Cinesur), evento que acontece na cidade de Bonito (MS), é um grande manifesto, propondo reflexões poéticas e políticas sobre os saberes ancestrais, a crise ambiental e a resistência indígena.

“Ele [Davi Kopenawa Yanomami] é um manifesto vivo porque ele traz uma cultura originária ancestral e espiritual. Não é só ele, mas ele teve a possibilidade e a força de traduzir isso. Temos esses pensadores indígenas que são as pessoas mais clarividentes hoje. E são antenas para o mundo”, destacou o diretor, em entrevista à Agência Brasil.

Altberg vem trabalhando com os povos originários há muito tempo e já produziu uma trilogia sobre os pensadores indígenas. Além de Kopenawa, ele já dedicou filmes a Ailton Krenak e o Cacique Raoni. “E pretendo seguir, quando eu tiver oportunidade, a dar voz a esses pensadores”, afirmou.

Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta é apenas um dos diversos filmes sul-americanos apresentados neste ano na Mostra Ambiental do Cinesur. Na data em que é celebrada o Dia Mundial da Conservação da Natureza (28), a mostra fala sobre a urgência das questões ecológicas contemporâneas, especialmente aquelas que afetam diretamente as comunidades e ecossistemas sul-americanos.

“De forma geral, esses filmes mostram o panorama do que a gente vive hoje nas questões ambientais. Eu destacaria duas coisas neles que são mais fortes: uma é a questão da água, como as enchentes do Rio Grande do Sul. E a gente tem também o oposto disso, que é a seca no Pantanal”, explicou Elis Regina Nogueira, curadora da Mostra Ambiental. “Mas também temos filmes que denunciam o que está acontecendo [no mundo] e filmes que trazem esperança”, acrescentou.

Segundo a curadora, os filmes da Mostra Ambiental retratam a destruição, a crise ambiental e a urgência sobre esse tema. Por outro lado, diz ela, há filmes que também apresentam algumas soluções para esses problemas, como o que retrata Kopenawa. “Acho que isso mostra um equilíbrio, uma reflexão muito crítica sobre o que está acontecendo e também oferece exemplos de muita luta e resiliência, como o exemplo que a gente deveria seguir dos povos originários”.

Apesar de apresentar uma diversidade de assuntos e de países em sua curadoria, há temas que se mostram muito presentes nos filmes que estão sendo exibidos pela Mostra Ambiental do Cinesur. “O que a gente vê é que há sempre a mesma coisa: mineração, exploração de petróleo, crise hídrica e contaminação pelo agronegócio”, disse a curadora.

Cidadania é ambiental

Mais do que uma discussão sobre crise climática, o cinema ambiental também é fundamental para produzir reflexões sobre cidadania, destaca o professor de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Ikeda, que também é cineasta, curador e crítico de cinema.

“O capitalismo é muito predatório. Ele quer gerar bens e produzir capital e a gente está vendo que esse modelo está se esgotando e vai esgotar o meio ambiente. As pessoas às vezes confundem o cinema ambiental meramente como um cinema para plantar árvores e conservar a natureza. Mas isso é uma face mais direta do cinema ambiental. Eu vejo o cinema ambiental como fundamental sobre a ideia dos modos de ser, em uma perspectiva mais holística”, disse o professor.

Nestas formas de ser, esclareceu Ikeda, estaria não só a forma de estarmos no mundo, mas também de conexão com a natureza e de percepção de tempo e de espaço.

“A gente vive em um mundo cada vez mais acelerado. Esse capitalismo é predatório não só em recursos naturais, mas também nos nossos modos de ser”, reforçou.

E é isso que é mostrado no documentário Rua do Pescador Nº 6, dirigido por Bárbara Paz e que mostra os impactos das enchentes históricas no Rio Grande do Sul. Centrado na comunidade da Ilha da Pintada, em Porto Alegre, o filme apresenta não só imagens que mostram a força dessa natureza em destruição, mas também o impacto que as comunidades e pessoas sofrem como consequência das tragédias climáticas. “É um filme forte, sensorial e muito urgente, um ensaio sobre a tragédia”, descreveu a diretora a jornalistas durante o Cinesur.

Bonito (MS), 28/07/2025 - 3° Bonito CineSur - Festival de Cinema Sul-Americano. Foto: Diego Cardoso/Fotografando Bonito

Em Rua do Pescador Nº 6, os moradores da Ilha da Pintada querem contar suas histórias e dividir suas dores. É um filme sobre perspectivas próprias de identidade, resiliência e vida em comunidade. “Essa crise climática que a gente está vivendo é só o começo, isso não vai parar”, alerta a cineasta. “A cada vez mais vão surgir documentos, retratos, filmes e registros para falar sobre isso. Esse é um tema urgente. Então, para mim, esse festival me interessa muito e eu acho que ele faz toda diferença”.

Visibilidade

Esse cinema ambiental, destacou Elis Regina, não surgiu hoje, mas vem ganhando cada vez mais visibilidade. “Não é à toa que a gente está cada vez mais tendo festivais focados no meio-ambiente e eu acho que é de extrema importância um festival como o Bonito Cinesur que surge para mostrar o que é produzido na América do Sul [sobre esse tema]”, defendeu.

“Isso mostra que, cada vez mais, o cinema é uma ferramenta muito poderosa para que a gente possa refletir, denunciar e ter um mínimo de esperança”, ressaltou.

Somente neste ano, a curadoria do Cinesur recebeu 47 filmes para concorrer na Mostra Ambiental, entre curtas e longas-metragens, que serão apresentados até o dia 2 de agosto. Mais informações sobre o festival podem ser obtidas no site do evento.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Escola municipal Levy Miranda na ilha de Marambaia, baia de Sepetiba, sul do estado (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Entre 2017 e 2025, mais de 300 mil crianças e adolescentes brasileiros que estavam fora da escola ou em risco de evasão voltaram ao estudo, segundo dados inéditos, divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A Busca Ativa Escolar foi a principal estratégia usada para esse retorno. Desenvolvida pelo Unicef e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), ela ajuda estados e municípios a desenvolver políticas de combate ao abandono escolar.

