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A ceramista pernambucana Socorro Rodrigues (foto destaque), 66 anos, completados na última quarta-feira (14), carrega a tradição da arte popular da família. O interesse pelos trabalhos feitos do barro veio de acompanhar o pai Zé Caboclo, um dos primeiros seguidores de Mestre Vitalino, um símbolo dessa cultura popular no Alto do Moura, em Caruaru, Pernambuco. Socorro começou a esculpir pequenas peças de brinquedos já aos seis anos e aos nove fazia peças para vender. Toda essa experiência de vida, Socorro vai contar no encontro virtual que o Museu do Pontal, do Rio de Janeiro, vai fazer nesta segunda-feira (19), às 17h.

A arte popular, no Alto do Moura, começou como uma tradição masculina a partir da obra do Mestre Vitalino, seguido por nomes como o pai de Socorro, por Manuel Eudócio e por Manuel Galdino, entre outros. As gerações seguintes começaram a mudar este comportamento, e as mulheres passaram a ser reconhecidas como artistas e ceramistas.

A proximidade da participação do encontro virtual, que ela vê como mais um incentivo para tornar a sua arte conhecida, a deixou ansiosa. “Com esses tempos difíceis e a situação toda que está o nosso país, mas que se Deus quiser vai passar, né? Aí é muito importante. É mais uma divulgação para a gente poder vender. A pessoa fica mais conhecida, como eu estou vendendo na internet”, informou, à Agência Brasil, acrescentando que o seu site foi feito pela neta.

Preservação

Na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas, foram as mulheres que começaram a tradição de arte cerâmica, como dona Isabel Mendes da Cunha, da comunidade Santana do Araçuaí; e Noemisa, de Caraí; entre outras. Há cerca de 20 anos, o fotógrafo mineiro Lori Figueiró tem feito registros de benzedeiras e parteiras, como forma de preservar a cultura popular da região. Nesse tempo, tem encontrado muitas histórias, como a da dona Generina Isidório da Silva, uma benzedeira de 106 anos, que está completamente lúcida e tem tataranetos. Lori contou que a conhece há mais de 10 anos e, durante esse tempo, vem fazendo registros fotográficos dela, de Blandina Silva Souza, mais conhecida como dona Baranda, que tem mais de 90 anos e não é possível precisar a idade porque perdeu os documentos e de Vera Lúcia Marques de 72 anos. Todas as três moram em Araçuaí, no médio Jequitinhonha. “Eu venho fotografando constantemente com a ideia de fazer um livro em homenagem a essas três benzedeiras. Nenhuma delas está deixando seguidores. As três lamentam”, completou Lori à reportagem da Agência.

Tantos registros depois de várias manifestações artísticas, pela primeira vez Lori vai participar de uma live. Embora seja sobre um assunto que conhece bastante, está com grande expectativa e com certa ansiedade para falar dos conhecedores tradicionais, como costuma chamar os artistas, especialmente, da região do alto e do médio Vale do Jequitinhonha. “Eu registro benzedeiras, parteiras, artesãos de um modo geral, os grupos de congado, tambozeiros de Nossa Senhora do Rosário, as pessoas que ainda fazem os saberes mais tradicionais mesmo, a farinha de mandioca, a rapadura. Trabalho com essas pessoas”, disse.

Para Lori Figueiró, parte do trabalho que faz é o registro do fim de uma era, uma vez que alguns ofícios não estão sendo repassados para novas gerações, como é o caso de quem produz a farinha e a mandioca pelos métodos tradicionais. “Os mais jovens não querem mais este tipo de trabalho ou esse tipo de ofício”, observou.

Essa situação, conforme o fotógrafo, muda um pouco quando a manifestação cultural é mais relacionada à cerâmica e às esculturas em madeira. “Acredito que isso vai perdurar um pouco mais, mas as benzedeiras, as pessoas que fazem algum tipo de culinária, isso vem se perdendo muito. Os jovens não querem muito, e os pais e avós não estão conseguindo repassar”, completou, destacando que uma das razões é o maior interesse pelas redes sociais.

Segundo o fotógrafo, em 2011, quando fez um trabalho em Jenipapo de Minas, a associação das tecelãs do local tinha em torno de 60 mulheres e, hoje, está praticamente fechada. Na mesma época, a associação de tecelãs da cidade Berilo tinha 120 pessoas e, agora, em torno de sete pessoas entre homens e mulheres trabalhando no tear. “Isso vem se perdendo”, completou.

“Embora eu fale que venho registrando o final de uma era, ainda tem muita coisa para registrar. É impressionante a força do povo, principalmente, as mulheres que são a força motriz do Vale”.

Para Joana Corrêa, que vai ser a mediadora do encontro, o aprimoramento técnico dos artistas vem colaborando para a preservação de parte da cultura popular da região. Ela é carioca, mas se mudou para o alto do Jequitinhonha de onde acompanha os trabalhos de artistas locais. O encontro virtual, na visão dela, vai permitir também o debate de uma arte feita por mulheres, que originalmente era produzida por homens. Como antropóloga, ela disse que a ação do tempo não consegue preservar tudo e, cada geração, traz uma nova contribuição. “Eu não tenho um olhar negativo com relação a essas mudanças. Os jovens vão encontrar os seus caminhos. O que tem hoje de produção cerâmica no Vale do Jequitinhonha, em relação há 20 anos, é infinitamente mais amplo e complexo”, observou, concordando com Lori, que no caso das benzedeiras isso é mais difícil.

