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Abelardo Saraiva da Cunha Lobo, autor de “Curso de Direito Romano”, “com certeza, confirmou o elo entre o Maranhão e as ideias jurídicas no Brasil ao escrever a história interna do Direito Romano [...] vez que excedeu na exposição de seu direito público, chegando a pretender, do ponto de vista externo, realizar a evidenciação de sua influência universal em seu projeto interrompido pela sua morte em 1933”, diz-nos o professor doutor Rossini Corrêa em seu belo livro “Formação Social do Maranhão: o presente de uma arqueologia”, publicado em São Luís, 1993.

Esse livro de Abelardo Lobo é uma reedição do Centro de Estudos de Direito Romano e Sistemas Jurídicos da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). O projeto gráfico do Senado Federal, carinhosamente elaborado por Joaquim Campelo, é o de nº 78, contendo 662 páginas, com prefácio do professor doutor Francisco de Paula Lacerda de Almeida, Catedrático de Direito Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e agora enriquecido pelas notas de Pierangelo Catalano, da Universidade de Roma, o que “constitui motivo de grande alegria para os juristas brasileiros, indicando auspícios favoráveis ao desenvolvimento do Direito Brasileiro em consonância com as suas origens culturais”, no entendimento do professor da UnB, Ronaldo Rebello de Britto Poletti e presidente da União dos Romanistas Brasileiros (URBs).

Esse volume que, na verdade, reúne três livros do mestre Abelardo sobre a matéria, enriquece e ilustra os estudos de Direito Romano, contendo, para tanto, o programa idealizado por seu autor, a partir dos primeiros conceitos de Leibnitz, Poponius e Gaius, passando pelas Ordenações (Lei das Sete Partidas), pelo Direito Civil Português, Canônico e Germânico, Ibero-americano, até chegar ao Monumento Jurídico do nosso Clóvis Bevilácqua.

Sobre o autor, valho-me das notas contidas às páginas 665-6, do volume em referência [Notas sobre o Autor], transcrevendo-as na íntegra, para o conhecimento de alguns maranhenses, que pouco ou nada sabem, pela escassa divulgação feita até aqui, sobre esse nosso ilustre conterrâneo:

Abelardo [Saraiva da Cunha] Lobo nasceu em São Luís do Maranhão, em 24 de janeiro de 1869, e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de maio de 1933. Filho de Cândido Emílio Pereira Lobo Júnior e de Maria Benedita da Cunha Lobo. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 10 de novembro de 1888. Doutorou-se na mesma Faculdade, em 24 de dezembro de 1889. Nomeado, em 24 de janeiro de 1890, aos 21 anos de idade, para o cargo de juiz municipal da Comarca de Barra do Corda [Maranhão]. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1891, sendo nomeado cônsul em Vera Cruz, no México, posto ao qual renunciou porque o Marechal Deodoro da Fonseca havia dissolvido o Congresso Nacional, e ele, Abelardo Lobo, fora contrário a esse golpe. Casou-se com Alzira Mesquita Bastos, em 18 de novembro de 1893, no Rio de Janeiro. Militou na advocacia. Foi o primeiro colocado no concurso público para professor substituto da 3ª Seção da antiga Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, que compreendia a disciplina Direito Romano, Direito Internacional Privado e História Geral do Direito, sendo nomeado, incontinenti, professor de Direito Romano. Participou de vários congressos internacionais e pronunciou inúmeras conferências. Seu “Curso de Direito Romano”, em sete volumes, [sendo nesta edição que agora nos referimos somente reunidos os quatro primeiros tomos que abordam a parte histórica, muito divulgada nos meios jurídicos da Europa e América]. Com a República, foi eleito constituinte pelo seu Estado natal. Nomeado pelo Governo Provisório membro da Subcomissão pelos seus pares, professores Filadelfo Azevedo e Pereira Braga, dando eficaz colaboração na “Primeira Parte” do Código de Processo Civil”. Doutor Honoris causa pela Universidade de Buenos Aires (Argentina), e de San Marcos, de Lima (Peru). Grande Oficial da Ordem do Sol (Peru).

 Abelardo Lobo tornar-se-ia um dos principais pioneiros dos estudos do Direito Romano entre nós. Participou ativamente da Escola do Recife, associando seu nome aos dos intelectuais de nomeada como Tobias Barreto, Sílvio Romero, Clóvis Beviláqua, Capistrano de Abreu, Graça Aranha, Urbano Santos, Artur Orlando, Araripe Júnior, Gumercindo Bessa, Martins Júnior...