De acordo com o Unicef, apesar do resultado e avanço do país na educação nas últimas décadas, o Brasil ainda tem 993 mil crianças e adolescentes, entre 4 e 17 anos, fora da sala de aula, de acordo com a PNAD Contínua 2024. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nessa faixa etária, a educação é obrigatória e deve ser oferecida pelo Estado.

Do total, 55% são meninos e 67% pretas, pardas ou indígenas. Mais da metade do total vivem nas famílias 20% mais pobres do país. A faixa etária mais afetada é de 15 a 17 anos, com 440 mil adolescentes fora da escola. 

"Esse fenômeno de exclusão escolar está presente na zona rural quanto nas zonas urbanas por diferentes motivos. Mas sempre nos preocupa que as barreiras estão relacionadas às questões de violência, de dificuldade de acesso e de transporte", explica a chefe de Educação do Unicef no Brasil, Mônica Dias Pinto, à Rádio Nacional.

O Unicef também aponta que os meninos deixam a escola por causa do trabalho infantil, reprovações acumuladas e falta de vínculo com a aprendizagem. Já entre as meninas, os motivos são gravidez e trabalho doméstico.

"Para meninos e meninas, o racismo é um fator que contribui significativamente para a evasão escolar. Esses dados reforçam a importância de políticas públicas com abordagem sensível a gênero e território, capazes de responder às diferentes causas da exclusão”, ressalta a organização, em nota.

Acesso à creche

Em relação aos bebês e crianças de zero a três anos de idade, quase 7 milhões estão fora da creche (60% do total). A matrícula nessa fase não é obrigatória, mas é um direito garantido em lei (se a família desejar, o Estado deve garantir a oferta de vaga) e o acesso à creche é considerado importante para o desenvolvimento da criança. O Plano Nacional de Educação previa 50% dos bebês matriculados em creches até 2024.

"Esse dado evidencia a necessidade urgente de ampliar a oferta de Educação Infantil, especialmente em comunidades vulneráveis, e realizar ações de busca ativa, para que bebês e crianças bem pequenas tenham o direito à educação garantido desde os primeiros anos de vida", informa o Unicef.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 19/02/2025 - Programa Pé-de-Meia. Alunos da escola CED619 da Samambaia. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) iniciou, nesta segunda-feira (28), o pagamento da quinta parcela aos participantes do programa Pé-de-Meia de 2025.

Os estudantes do ensino médio da rede pública beneficiados pelo programa federal nascidos nos meses de janeiro e fevereiro são os primeiros a receber o valor de R$ 200 correspondente ao incentivo-frequência às aulas.

O programa é destinado aos alunos da rede pública que estão matriculados no ensino médio regular ou na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Para ter direito ao benefício, eles devem ter presença mínima de 80% nas aulas.

Pagamento escalonado

Os pagamentos do incentivo-frequência ocorrem até o dia 4 de agosto, conforme o mês de nascimento dos alunos que estão matriculados em uma das três séries do ensino médio na rede pública de ensino.

Confira o calendário

- nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 28 de julho;

- nascidos em março e abril, em 29 de julho;

- nascidos em maio e junho, em 30 de julho;

- nascidos em julho e agosto, em 31 de julho;

- nascidos em setembro e outubro recebem 1º de agosto;

- nascidos em novembro e dezembro, em 4º de agosto.

Depósitos

A quinta parcela da “poupança do ensino médio” de 2025 está sendo depositada em uma conta poupança da Caixa Econômica, aberta automaticamente em nome dos estudantes.

O valor pode ser movimentado ou sacado imediatamente, se o participante desejar. Basta acessar o aplicativo Caixa Tem, se o aluno tiver 18 anos ou mais.

No caso de menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize a movimentação da conta. O consentimento poderá ser feito no próprio aplicativo ou em uma agência da Caixa.

O participante poderá consultar no aplicativo Jornada do Estudante, do MEC, o status de pagamentos (rejeitados ou aprovados), as informações escolares e regras do programa.

As informações relativas ao pagamento também podem ser consultadas no aplicativo Caixa Tem ou no aplicativo Benefícios Sociais.

Confira os prazos do calendário do Pé-de-Meia 2025 para o ensino regular:

Brasília (DF), 28/03/2025 - Programa Pé-De-Meia. Foto: Caixa/Divulgação

Confira os demais prazos do calendário do Pé-de-Meia para o EJA relativo ao primeiro semestre:

Calendário pé-de-meia - EJA - primeiro semestre

Incentivos

A chamada Poupança do Ensino Médio tem quatro tipos de incentivos:

- por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;

- por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas durante o ano de R$ 200.

- por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;

- paga após a participação nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), assim que o estudante conclui o 3º ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única.

A soma do incentivo financeiro-educacional pode alcançar R$ 9,2 mil por aluno, no fim do ensino médio.

Pé-de-Meia

O programa do governo federal é voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública.  A iniciativa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar nessa etapa de ensino.

Saiba aqui quais são os requisitos para ser inserido no programa

O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição. Todo aluno que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) registrou 761.528 inscrições confirmadas. A primeira edição do concurso unificado, realizada em agosto de 2024, registrou um total de 2.114.145 candidatos inscritos confirmados.

O CPNU 2 oferece 3.652 vagas em 32 órgãos do governo federal. As vagas são para cargos distintos da primeira edição do CNU.