Encontro

Além de Socorro Rodrigues e do fotógrafo Lori Figueiró, o encontro vai ter a presença da ceramista Ducarmo Barbosa, de Minas Novas e Turmalina, em Minas Gerais, e da ativista cultural e congadeira quilombola Sanete Esteves de Sousa, do Quilombo Mocó dos Pretos, em Berilo, também em Minas. Sanete vai mostrar também os aspectos intersecções sociais e raciais que se misturam nos desafios de ser liderança e artista da cultura popular. “O Vale sempre foi tratado como muito caboclo, mas, na verdade, tem uma tradição negra, da região das Minas fundada por uma população majoritariamente de origem africana. Essa tradição muitas vezes é apagada. A Sanete traz essa força e muita raiz do Vale”, disse Joana em entrevista à Agência Brasil. 

Livro

O encontro vai celebrar, ainda, o lançamento da segunda edição do livro Mulheres do Vale, substantivo feminino, de Lori Figueiró, pelo Centro de Cultura Memorial do Vale, no Serro. |Além de fotos, a publicação traz depoimentos das pessoas que fazem algum tipo de trabalho, que, segundo o autor, deve ser preservado e poemas sobre elas. “É uma seleção de imagem de um vale mais tradicional e mais preservado. As casas com seus fogões de lenha, as paredes revestidas de imagens sacras misturadas com fotografias dos parentes, As benzedeiras, as mulheres que foram parteiras, as artesãs. O livro tem esse conjunto de imagens mais tradicionais do Vale”, revelou. A primeira edição foi em 2019. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Sítio Roberto Burle Marx, onde morou e fez experimentos o mais famoso dos paisagistas brasileiros, é candidato a entrar para a lista do patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) este ano.

Localizado em Barra de Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o sítio abriga uma coleção de mais de três mil e quinhentas espécies de plantas de regiões tropicais e semitropicais.

Burle Marx comprou a propriedade em parceria com o irmão, Siegfried, em 1949, e fez dela um laboratório para conhecer o comportamento da flora brasileira, até então pouco valorizada nos projetos paisagísticos.  A partir dessas experiências, ele criou o jardim tropical moderno, que representou “uma mudança de paradigma no paisagismo, uma grande contribuição para a humanidade”, explica a diretora do sítio, Claudia Storino.

Boa parte das plantas que podem ser vistas no sítio hoje veio das excursões que Burle Marx fazia pelos diversos biomas brasileiros. O arquiteto e paisagista José Tabacow participou de várias delas, primeiro como estagiário e depois como sócio de Burle Marx. Ele relembra que a única situação que deixava o amigo irritado durante as viagens eram os flagrantes de destruição do meio ambiente. 

O auxiliar em preservação e defesa ambiental, Sinval Pereira Filho, que começou a trabalhar no sítio aos 20 anos, ainda sob o comando de Burle Marx, conta que, nessas expedições, o paisagista chegou a descobrir cerca de 50 novas espécies, muitas batizadas com o seu nome, como o orthophytum burle-marxii (foto).

Na visita ao sítio, também é possível apreciar como o paisagista aproveitou material de prédios demolidos em calçamentos, cascatas, portas e fachadas na propriedade. “Ele foi precursor em muitas coisas”, diz a educadora Suzana Bezerra, que apresentou o espaço à equipe do Caminhos da Reportagem e ressaltou a genialidade do artista.

Na casa onde Burle Marx morou são preservados alguns objetos pessoais, como óculos, roupas e calçados, assim como um vasto acervo de obras do paisagista, que era um artista de múltiplas faces: pintor, escultor, designer de joias e até cantor de ópera. A professora de História da Arte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Vera Beatriz Siqueira,  avalia que tanto no paisagismo quanto na pintura a produção de Burle Marx mantém vínculos com as nossas tradições culturais, com a nossa realidade e com a nossa paisagem mesmo quando se apresenta na forma abstrata. “Ele cria uma espécie de ambiente que eu chamo de ecologia da forma moderna”, explica a professora.  

As salas também abrigam a enorme coleção de arte popular que Burle Marx adquiriu ao longo da vida. A auxiliar de serviços gerais, Maria Goreti Ferreira de Lima, que começou a trabalhar na casa durante os preparativos para a festa de 80 anos do paisagista, diz que limpa as peças com mãos de seda e zela para manter viva a memória do Seu Roberto, como se refere a ele.

“Se eu procurei compreender o jardim aplicado à nossa natureza, vamos dizer, à nossa natureza humana e sobretudo às necessidades brasileiras, é porque eu não quero fazer apenas jardins para uma casa de milionários. Eu gostaria de fazer jardins que o povo pudesse participar”, eternizou Burle Marx, em entrevista ao programa O Mundo Mágico, que faz parte do arquivo da TV Brasil.

Preocupado com a preservação do seu acervo, Burle Marx doou o sítio ainda em vida para o governo federal, em 1985, nove anos antes de morrer. Hoje, o espaço está sob a responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan.  Carlos Alberto Moreira da Silva, coordenador da manutenção do acervo botânico, conta que o desafio dos funcionários mais antigos agora é preparar os mais novos para cuidar desse presente deixado pelo paisagista. “As pessoas precisam saber disso aqui pra dar o valor que o sítio tem e merece”, afirma. 

Herdeira do escritório de paisagismo criado por Burle Marx, a paisagista Isabela Ono comemora a candidatura do sítio a patrimônio mundial. No fim de 2019, ela e os dois sócios criaram o Instituto Burle Marx com a finalidade de tornar público também o acervo de projetos, croquis, fotos, maquetes, entre outras peças, que pertencem ao escritório. “Estamos na torcida. Só junta forças pra celebrar esse legado tão importante e tão grande que o Burle Marx deixou pra nós”, diz Isabela. Por causa da pandemia, a reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco será realizada on-line este ano, entre os dias 16 e 31 de julho. 

