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Rio de Janeiro (RJ), 21/08/2025 - Biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“As pessoas falam que criança e adolescente não leem, mas eu discordo. É só ter novidade que eles correm para pegar livros emprestados.’’ A opinião é de Kely Louzada idealizadora da biblioteca comunitária Atelier das Palavras no morro da Mangueira, no Rio de Janeiro.

‘’Acredito que cresci bastante intelectualmente por conta da leitura”, confirma Jorge Henrique de Souza que desde criança frequentava o Atelier das Palavras, e hoje é estudante universitário e trabalha na biblioteca.

“Comecei a ajudar aqui desde criança, onde passava muito tempo do meu dia. Hoje, posso retribuir tudo que aprendi na infância, mostrando com carinho para as crianças que estão sempre aqui que a leitura faz diferença, também que aqui é um espaço onde a gente pode acolher com livros, mostrar para uma nova geração muito tecnológica que os livros existem para somar na vida deles’’, testemunha Jorge Henrique

Rio de Janeiro (RJ), 21/08/2025 - Jorge Arruda, estudante, frequentador da Biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Atelier das Palavras foi uma das 300 bibliotecas comunitárias vencedora do prêmio Pontos de Cultura em 2024, criado pelo Ministério da Cultura (MinC). Contemplada com R$ 30 mil, a biblioteca fundada por Kely Louzada atualizou seu acervo e manteve o interesse dos pequenos e jovens leitores.

A biblioteca que fica na entrada do morro da Mangueira também se moderniza com doações de livros de interesse do seu público e participa de editais públicos para manter as estantes atualizadas.

“A gente trabalha muito com doação, mas temos também uma parceira com as secretarias de Cultura do estado e do município, que nos ajudam a estar sempre renovando a nossa estante”, diz Kely se referindo aos acervos patrocinados no ano passado pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) do governo federal que é repassado pelas secretarias de Cultura e de Educação. 

Rio de Janeiro (RJ), 21/08/2025 - diretora da biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Desde 2024, as bibliotecas comunitárias passaram a receber livros literários para atualizar e ampliar seus acervos”, assinala Fabiano Dos Santos Piúba, Secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura.

Naquele ano, o Decreto nº 12.021 expandiu o PNLD para incluir bibliotecas públicas e comunitárias. Estas bibliotecas, incluindo aquelas cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) do Ministério da Cultura, recebem acervos literários de forma sistemática, regular e gratuita.

O Brasil tem 6.021 bibliotecas públicas (municipais e estaduais) e comunitárias aptas a receber os acervos do PNLD. Essas unidades estão registradas no Cadastro Nacional de Bibliotecas e que integram o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP).

Ler mais

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2024, revela que 85% das pessoas entrevistadas gostariam de ler mais livros, evidenciando um enorme potencial para o fortalecimento do hábito de leitura, inclusive entre quem não é leitor frequente.

O Panorama do Consumo de Livros da Câmara Brasileira do Livro acrescenta que mesmo entre pessoas que não são consumidores de livros o valor da leitura é amplamente reconhecido: 84% a consideram a leitura “importante” ou “muito importante” para a carreira, lazer, aprendizado e outros aspectos

‘’Esses números comprovam que o interesse existe, mas ainda enfrentamos barreiras como acesso e desigualdade’’, pondera a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos em nota enviada à Agência Brasil.

Na opinião dela, as bibliotecas e livrarias desempenham papel estratégico, “criando espaços de encontro com o livro e formando leitores em diversas regiões do país”. Para Sevani, é essencial fortalecer políticas públicas que incentivem a leitura.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 21/08/2025 - Ceará ganha nova escola quilombola de Ensino Médio
Estabelecimento é o primeiro na modalidade de tempo integral.
Foto: Seduc-Ceará

O Ministério da Educação (MEC) inicia, nesta segunda-feira (25), o pagamento da sexta parcela aos participantes do programa Pé-de-Meia de 2025.

Os beneficiados pelo programa são os estudantes do ensino médio matriculados na rede pública regular e na modalidade educação de jovens e adultos (EJA), inscritos no Cadastro Nacional de Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).

Nesta nova etapa, a Caixa Econômica Federal – responsável pela gestão dos recursos repassados pelo MEC – aponta que, ao todo, cerca de 3,4 milhões de estudantes de escolas públicas receberão o benefício até a próxima segunda-feira (1º).

Os nascidos nos meses de janeiro e fevereiro recebem nesta segunda-feira o valor de R$ 200 correspondente ao incentivo-frequência às aulas.

Para ter direito ao benefício, eles devem ter presença mínima de 80% nas aulas.

Pagamento escalonado

Os pagamentos do incentivo-frequência ocorrem até o dia 1º de setembro, conforme o mês de nascimento dos alunos matriculados em uma das três séries do ensino médio na rede pública de ensino.

Confira o calendário:

  • Nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 25 de agosto;
  • Nascidos em março e abril, em 26 de agosto;
  • Nascidos em maio e junho, em 27 de agosto;
  • Nascidos em julho e agosto, em 28 de agosto;
  • Nascidos em setembro e outubro recebem 29 de agosto;
  • Nascidos em novembro e dezembro, em 1º de setembro.

EJA

A parcela única dos concluintes aprovados no semestre da modalidade educação de jovens e adultos também será paga no período de 25 de agosto a 1° de setembro, no valor de R$ 1 mil.

Depósitos

A sexta parcela da chamada poupança do ensino médio de 2025 está sendo depositada em uma conta poupança da Caixa Econômica, aberta automaticamente em nome dos estudantes. O valor pode ser movimentado ou sacado imediatamente, se o participante desejar. Basta acessar o aplicativo Caixa Tem, se o aluno tiver 18 anos ou mais.

No caso de menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize a movimentação da conta. O consentimento poderá ser feito no próprio aplicativo ou em uma agência da Caixa.

O participante poderá consultar no aplicativo Jornada do Estudante, do MEC, o status de pagamentos (rejeitados ou aprovados), as informações escolares e regras do programa.

As informações relativas ao pagamento também podem ser consultadas no aplicativo Caixa Tem ou no aplicativo Benefícios Sociais.

Incentivos

A poupança do ensino médio tem quatro tipos de incentivo financeiro-educacional:

  1. Incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;
  2. Incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas durante o ano de R$ 200.
  3. Incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
  4. Incentivo-Enem: paga após a participação nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ano que o estudante conclui o 3º ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única.