O “Curso de Direito Romano”, de Abelardo Lobo, é um clássico, entre nós, escrito à intenção de seus alunos. O Curso reflete uma grande cultura e erudição, e é o segundo a ser escrito no Brasil, antecedido apenas pela “História Interna do Direito Romano Privado”, de outro maranhense ilustre, Luís Antônio Vieira da Silva, formado em Direito e Cânones pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Nesse livro, encontra-se a seguinte dedicatória, o que externa o grande amor de Abelardo Saraiva da Cunha Lobo pelo seu torrão natal:

“Ao meu longínquo Maranhão”.

“Quanto mais longe de mim te vejo no tempo

e no espaço que nos separam, mais perto de ti

sinto-me na irredutível singularidade de minha

profunda e desinteressada afeição”.

Abelardo Lobo,

Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1935.

* Fernando Braga,in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Ilustração:

Desenho à mão livre por Isolda Hora Acioli, o mesmo da capa e do pórtico do livro comentado.

Perseverance

A sonda exploradora Perseverance se prepara para começar a coleta de material do solo marciano, informou, nessa sexta-feira (12), a agência aeroespacial norte-americana Nasa pelas redes sociais.

Segundo informações da agência, a sonda exploradora deverá expelir a placa protetora que cobre o sistema de coleta de amostras contido na “barriga” do robô. A Perseverance conta com uma estrutura completa de análise de pedras e de solo, com 43 compartimentos capazes de identificar a composição química das amostras coletadas.

O robô explorador conta também com cinco tubos especiais em seu laboratório interno. Essas estruturas serão responsáveis por checar se as outras amostras coletadas não foram contaminadas por agentes terrestres – como gases expelidos pela sonda ou contaminantes químicos do sistema de propulsão da Perseverance.

Esses tubos serão, futuramente, coletados e retornarão à Terra. Eles ajudarão os cientistas a avaliar com precisão quais amostras são puramente marcianas e quais sofreram qualquer tipo de influência dos sistemas da Perseverance.

Toda a manipulação de tubos e materiais da Perseverance é feita por braços mecânicos. Após coletadas e analisadas, as amostras são hermeticamente lacradas e guardadas para uma futura coleta, em missões futuras ao Planeta Vermelho.

Missão

A Perseverance chegou a Marte no mês passado. O robô foi enviado para pesquisar solo e atmosfera do Planeta Vermelho. Além de avançar nos conhecimentos sobre a geologia de Marte, a missão tem por objetivo procurar sinais de vida antiga no planeta vizinho. Para isso, carrega sete instrumentos com o que há de mais avançado em termos de imagens, análises químicas e de minérios, além de espectrômetros e outras tecnologias. Entre os experimentos que serão conduzidos pela Perseverance, está a produção artificial de oxigênio na atmosfera de Marte.

(Fonte: Agência Brasil)

Após séculos de destruição, a vegetação nativa de Mata Atlântica havia praticamente desaparecido em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde foi derrubada para dar lugar a pasto ou agricultura.

Depois de oito anos de plantio, a floresta finalmente voltou a ocupar a paisagem da Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), no município fluminense. Patrocinado pela Petrobras e pelo governo federal, o Projeto Guapiaçu está recuperando 260 hectares de vegetação com espécies como jequitibá-rosa, jacarandá-da-bahia e cedro-rosa.

Desde o ano passado, uma nova fase da iniciativa começou a expandir para além dos limites da reserva, e ações de restauração ecológica começaram a ser feitas em propriedades rurais privadas. O projeto vai beneficlar, até o fim deste ano, 61,4 hectares de áreas particulares.

Para a coordenadora-executiva do projeto Gabriela Viana, os benefícios da recuperação de áreas de pastagens pouco utilizadas são maiores do que a sua não utilização. Segundo ela, o reflorestamento cria muitos serviços ambientais como água em quantidade e qualidade, sombra e melhoria do ar.

“Nós entendemos que o nosso grande desafio agora é mostrar para os proprietários que, ao disponibilizar pequenas áreas para recuperação em beira de rio ou alguma nascente, eles também terão benefícios. Não é só o meio ambiente que terá benefícios”, disse Gabriela.

Acordos de cooperação

O projeto está firmando acordos de cooperação com pessoas físicas e jurídicas proprietárias de terras vizinhas à reserva. “Entramos com a mão de obra e os insumos necessários para o reflorestamento. O investimento na área é feito pelo projeto. Não tem custo para o proprietário. Mas, nessa parceria, temos que ter a garantia deles de que vão manter a área reflorestada”, afirmou a coordenadora.