Caminhos da Reportagem “Sítio Roberto Burle Marx, um legado para a humanidade” vai ao ar neste domingo, às 20h, na TV Brasil. 

(Fonte: Agência Brasil)

Programa de qualificação profissional que une jovens e empresas, o Qualifica Mais reabriu as inscrições para o processo seletivo. Os interessados poderão se inscrever até o próximo dia 25, por meio de um novo acesso para inscrição.

Parceria entre a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia e o Ministério da Educação, o programa deve qualificar mais de 6 mil profissionais em três áreas de tecnologia da informação e comunicação: programador web, programador de dispositivos móveis e programador de sistemas. Os cursos terão duração de cerca de 200 horas cada um. Além da qualificação, os estudantes que concluírem os cursos serão auxiliados para inserção no mercado de trabalho.

Atualmente, o programa opera em 11 regiões metropolitanas: Salvador, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Florianópolis, Joinville (SC), Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Campinas (SP). A primeira fase de inscrição foi aberta em março  e durou quase um mês. Com a reabertura do prazo, o governo pretende preencher as vagas restantes.

De acordo com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, a escolha dos estudantes está sendo realizada pela plataforma EduLivre. Nesse ambiente virtual, os candidatos participam de uma trilha educacional, onde recebem informações sobre postos de trabalho e cursos na área e resolvem alguns exercícios sobre o conteúdo apresentado.

A trilha ficou aberta até a última segunda-feira (11). Quem se inscreveu e concluiu os módulos teve a inscrição validada na quinta-feira (15). Os candidatos que iniciaram a trilha, mas não concluíram, devem preencher novamente o formulário de inscrição e escolher, ao término, duas opções de cursos.

Os novos inscritos que forem selecionados receberão o e-mail de pré-matrícula no próximo dia 29. Os calendários foram adiados em duas semanas, e as aulas devem ter início a partir de 24 de maio.

O Qualifica Mais tem um canal para auxiliar os candidatos na fase das inscrições e matrículas, as dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail [email protected]. Outras informações estão disponíveis na página do programa na internet.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste domingo (18), comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi escolhida porque, nesse dia, em 1882, nasceu o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. A data celebra esse gênero literário e homenageia o escritor, autor de clássicos como Sítio do Pica-Pau AmareloO SaciFábulas de NarizinhoCaçadas de Hans Staden e Viagem ao Céu.

De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, o número de crianças leitoras cresceu de 2015 a 2019, período em que 48% disseram que leem por gosto. A prática da leitura contribui para o desenvolvimento de capacidades como pensar, interpretar, falar, aprender e conviver.

Em tempos de uso de tantas telas, como tablets, celulares e televisão, e agora com o ensino remoto, os livros infantis ainda têm espaço na rotina das crianças? A doutora em educação pela Universidade de São Paulo Diva Albuquerque Maciel diz que sim.

“As telas são grandes concorrentes do livro, mas temos que usar todos esses recursos em favor do livro, e não como concorrente. O livro tem um formato muito importante para a formação da língua escrita, temos que usar estratégias para aliar, já que a língua escrita precisa ser estimulada. Uma das estratégias é saber quais são as motivações das crianças, por exemplo, quais heróis e personagens elas buscam na internet, que possam estimular a leitura escrita de textos mais densos como gibis”. Diva é professora aposentada do departamento de psicologia escolar do desenvolvimento da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).

A pedagoga Daniela Denise Batalha Santini, que, atualmente, é professora do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Parque Sevilha, na zona leste de São Paulo, afirma que, mesmo com a habilidade que o aluno de hoje tem de manusear telas, o livro ajuda muito a melhorar o interesse pela aprendizagem e a capacidade de concentração.

“O livro físico tem seu valor e não pode ser deixado totalmente para trás. O livro físico precisa se fazer presente em sala de aula como instrumento palpável. O sentir o livro, o explorar, o virar de páginas fazem toda a diferença no dia a dia do aprendizado dos pequenos. Fora as experiências sensoriais, tem a visualização, o concreto. Aguçar a curiosidade, proporcionar momento de troca”, observa Daniela Denise.

Também pedagoga, Fernanda Gadelha de Freitas Miranda é professora na Escola Municipal de Educação Infantil 22 de Março e no Centro de Educação Infantil Bryan Biguinati Jardim. Para Fernanda, o hábito da leitura precisa ser estabelecido desde a infância para que se formem cidadãos autônomos, questionadores e protagonistas de sua conduta e pensamentos. “Assim, acredito que a leitura, os livros infantis, sejam facilitadores desse processo. Costumo, todos os dias, oferecer aos meus alunos oportunidades de ampliar a visão de mundo e seu repertório, com os livros que lemos”.

Fernanda destaca que muitas crianças, devido às condições sociais, não têm acesso às tecnologias. “O livro impresso ainda é uma ferramenta facilitadora nesse processo, pois permite que mais adultos e crianças sejam contemplados nesse universo. Para a criança, o concreto do livro impresso é mais atraente e aceitável, ao contrário do adulto, que tende buscar à praticidade do e-book, por exemplo”.