Dessa forma, a soma do incentivo financeiro-educacional pode alcançar R$ 9,2 mil por aluno, no fim do ensino médio.

Pé-de-Meia

O programa do governo federal é voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública.  A iniciativa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar nessa etapa de ensino.

Saiba aqui quais são os requisitos para ser inserido no programa.

O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição. Todo aluno que se encaixa nos critérios do Pé-de-Meia é incluído automaticamente.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 04/06/2025 – Alunos em sala de aula no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) 001, no Catete, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Até o fim de 2025, o Brasil espera que ao menos 64% dos estudantes concluintes do 2º ano do ensino fundamental estejam plenamente alfabetizados. Isso significa serem capazes de ler frases e textos curtos e, ainda, localizar informações explícitas em textos curtos, como os de bilhetes ou crônicas, entre outras habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A meta foi estabelecida no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) do Ministério da Educação (MEC), lançado em 2023, que opera em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.

Para o CEO da Fundação Lemann, Denis Mizne, o país precisa dar prioridade política para a alfabetização e compreender que, apesar de ser considerado um assunto "velho" na pauta de educação, o problema ainda não foi superado.

Em entrevista à Agência Brasil, ele comentou os desafios a serem superados para que o patamar de 80% das crianças alfabetizadas possa ser alcançado e destacou a necessidade de melhorar a aplicação dos recursos do programa e empenhar esforços para buscar as crianças mais vulneráveis dentro de cada escola e rede de ensino. 

Em 2024, a proposta do compromisso nacional foi de ter 60% dos estudantes alfabetizados, mas as redes de ensino "passaram raspando": 59,2% dos 2 milhões de crianças brasileiras avaliadas pelos estados nessa etapa de ensino, em 42 mil escolas brasileiras, alcançaram o Indicador Criança Alfabetizada, ou seja, foram consideradas alfabetizadas. Para 2030, a meta é mais ambiciosa: no mínimo, 80% das crianças brasileiras devem saber ler e escrever ao fim do 2º ano do ensino fundamental.

O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada já tem a adesão de todos os estados e de 99% dos municípios, o que foi comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a entrega do Prêmio MEC da Educação Brasileira, neste mês. Até 2024, apenas o estado de Roraima não havia firmado o CNCA.

A Fundação Lemann compõe, desde 2019, a Aliança pela Alfabetização, juntamente com o Instituto Natura e a Associação Bem Comum. O intuito é apoiar tecnicamente estados e municípios brasileiros no planejamento e na implementação de políticas públicas de alfabetização. O programa já foi implementado em 18 estados, impactando 2,8 milhões de estudantes.

Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista com o especialista:

Agência Brasil:

Como avalia o fato de o Brasil quase chegar à meta do Indicador Criança Alfabetizada para 2024, com 59,2% das crianças alfabetizadas?

Denis Mizne:

A gente esteve muito perto. Pelas nossas medições, a gente já estava capturando que o Brasil tinha avançado. Então, essa é uma boa notícia. Se o Rio Grande do Sul não tivesse tido as enchentes de 2024 e só mantivesse o nível de alfabetização do ano anterior, a gente teria superado a meta como país.

Agência Brasil

O que deve ser ajustado nas políticas públicas para que o indicador bata a marca de ter, pelo menos, 80% das crianças brasileiras alfabetizadas até 2030, rumo à universalização?

Denis Mizne:

Precisamos intensificar aquilo que vem sendo feito. A primeira ação é dar prioridade política para a alfabetização. Até pouco tempo atrás, no Brasil, a alfabetização era considerada um assunto velho, que parecia ter sido superado. O que não é verdade. Em 2019, só metade das crianças eram alfabetizadas na idade certa. E na pandemia [da covid-19], somente 31%. Então, a prioridade política dada ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com a liderança de vários governadores, em compromisso com a alfabetização, fez com que o governo federal passasse a investir nisso. Os governos estaduais ajudassem os municípios e esses pudessem ter mais condições de fazer esse trabalho. A segunda dimensão é usar bem os recursos disponíveis. O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada disponibiliza bastante dinheiro para os municípios acelerarem a alfabetização, para formar os professores alfabetizadores e para ajudar as crianças que estão com mais dificuldade. Ainda tem muito dinheiro que não está sendo usado. Isso é [fruto da] dificuldade de execução da secretaria [de Educação] lá na ponta. O terceiro [foco] é que a gente siga buscando as crianças com maiores dificuldades. Dentro de cada escola, de cada município, de cada regional [de ensino], de cada estado, há crianças mais vulneráveis e escolas que têm mais dificuldades. A combinação desses esforços gera maiores ganhos na alfabetização de crianças e no progresso dessa meta.

Agência Brasil:

A meta para 2030 é factível em todo o Brasil?

Denis Mizne:

Os 80% de alfabetizados são factíveis, mas acho a meta tímida. Gostaria até de vê-la mais alta, mirando todas as crianças, o que é possível. Uma série de estados superaram a meta, ricos, mais pobres, em regiões diferentes do Brasil, conseguindo fazer um bom trabalho de superação dessas metas.

Agência Brasil

O monitoramento do Indicador Criança Alfabetizada ajuda nessa tarefa?

Denis Mizne:

Como todo ano sai o índice, quanto mais a gente acompanhar, gerar responsabilização e estímulos, porque há várias políticas associadas a esses índices, dinheiro do ICMS, apoio para as redes [de ensino], a gente também vai aprendendo o que funciona. Os municípios podem fazer mais trocas entre eles, entre as regionais [de ensino], entre os estados, daquilo que está funcionando e como é que se copia, no bom sentido, e leva para frente.

Agência Brasil:

A fundação considera baixos os parâmetros estabelecidos sobre habilidades básicas de leitura e de escrita a serem desenvolvidas por um estudante alfabetizado? O que esperar do aprendizado de uma criança no fim do segundo ano do ensino fundamental?