“O objetivo dessas parcerias é facilitar a ligação de fragmentos florestais maduros e, claro, valorizar e melhorar os recursos naturais, sobretudo a água que nos abastece. A conexão por meio dos corredores é ainda muito importante para a biodiversidade de fauna e flora que precisa da troca de material genético”, explicou Aline Damasceno, engenheira florestal do projeto.

Terrenos de proprietários rurais parceiros, como o Instituto Vital Brazil, já começaram a receber as mudas de espécies de Mata Atlântica. A escolha dos proprietários é feita tendo como base aqueles que estão com Cadastro Ambiental Rural (CAR) atualizado e se mostram dispostos a formar o banco de áreas para restauração.

“A instituição recebeu com entusiasmo a iniciativa com o objetivo de celebrarmos a parceria em uma área de 10 hectares. Pouco tempo após o início das atividades, os resultados têm sido visíveis e animadores. A recuperação do solo e a restauração da mata ciliar com o objetivo de estabelecer conexões entre corredores florestais na localidade são, sem dúvida, uma excelente estratégia e um passo importante para a conservação da diversidade biológica na região”, disse, em nota, Átila de Castro, presidente do Instituto Vital Brazil.

Mudança na paisagem

A primeira fase do projeto, na alta bacia do Rio Guapiaçu, ocorreu entre 2013 e 2015. O intenso desmatamento promovido ao longo de séculos havia resultado em um cenário que reunia fortes erosões, formação de sulcos e nascentes secas.

Aos poucos, o espaço foi sendo transformado com o plantio de 180 mil mudas de 210 espécies nativas em uma área de 100 hectares. Entre 2017 e 2019, foram restaurados mais 60 hectares. A mais recente etapa do processo teve início em 2020 com a recuperação da vegetação de outros 100 hectares, dessa vez, beneficiados com mais 130 mil plantas cultivadas.

“Hoje é evidente a transformação na paisagem. A restauração ambiental dessa área trouxe para a região uma série de benefícios: além da beleza e da melhoria do microclima, há também a estabilidade do solo e dos processos erosivos nas encostas, o que evita o assoreamento dos rios”, afirmou Aline.

Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica era contínua como a Floresta Amazônica e considerada a segunda maior floresta tropical do Brasil com uma área equivalente a 1.315.460km². Hoje, no entanto, restam apenas 7,3% da cobertura original, e a Mata Atlântica é considerada a quinta área mais ameaçada do planeta.

(Fonte: Agência Brasil)

“O Sol não tem a mesma composição da Terra. É formado, essencialmente, por hidrogênio”, ecoou a voz de uma jovem mulher em 1925.

A voz era de Cecilia Payne, astrofísica nascida na Inglaterra em 1900 que, mesmo sem títulos oficiais, teve a coragem de desafiar as teorias que existiam, até então, sobre a formação da estrela central do nosso sistema solar.

A tese de doutorado apresentada, há quase um século, na atual Universidade de Harvard, dizia que ao contrário do que se pensava, o Sol não tinha composição majoritariamente de ferro.

A voz de Cecilia foi rechaçada e refutada. Somente anos mais tarde teve o seu feito validado após reconhecimento pelo astrônomo Henry Norris Russel. Hoje, a descoberta de Cecilia é tida como um marco na astronomia e, em especial, no estudo das estrelas.

Cecilia Payne saiu da Inglaterra para os Estados Unidos em busca de oportunidades em ambientes considerados masculinos: a Academia e a Ciência. E, mesmo na América, onde resolveu desenvolver sua carreira, enfrentou discriminação para o reconhecimento de títulos como o de astrônoma, para equiparação salarial e ocupação de um cargo oficial como professora.

Contra todas as adversidades, Cecilia foi a primeira mulher da história a ocupar a direção do departamento de astronomia na Universidade de Harvard, antes de se aposentar.

Programa Cecilia

Passados mais de 40 anos de sua morte, Cecilia Payne reverbera aqui no Brasil: a Universidade de São Paulo (USP) criou um programa batizado com o nome da cientista. O Cecilia leva ciência e, em especial, a astronomia, geofísica e ciências atmosféricas para dentro das escolas públicas, pelas mãos da astrônoma Elysandra Cypriano.

"O projeto faz referência à astrofísica que descobriu que o Sol era composto, basicamente, por hidrogênio. Naquela ocasião em que ela descobriu isso, acreditava-se que o Sol tinha a mesma composição da Terra e foi bastante polêmico. Na época, ninguém acreditou nela e ninguém fez jus de fato à grandiosidade da Cecilia. Então, a gente fez uma homenagem a ela”, conta Elysandra.