Incentivo e diversidade temática

Diva Maciel considera fundamental o papel dos professores para estimular a leitura pelas crianças. “É preciso que os professores façam pesquisa dos livros que podem ser adotados em sala de aula, mesmo na sala remota. Ver o que elas estão buscando espontaneamente nas séries da TV, da internet. E, a partir daí, oferecer bons textos, ler com elas numa roda de leitura, ou estimulá-las a escrever e ler para turma na roda, por exemplo”.

É o que tem feito a professora Daniela, que trabalha os livros de forma descontraída, em rodas de conversa. “Com momentos dirigidos e outros momentos livres, fazendo sempre um trabalho educativo, alinhando com o conteúdo desenvolvido, com temas atuais e, muitas veze,s trazendo discussões acerca de fatos do cotidiano. O momento da roda de conversa é mágico e encantador. É gratificante ver os pequenos interagindo com este universo da leitura, com seus colegas e professores”.

A professora Diva chama a atenção também para o estímulo à diversidade étnica e cultural na literatura infantil. “Lemos muito para os nossos filhos as histórias clássicas dos contos de fadas, mas, hoje em dia, temos que lembrar que são histórias que estão no formato de reis e rainhas brancos. Hoje, sabemos que é importante trazer os contos em que os personagens são negros e têm outras etnias, e já existe muita coisa publicada. Nós somos um país miscigenado. No entanto, a cultura branca continua sendo dominante. É importante trazer outros tipos de livros infantis para ler para as nossas crianças”.

Diva indica a Afroteca Audiovisual Infantil, com livros com diversidade étnica e destaca que o Brasil é rico nessa diversidade cultural. “Nós temos uma oferta de grandes textos que envolvem a nossa cultura popular, nosso cancioneiro, nossos personagens. Monteiro Lobato foi um autor que utilizou bastante essas possibilidades”.

Nova tributação pode desestimular leitura

Apesar de pais e professores incentivarem a leitura, a proposta de nova tributação sobre os livros pode desestimular a compra deles. O governo federal propôs, em julho do ano passado, um projeto de lei para fusão do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em um único tributo, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Entre as alterações, estão o fim da isenção do PIS e da Cofins para o mercado de livros e a cobrança da CBS com alíquota de 12%. O Congresso Nacional estuda a proposta no âmbito da reforma tributária.

O presidente da Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros), Ângelo Xavier, afirma que o livro impresso é uma ferramenta muito importante na formação da criança e defende a manutenção da imunidade tributária dos livros no país. Xavier considera “um equívoco” a proposta de reforma encaminhada pelo Ministério da Economia que tributa os livros.

“Seja para os livros infantis, seja para a literatura adulta, para livros escolares, qualquer que seja a categoria de livros, isso vai dificultar ainda mais o acesso. As famílias menos favorecidas vão sofrer ainda mais. Vai haver uma concentração muito grande e poucos lançamentos de novos autores pelas editoras. Tudo que temos de positivo no mercado de livro tende a cair por terra com essa tributação. E muitas empresas, editoras, livrarias e distribuidoras tendem a ter dificuldades e até podem quebrar com a nova política, que esperamos que não se concretize”, afirma.

Como escolher um bom livro infantil

A coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo, dá dicas de como escolher um bom livro infantil. A primeira é a qualidade textual: o registro linguístico deve ser literário, ou seja, a linguagem é conotativa, utiliza figuras, e há preocupação com a escolha das palavras. “A construção textual deve estimular uma boa leitura em voz alta por parte do mediador”.

O projeto gráfico deve ter também qualidade visual, ou seja, ter capacidade de motivar e enriquecer a interação do leitor com o livro; a fonte deve oferecer boa legibilidade, e as ilustrações não devem reforçar estereótipos sociais, históricos, raciais e de gênero.

É preciso ainda ter qualidade temática: o conteúdo não deve ser “didatizante” e sim dialogar com o imaginário infantil. “É importante contemplar a diversidade de contextos culturais, sociais, históricos e econômicos, além de possibilitar a reflexão das crianças sobre si próprias, os outros e o mundo que as cerca”, completa a especialista.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste domingo,

Vamos concordar

1ª) Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR ou CHEGAREM à final?

O uso do infinitivo sempre nos dá dor de cabeça.

Temos, aqui, um caso polêmico. Há quem considere um caso de concordância facultativa, ou seja, as duas formas estariam corretas. Por outro lado, há quem só considere correta a concordância no singular.

É importante observarmos que, no exemplo, temos duas orações: “Vascaínos só precisam de um empate” (oração principal) + “para chegar à final” (oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo). A concordância do infinitivo no plural se justificaria porque seu sujeito determinado simples (eles = os vascaínos) está no plural: “Vascaínos só precisam de um empate para (eles) CHEGAREM à final”. A concordância do infinitivo no plural seria aceitável, mas não obrigatória.

A maioria dos estudiosos, porém, prefere seguir a regra clássica que determina o uso do infinitivo não flexionado quando o sujeito do infinitivo for o mesmo da oração principal: “Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR à final”.

Sugiro o uso do infinitivo no singular, porque é uma concordância indiscutivelmente correta e aceita por todos.

2ª) É maior o número de pessoas que TENTA ou TENTAM diagnosticar a doença?

Maior é o número, mas quem tenta diagnosticar a doença são as pessoas. Em razão disso, a concordância correta é: “É maior o número de pessoas que TENTAM diagnosticar a doença”.

3ª) Grande parte das vítimas É CRIANÇA ou SÃO CRIANÇAS?

Trata-se de uma concordância facultativa. Pela concordância lógica, o verbo concorda com o núcleo do sujeito (= parte) no sigular: “Grande parte das vítimas é criança”. Hoje em dia, é incontestável a preferência pela concordância atrativa, isto é, o verbo concorda no plural com o especificador (= vítimas): “Grande parte das vítimas são crianças”.