Denis Mizne:

É desejável e importante ter uma barra alta [na alfabetização]. Por outro lado, precisa ser uma barra crível, senão as redes [de ensino] vão desistir de perseguir. Historicamente, no Brasil, uma criança de uma família rica tem acesso em casa a livros, materiais de leitura, e o vocabulário é muito amplo, desde a primeira infância. Na pré-escola dessas crianças, já há uma introdução e elas chegam ao primeiro ano, muitas vezes, alfabetizadas. Nos estados com renda mais alta, é comum ter crianças alfabetizadas aos cinco, ou seis anos de idade. Não aos sete anos. Mas, ainda não é possível ser essa barra para o Brasil inteiro. É mais importante ter uma barra que esteja alinhada à Base Nacional Comum Curricular, quando o Brasil diz qual é a expectativa ao fim do segundo ano e que está indo atrás de cumpri-la. Por isso, está certa a meta do Inep de colocar os 743 pontos [na escala Saeb]. Mas, é desejável, daqui a alguns anos, que a gente discuta se não é possível subir um pouco essa barra. Foi o que aconteceu em Sobral, no Ceará. Houve a primeira, a segunda barra e a terceira delas. Conforme foi mostrada a capacidade de entregar, as pessoas iam subindo um pouco a expectativa. Agora, é hora de colocar a alfabetização no centro, medir, saber o que está acontecendo, trocar boas práticas e, gradativamente, ir subindo mais a barra para que essa distância de renda não persista.

Agência Brasil:

As desigualdades socioeconômicas regionais mudam a qualidade da alfabetização na idade certa?

Denis Mizne:

No Brasil, há mais ou menos 500 cidades, ou cerca de 10% dos municípios do país, com mais de 90% de crianças alfabetizadas. Desses municípios, um número grande está entre os menores PIB do Brasil. Então, é possível alfabetizar crianças independentemente do nível socioeconômico. A maior referência de alfabetização no Brasil é Sobral, no Ceará. Não é São Caetano, São Paulo ou Rio de Janeiro, que são cidades muito mais ricas. Municípios muito pobres estão alfabetizando as suas crianças em grandes números. Então, essa desculpa não vale. Temos que saber o que tem de ser feito. Não é a renda das famílias das crianças que impede alguém de ser alfabetizado. Cabe à prefeitura, ao estado, à sociedade civil, apoiar para que essas crianças consigam efetivamente ter esse resultado. 

Agência Brasil:

Efetivamente, quais são os prejuízos de uma alfabetização de baixa qualidade ou fora da idade adequada?

Denis Mizne:

A alfabetização é a base de tudo. Se eu não aprender a ler, eu não vou conseguir ler para aprender. A criança que sai do 2º ou do 3º ano [do ensino fundamental] não alfabetizada, o que significa a escola para ela? Como que ela consegue fazer a lição de casa, fazer as provas? Como que ela consegue ler a lousa? Ela não consegue. Então, essa criança não vai abandonar imediatamente a escola, porque é muito pequena, os pais vão mandá-la para a escola. Mas quando chegar à metade do fundamental 2, ou ela vai abandonar ou, se persistir, terá um desempenho muito, muito baixo. 

Agência Brasil:

E a médio e longo prazos?

Denis Mizne:

Não é um prejuízo somente para essa criança, é para o Brasil. À medida que as crianças não terminam a escola, diferentemente do esperado, não vão poder contribuir com o país da mesma maneira, não irão para ensino superior, ao ensino técnico, e vão ter muitas limitações. Há décadas, o Brasil paga o preço de não dar atenção total à educação básica. Não é suficiente alfabetizar a criança no segundo ano, mas é uma condição absolutamente necessária para que se possa ter uma educação de qualidade e dar também às escolas essa sensação de que toda criança é capaz de aprender.

Agência Brasil:

Qual o diferencial de Sobral, no Ceará, para ter conquistado bons índices na educação básica?

Denis Mizne:

Prioridade política. Em 2005, Sobral era o município de número 1,5 mil no ranking equivalente do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], que avalia o desempenho no fim do 5º ano. Em 2015, Sobral foi o número um, ou seja, subiu 1,5 mil posições em dez anos. Fez isso com trabalho, foco, apoio aos professores, medição para saber o que está acontecendo, e consequências. Se está indo bem, ótimo. Se não está indo bem, o que precisa mudar para ir bem? Lá eles valorizaram se as crianças estavam aprendendo. Porque é para isso que existe a escola, fundamentalmente, para garantir que as crianças consigam se desenvolver, ter seu direito à educação garantido. Aos poucos, isso foi se expandindo a tal ponto que, hoje, Sobral vai bem, não só na alfabetização, mas em todo o fundamental 1, no fundamental 2 e, agora, no ensino médio.

Agência Brasil:

E virou exemplo de excelência.

Denis Mizne:

O Ceará foi o primeiro a pegar a experiência de Sobral e replicar para todos os seus municípios e se comprometeu a apoiá-los. O ministro [Camilo Santana, do Ministério da Educação] foi governador do Ceará, e a Isolda [Cela], que foi secretária-executiva [do MEC], foi secretária de Educação de Sobral e do Ceará, e governadora do Ceará, levaram essa experiência para todo o país, por meio do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. É preciso sustentar isso no tempo. A gente está só no segundo ano do Índice Criança Alfabetizada. Desejo que isso vire uma política de Estado.

Agência Brasil:

Surpreendem os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), em que crianças que não compreendem leituras, sem falar no aprendizado abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em matemática e ciências?

Denis Mizne:

Não surpreende, porque não tem milagre. Não há jeito de ignorar os primeiros anos da escola e tentar recuperar tudo aos 15 anos de idade. A aprendizagem é um processo contínuo e que depende de uma coisa para chegar na outra. Se há buracos e eles são ignorados, não tem como desenvolver as próximas habilidades. Então, o descaso com o tema da alfabetização gerou muitos prejuízos. A boa notícia é que não se pode mais falar em descaso, onde todos os governadores estão comprometidos e, praticamente, a totalidade dos municípios fazem a prova do ICA. E ainda, há, agora, incentivos tributários associados à alfabetização, algo que tem muito valor no mundo político, porque ganha-se mais orçamento se eu conseguir fazer bons progressos em alfabetização. O gestor tem apoio do MEC, apoio dos estados, apoio da Fundação Lemann, do Instituto Natura, da Associação Bem Comum, todos trabalhando em direção a garantir a alfabetização. Fizemos uma virada de página importante e vamos colher esses resultados. Não podemos desistir. Ainda tem 40% de crianças não alfabetizadas. Temos que ir atrás e garantir que isso aconteça e, gradativamente, ir melhorando esse processo.