Além da referência à inglesa, a astrônoma da USP destaca que este também é um projeto que remonta à sua própria história, com dificuldades e desafios, e permitindo que estudantes possam trilhar um caminho mais leve.

“Eu fui uma criança de escola pública que teve pouco acesso. Eu só fui conhecer a astronomia de fato quando eu já era bem mais velha, já na faculdade. Eu fico imaginando como seria se eu tivesse tido acesso a várias coisas que eu proponho nos meus projetos. Como seria eu criança? A minha trajetória seria diferente. Então, quando eu penso na minha trajetória de vida, eu tenho muito orgulho de onde eu cheguei. Porém, se olhar para trás, se eu tivesse tido acesso ao que não tive, talvez teria sido diferente. No mínimo, mais leve e, talvez, chegasse até um pouco mais longe. Porém, agora na posição de professora, eu consigo olhar pra trás e ver como eu posso auxiliar essas crianças que nunca tiveram acesso a este tipo de material para que o caminho delas seja um pouco mais leve”, destaca.

Mulheres na astronomia

Tornar esta caminhada mais leve é também um dos desafios para as mulheres. ''O desafio das mulheres é o enfrentado em todos os contextos da sociedade. A meu ver, o problema da mulher na ciência é o problema geral da mulher em todos os aspectos. É uma luta diária. Ao longo da história da mulher você pode encontrar vários momentos de resistência. Você vai no passado eram coisas tenebrosas e já evoluímos bastante, graças ao trabalho de mulheres que vieram antes de nós. Cabe a nós pensar o que fazer para deixar o caminho das próximas mais leve. Isso vale em todas as áreas. Na ciência, o diferencial é que somos poucas e estamos inseridas em um ambiente mais masculino”, ressalta a astrônoma.

Para esta sensação de não pertencimento, aflorada ainda mais na universidade, Elysandra ressalta a importância dos coletivos, como o Astrominas, outro programa ligado à USP que envolve mulheres em diferentes momentos da carreira: “Você buscar pessoas que estão na mesma situação. Se aproximar de outras mulheres. Tentar tornar aquele lugar um pouco mais compressivo para você. Se perceber como parte daquilo. É aquela história do juntas somos mais fortes. Então, a grande dificuldade é eu estar sozinha e lidar com essas questões introjetadas na nossa existência”.

Sobre as personalidades que a inspiraram, a astrônoma conta que foram várias ao longo da vida, mas que sua mãe e avó e este ambiente feminino em que cresceu no qual “a mulher era muito poderosa” são referências. Também cita a renomada astrofísica brasileira Beatriz Barbuy, por quem, dentre as diversas professoras que passaram por sua trajetória, tem um apreço em especial. Mas ressalta que cada mulher é única e que seu modelo deve ser você mesma”.

Cada um tem sua trajetória. É legal admirar mulheres, por que mulheres são admiráveis, mas não necessariamente seguir um modelo. O seu modelo tem que ser você mesma, baseado na sua história, naquilo que te faz feliz, naquilo que faz o seu coração bater mais forte”, conclui Elysandra

(Fonte: Agência Brasil)

O deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) enalteceu a importância do retorno ao trabalho das Comissões Permanentes da Câmara. Nessa quinta-feira (11), uma das que foi instalada foi a de Seguridade Social e Família (CSSF), da qual o parlamentar maranhense vai continuar como integrante titular. Juscelino já presidiu o colegiado em 2018.

“Para mim, essa é a comissão mais importante da Casa, pois trata da saúde e da vida das pessoas. Nesse momento difícil da pandemia que estamos enfrentando, vamos contribuir muito e buscar as soluções que a população brasileira espera do parlamento. Aqui, com quórum sempre elevado, tratamos de projetos muito importantes. Contem comigo para debatermos, entre outros assuntos, a nossa saúde pública”, afirma o deputado do DEM.

Juscelino Filho defendeu que a CSSF debata o PL 117/2015, de sua autoria, que institui a Política Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Farmacêutico. “Estamos vendo o difícil acesso às vacinas contra Covid-19, e um dos motivos é a falta do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), para produção desses imunizantes”, observa.

Na década de 1980, de acordo com o parlamentar, o Brasil produzia 55% do IFA consumido internamente. Atualmente, esse índice é de apenas 5%. “A gente tem que reorganizar a política nacional do setor farmacêutico, principalmente buscando diminuir essa dependência de insumo de outros países como China e Índia”, afirma Juscelino Filho.