4ª) A professora tinha uns TRINTA ou TRINTAS anos?

O correto é: “A professora tinha uns TRINTA anos”. Os numerais não fazem flexão de número.

Os numerais só apresentam plural quando são substantivos (= nomes dos numerais): “No meu CPF, há três OITOS”.

Para ficar claro, observe a comparação:

1ª) “A criança comeu QUATRO biscoitos” (numeral sem flexão);

2ª) “Na prova de ontem, houve dois QUATROS” (nome do numeral faz plural).

5ª) Ela está MEIO ou MEIA triste?

O correto é: “Ela está MEIO triste”.

MEIO, quando significa “um pouco, mais ou menos”, é advérbio. Em razão disso, é uma forma invariável (sem feminino nem plural). Os advérbios não se flexionam: “Ela está MUITO triste”; “Ela está POUCO triste”; “Ela está MEIO triste”.

6ª) Ela está com dor NA ou NAS costas?

O correto é: “Ela está com dor NAS COSTAS”.

A concordância deve ser feita obrigatoriamente no plural, porque o substantivo COSTAS (= parte posterior) é plural.

COSTA, no singular, é outro substantivo. É a zona litorânea: “É linda a costa brasileira”.

7ª) OBRIGADO ou OBRIGADA?

A concordância depende de quem está agradecendo:

1º) Homem agradece: “Obrigado, por sua gentileza!”;

2º) Mulher agradece: “Obrigada, por sua gentileza!”.

8ª) Ela já teve duas GRAVIDEZ ou GRAVIDEZES?

O plural de GRAVIDEZ é GRAVIDEZES, como todas as palavras terminadas em “Z”: rapazes, felizes, capazes, gizes, avestruzes, gravidezes…

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:

1ª) É preciso que isto se _________ ao anterior;

2ª) Eles não se  _________ com minhas explicações;

3ª) Ele _________ seus direitos.

a) equivala / satisfazeram / requis;

b) equivalha / satisfizeram / requereu;

c) equivalha / satisfizeram / requis;

d) equivala / satisfazeram / requereu;

e) equivalha / satisfazeram / requis.

Resposta do teste: letra (b).

EQUIVALER é derivado do verbo VALER. O presente do subjuntivo do verbo VALER é “que ele valha”, por isso o correto é EQUIVALHA. O verbo SATISFAZER é derivado de FAZER. Se eles FIZERAM, o correto é SATISFIZERAM. O verbo REQUERER não é derivado de QUERER. É um verbo normal da segunda conjugação. Se ele VENDEU, PERDEU e COMPARECEU, o correto é REQUEREU.

O líder popular, governador José Sarney, está visitando os bairros. Ele e os seus secretários imediatos. Sarney entra em contato com o povo. Realiza, assim, a sua prestação de contas. Informa o que já fez o governo. Informa todo o seu trabalho no sentido de cumprir as promessas feitas durante a sua campanha eleitoral.

Dele, a palavra simples, a palavra orientadora. Dele, a sinceridade. Dele, a melhor compreensão para ouvir, para sentir, de perto, as necessidades do povo. Fala. Esclarece. Registra as ocorrências. O povo ouve e o aplaude. Para os adversários, Sarney está fazendo demagogia. Mas, para os que ouvem Sarney, o governo está conversando com o povo, mostrando as providências tomadas para resolver o problema da água, da luz. Fala apresentando fatos.

E o povo sabe que Sarney não está mentindo. Os adversários se encolhem, e outros utilizam a campanha do desespero. Utilizam uma oposição sem brilho, sem o fortalecimento das argumentações capazes de convencer. Criam. Inventam. Sarney realiza. Sarney governa. Sarney trabalha. Sarney mantém a liderança. É um fato.

Outro dia, surpreendemos Sarney na Coreia. E a Coreia iluminou-se. Parecia uma noite de festa. E perguntamos: “O que houve?” “O governador está no bairro”. E um boêmio que bebericava: “– Sarney está aí, veio falar com a gente. Já o vi. O branco fala bem. E olhe, vai recuperar o Maranhão. E deixa os outros falarem...” E Sarney estava no bairro, falando. Fazendo a reportagem do seu governo, do que tem feito. O povo ouvindo, aplaudindo Sarney.

E a verdade é que o líder popular vem fazendo muito. Exigir de Sarney mais não é possível. Encontrou um Estado arrasado. Um Estado sem identificação própria. Cid Carvalho afirmou isto e Renato também. O povo também dizia isto. Até os amigos da Copa, quando Newton estava no governo, diziam isto cá fora.Mas Newton fez umas coisinhas. Podia até ter mais. A política não deixou. O PSD não deixou. O ódio contra os adversários não deixou. Mas o “cassado” fez. Deixou marcas da sua presença no Executivo. É verdade que prevaleceu o aproveitamento. Newton ficou rico. Na sombra de Newton, muitos ficaram ricos. Havia mesmo campeando, por toda a parte, a licenciosidade. O furto generalizou-se. Mas o Brasil também estava submetido. Muitos outros governos roubaram!

A revolução pegou muita gente na fartura dos negócios mais escusos. Mas não se pode esconder que Sarney encontrou um Estado em situação difícil. E, em poucos meses de gerência, o ex-deputado udenista tem realizado. Deu outra feição na vida administrativa do Estado. Verdade. Tem contrariado alguns amigos. Tem irritado alguns inimigos. Mas Sarney governa. E o povo sabe e sente isto.