Abrangência nacional

As provas serão aplicadas em 228 cidades de todas as unidades da federação. As regiões Sudeste (247.838) e Nordeste (229.436) tiveram o maior número de inscritos, seguidas por Centro-Oeste (150.870), Norte (84.651) e Sul (48.733).

De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o panorama “reflete a abrangência do modelo unificado, que busca garantir igualdade de acesso ao serviço público federal em todo o território nacional, valorizando a diversidade regional”.

O estado do Rio de Janeiro lidera o número de inscrições homologadas, com 108.838 candidatos, seguido pelo Distrito Federal, com 102.940 inscrições. Em terceiro lugar, São Paulo registrou 77.682 inscritos. Bahia e Minas Gerais se destacam com 65.602 e 51.142 inscrições homologadas, respectivamente.

Mulheres

No chamado Enem dos concursos, as mulheres representam 60% dos inscritos. Um aumento de 3,8%, em relação à edição anterior, quando correspondiam a 56,2% do total de candidatos.

Para esta edição, o governo federal anunciou a implementação de medidas específicas para incentivar a participação feminina no certame.

A primeira prevê que, caso haja uma desproporção de mulheres classificadas na primeira fase, de provas objetivas, será feita a equiparação de gênero. Na prática, o edital do certame garante que, no mínimo, 50% das vagas da segunda etapa, de provas discursivas, sejam preenchidas por mulheres, desde que haja candidatas aprovadas nessa fase, com as notas mínimas necessárias nas provas objetivas.

Como em outros concursos do governo federal, o CPNU 2 também assegura condições apropriadas para a participação de gestantes e lactantes, incluindo tempo adicional para amamentação. Para ter direito, a candidata interessada deve ter solicitado atendimentos especializados, no prazo correto à Fundação Getulio Vargas (FGV), banca examinadora do concurso.

Tem o direito, a mãe de filho que tiver até 6 meses de idade nas datas das provas.

Inscritos por bloco

As vagas estão organizadas em nove blocos temáticos, com oportunidades para os níveis superior e intermediário.

Como na primeira edição, o modelo unificado permitiu que, no momento da inscrição, o candidato optasse por um bloco e indicasse diferentes cargos e órgãos, listados em ordem de preferência entre cargos, com base em seu desempenho.

Entre os blocos temáticos, o nono, com cargos de nível intermediário de escolaridade, registrou o maior número de inscrições, com 177.598 homologadas.

Confira o total de inscritos por bloco:

  • bloco 1 - seguridade social: saúde e assistência: 127.970;
  • bloco 2 - cultura e educação: 69.507; 
  • bloco 3 - ciências, dados e tecnologia: 35.834;
  • bloco 4 - engenharia e arquitetura: 41.245;
  • bloco 5 – administração: 173.829 
  • bloco 6 - desenvolvimento socioeconômico: 44.441;
  • bloco 7 - justiça e defesa 54.029;
  • bloco 8 - intermediário - saúde 37.075;
  • bloco 9 - intermediário - regulação 177.598.

Vagas

Do total de vagas do CNU 2025, 3.144 são de nível superior e 508 de nível intermediário. O MGI prevê a convocação imediata dos aprovados em 2.480 vagas e outras 1.172 vagas são para preenchimento no curto prazo, após a homologação dos resultados​.

O processo seletivo também reservou 25% das vagas para pessoas negras; 5% para pessoas com deficiência; 3% para indígenas e 2% para pessoas quilombolas.

A edição de 2025 do concurso unificado terá dois dias de aplicação de provas. A primeira fase ocorrerá em 5 de outubro. Os candidatos habilitados nessa primeira etapa e convocados para fazer as discursivas farão a segunda fase em 7 de dezembro.

A validade do concurso é de 12 meses, contados da data de publicação da homologação de seu resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período.

Em caso de dúvidas, os interessados devem acessar a página oficial do certame, criada pelo Ministério da Gestão.

(Fonte: Agência Brasil)

*

No dia de hoje, 28 de julho, há 14 anos (2011), recebi a seguinte mensagem, creio que a primeira de uma talentosa pessoa que veio a se tornar um frequente interlocutor e grande amigo:

"Olá, Sr. Sanches.

Sou o Carvalho Junior (poeta caxiense) e um grande admirador do seu trabalho literário.

Já acompanhei palestras suas, já li alguns livros de sua autoria, e, recentemente, participei como revisor do livro "Caxienses Ilustres", sendo que o seu nome é um dos destaques da obra.

Identifico-me com sua maneira de brincar com as palavras. Ficaram gravadas na minha memória palavras que o Sr. usou em uma palestra no campus da UEMA em Caxias: "Quem não é ousado é usado".

Nota "dez pra você"!

Abração.

Carvalho Júnior, Caxias (MA)".

*

As aspas no trecho final “dez pra você” foi uma feliz apropriação do autor da mensagem, em alusão ao título de um livro meu que ele tinha – “Dez Pra Você”.

Pois é... Como se lê, a pessoa de quem aqui se cuida é o poeta, professor, gestor escolar, servidor público, ativista cultural Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior, que completaria 40 anos neste 2025, daqui a 78 dias, em 4 de outubro. Mas, aos 35 anos, em 30 de março de 2021, Carvalho Junior foi colorir nuvens com azul de céu. Como escreveu Titus Maccius Plautus, da antiga Roma, "aquele a quem os Deuses estimam, morre jovem" (“Quem dii diligunt, adolescens moritur”).

Seria bom voltar a bater perna pela cidade o Carvalho Junior, o arquiteto e escritor Ezíquio Neto e eu. A partir do bar do Excelsior Hotel sairmos pernando pela Rua Afonso Cunha, Praça da Matriz, parada “estratégica” no minibar do Fiapu (Paulo Sérgio Assunção), continuar pela Rua Conselheiro Sinval, mirar a paisagem do lugar da antiga ponte do Porto Grande, tomar ali pertinho a Rua Bom Pastor e chegar à Praça dos Três Corações e tornar ao ponto de partida. Tanto o que se via fora quanto o que vinha de dentro de cada um dos três conterrâneos e amigos, era Caxias, sempre Caxias, prós e contras, expressos na fala tripartite, na conversa trifauce.