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados será presidida por Dr. Luizinho (PP-RJ), eleito por unanimidade pelos integrantes do Colegiado. Em 2020, o parlamentar do Rio comandou a Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Termina, hoje (12), o prazo para os pré-selecionados na lista de espera do Programa Universidade para Todos (Prouni) comprovarem as informações da inscrição, para a realização da matrícula. Os documentos devem ser entregues na instituição para a qual o estudante foi pré-selecionado.

A lista com o nome dos selecionados, bem como o cronograma do programa, pode ser acessada por meio do site do Prouni.

A lista de espera é para aqueles que não foram selecionados nas duas chamadas regulares do programa, mas diferentemente da segunda chamada, ela não é automática, e os candidatos interessados precisaram manifestar o interesse. A inclusão na lista é apenas para candidatos que participaram do processo seletivo regular do Prouni 2021 e não é aberta a novos inscritos.

Os cursos disponíveis na lista de espera variam em cada edição. Como os resultados da espera vão sendo divulgados aos poucos, conforme a disponibilidade de vagas, o interessado deve acessar o sistema todos os dias, até o encerramento do período, para ver se foi beneficiado e apresentar a documentação. O Ministério da Educação não envia mensagens informando sobre a pré-aprovação.

O Prouni ocorre sempre duas vezes por ano, para ingresso no primeiro e no segundo semestres. Neste primeiro semestre, o programa oferece bolsas para 13.117 cursos em 1.031 instituições de ensino, localizadas em todos os Estados e no Distrito Federal. São mais de 162 mil bolsas ofertadas, sendo 52.839 para cursos na modalidade de educação à distância.

Bolsas de estudo

O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa.

É necessário também que o estudante tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, desde que na condição de bolsista integral. Pessoas com deficiência e professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa e, nesse último caso, não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos.

É preciso que o candidato tenha feito a edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação. Excepcionalmente neste ano, os estudantes serão selecionados de acordo com as notas do Enem de 2019, uma vez que as provas do Enem 2020 foram adiadas em razão da pandemia da covid-19.

(Fonte: Agência Brasil)

O bandoneón é um instrumento aerófono livre com aparência similar à sanfona. Muito popular na Argentina e no Uruguai, é considerado o principal instrumento do tango e, nas mãos do gênio Astor Piazzolla, atravessou fronteiras e revolucionou o ritmo tradicional portenho.

Astor Piazzolla completaria 100 anos nesta quinta-feira (11). Nascido em Mar del Plata, na Argentina, no dia 11 de março de 1921, foi, com a família, para os Estados Unidos aos 4 anos de idade. Com 8 anos, ganhou o seu primeiro bandoneón. Com 14, teve a honra de conhecer Carlos Gardel e se tornou amigo do mais famoso cantor de tango da história.

A amizade e o talento de Piazzolla renderam dois convites por parte de Gardel. O primeiro, para participar como figurante do filme El Dia Que Me Quieras, foi aceito. O segundo foi para integrar a equipe de Gardel durante uma turnê, em 1935. Como Piazzolla era menor de idade, os pais dele não permitiram que o filho viajasse. A negativa, ironicamente, pode ter salvo a vida do jovem. Naquele ano, Gardel e integrantes de sua banda morreram em um acidente aéreo em Medellín, na Colômbia, cidade que estava na agenda de apresentações.

Piazzolla, com a família, voltou a Mar del Plata, em 1936. A partir daí, ele começou a tocar em conjuntos e mergulhou no mundo do tango. No ano seguinte, mudou-se para Buenos Aires. Depois de integrar a orquestra de Aníbal Troilo (outro grande bandeonista da história) por alguns anos, passou, no fim dos anos 1940, a seguir seu próprio caminho e a inserir elementos do jazz no tango, como na canção El Desbande.

Violoncelista britânico radicado no Brasil, David Chew destacou, em depoimento concedido à Rádio MEC, a inovação como um marco na obra de Piazzolla: “Como compositor de tango e bandeonista, ele revolucionou o tango tradicional, transformando-o em um novo estilo de tango, incorporando o jazz e o jazz latino-americano”, conta.

Naquele período, Piazzolla também começava a trilhar o caminho da música clássica. Estudou piano com o compositor Alberto Ginastera e, em 1954, conseguiu uma bolsa de estudos para estudar na França, com a professora Nadia Boulanger. “Ele estudou um ano na França, com o sonho de ser músico clássico. E, à noite, tocava tango para viver”, diz o neto Daniel Piazzolla.