Agência Brasil:

O Indicador Criança Alfabetizada usa uma metodologia censitária que avalia todos os alunos do 2º ano do ensino fundamental 1, por meio das avaliações estaduais da educação básica alinhadas ao MEC. A Fundação Lemann concorda com a substituição do Saeb, que faz avaliações por amostragem, pelo novo indicador?

Denis Mizne:

Concordo. O Saeb do segundo ano tem uma amostra muito pequena e ele trouxe muitos problemas. O Saeb não é feito para avaliar o aluno. Desde que foi criado, 20 anos atrás, a função do Saeb é avaliar o sistema. O Saeb demora muito para sair, acontece a cada 2 anos, mas é divulgado quase um ano depois da prova, o que é um absurdo. Deveria ser muito mais rápido, mas não é. O Saeb não é uma avaliação para dizer se o aluno está indo bem, mas para dizer como está indo a educação no Brasil, no geral. O que é importante e poucos países fazem. O Brasil faz. Mas para dar mais velocidade, priorizar, oferecer suporte e ter consequências, ter incentivos, é preciso ter uma prova em uma frequência menor e que seja censitária. Por isso, o Índice Criança Alfabetizada é uma boa ideia, porque é censitário e acontece todos os anos. Acho que, a cada ano, conforme for se aprimorando, o índice estará melhor. O importante é que ele foi abraçado.

(Fonte: Agência Brasil)

Petrópolis (RJ), 23/08/2025 – Exposição Insurgências Indígenas – Arte, Memória e Resistência, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A exposição “Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência" reúne, até fevereiro do ano que vem, 250 obras de 54 artistas indígenas de diferentes etnias do Brasil nos espaços do Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis (RJ). O público conhecerá criações dos povos Tukano, Desana, Tikuna, Mbya Garani, Xavante, Karapotó, Tupinambá, Palikur-Arukwayene, entre outros.

A iniciativa de reunir artistas indígenas partiu do curador Marcelo Campos e da antropóloga Sandra Benites, que pensaram em diversas etapas até culminar na exposição completa na qual pinturas, esculturas, fotografias e instalações representam identidades e memórias.

Na apresentação e abertura, artistas e organizadores convidam o público a ter um novo olhar sobre os povos indígenas a partir da arte que produzem.

‘’Essa mostra insurgente é uma afirmação de que temos direito de existir em nossa multiplicidade. São 525 anos de luta, acredito que começamos a ocupar esse espaço em forma de diálogo e não em forma de embate, então para você ocupar é preciso também entrar no jogo da colonização para assim fazer que o diálogo aconteça’’, ressaltou a curadora e antropóloga Sandra Benites.

Petrópolis (RJ), 23/08/2025 – Artistas e curadores durante abertura da exposição Insurgências Indígenas – Arte, Memória e Resistência, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Sandra Benites, da etnia Guarani, também contou que os encontros preliminares de Tata Ypy (em Guarani, “a origem do fogo”) tiveram início em maio e funcionaram como rodas de conversa e compartilhamento de saberes ancestrais, refletindo sobre a atualidade do que é ser indígena no Brasil.

‘’Cada fogueira representa um espaço de troca de saberes, preservação da memória oral e afirmação da resistência cultural’’, relembra Benites.

Para o curador  Marcelo Campos, a pluralidade e diversidade da arte realizada por indígenas, precisava de um espaço conjunto para se correlacionar. “Ao trazer artistas de norte a sul do país, a exposição amplia a visibilidade da produção artística indígena, ao mesmo tempo em que relaciona contextos distintos, como as discussões de gênero, direito à terra, memória, repatriação, tecnologias ancestrais em relação a cultivo dos alimentos, entre outras lutas políticas, mostrando as pautas recorrentes no movimento indígena”, diz. 

Petrópolis (RJ), 23/08/2025 – Exposição Insurgências Indígenas – Arte, Memória e Resistência, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um dos artistas indígenas presentes no ato da abertura e como obras expostas, o guarani Xadalu Tupã Jekupé, ligado ao povo que habitava as margens do Rio Ibirapuitã, no Rio Grande do Sul, leva suas visões e inquietações das aldeias para a cidade em forma de arte urbana, mostrando os contrastes sociais entre a cultura indígena e a cultura ocidental : ‘’Eu comecei o movimento de arte indígena urbana em Porto Alegre no início dos anos 2000 e naquele tempo eu fazia algo por protesto. Pegava os problemas da aldeia e trazia para a arte. Mas o importante agora, é ocupar esses espaços, poder colocar nossa narrativa com o nosso ponto de vista da nossa história’’, conclui Xadalu, que faz parte de uma geração de artistas ativistas voltados para o debate e luta contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul.

Petrópolis (RJ), 23/08/2025 – A arquiteta Teka Mesquita durante abertura da exposição Insurgências Indígenas – Arte, Memória e Resistência, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O artista amazonense, Rodrigo Duarte, trouxe seu olhar para a exposição com suas obras e também como assistente de curadoria. Participou do processo de construção de linguagem e produção da exposição. "O meu desafio de estar trabalhando com o Marcelo Campos, um grande curador e diretor do Museu de Arte do Rio e Sandra Benites, primeira curadora indígena, foi trazer as insurgências indígenas na  arte, na memória e na resistência como um levante  poético,  artístico, mas também político.

Para quem visitou a exposição, como a arquiteta Teka Mesquita , a experiência foi única. "Estou profundamente feliz e impactada com as obras que vi. senti a importância de ver de perto esse acervo com tantos saberes vivos na nossa história. entender tudo isso é viver a cultura indígena como parte das nossas raízes’’.

(Fonte: Agência Btasil)

Neste mês de agosto, o público maranhense poderá conferir mais uma grande edição da Mostra Investigativa de Dança – Midança, que celebra a sua 5ª edição em São Luís a partir do dia 26, em diversos espaços, com realização do Núcleo Atmosfera (NUA).

Um evento que se tem destacado no cenário da dança no Brasil, a 5ª Midança terá cinco dias de uma vasta programação e diversas oficinas, espetáculos, performances e diálogos – todos gratuitos e abertos ao público, conectando artistas maranhenses com representantes de diversos lugares do país.

A cerimônia de abertura será realizada no dia 26 de agosto (terça-feira), a partir das 18h30, no Teatro Sesc Napoleão Ewerton (no Jardim Renascença, em São Luís), com um tom bastante especial: a celebração dos 20 anos de atividade do NUA, coletivo maranhense que se destaca regional e nacionalmente com seus processos criativos e experimentações que percorrem todo o país.