Acho que “desautorizei” o Carvalho Junior do emprego do “Sr.”, normal em primeiras abordagens de quem é educado (sobretudo, professor) e ainda não sabe – melhor, não tem – a exata noção de distanciamento ou proximidade, acato ou afetividade com deve ou pode se dirigir. Assim, melhor sobrar (em consideração) do que faltar (em respeito).

Neste 28 de julho pode-se dizer que a amizade com Carvalho Junior está pré-debutando. Como livros, a obra de um escritor é seu “alter ego”, avatar, clone, mimese, as conversas com o humano que morreu continuam com a obra do autor que ficou – ficou e, pelo visto, lido e comentado, vai permanecer.

Saúdo o amigo Carvalho Junior e, com palavras líquidas embora não as mais certas, brindo à sua memória.

Tim-tim!

Abaixo, transcrevo texto que (re)publiquei por aí, desde quando Carvalho Junior deixou de ser terno para tornar-se eterno.

* EDMILSON SANCHES

*

À beira do túmulo de Carvalho Junior

PALAVRAS & PENSAMENTOS, AMIZADE & VIVÊNCIAS

(Quatro anos atrás, em 30 de maio de 2021, escrevi as palavras a seguir, indispensáveis naquele momento e sempre necessárias como sadia expressão de convivência entre seres humanos).

*

Há exatamente cinco [sete] anos, em 28 de maio de 2016, era realizada a 10ª edição do sarau NA PELE DA PALAVRA, que teve início às 20h00, no Posto Leste, próximo à Praça do Pantheon, em Caxias (MA).

Para “ilustrar” aquele décimo evento, que já se incluíra no calendário informal de atividades culturais caxienses, seu criador, o poeta Carvalho Junior, convidou-me para, junto com ele, sermos os homenageados da edição. Na organização, a professora Joseneyde Lua, esposa de Carvalho Junior, e os poetas Quincas Vilaneto e Jorge Bastiani, os três amigos e conterrâneos nossos. O evento contava também com a participação do poeta Dudu Galisa e os músicos Marechal e Tim Rodrigues no emolduramento musical da noite.

Para atender meus amigos e conterrâneos – e, é claro, agradecer pessoalmente a honrosa distinção – viajei pelo menos (e mais uma vez) doze horas entre Imperatriz e Caxias. Em minha cidade, a noite foi rica de Poesia, História, Música e reencontros. Ambiente animado, bem frequentado.

Deixei livros, informações e mensagens em mãos e mentes de meus conterrâneos.

... Mas desde 30 de março deste 2021 que não há saraus periódicos para as noites caxienses (*). Um vírus, um bicho sem cérebro nem coração, levou Carvalho Junior aos 35 anos para a Eternidade. O tal agente infeccioso ousou encurtar uma vida grande, possível e provavelmente de alento e renovação poética, capacidade de criar, buscar apoios e realizar ações e inovações culturais, seja como professor ou como gestor na escola pública que dirigia, seja como ativista nos eventos que promovia.

No dia de sua morte, 30/3/2021, há exatamente dois meses, eu estava em uma pousada no bairro Meireles, em Fortaleza. Havia sido convidado para uma consultoria cultural acerca de um projeto imenso e inovador de um amigo. Era de tarde. Por forma de instrumento legal, fora decretado o tal “lockdown” e as ruas da alencarina capital mantinham-se em uma quietude quase sepulcral. Andei solitária e solidariamente por essas vias e vi crianças, mães e pais, que se abrigavam debaixo de marquises, correrem em regular vaivém para perto dos automóveis que paravam ao sinal fechado, momento em que cartazes feitos de tosco papelão de embalagens com a palavra “FOME” eram mostrados aos motoristas. E assim, ao longo das charmosas ruas, os sinais se iam abrindo, mas nem sempre as janelas dos carros e os corações e bolsos de seus ocupantes... Solidariedade também  é produto aqui e acolá faltante em tempos de pandemia...

Confirmei com meu amigo de Fortaleza – também sentido pela morte do Carvalho Junior – que retornaria naquele dia 30 para Caxias, e talvez pudesse, da forma possível, acompanhar o enterro do poeta conterrâneo. Ainda dentro do ônibus e mais de doze horas de viagem, fiquei sabendo que  corpo já fora tornado ao pó de onde biblicamente viera...

Do hotel, contatei o Ezíquio Barros Neto, arquiteto e urbanista, pesquisador e escritor da História local, amigo e confrade da Academia Caxiense de Letras, da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão e do Instituto Histórico. Carvalho Junior, Ezíquio e eu formávamos um trio que costumava reunir-se por bares de Caxias, onde conversávamos sobre problemas, soluções e situações de nossa especial cidade comum, “Princesa do Sertão” e de nossos amores e louvores. Pouco antes da morte de Carvalho Junior, estávamos novamente os três no bar do Excelsior Hotel, em sua larga calçada – como se na parisiense avenida dos Champs Elysées. A tarde e a noite foram poucas para o tanto de conversa(s) e agrado que nós três tínhamos quando nos encontrávamos. A bendita ignorância dos homens nem de longe atinaria que dois meses depois aquele encontro – pelo menos na Terra – nunca mais se repetiria...

No dia seguinte ao enterro de Carvalho Júnior fomos até seu túmulo, no Cemitério Nossa Senhora dos Remédios, em uma elevação por trás da tradicional Escola Duque de Caxias (do Projeto Bandeirantes), onde estudei quatro anos e concluí o hoje Ensino Fundamental.