Daniel conta que foi Nadia Boulanger que ajudou o avô a se libertar ainda mais e seguir como compositor de tango. “Um dia Nádia disse a ele: ‘Piazzolla, você pode tocar algo seu? Eu sei que você tem algo seu aí’. Meu avô se recusou. Nadia insistiu, e meu avô disse ‘Ok, está bem então’. Ele começou a tocar, Nádia agarrou suas mãos e disse isso: ‘Isto é seu. Isso é Piazzolla. Não abandone isso nunca’ E aí ele começou a tocar. Foi a decisão final”. Naquele mesmo ano, ele gravou com Lalo Schifrin Two Argentinians in Paris.

Composições com parceiros brasileiros

Ao misturar o tango com a música erudita e o jazz, Piazzolla criou algo, que passou a chamar de “música contemporânea de Buenos Aires”. Entre idas e voltas para a Argentina, Astor Piazzolla morou nos Estados Unidos, Itália e realizou trabalhos em diversos países, inclusive no Brasil. Um de seus parceiros de composição foi o poeta brasileiro Geraldo Carneiro.

Carneiro relata, em depoimento à Rádio MEC, que teve o primeiro contato com Piazzolla em 1972, mas que não teve coragem de se apresentar ao bandeonista. “Tive o privilégio de ser parceiro de Astor, que conheci em 1972. Aliás, não conheci. Fui ver o show dele no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, levado por meu parceiro Egberto Gismonti. Ficamos fascinados, tão fascinados, que não fomos sequer cumprimentá-lo depois do show. Aquela música nos pareceu de uma divindade”, conta.

Apenas no ano seguinte que o convite chegou por parte do próprio Astor Piazzolla. “Para minha surpresa, no ano seguinte, Nana Caymmi me telefonou dizendo que Astor Piazzolla estava no Brasil, tinha ouvido o disco de Egberto Gismonti que tinha letras minhas – chamava-se Água e Vinho esse disco –, e queria fazer música comigo. Eu fui imediatamente encontrá-lo no Hotel Glória e fizemos uma canção. Levei uma letra para ele. Chamava-se As Ilhas. Foi nossa primeira canção”, relata.

Em 1974, Piazzolla (que estava morando na Itália) gravou essa música. Ela acabou sendo cantada por Ney Matogrosso em seu primeiro disco solo, após a saída do Secos e Molhados. A parceria entre Piazzolla e Carneiro rendeu 12 composições nos anos seguintes. Algumas delas foram gravadas no Brasil (pelo grupo as Frenéticas e por Olívia Byington) e na Argentina.

Influência a artistas argentinos e do exterior

Astor Piazzolla se manteve ativo, com apresentações em diversos países, até sofrer um AVC em 1990. Ele morreu dois anos depois, em 4 de julho de 1992. O bandeonista deixou 3 mil composições (sendo que cerca de 500 gravadas) e um legado que influenciou músicos na Argentina e em outros países.

O baterista argentino Roberto Rutigliano está realizando um trabalho em homenagem a Astor Piazzolla, em que mistura diversos ritmos. E sua inspiração é o estilo vanguardista do bandeonista: “Eu sou amante do tango e também da mistura que ele faz do tango com a música clássica, com elementos inovadores. Ao mesmo tempo em que ele é uma pessoa que tem a plena tradição do tango por tocar bandoneón, ele é também uma pessoa que tem um diálogo com outros tipos de estilos. Eu também me identifico com esse tipo de estética”, diz.

Nascida em Buenos Aires e radicada no Brasil, a pianista Estela Caldi compõe, com os filhos (brasileiros), o grupo Libertango – nome de um dos sucessos de Piazzolla. Em 25 anos de carreira, o grupo tem cinco CDs, dois deles dedicados, exclusivamente, à obra de Piazzolla.

Estela destaca que o caráter disruptivo de Piazzolla é fonte de inspiração. “Levo o tango tradicional dentro de mim, ouço desde criança. Piazzolla rompe com esse padrão, revoluciona e representa, no meu imaginário auditivo, a ‘oitava superior’ desse gênero tão apreciado pela maioria. Piazzolla virou um fenômeno mundial, um exemplo de inspiração e uma fonte de profundas emoções”, diz.

A violonista venezuelana radicada no Brasil Carla Rincon coloca Astor Piazzolla no patamar de outro gênio da música do continente: Heitor Villa-Lobos. “Piazzolla, assim como Villa-Lobos, foi um revolucionário em seu país e no mundo. De coração, digo: entre Piazzolla e Villa-Lobos, temos muito que nos orgulhar dessa música latino-americana".

(Fonte: Agência Brasil)

A maior parte das escolas públicas municipais já iniciou ou deverá iniciar o ano letivo de 2021 de forma remota ou híbrida, mesclando o ensino presencial e o remoto. O acesso à internet e a infraestrutura escolar são, no entanto, desafios para as redes de ensino e estão entre os maiores problemas enfrentados no ano passado. As informações são de pesquisa da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) divulgada hoje (10).