A noite de estreia da 5ª Midança contará, ainda, com outros dois momentos especiais: a performance “EXU”, com Leônidas Portella – um dos idealizadores da 5ª Midança e criadores do NUA; e o espetáculo “Aparições”, com o grupo Redemoinho de Dança, diretamente do Piauí.

Programação diversa

Na quarta-feira (27), as atividades iniciam-se com a oficina “A voz do Coro Brincante” com Larissa Ferreira (MA), às 8h, voltada para alunos da Escola Centro de Ensino Maria José de Aragão, no Bairro da Cidade Operária. Já a partir das 16h, as ações serão no Teatro Luiz Pazzini (na Rua da Palma, 137, no Centro de São Luís), começando com o Encontro Atmosférico, sobre “Produção da Dança no Nordeste”, com Datan Izakar (PI), Erivelto Viana (MA) e mediação por Leônidas Portella (MA).

As apresentações dos processos de criação serão às 19h30 – “Fluxo do Abismo”, com Quimera (MA), “Mover-se como Planta” com Plataforma Gang (MA) e “Pau de Chuva” com Joyce Ribeiro (PI). Após as apresentações, o público poderá participar de um bate-papo com os artistas.

A oficina “Danças das índias e índios do Bumba meu boi sotaque da Baixada” marca o início das atividades do dia 28 de agosto (quinta-feira), que ocorrerá na sede do Boi da Floresta (na Rua Tomé de Sousa, 101, no Bairro da Liberdade), das 14h às 18h, para todas as idades e gêneros – inscrições pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfhOkHwfaMSvJIUITi_pWi55OBT1qeVVORmS5VTTjF7w8iYXw/viewform.

Às 17h, no Teatro Sesc Napoleão Ewerton, o público poderá conferir o “Encontro Atmosférico” – um espaço de ensino e pesquisa da dança no Maranhão, com diálogos sobre desafios e perspectivas, e a participação de Vinicius Viana (MA), Luana Reis (MA) e Olinda Saul (MA), com mediação de Rosélia Lobato (MA). Em seguida, no mesmo local, a partir das 19h30, a Plataforma Danças que Temos Feito, do Piauí, fará uma apresentação especial do espetáculo “Valentar”.

No penúltimo dia da mostra, no dia 29 de agosto (sexta-feira), todas as ações serão no Teatro Luiz Pazzini, começando com a oficina “Valente”, realizada por Ireno Júnior e Samuel Alvís, ambos da Plataforma Danças Que Temos Feito (PI), das 9h às 13h, no Teatro Luiz Pazzini – inscrições no link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd6xYoajA5FFVAq10_wxHr3vH4AVQsPM35iO_zc3PxDCFPXiA/viewform.

Em seguida, a programação terá três grandes momentos: às 17h, com o Encontro Atmosférico sobre “Performance e a relação com a cidade”, com Márcia de Aquino (MA), Ireno Júnior (PI) e Samuel Alvís (PI), ambos da Plataforma Danças que Temos Feito, e mediação de Gisele Vasconcelos (MA); às 19h30, com apresentações dos processos de criação de “Paralume”, por Dante Silva (Aya) (MA) e “Da rua”, por Guilherme Munim (MA); e às 20h, com a apresentação da performance “Tanga: O que pode um corpo preto dançando”, por Vinícius Viana (MA), seguida por um bate-papo com os artistas.

No dia 30 de agosto (sábado), um dos destaques será a oficina “As Cores de Frida: a Dança-Teatro em processos criativos do Núcleo Atmosfera (NUA)”, com Leônidas Portella – das 9h às 13h, também no Teatro Luiz Pazzini. Inscrições via link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdIYfkJPc8ajaa9gntUbe64Ug4pL1TnVMZNnGapID_OHaWYDA/viewform.

O Encontro Atmosférico “Estéticas periféricas – o corpo na dança” marca o encerramento do 5º Midança, a partir das 17h, com a presença de Dani Diamond (MA), Davi Chaves (MA), Gilvan Santos (MA) e mediação de Luty Barteix (MA).

Para mais informações sobre todas as ações, os interessados podem conferir por meio do Instagram do Núcleo Atmosfera, no link: https://www.instagram.com/nucleoatmosfera/.

V Mudança

Realizado pelo Núcleo Atmosfera, a Midança foi criada em São Luís e é realizada desde 2011, ano de sua edição de estreia, com o foco de mergulhar nos processos criativos, nas experimentações e nos diálogos potentes entre artistas, obras e público do Maranhão, do Nordeste e de todo o país.

“O objetivo central é o processo de criação antes da obra pronta. Um espaço para que os artistas apresentem o que levou eles a chegarem no produto final e quais são os processos que eles experimentaram”, destaca Leônidas Portella, coordenador geral e fundador do Núcleo Atmosfera.

A 5ª Midança é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) do governo do Maranhão, com idealização e realização do Núcleo Atmosfera, e apoio do Sesc-MA, Máximo Transportes e Teatro Luiz Pazzini.

Veja, abaixo, a programação completa da 5ª Midança:

26/8 (terça-feira)

Local: Teatro Sesc Napoleão Ewerton;

Abertura da V Mostra Investigativa de Dança (Midança);

18h30 – Performance “EXU”, com Leônidas Portella (MA);

19h30 – Espetáculo “Aparições”, com o grupo Redemoinho de Dança (PI).

27/8 (quarta-feira)

8h – Oficina “A voz do Coro Brincante”, com Larissa Ferreira (MA);

*Ação para alunos da escola Centro de Ensino Maria José de Aragão/Cidade Operária.

Local: Teatro Luiz Pazzini;

16h – Encontro Atmosférico sobre “Produção da Dança no Nordeste”, com Datan Izakar (PI) e Erivelto Viana (MA) – mediação: Leônidas Portella (MA);

19h30 – Apresentações processos de criação:

“Fluxo do Abismo”, com Quimera (MA);

“Mover-se como Plantas”, com Plataforma Gang (MA);

“Pau de Chuva”, com Joyce Ribeiro (PI);

*Obs: após as apresentações, ocorrerá um bate-papo com os artistas.