Ao lado da sepultura de Carvalho Junior, praticamente à entrada, à direita, fiz uma oração muda e, depois, como se falasse com ele, lembrei-me desde os primeiros instantes em que nos conhecemos, quando ele abordou-me na Academia Caxiense de Letras e “esticamos” até um bar com tira-gostos na esquina, próximo à praça da Igreja Catedral, no sopé do afamado, histórico e poético Morro do Alecrim. À beira do túmulo, com areia ainda fresca, arrodeado de pedras, disse ao jovem amigo que, com  o Ezíquio ali perto, estávamos os três reunidos de novo, uma última vez. O cemitério está em silêncio, despido de outras gentes – apenas nós, duas almas viventes, em um dia igualmente mortiço.

Como quem pergunta, lembrei àquelas pedras e areia e quem sabe à alma circundante do Carvalho Junior das longuíssimas conversas por telefone..., das diversas mensagens acerca de dúvidas ou fatos linguísticos e/ou literários e históricos... dos projetos deles, mais ou menos recentes, acerca da “ressuscitação” literária do grande poeta Deo Silva e, mais recente ainda, seus estudos sobre a poetisa e contista Lucy Teixeira, dois enormes escritores, dos quais repassei ao Carvalho Junior, a seu pedido, alguns livros e coleções antigas do jornal caxiense “O Pioneiro”, de onde foram tiradas cópias de textos, sobretudo do Deo, ali publicados.

Ele igualmente se preocupava com aspectos biográficos do escultor e escritor caxiense Celso Antônio Silveira de Menezes, de quem o Carvalho ainda não havia visto comprovação para o sobrenome “Silveira”.   Também me questionava se estava “adequada” a expressão “emancipação política”, grafada em documento da Câmara Municipal de Caxias e relacionada a uma das datas históricas do município.

Carvalho Junior também queria publicar um livro infantil, “A Volta do Sapatinho de Ploc”, que escrevera há anos e me pedira (e recebera) o prefácio, que fiz em versos e que ele disse ter “amado”. Esse livro, dissera-me o autor, tinha de ser publicado logo, segundo ele, “antes que as meninas cresçam muito” (Carvalho Junior referia-se às duas filhas dele e de Joseneyde; mas ele sabia que, para pais, filhos parece nunca ficarem grandes...).

Ali ao lado do túmulo, relembrei a indignação cívica e sadia do Carvalho Junior e do Ezíquio Neto ante uma tentativa de movimentação religiosa de usurpação de espaço do histórico Morro do Alecrim (antigo Morro das Tabocas).

Era setembro de 2017 e eu me encontrava mais uma vez em Caxias. Carvalho foi até o hotel falar comigo, explanou toda a situação e cuidou de arregimentar alguns poetas caxienses para lavrarem poemas sobre a situação de risco iminente do eminente Morro.

Além dele mesmo e de mim, Carvalho trouxe para a “luta” (“lutar com palavras”, drummondianamente) os poetas  Isaac Sousa, Jorge Bastiani e Quincas Vilaneto. Reuniu os cinco poemas (“Balaio de soluços”, Carvalho Junior; [“Morro de saudades do Alecrim”, de Isaac Sousa], “Em guarda” (Jorge Bastiani), “São ruínas nossas” (Quincas Vilaneto) e “A terceira guerra do Alecrim”, de Edmilson Sanches.

Carvalho Junior, criativamente inquieto, deu o título de “Tabocas & versos: 5 poemas em resistência à ameaça de descaracterização do Morro do Alecrim” e falou-me que queria mandar imprimir um pequeno livro (talvez com o beneplácito do nosso amigo comum Amaro, apoiador de coisas e causas caxienses, dono de gráfica no centro da cidade). O projeto não se concretizou em livro, mas foi feita divulgação intensiva por fotocópias e especialmente em espaços digitais (“blogs” “sites”, redes e grupos sociais, como se pode ver no “link” http://www.xn--abeletristapornatrciagarrido-rrc.com/2017/09/).

Desta feita, o que não foi adiante foi a movimentação para uma indevida apropriação de um já exíguo território da História de Caxias, cidade nossa onde até as pedras têm morrido, ante a descaracterização e/ou destruição de nosso patrimônio material, com a contribuição da insensibilidade e despaixão de pessoas e autoridades  --  essa gente que é tão pobre que só tem dinheiro...

Carvalho Junior era um apaixonado pelas palavras... Perguntava-me a origem da palavra “arigatô" e sua alegada origem no português “obrigado”. Um dia, em 2020, me perguntou se eu conhecia palavra para “aquele cheiro de livro novo”. Disse-lhe que não conhecia, mas que pesquisaria e, se não localizasse, eu criaria.

Dito e feito. Engendrei novos termos relacionados aos livros. Consultei o Google e o “Dicionário Houaiss” e não há menção aos termos nem a seus significados, com essa formação léxica / lexical. As palavras são formadas a partir dos elementos de composição gregos para “novo” (NÉOS-), “livro” (BIBLION), “cheiro” / “odor” (OSMÓS) e “amigo” ou aquele que deseja, quer ou gosta (-PHILOS). Os neologismos são:

BIBLIOSMIOFILIA - Amor ao ou satisfação com o cheiro de livros;

BIBLIOSMIÓFILO - Aquele que gosta do cheiro de livros;

NEOBIBLIOSMIOFILIA - Amor ao ou satisfação com o cheiro de livros novos;

NEOBIBLIOSMIÓFILO - Aquele que gosta do cheiro de livros novos.

Eu havia perdido essas “criações”, justo quando o Carvalho queria saber delas, por também haver perdido a mensagem que as continha. Terminei por localizá-las e, em 26/06/2020, ele agradeceu a nova remessa das palavras: “Eu não conseguiria lembrar. A cachola às vezes falha”  -- escreveu ele.