O estudo, realizado com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Itaú Social, ouviu 3.672 dos 5.570 municípios brasileiros. Neles, as aulas estão sendo retomadas, na maior parte dos casos, até este mês. As redes municipais concentram a maior parte das matrículas das creches, pré-escolas e ensino fundamental públicos. 

A maior parte das redes de ensino municipais (63,3%) já iniciou ou planeja começar o ano letivo de 2021 de forma remota. Cerca de um quarto das redes (26,3%) pretende adotar o ensino híbrido. Apenas 3,8% querem retomar as aulas de forma presencial e 6,6% ainda não definiram. 

A pesquisa foi feita entre 29 de janeiro e 21 de fevereiro. Desde então, segundo o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, o cenário, com o agravamento da pandemia em todo o país, pode ter mudado o planejamento do ano letivo em diversas localidades. A pesquisa mostra, no entanto, a intenção dos municípios e como eles estão se preparando para o ano letivo de 2021.

“Nós entendemos que, nesse momento, não temos segurança nem informação para garantir com segurança as aulas presencias”, diz Garcia.

O vice-presidente da Undime, Marcelo Ferreira da Costa, acrescenta que cada município tem uma situação diferente e que isso deve ser levado em consideração na hora do planejamento do ano letivo. Apesar das realidades locais distintas, é preciso um esforço conjunto (federal, estadual e municipal) para que as crianças e os adolescentes tenham acesso à educação. Ele reforça ainda a importância da imunização dos docentes.

“Se achamos que é tão importante que a escola volte e se damos a importância que dizemos, tínhamos que investir no processo de vacinação. É preciso trazer os professores mais para frente, senão não conseguiremos garantir a segurança para conseguirmos voltar”, defende.

Protocolos

Mesmo que ainda não retomem o ensino presencial imediatamente, o estudo mostra que 33,9% das redes de ensino definiram os protocolos de segurança sanitária que irão seguir. A maioria (59,6%), no entanto, ainda está discutindo as medidas, e 6,5% não iniciaram esse processo. Já os protocolos pedagógicos para a volta às aulas presenciais estão sendo discutidos por 70,4% das redes, já foram concluídos em 22,7% delas e não foram iniciados em 6,9%.

“Independentemente de as escolas estarem com atividades presenciais ou não, é preciso ir atrás de estudantes que não tiveram atividades escolares em 2020. É preciso ir atrás desses meninos e meninas que não tiveram atividades nem mesmo impressas ou por WhatsApp, porque a gente corre um risco enorme de voltar a mais de 15 anos atrás no número de crianças e adolescentes fora da escola”, diz o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra.

Dificuldades

Segundo os dados levantados, o acesso à internet e a infraestrutura escolar foram os maiores desafios das redes municipais de educação em 2020. Esses problemas terão que ser enfrentados também este ano.

Em relação ao acesso à internet, 78,6% das redes respondentes identificaram um grau de dificuldade de médio a alto nesse quesito. Quase a totalidade dos municípios (95,3%) declarou que as atividades não presenciais de 2020 foram concentradas em materiais impressos e orientações por WhatsApp. Os números mostraram, no entanto, que as redes têm recorrido mais a esses recursos, na falta de conexão. Em pesquisa realizada em maio de 2020, com uma pergunta semelhante, foi apurado que 43% das redes municipais apontavam os materiais impressos como parte da estratégia.

"São condições muito limitantes. Imagine uma criança, nos anos iniciais da alfabetização, com uma professora se desdobrando e mandando orientações por WhatsApp", ressalta a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.

As organizações defendem a sanção do Projeto de Lei 3.447/2020, que permite que recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) sejam direcionados para Estados e municípios para garantir a conectividade de crianças e adolescentes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), bem como daqueles matriculados nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas, e professores da rede pública.

“Ampliar o acesso à tecnologia é ampliar a possibilidade de fazer com que a educação vá para ambientes além da sala de aula”, diz o presidente da Undime.

Além da internet, outras dificuldades foram apontadas pelas redes de ensino como adequação da infraestrutura das escolas públicas municipais. As redes afirmaram ter dificuldades de nível médio a alto em planejamento pedagógico (58,4%); acesso dos professores à internet (52,6%); formação dos profissionais e trabalhadores em educação (54,5%); e, por fim, a reorganização do calendário letivo 2020 e 2021 (30,1%), que aparece como a menor das dificuldades.