28/8 (quinta-feira)

Local: Sede do Boi da Floresta;

14h às 18h – Oficina “Danças das índias e índios do Bumba meu boi sotaque da Baixada”, com Talyene Melônio (MA).

Local: Teatro Sesc Napoleão Ewerton;

17h – Encontro Atmosférico sobre “Ensino e pesquisa da dança no Maranhão, desafios e perspectivas”, com Vinicius Viana (MA), Luana Reis (MA) e Olinda Saul (MA) - mediação: Rosélia Lobato (MA);

19h30 – Espetáculo “Valentar”, com a Plataforma Danças que Temos Feito (PI).

29/8 (sexta-feira)

Local: Teatro Luiz Pazzini;

9h às 13h – Oficina “Valente”, com Plataforma Danças que Temos Feito (PI);

17h – Encontro Atmosférico sobre “Performance e a relação com a cidade”, com Márcia de Aquino (MA), Ireno Júnior (PI) e Samuel Alvís (PI), da Plataforma Danças que Temos Feito – mediação: Gisele Vasconcelos (MA);

19h30 – Apresentações processos de criação:

“Paralume”, com Dante Silva (Aya (MA);

“Da rua”, com Guilherme Munim (MA);

20h – Apresentação performance “Tanga: O que pode um corpo preto dançando, com Vinícius Viana (MA);

*Obs: após as apresentações, ocorrerá um bate-papo com os artistas.

30/8 (sábado)

Local: Teatro Luiz Pazzini;

09h às 13h – Oficina “As Cores de Frida: a Dança-Teatro em processos criativos do Núcleo Atmosfera-NUA”, com Leônidas Portella (MA);

17h – Encontro Atmosférico sobre “Estéticas periféricas – o corpo na dança”, com Dani Diamond (MA), Davi Chaves (MA) e Gilvan Santos (MA) - mediação: Luty Barteix (MA).

Serviço

O quê: V Mostra Investigativa de Dança (Midança) em São Luís;

Onde: diversos espaços da capital maranhense, como o Teatro Sesc Napoleão Ewerton e o Teatro Luiz Pazzini;

Quando: entre os dias 26 e 30 de agosto;

Entrada: gratuita e aberta ao público;

Redes sociais: mais sobre a V Midança pelo Instagram do Núcleo Atmosfera (@nucleoatmosfera): https://www.instagram.com/nucleoatmosfera/;

Assessoria de imprensa: (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF), 11/10/2023, Prédio do Ministério da Educação, na Esplanada dos Ministérios em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) lançou, nessa quinta-feira (21), o curso Mais Ensino Médio para formação de professores desta etapa do ensino básico.

O curso virtual tem duração de 180 horas e já está disponível na plataforma de aprendizagem Avamec. Para acessá-la, o interessado deve digitar o login pelo portal Gov.br, se cadastrar e informar dados pessoais, vínculos profissionais e a formação acadêmica.

O objetivo principal é melhorar a qualidade da educação como um todo, por meio da transformação das práticas docentes e da valorização da juventude brasileira.

Ao mesmo tempo, a formação pretende promover uma reflexão crítica sobre ocurrículo e as políticas educacionais, entre elas, a Política Nacional do Ensino Médio (Pnaem), e como adequá-las às realidades das escolas públicas.

O curso

A capacitação de docentes busca alinhar a teoria com a prática, abordando temas relevantes e contemporâneos que impactam diretamente a vida dos estudantes e o trabalho docente.

O curso usa um currículo em espiral, o que significa que ele revisita e aprofunda os temas gradualmente, evitando repetições desnecessárias.

A metodologia do curso tem como estratégia a formação continuada e em serviço e é baseada em metodologias de reconhecimento, intervenção produtiva e estudos de casos.

Cultura digital

Entre os módulos, há um voltado para a cultura digital, que capacita os educadores a aplicar a digitalização na educação.

Essa parte da formação está alinhada à Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), preparando os docentes para usar a tecnologia para fins pedagógicos, em sala de aula, de forma eficaz e intencional. O objetivo do uso efetivo das tecnologias digitais no cotidiano escolar é aprimorar o aprendizado dos estudantes.

Na segunda etapa, o curso se aprofunda em práticas interdisciplinares e no estudo de temas relevantes para as quatro áreas do conhecimento da formação geral básica, como crise climática. Também são abordadas pautas contemporâneas, como as apostas esportivas (bets) e seus impactos econômicos e sociais, entre outras.

O curso pode ser concluído em, no mínimo, 45 dias, e no máximo a conclusão é de 200 dias.

Certificado

A conclusão dos módulos do Mais Ensino Médio é feita automaticamente, mediante a realização das atividades de fixação que os compõem. A nota mínima para aprovação é de 6 pontos.

Com o aproveitamento do participante no curso, o certificado de conclusão estará disponível para download, na opção "Certificado", no menu do curso.

Há possibilidade de obtenção de certificado de especialização, mediante aproveitamento de estudos, pelo Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí.

Saiba mais sobre o Mais Ensino Médio aqui.

Mais cursos

O Ministério da Educação (MEC) também anunciou o lançamento para o Dia do Professor, em 15 de outubro, de quatro novos cursos complementares, um para cada área do conhecimento (ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens).

São eles:

  • Mais Ciências Humanas e Sociais (Mais CHSA)
  • Mais Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Mais CNT)
  •  Mais matemática e suas tecnologias 
  • Mais linguagens e suas tecnologias

Gestão da Escola

Em nota, a coordenadora-geral de Ensino Médio do MEC, Valdirene Alves de Oliveira, afirmou que o curso Mais Ensino Médio e os cursos complementares, por área de conhecimento, se somam ao curso de especialização Gestão da Escola Pública de Ensino Médio (Gepem).

Este último é voltado para diretores e coordenadores pedagógicos que possuam formação em nível de graduação e estejam em efetiva atuação em escolas públicas de ensino médio, vinculadas às redes estaduais, distrital e municipais.

“Este apoio do MEC visa a formação dos profissionais das redes públicas de ensino para a implementação da Política Nacional de Ensino Médio [PNAEM]”, afirmou em nota a coordenadora do MEC, Valdirene Oliveira. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Projeto Cultura Social - Juntos pela Inclusão terá mais uma programação com muita diversão e atividades gratuitas na tarde deste sábado (23), no bairro Turu, em São Luís. A terceira edição da iniciativa, que conta com os patrocínios do governo do Estado e Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, ocorre a partir das 15h, no largo da Igreja Santa Rosa Lima, proporcionando lazer e inclusão cultural para toda a família.