Carvalho fazia uma ‘festa’ com as possibilidades sem fim do mundo vocabular. Além de craque em novos usos e sentidos de palavras em seus escritos poéticos, Carvalho Junior adorava os termos mais regionais, sobretudo locais, que diziam respeito ao falar próprio do caboclismo, como a saborosa pronúncia “áruvaio” para “orvalho” e a adequação ou não do uso dos modos verbais neológicos “cangular” e “cangulando”. Acerca destes trocamos ideias, incentivei-o ao uso e Carvalho terminou por enviar-me a definição: “Cangular - ato de movimentar, com destreza, o quibano na separação dos grãos”. A forma verbal “cangula” foi utilizada pelo Carvalho em seu poema “Luna”, de junho de 2020, que termina com um neologismo por fusão  -- “cangulua” --, forma de composição bem frequente na criativa obra poética carvalhiana. Nesse poema e na definição de “cangular”, como se lê, o autor usa também a forma “quibano”, mais falada em Caxias do que a clássica “quibando”).

Doutra feita, Carvalho indagou-me sobre  aspectos linguísticos, etimológicos, da palavra “toá”, que ele queria empregar em um texto mas não vira no dicionário. Ambos tivemos na infância a presença do “toá”, um tipo de argila / barro que, meninote acostumado a nadar no rio Itapecuru, até cheguei, sem “viçar”, a dar umas mordidelas, pois contém ferro, daí sua cor amarelenta. Quanto à grafia, a “original” é “tauá” ou “taguá” (do tupi “tag’wa”) – mas, é claro, a forma “toá” é melhor, mais curta, forte e sonorosa.

Sobre palavras e coisas da infância, Carvalho certa vez me enviou alguns poemas deles. No comentário, fiz o dístico:

“Batendo asas ligeiro -- e, fora do ninho,

(re)pousando em novos galhos pelo caminho...”

Carvalho respondeu-me:

“Gracias, menino do carr(ê)go igual a mim. Nossas infâncias e cambos poéticos dialogam. Fomos meninos de meninice aproveitada ao sabor máximo. Hoje é traduzir essa poesia que vivemos.”

Na “tréplica”, versejei:

“Quem infanciou que nem nós não pede arrego,

não é fraco, molenga, e acerta até no bambo.

Trazemos energia em nosso interno carrego

– e se o vento é forte enganchamo-nos num cambo...”

Carvalho encerrou por aquele dia, escrevendo:

“Bonito. Gostei da ginga de palavras. Como diz o Cacaso: ‘Minha pátria é minha infância, por isso vivo no exílio’."

Em uma outra oportunidade, Carvalho Junior escreveu-me:

“Tá na área? Boa noite. Me ajuda a lembrar o nome da brincadeira que tem o negócio do ‘remã remã’, please...”

Era setembro de 2020. Respondi ao meu conterrâneo e confrade sobre a brincadeira de infância com o tal “remã remã”:

“Brinquei muuuuuuuito na Rua da Galiana brincadeiras como "Bombaquim", "Pegador", "Corrida do saco" (brinquei muito  -- era campeão – na Rua Bom Pastor), "Passar o anel" (em um círculo de meninos – sobretudo meninas... [rs] – colocar uma pedrinha entre as mãos da pessoa escolhida, geralmente uma meninazinha que a gente tava de olho...).... Enfim, muitas brincadeiras que nos tornavam, a nós crianças, mais lúdicos e, ao mesmo tempo, mais lúcidos.

Mas a brincadeira a que você se refere é a ‘Boca de forno’:

– Boca de forno? – Forno!

– Jacarandá – Dá!

– Se eu mandar? – Vou!

– E se não for? – Apanha!

– Farão tudo que seu mestre mandar? – Faremos todos!

– E se não fizerem? – Ganharemos bolo!

– Remã, remã….

Com esse ‘remã, remã’ era escolhido quem levaria o bolo – que, como sabemos, não era uma comida, mas uma pancada com régua, palmatória, ou com a mão na mão de outrem.

Valeu?”

Logo em seguida, eu complementava:

“Esqueci de dizer que, após o ‘mestre’ dizer ‘remã, remã’, ele completava com a tarefa, por exemplo:

– ‘Remã, remã, quero que me tragam uma pedra de cor preta’; ou ‘um caroço de manga’; ou a embalagem de uma determinada carteira de cigarros (que, em outra brincadeira, a ela era atribuído um valor de uma das cédulas de dinheiro da época; etc. etc.

Quem não trouxesse, ou quem trouxesse por último (ou outro critério) etc., levaria o ‘bolo’.

*

Inúmeras eram as ocorrências e recorrências do Carvalho Junior... Todas, até por sua formação acadêmica e prática docente, com propriedade e visível gosto pelo cuidado com e preservação do idioma Português – e, mormente, o “infanciês”, isto é, a linguagem particular da infância de vivências comuns que, mesmo separados por espaço e tempos, tivemos em nossa Caxias e que se constituiu em um “dialeto” da meninice tão presente no linguajar e no poemar de meus queridos literatos conterrâneos de agora e de outrora.

Tal era a sadia paixão de Carvalho Junior pelas palavras do vocabulário próprio dos caxienses “que tiveram infância”, e tal era o volume de sua curiosidade e consultas a mim e a algumas poucas pessoas que ele começou a escrever um dicionário com essas novas ou pouco comuns palavras. Chegou a dar nome ao dicionário: “Dicionário Sannecicanto”, um siglônimo formado por sílabas iniciais de sobrenomes das pessoas a quem mais recorria para tirar ou compartilhar dúvidas sobre palavras. Em texto e em mensagem por áudio, em junho de 2020, ele detalhou a formação do nome: “Dicionário Sannecicanto: San = Sanches; ne = Neres; ci = Cileia; can = Cantanhêde; to = Toinha”. Ele ainda explicou que “Neres” é o José Neres e “Cantanhede”, Luzia Cantanhede, ambos poetas de suas relações. “Cileia” era uma colega de trabalho e “Toinha” é Dona Antônia, sua mãe.