Mas dizíamos que o governador José Sarney está visitando os bairros. Está fazendo a sua prestação de contas. Está ouvindo o povo. Anotando as reclamações. Explicando. Submetendo-se ao julgamento popular. E isto é bom. Todos os governos deviam fazer isto. Conversar diretamente com o povo. Olhar de cara o povo, de perto. Prestar esclarecimentos. Mostrar a realidade da sua administração. Mostrar as dificuldades. Isto não é demagogia, é democracia. Democracia pura, boa e da melhor.

Sarney está falando ao povo. Mostrando as medidas “determinadas ao Departamento de Estrada de Rodagem para o asfaltamento das vias públicas dos bairros e outras melhorias para os subúrbios”. Com Sarney, o exemplo, a melhor maneira de responder aos ataques dos seus adversários. É a melhor maneira de continuar oposicionista! Tá certo ou não tá? – Tá!

Anil viu Sarney numa noite magnífica. Um céu na iluminação das estrelas. Um pedaço de luz no crescimento. Com o povo, a iluminação de novas esperanças. E Sarney falou. O povo aplaudindo o líder oposicionista. O político evoluído que há em Sarney. E parece que Sarney vai prosseguir, visitando os bairros e os subúrbios. Com os adversários, o desespero. A raiva. E, com raiva e despeito, eles trabalham, estão trabalhando em favor de Sarney. O povo gosta de ouvir Sarney. E, no Anil, ouvimos as mais encantadoras impressões. E, enquanto houver a confiança do povo, o governo vai bem. O Maranhão vai progredindo. Sarney, acreditamos ainda, não decepcionará.

O governador está falando nos bairros, falando ao povo.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 28 de outubro de 1966 (sexta-feira).

Em meio à pandemia da covid-19, o Festival Caleidoscópio, realizado há sete anos na Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, começará, hoje (17), mais uma edição virtual para discutir temas e apresentar atrações ligadas à cultura hip hop. Neste ano, o tema principal do festival será a representatividade.

A programação conta com Master Classes, exposição de artes, feira criativa, painel de graffiti, apresentações de DJs, batalhas de MCs e plantio de espécies nativas da Mata Atlântica na Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu.

A abertura do festival será realizada pelo rapper Dudu de Morro Agudo (DMA), que apresentará atividades e discussões propostas na edição. Tudo será transmitido no site do festival e nas redes sociais do Instituto Enraizados, fundado por DMA. 

As Master Classes ocorrerão ao longo da semana que vem. Para segunda-feira (19), está previsto o tema Maternidade e Arte Independente, com a MC/rapper Lisa Castro, a produtora-executiva, artística e mãe Yvie e a produtora cultural, empreendedora, artista e mãe Naitha.

Na terça-feira (20), a discussão abordará Racismo e Internet, com o rapper DMA, a codiretora-executiva do Olabi e coordenadora da PretaLab Sil Bahia, e o gerente do hub Nós, Duda Vieira;

Na quarta-feira (21), a Master Class terá o tema Pluralidades e Vivências Trans, com o jornalista e criador de conteúdo Thiago Peniche, a produtora e fundadora do Baphos Periféricos Quitta Pinheiro, e a escritora, cantora e slammer Valentine.

E, na quinta-feira (22), será debatido o Rap de Ontem, de Hoje e de Amanhã, com o rapper Léo da XIII, a rapper Edd Wheller, integrante do grupo feminino pioneiro Damas do Rap, e o também rapper Kall FBX.

(Fonte: Agência Brasil)

Trabalhadores encontraram fragmentos de fósseis de dinossauros enquanto faziam a escavação de uma galeria para escoamento de água de chuva na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294). As peças foram encontradas nas obras de uma praça de pedágio, a uma profundidade de 20 metros da superfície do solo, no quilômetro 623 da rodovia, entre as cidades paulistas de Irapuru e Pacaembu.

Segundo a concessionária da rodovia, a Eixo SP, as obras foram paradas imediatamente para que os trabalhos paleontológicos fossem feitos. Os trabalhos foram desenvolvidos pelo paleontólogo Fabiano Vidoi Iori e pelo biólogo Leonardo Paschoa, ambos pesquisadores do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa (SP).

De acordo com a Eixo SP, as pesquisas indicam que, entre as dezenas de fragmentos fósseis encontrados, estão ossos dos gigantes titanossauros – os dinossauros “pescoçudos”, quadrúpedes e herbívoros que podiam alcançar por volta de 20 metros de altura – e dentes de abelissaurídeos, dinossauros predadores bípedes, que chegavam a até nove metros de comprimento.

Outros fragmentos extraídos sugerem que, no período Cretáceo – que durou de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás – a região era formada por rios e lagos. O material encontrado também inclui ossos, escamas e dentes de crocodiliformes; escamas de peixes; e restos de cascos e esqueletos de cágados, uma fauna que viveu por volta de 85 milhões de anos atrás.

“Dentre os fósseis coletados, temos peças bem importantes, em especial os fragmentos cranianos, que vão permitir investigar mais a fundo se as espécies descobertas são inéditas ou já catalogadas na região”, destacou o paleontólogo Fabiano Vidoi Iori.

Os fósseis foram levados para o Museu de Paleontologia de Uchoa e estarão expostos na reabertura do espaço, atualmente fechado em cumprimento às medidas restritivas de combate à pandemia de covid-19.