A terceira edição do Projeto Cultura Social contará com oficina de pintura, brincadeiras, pula-pula, atividades culturais de lazer e apresentações artísticas, em uma estrutura para receber bem toda a comunidade do Turu. Para participar, basta ir até a Igreja Santa Rosa Lima e se divertir, já que a iniciativa é gratuita e idealizada para ser inclusiva a todos os públicos, como crianças, adultos, idosos e pessoas com deficiência.

O Projeto Cultura Social teve início no último fim de semana, com a realização das duas primeiras edições: a União dos Moradores do bairro Vicente Fialho recebeu a programação no sábado (16), enquanto a Vila Marrocos, localizada na região da Divineia, sediou as atividades no domingo (17). Os dois eventos foram marcados por muita alegria, com a presença de centenas de crianças e suas famílias, que participaram de gincanas culturais, shows de mágica e de palhaço, pintura facial e recreações.

"É uma satisfação imensa poder levar a programação do Projeto Cultura Social para o Turu, depois do sucesso nas primeiras edições realizadas no Vicente Fialho e na Divineia. É muito importante levar a cultura aos bairros de São Luís e promover o acesso à cidadania por meio do lazer, ocupando os espaços públicos e proporcionando momentos inesquecíveis para toda a família. Mais uma vez, agradecemos ao governo do Estado, à Secretaria de Cultura e à Potiguar por todo o apoio nessa iniciativa", destaca Kléber Muniz, coordenador do Cultura Social.

Tudo sobre o Cultura Social – Juntos pela Inclusão está disponível no Instagram oficial do projeto @projetoculturasocial.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Projeto Arena Alegria, iniciativa que une brincadeiras, cultura, música, lazer e inclusão social em eventos gratuitos, com o objetivo de transformar a rotina de várias comunidades e estimular a utilização dos espaços públicos de São Luís, terá continuidade na tarde deste sábado (21), em São Luís. Depois de iniciar a sua quarta edição no bairro Cidade Nova, localizado na região do Itaqui-Bacanga, no último fim de semana, o projeto criado por Cássia Melo, da Oito Projetos Criativos, e que conta com os patrocínios do Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, terá uma vasta programação na Praça 1º de Maio, no bairro Vila Embratel, das 16h às 20h.

O Arena Alegria é um projeto criado para que as crianças e suas famílias possam participar gratuitamente de várias atividades e acompanhar apresentações culturais. O evento na Vila Embratel terá uma série de gincanas e brincadeiras, com o apoio de uma equipe que ajudará as crianças a desenvolverem suas habilidades nessas atividades coletivas. Uma das principais atrações do projeto, o palhaço mímico Gilson César vai interagir com a garotada durante todo o evento.

Logo após as gincanas, a programação do Arena Alegria terá continuidade com a participação do mágico Viktor Aiko e a apresentação da banda Vagalume, que encerra o dia de muita diversão. Vale ressaltar que o Arena Alegria terá cadeiras reservadas para idosos e pessoas com mobilidade reduzida, além de intérprete de Libras.

"O Projeto Arena Alegria vem com esse objetivo de levar as crianças e os pais para ocupar as praças de São Luís, em uma programação gratuita com muita brincadeira, música e circo. A ideia é largar o celular e a tecnologia para brincar e se divertir! Agradecemos ao patrocínio do Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale nesse projeto e também os apoios da Secretaria Municipal de Cultura e das instituições ligadas às comunidades", afirma Cássia Melo, idealizadora e diretora-geral do projeto.

Durante o projeto, será realizada, ainda, uma coleta seletiva por parte da empresa RL Serviço Geral para conscientizar as pessoas sobre o descarte correto de lixo. Todo o material recolhido será direcionado para entidades que trabalham com o reuso de materiais.

Programação  do Arena Alegria

Depois dos dois primeiros eventos na Cidade Nova e na Vila Embratel, o Arena Alegria encerra a sua quarta edição no dia 30 de agosto, com uma programação de muita diversão para toda a família na Orla do Bonfim, no bairro Vila Nova.

Nesta edição, o projeto contará ainda com o apoio de comunidades parceiras, como a Associação Mulheres Unidas Cidade Nova e o GUME (Grupo de Mulheres Empreendedoras), da Vila Nova.

Todas as informações, atrações e programação da quarta edição do Arena Alegria estão disponíveis no Instagram oficial do projeto (@projetoarenaalegria).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

São Paulo (SP), 15.08.2024 - Cena do filme Crianças de Shatila, da Mostra Cine Árabe. Foto: Mostra Cine Árabe/Divulgação

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro receberá até o fim do mês de agosto a 5ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, com a exibição de dezenas de filmes no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Niterói. Entre os destaques da programação deste ano está a libanesa Rania Stephan, que realizará uma masterclass online sobre o uso de imagens de arquivo em obras como seu filme Os três desaparecimentos de Soad Hosni, que resgata a história da estrela do cinema egípcio Soad Hosni.

A mostra começa nesta sexta-feira (22), no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB-RJ), onde se estende até o dia 30 de agosto. O Cine Arte UFF, em Niterói, recebe a programação entre 25 e 27 de agosto, e a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/Uerj), em Duque de Caxias, terá exibições em 28 de agosto.

Entre as novidades anunciadas para a edição deste ano está o projeto “Solidariedade Brasil-Árabe”, que aproxima produções brasileiras e árabes, exibindo-as em sessões conjuntas. Entre os pares apresentados estarão os filmes palestinos Slingshot Hip Hop  e O Protesto Silencioso: Jerusalém 1929, que serão exibidos em conjunto com os brasileiros Sua Majestade, o Passinho e O Canto das Margaridas.

A curadoria é assinada pela egipcía Alia Ayman, a mineira Analu Bambirra e a pernambucana Carol Almeida, que desde 2019 apresentam um panorama do cinema árabe contemporâneo produzido por mulheres. As organizadoras ressaltam que a mostra dialoga com temas urgentes, como o genocídio palestino, a resistência cultural e a preservação da memória em contextos de violência.

Filmes inéditos no Brasil compõem a seleção, como Rainhas. Outros destaques incluem A Canção da BestaDançando a Palestina e Neo Nahda, que abordam identidade, diáspora e resistência.