Tivemos debate em público, em uma página de Facebook que ele criara, onde defendemos – em alto nível... – nossos pontos de vista sobre o excessivo uso de reduções como “vc”, “rs”, “blz”, “vdd” etcétera.

Quando eu escrevia um texto sobre Caxias e/ou caxienses, eram certeiras e quase imediatas suas palavras:

“Texto maravilhoso sobre Caxias. Nós que somos afeitos aos detalhes, percebemos o que outros leitores muitas vezes não percebem. [...]. // Parabéns pelo belíssimo texto. É um presente para a cidade, para os filhos que tanto desconhecem a própria história e riqueza cultural. O teu contributo é muito grande. [...] // Um abraço, meu caro. O texto é um primor. Você é um mestre. Gostei muito.” (5/7/2020)

*

A última mensagem de Carvalho Junior para mim foi em 13 de fevereiro deste 2021,umas duas semanas depois de nosso bate-papo a três (mais o confrade de Academia Ezíquio Neto), lá na calçada do Excelsior Hotel. Naquela data eu já retornara para Imperatriz e, sobre os novos livros de autores caxienses que editei e prefaciei, Carvalho escreveu:

“Livros à mão cheia. Isso é ótimo. Produção. ’Bonjour’!!!”

Foram, para mim, suas últimas palavras. Eu não sabia que Carvalho Junior estava internado, em função da covid-19. Fiquei sabendo somente na primeira semana de março. Acreditando que o vírus estaria “só de passagem” por aquele jovem de 35 anos, forte, cheio de vida, filhas para criar, livros por fazer, projetos (muitos) para tocar, escrevi-lhe em 7/3/2021:

“Carvalho Junior, // Soube que enfrentas o vírus coroado. // Que a luta te seja leve e possas estar logo logo restabelecido, para o convívio dos teus (familiares, amigos, colegas, confrades, conterrâneos...). // Saúde e Paz, Conterrâneo! // SANCHES”.

Não tive resposta e, pouco mais de três semanas depois, morria meu Conterrâneo (de Caxias), Colega (de escritas), Confrade (de Academias), Amigo (de sempre) e Companheiro (de ideias e ideais  --  torcia pelo meu retorno para Caxias e ingresso na vida política local).

Ali, no Cemitério dos Remédios, ao lado do túmulo do grande e jovem poeta caxiense, falei palavras, repassei pensamentos, lembrei lembranças... É muito solitária a solidão de um cemitério vazio... Ezíquio Neto, professor de arquitetura e urbanismo, cuidadoso pesquisador da História, hábil desenhista e fotógrafo, discretamente fez a imagem de um amigo sozinho, à beira do sepulcro de Carvalho Junior, eu com o peso da ignorância de quem não sabe dos mistérios do pós-morte, da outra vida, um “estado” para nós intuído, porém ainda um completo desconhecido “modus vivendi”, que Carvalho Junior, pioneira mas involuntariamente, desde março está vivendo.

Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior era mesmo para ser poeta  --  até no nome: completo, ele forma um “verso heroico”, assim chamados na escansão ou metrificação os famosos versos de 12 sílabas poéticas.

Lembrando o quinto ano do décimo sarau “Na Pele da Palavra”, de 28 de maio de 2016, em que Carvalho Junior me escolheu e convidou para, ao lado de seu nome, sermos homenageados naquela festa de Poesia, Arte (exposição fotográfica do Ezíquio Neto), Música e Cultura caxienses, fico me lembrando das palavras do cantor e compositor Belchior, em música de 1977, em que, com “um olhar lacrimoso”, o músico cearense falava de “engenho”, “milho verde”, “rio”, “bicho”, “pardais”, em um tempo “quando havia galos, noites e quintais”.

Agora também já não há saraus... e faltam carvalhos na floresta literária...

Talvez só reste um olhar de lágrima...

Descanse, Amigo.

*

REPERCUSSÃO

“Excelente texto. Com certeza ele estará sorrindo, dando cambalhotas de felicidades.” (JOAQUIM VILANOVA ASSUNCAO NETO, escritor, administrador / UEMA – São Luís, MA)

*

“Texto memória póstumo a Carvalho, tocante e magnífico. Carvalho Vive em nosso mundo, mais ainda agora, no mundo altívolo eterno, dos seus ancestrais e do Criador Primaz das palavras. Carvalho Junior Vive!” (FRANCISCO CARLOS A MACHADO, mestre em Ciências Ambientais – São Luís, MA)

*

“FUI OLHAR MAIS UMA VEZ PARA O TEXTO BEM ELABORADO E ATÉ UMA PALAVRA DOS JAPONESES:ARIGATÔ. NO FINAL, LAMENTEI PROFUNDAMENTE A PARTIDA PRA ETERNIDADE DE UM JOVEM SENHOR, COM APENAS 35 ANOS!!! QUANTO SOFRE A FAMÍLIA QUE FICOU (Lindalva Bastos Lopes/Imperatriz, MA)

*

“Tenho tanta saudade de meu amigo: Homem Tijubina. E que belas palavras e lembranças Edmilson.” (GARDENIA LEBRE HELAL – Universidade Estadual do Maranhão – Caxias, MA)

*

“Nesse tempo pandêmico estamos acumulando partidas antecipadas, deixam suas marcas e a maior é a que dilacera a alma... Saudade que abraça, que se faz!” (GRAÇA ASSUNÇÃO, psicóloga, assistente social, escritora – São Luís, MA)

*

“Ai como dói essas perdas prematuras e repentinas! Ainda bem que tem as tuas palavras tão bem ditas, eternizando essas personalidades que partem deixando um legado e muita saudade!” (Walmiria Salazar Farias, artista plástica, servidora pública – Brasília, DF)

* EDMILSON SANCHES

Foto:

O poeta Carvalho Junior – grande janela da grande poesia: com a esposa, Joseneyde, e as filhas do casal; com Ezíquio Neto 9de barba) e Edmilson Sanches; e um de seus principais livros, “O homem-tijubina”.