(Fonte: Agência Brasil)

Maior vencedor do futsal do Maranhão na atualidade, o Balsas Futsal irá, mais uma vez, representar o Estado em uma das principais competições do país: a Copa do Brasil de Futsal Masculino Adulto 2021. Contando com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e da Prefeitura de Balsas, a equipe balsense entrará na disputa nacional como uma das grandes forças do torneio e vai em busca do inédito título, que ficou no quase em 2020. Na primeira fase deste ano, o Balsas Futsal terá pela frente o JES Futsal (PI). Os jogos de ida e volta estão marcados para os dias 11 e 16 de maio, em Teresina e em São Luís, respectivamente.

Com a terceira colocação conquistada na temporada passada, o Balsas Futsal fez a melhor campanha da história de um time do Maranhão na Copa do Brasil. O clube maranhense chegou até às semifinais, quando foi eliminado pela equipe do Dois Vizinhos (PR) que, após avançar à decisão, sagrou-se campeã.

O desempenho em 2020 é motivo de confiança para o Balsas Futsal fazer mais uma bela campanha neste ano. Comandada pelo técnico Hallyson Dias, a equipe maranhense passou por um processo de reformulação, mesclando experiência com juventude para montar um time forte e à altura da tradição do maior clube de futsal do Maranhão.

“Buscamos atletas de Balsas que estavam em outros Estados. São atletas que participaram conosco de campanhas vitoriosas anteriores. Também trouxemos atletas que foram campeões conosco em 2018. Vamos contar com a experiência do Neto Caraúbas e do Tatu, que continua no elenco e que foi muito importante nas conquistas do ano passado. Estamos montando uma equipe forte. Graças aos patrocínios da Equatorial Energia, do governo do Estado e da Prefeitura de Balsas, vamos conseguir ficar o ano todo trabalhando e aprimorando nossa equipe visando a Copa do Brasil e as demais competições”, afirmou Hallyson.

Copa do Brasil

Em 2021, a Copa do Brasil de Futsal Masculino chega à sua 5ª edição. Além do Balsas Futsal, o torneio contará com outros 29 clubes de 16 Estados. Esta será a primeira vez que a competição atinge este número de clubes numa única participação.

A fórmula de disputa é bem simples: o evento será disputado em cinco fases, sendo a primeira fase com até 16 grupos, definidos pela logística dos clubes envolvidos, reduzindo custos fimamceiros. Em todas as fases, são jogos de ida e volta, classificando a equipe que obtiver duas vitórias ou uma vitória e um empate. A ordem dos jogos da 1ª fase foi definida por sorteio, porém, nas demais fases, fará o segundo jogo em casa a equipe com melhor índice técnico geral.

Balsas Futsal

Com apenas dez anos de existência, o Balsas Futsal tornou-se o clube mais vitorioso do futsal maranhense. A equipe balsense contabiliza oito títulos estaduais e diversos resultados expressivos em sua história: 3º lugar na Copa do Brasil de Futsal 2020, 5º lugar na Taça Brasil de Clubes de Futsal Divisão Especial, vice-campeão na Liga Nordeste de Futsal, vice-campeão Brasileiro Primeira Divisão dentre outras conquistas e participações em relevantes competições estaduais e nacionais, também tendo destaque nas categorias de base.

Vale destacar que o Balsas Futsal conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e da Prefeitura de Balsas, além dos apoios da Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) e da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-MA).

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Assim como a impressão digital, cada pessoa tem uma voz única. Pode até ser parecida, nunca igual. Mas isso não impede que dubladores e imitadores emprestem suas identidades vocais a personagens de séries televisivas, desenhos animados e filmes de cinema. Neste ano, a identidade vocal é o tema do Dia Mundial da Voz, data celebrada nesta sexta-feira (16) e criada há 18 anos.

Entre aqueles que “burlam” a natureza, estão os dubladores Fátima Mourão e Isaac Bardavid, cujas vozes fazem parte do entretenimento audiovisual. Ao longo da entrevista com Fátima, quem também aparece é a princesa She-ra e Olívia Palito. Na vez de conversar com Isaac, o ranzinza Wolverine (X-Men) e o saltitante Tigrão (Ursinho Pooh) disputam espaço com o veterano.

Aos 90 anos e aposentado “há uns 40 anos, mas não da dublagem”, Isaac muda o tom apenas para falar sobre as diferenças de reconhecimento entre dubladores norte-americanos e brasileiros. “Lá, eles enriquecem”, afirma, taxativo. Mas suas queixas são poucas: nem mesmo o problema de audição que surgiu com a idade diminui a empolgação quando fala sobre sua companheira de profissão – a voz, responsável por dublar mais de 40 mil filmes, na conta do próprio.

[...] é muito divertido dublar, sabia? Mesmo aquelas dublagens mais complicadas, mais difíceis. É sempre com grande prazer que você as faz e quando você termina, a alegria de ter feito é muito grande. 

Isaac é ator, dublador e poeta (ou escritor de sonetos, como frisou). Seu maior sucesso televisivo foi o tirano feitor Seu Francisco, na novela Escrava Isaura (1976). Dublador de personagens como o computador K.I.T.T., do seriado A Super Máquina, e do vilão Esqueleto, do desenho He-man, sua voz deixou marcas em diferentes gerações brasileiras ao ser usada para dublar Wolverine, personagem praticamente imortal das histórias em quadrinhos, e que ganhou o mundo do desenho animado e do cinema. “A minha voz é imortal na medida em que seja imortal a lembrança do Wolverine (e de outros personagens)”, explica. 