Cinema de arquivo

Com masterclass marcada para o dia 24 de agosto, Rania Stephan conta em entrevista à Agência Brasil que a formação vai abordar sua experiência com imagens de arquivo ao longo de toda a sua carreira, incluindo seu mais novo filme, Os três desaparecimentos de Soad Hosni. Sobre o longa-metragem, ela define:

"É uma versão arrebatadora de uma era rica e versátil da produção cinematográfica egípcia. Soad Hosni, do início dos anos 1960 até os anos 90, personificou a mulher árabe moderna em sua complexidade e paradoxos". 

Composto exclusivamente por filmagens em VHS de filmes egípcios estrelados por Soad Hosni, o filme é construído como uma tragédia em três atos, em que a atriz conta a história de sua vida, sonhada na primeira pessoa do singular.

Nascida no Cairo em 1943, Soad Hosni cometeu suicídio em Londres em 2001. Entre os 19 e os 49 anos, atuou em 83 longas-metragens, com 37 diretores. Por ter vivido uma trajetória da miséria à riqueza, ela recebeu o apelido de "cinderela do cinema árabe". Soad Hosni era filha, irmã, amiga, noiva, amante e esposa de ilustres estrelas do cinema egípcio quando este era o principal fornecedor de ficção cinematográfica no mundo árabe.

Confira os principais trechos da  entrevista  de Rania Stephan

Agência Brasil: 

O que a levou a se dedicar ao cinema?

Rania Stephan: 

No início, foi o acaso e a necessidade, mas tudo o que posso dizer hoje é que não consigo me imaginar em outra profissão que não seja de cineasta ou uma artista que trabalha com imagens.

Agência Brasil: 

Você fez um documentário sobre Gaza. Sua perspectiva como mulher e árabe faz diferença no seu trabalho? Como você deixa essa marca?

Rania Stephan: 

Meu filme Danos: para Gaza, a terra das laranjas tristes foi um modesto gesto artístico contra a guerra de 2008, liderada por Israel contra Gaza. Israel liderou uma série de guerras violentas na Faixa de Gaza, desde 1967, culminando no genocídio sem precedentes que se vive neste território.

Meu filme tenta encapsular visualmente os danos que a guerra causa aos vivos. É também uma homenagem às plantações tradicionais de frutas cítricas de Gaza, agora perdidas devido às inúmeras guerras e ocupações. Também faz referência ao comovente conto de Ghassan Kanafani, A terra das laranjas tristes, sobre um idoso palestino expulso à força durante a Nakba de 1948.

Agência Brasil: 

O objetivo da sua masterclass no Brasil é investigar maneiras de lidar com imagens de arquivo. Você trabalhará com seus filmes e os utilizará como exemplo?

Rania Stephan: 

Nesta masterclass, desenvolvo a maneira como meu trabalho lida com material de arquivo, desde a primeira imagem do meu primeiro filme até hoje, com foco principalmente nos filmes que estão em exibição no Festival Mulheres Brasil.

Agência Brasil: 

Como você vê o papel das mulheres no cinema e no audiovisual hoje? Qual a importância de um festival de cinema com essa perspectiva feminina e árabe?

Rania Stephan: 

Para compreender a complexidade do nosso mundo, precisamos ampliar ao máximo a multiplicidade de vozes, pontos de vista, perspectivas, propostas e abordagens artísticas diferentes e mais radicais no cinema e no audiovisual em geral. Caso contrário, seremos reduzidos a versões simplistas, unilaterais, pouco sofisticadas e formatadas do mundo e de suas representações. Nesse sentido, as vozes femininas no cinema são cruciais para expressar uma parte grande e prodigiosa das experiências humanas.

Devo acrescentar que, com a atual decadência política autoritária, reacionária e racista que o mundo está testemunhando, muitas vozes estão sendo marginalizadas, esmagadas ou suprimidas. Portanto, nós, como árabes, mulheres e cineastas, precisamos lutar e encontrar espaços nos quais possamos expressar nossos pontos de vista, contar nossas histórias e ser ouvidas.

(Fonte: Agência Brasil)

Índia, 13/08/2025 - Brasileiros que participam da 18ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica - IOAA. Foto: oba_olimpiada/Instagram

A delegação brasileira de estudantes na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) conquistou quatro medalhas e uma menção honrosa nas competições que terminaram nesta quinta-feira (21), na cidade indiana de Mumbai.

Este ano Luca Pimenta ganhou a medalha de ouro; Franklin da Silva Costa e Francisco Carluccio de Andrade, a de prata, e Lucas Amaral Jensen levou o bronze. Giovanna Queiroz, por sua vez, obteve menção honrosa. Além do ouro, Luca Pimenta também recebeu os troféus de melhor prova em grupo e melhor prova observacional.

As atividades da 18ª IOAA envolveram os melhores estudantes de ensino médio interessados no tema em mais de 50 países. 

Segundo o professor e astrônomo Júlio Klafke, membro da comissão organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e responsável pelo treinamento dos jovens, a IOAA reúne vários países e os desafios são mais para o campo da física teórica. 

“O nível das questões é extremamente elevado. As provas envolvem conhecimentos de matemática, física e astronomia”, explica.

Há também questões de astronomia, com foco em observação do céu, manipulação do telescópio, prova de planetário, conhecimento de constelação e estrelas. 

"É necessário saber interpretar dados através da simulação dos planetários. É uma olimpíada muito refinada", disse o professor.

Os cinco jovens foram selecionados entre os 50 com melhor colocação na edição de 2024. Desse grupo, cinco estudantes foram selecionados para a IOAA e outros dez para sua versão latino americana, a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), de 1º a 7 de setembro, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. 

Como país anfitrião, o Brasil participa com duas equipes de cinco estudantes cada. O primeiro time é formado por estudantes de Fortaleza, Rio de Janeiro e Cassilândia (MS), e o segundo, por estudantes do Pará, São Paulo, Goiás e Ceará. 

Com mais de 2 milhões inscritos na edição de 2024, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica distribuiu mais de 80 mil medalhas de ouro, prata e bronze para participantes de todos os estados. Quase a metade foram de alunos de escolas públicas, mais de 39 mil. A edição deste ano já distribuiu mais de 65 mil medalhas e está na fase de seleção dos representantes para o ciclo de competições internacionais do próximo ano.

(Fonte: Agência Brasil)