Médicos estrangeiros e brasileiros que se graduaram em outro país, fazem a segunda etapa da edição 2017 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida).

Inscrições para o novo Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) podem ser feitas até as 23h59 (horário de Brasília) da quarta-feira (30). No último dia 18, o prazo foi prorrogado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O prazo também vale para as solicitações de atendimento especializado e de tratamento por nome social para pessoas trans.

As provas serão aplicadas no dia 19 de outubro.

A inscrição deve ser feita, exclusivamente pela internet no Sistema Enamed.

O Enamed substitui o Enade para os cursos de medicina e passa, em 2025, a ser aplicado anualmente.

A iniciativa do MEC, conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem o objetivo de melhorar a formação médica no Brasil.

Quem participa

O Enamed é obrigatório para estudantes concluintes de medicina no Brasil, sendo requisito para a colação de grau.

O estudante deve estar habilitado como formando da graduação em medicina e inscrito no Enade 2025, pelo coordenador do curso na instituição de ensino onde estuda.

Para médicos já formados, a participação é opcional, restrita aos que desejarem concorrer a programas de residência médica de acesso direto pelo Exame Nacional de Residência (Enare).

Cronograma

De acordo com edital de retificação, o Enamed 2025 cumprirá o seguinte cronograma:

  • inscrição: 7 a 30 de julho;
  • solicitação de tratamento pelo nome social e atendimento especializado: 7 a 30 de julho;
  • resultado das solicitações: 11 de agosto;
  • recurso: 11 a 15 de agosto;
  • resultado do recurso: 20 de agosto.
  • preenchimento do questionário do estudante: 18 de agosto a 18 de outubro;
  • aplicação das provas: 19 de outubro.

Provas do Enamed

As provas do Enamed cobram dos participantes os conteúdos, habilidades e competências das seguintes áreas: clínica médica; cirurgia; ginecologia e obstetrícia; pediatria; medicina da família e comunidade; saúde coletiva e saúde mental.

A avaliação é baseada nos critérios definidos para o Enade, observados os currículos, normas e as legislações de regulamentação do exercício da profissão de médico no Brasil.

O exame terá 100 questões objetivas, de múltipla escolha, com quantidade idêntica para cada uma das áreas da medicina abordadas. Os estudantes concluintes do curso de medicina inscrito no Enade também deverão responder obrigatoriamente a um questionário.

Enare

O Exame Nacional de Residência (Enare) é um processo seletivo unificado nacional para ingresso em programas de residência médica e de residência multiprofissional e na área profissional da saúde.

Nesta edição, serão ofertadas 11.388 vagas de residência médica, uniprofissional e multiprofissional, em 237 instituições participantes.

O total de vagas representa aproximadamente 28% a mais de vagas oferecidas, comparado com a última edição.

Veja aqui as regras do Enare 2025

(Fonte: Agência Brasil)

Bonito (MS), 26/07/2025 - Artista Jonir Figueiredo. Foto: Bonito Cinesur/Divulgação

Com uma salva de palmas, o público presente ao Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur) se despediu do artista plástico Jonir Figueiredo, morto neste sábado (26), em Bonito (MS). Na sexta-feira à noite (25), o artista havia participado da cerimônia de abertura do Cinesur, realizado no Centro de Convenções de Bonito.

“É com pesar que o 3º Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito recebe a notícia do falecimento do artista plástico Jonir Figueiredo, que nos deixou neste sábado, 26 de julho, após ter prestigiado a noite de abertura do nosso festival. Sua presença foi motivo de honra e reafirmou seu compromisso com a arte e a cultura. Figura essencial nas artes visuais, Jonir deixa um legado de beleza, sensibilidade e inspiração. Nos solidarizamos com seus familiares, amigos e admiradores”, diz a nota que foi lida neste sábado durante a realização do festival.

“Nós, artistas e produtores culturais, temos que seguir adiante, homenageando Jonir fazendo aquilo que ele mais gostava e pelo que jamais deixou de lutar: arte e cultura. Vamos com o nosso Bonito CineSur, honrando a memória de Jonir Figueiredo. Viva a arte e a cultura, viva Jonir!”, completa a nota.

Bonito (MS), 26/07/2025 - 3° Bonito CineSur - Festival de Cinema Sul-Americano. Foto: Elaine Cruz/Agência Brasil

Natural de Corumbá e formado em Educação Artística pela Faculdade Unidas de Marília (SP), Jonir era conhecido por suas obras com foco no Pantanal e nas belezas do Mato Grosso do Sul. Desenhista, gravador, performer, pintor e produtor cultural, Jonir Figueiredo iniciou sua carreira nos anos 1970. Inspirou a criação do Movimento Cultural Guaicuru, coletivo que buscava valorizar a identidade cultural do estado por meio da inspiração no povo indígena Guaicuru.

Em nota, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul lamentou a morte do artista.

“Jonir Figueiredo, foi um artista ímpar, um personagem da história do nosso estado que andava por aí, entre nós, à procura de novas ideias, matéria-prima para produzir sua arte e oportunidades para divulgá-la”, diz a nota.

“Em sua obra, explorava diversas técnicas, sempre nos lembrando do Pantanal que ele amava”, finalizou.

(Fonte: Agência Brasil)