Sem aceitar a vaidade de ser um bom locutor e estar há 24 anos interpretando a voz do mutante no Brasil, Isaac considera que não foi sua voz que fez sucesso, mas sim o personagem. “É claro que eu tive algum mérito nisso. Mas qualquer outro dublador com alguma sensibilidade, e nós temos muitos, se fizessem o Wolverine, fariam o mesmo sucesso", acredita. 

Essa visão é compartilhada pela diretora de dublagem Fátima de Mourão, que tem, no currículo, filmes como O Vento Levou e o desenho animado She-ra. Ela explica que, apesar de um certo apego natural, não é incomum a troca de dubladores. “Eu fiz alguns filmes logo no começo da (carreira da atriz) Julia Roberts, mas, depois que me mudei, foi natural que outras amigas queridas continuaram fazendo um belíssimo trabalho dublando-a”, conta. Contudo, Fátima ressalta que é preciso manter uma conduta ética de buscar chamar os mesmos dubladores quando disponíveis na praça.

Antes de dublar, Fátima atuava no teatro. Meio ao acaso, participou de um teste na Peri Filmes, a convite de Mário Monjardim (voz do Pernalonga), onde deveria gravar uma galinha. Ela conta que, literalmente, “soltou a franga”, fazendo com que a voz esganiçada e o sincronismo impressionassem os presentes. Depois disso, fez outras atuações, até que passou no teste para ser a voz da Olívia Palito. 

Foi surpreendente quando me deparei com a dublagem. Eu vi o potencial da minha voz. Me redescobri como profissional. 

Na sua trajetória nos estúdios de dublagem Herbert Richard (que fechou as portas em 2009), ela interpretou a voz da mãe da criança protagonista do filme ET, o Extraterrestre. A película, dirigida por Steven Spielberg, obrigou o estúdio brasileiro a atualizar a tecnologia da época, inferior às exigências do diretor e de Hollywood.

Yasmin Yassine:  notoriedade pelas vozes imitadas

No Brasil, os personagens dublados tendem a ser mais famosos que os dubladores. Mas há quem seja reconhecido por imitar vozes populares. Yasmin Ali Yassine é um desses fenômenos. A youtuber (que contabiliza 380 mil inscritos em seu canal), podcaster e cantora acabou viralizando após imitar algumas dessas vozes. Mais especificamente, ela faz a voz do Cebolinha (Turma da Mônica) – criada, profissionalmente, pela dubladora Angélica Santos – e reproduz a voz feminina do Google no Brasil, gravada originalmente pela locutora Regina Bittar.

Em um canal de humor, Yasmin pode estar frente a frente com Angélica Santos e foi elogiada por sua interpretação do Cebolinha. Hoje, ela é uma das apresentadoras do Vênus Podcast e pretende convidar Regina Bittar para confrontar a voz oficial do Google com a sua versão “paraguaia”, em suas próprias palavras. 

Aos 24 anos e formada em Comércio Exterior, ela deixa claro que não é dubladora e que a profissão exige uma longa qualificação, bem como registro profissional, que ela pensa buscar um dia. Cantora e DJ em eventos, ela atribui a sua formação e estudos em canto à capacidade de oscilar rapidamente entre vozes tão distintas da sua. 

Quando era adolescente, esperava que minha voz chegasse ao mundo pela música. Inesperadamente, estourei na imitação, que não era algo que fazia, mas que tem tudo a ver com consciência vocal que vinha das aulas de canto.

Por ofício e diversão, Yasmin tornou sua voz em instrumento profissional diário. Por isso, aumentou sua preocupação com a saúde e espera incluir sessões de fonoaudiologia na rotina em breve. “Meu professor de canto pede pra reparar, se o canto tiver cansando, ir outro caminho. Evito líquido gelado, tento comer saudável. É importante aquecer e desaquecer”.

Enquanto Isaac conta não ter tido obstáculos de saúde vocal durante sua carreira, Fátima opta sempre por alertar os participantes dos seus cursos ou dubladores que dirige sobre a necessidade de aquecer bem a voz antes de um trabalho. “Se você entra no estúdio e não fez um aquecimento fácil, a sua mandíbula pode sair do lugar, ou ficar muito inchada”, relata. 

Mesmo com trajetórias diferentes, Yasmin, Isaac e Fátima mostram fascínio e gratidão por aquilo que alcançaram e alcançam com suas vozes.

Dia Mundial da Voz

A voz começa na laringe, após a vibração das pregas vocais (popularmente chamadas de cordas vocais) sob a pressão do ar dos pulmões. Livia Lima, que integra a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, explica que as pregas vocais são músculos e que, portanto, precisam ser exercitadas para ter maior flexibilidade.

A preocupação com a saúde vocal é antiga no Brasil e fez com que encabeçasse, desde 1999, uma campanha pelo Dia da Voz, com o intuito de chamar atenção para o câncer de laringe. Em 2003, a data tomou proporção mundial e hoje completa 18 anos. Na pandemia, o uso intensivo de máscaras cria um bloqueio das ondas sonoras emitidas, pode produzir cansaço na fala e problemas de comunicação. Por isso, Livia lista algumas dicas para evitar esses problemas:

No caso de dubladores e imitadores, a especialista aponta que o cuidado com a voz deve ser redobrado. Apesar da voz ser parte da identidade de cada pessoa, os dois precisam produzir outro conjunto de características vocais para representar ou imitar um determinado personagem. “É possível você fazer a dublagem ou imitação sem se machucar. Para isso, é importante se preparar”. Ela relata casos de sucesso em que dubladores tiveram melhor performance após a atenção de um fonoaudiólogo. 

(Fonte: Agência Brasil)