(Fonte: Agência Brasil)

A família do jornalista Helio Fernandes comunicou, nesta quarta-feira (10), o seu falecimento, aos 100 anos de idade, de causas naturais. “Comunicamos com tristeza o falecimento, aos 100 anos, do jornalista Helio Fernandes. A família agradece aos amigos e admiradores que por tanto tempo o acompanharam nesse espaço (Facebook) e em tantos outros meios onde Helio sempre se expressou ativa e firmemente. É triste a notícia da partida, mas a certeza da vida longa e bem vivida sempre nos confortará”.

Irmão mais velho do desenhista, humorista e escritor Millôr Fernandes, nome artístico de Milton Viola Fernandes, Helio Fernandes foi um dos profissionais da comunicação mais perseguidos durante a ditadura militar. Ele adquiriu o jornal Tribuna da Imprensa em 1962, dirigindo-o até 2008, quando o impresso deixou de circular. Era conhecido pelo estilo combativo de fazer jornalismo. Trabalhou também na revista O Cruzeiro e no jornal Diário Carioca.

Seu centenário, completado no dia 11 de janeiro deste ano, foi comemorado com o lançamento do documentário Confinado, do jornalista Mario Rezende. O documentário mostra o período em que Helio Fernandes foi confinado pelo governo militar por um mês, em um quartel em Pirassununga (SP), depois de ter sido enviado com o mesmo propósito para Fernando de Noronha.

O jornalista Randolpho de Souza, nessa época trabalhando para o Jornal do Commercio, foi o único profissional de imprensa do Rio de Janeiro a registrar a visita a Helio feita por sua mulher, Rosinha, em Pirassununga, acompanhada do cunhado Millôr Fernandes. Como não era permitida a aterrissagem em Pirassununga, o avião pousou em Campinas, e dali os parentes de Helio e o jornalista Randolpho de Souza e o fotógrafo do JC Carlos Alberto, seguiram para o quartel, de carro. “Inclusive, a gente foi extremamente vigiado pela Polícia Federal. Na churrascaria, tivemos que sentar em uma mesa do lado da deles”, recordou Souza à Agência Brasil.

Helio era pai dos também jornalistas Rodolfo Fernandes, ex-diretor de Redação do jornal O Globo, e Hélio Fernandes Filho, ambos mortos em 2011. Ele deixa outros três filhos: Isabella, Ana Carolina e Bruno e os netos Felipe, Leticia e Helio.

No livro A Ditadura Escancarada, o jornalista Elio Gaspari revela que a Tribuna da Imprensa “sofreu mais de vinte apreensões e teve censores dentro do seu prédio por dez anos e dois dias”. Gaspari acrescenta que antes do presidente Garrastazu Médici chegar ao governo, Helio Fernandes já passara “por quatro cadeias e dois desterros”.

A família informou que o corpo do jornalista deverá ser cremado amanhã (11).

(Fonte: Agência Brasil)

O 6º Rio Choro 2021 – Mostra Virtual Competitiva selecionou 48 semifinalistas para a fase de votação popular, que ficará aberta até o próximo dia 17 no canal do evento no YouTube. A música instrumental que obtiver mais “likes” (curtidas) ganhará o Prêmio Waldir Azevedo, no valor de R$ 6 mil. Após dez anos de ausência do cenário musical, a mostra voltou trazendo, pela primeira vez, premiação em dinheiro. A mostra terá formato virtual, em virtude da pandemia de covid-19. A edição 2021 do Rio Choro recebeu 273 inscrições.

No dia 19, o Rio Choro divulgará o vencedor do Prêmio Aldir Blanc para o melhor choro-canção, isto é, choro com letra em português, também no valor de R$ 6 mil.

Em seguida, a comissão julgadora selecionará 12 finalistas, que concorrerão aos prêmios Ernesto Nazareth para o 1º colocado (R$ 12 mil), Pixinguinha, para o 2º lugar (R$ 9 mil) e Jacob do Bandolim, para o 3º classificado (R$ 6 mil). Os nomes dos vencedores serão anunciados no dia 26 de março. Os nove finalistas restantes receberão, cada um, prêmio de participação no valor de R$ 1.000.

O diretor-geral do Rio Choro, José Schiller, destacou que o evento não tinha característica de concurso, quando foi criado pelo saxofonista, flautista e compositor Mário Sève. “Era um ciclo de choros, um panorama. Tinha mais esse sentido de juntar uma série de conjuntos, de grandes intérpretes, tocando um repertório, uma série de peças, sem premiação. Simplesmente refletindo o que estava sendo produzido. Esta é a primeira edição competitiva”, afirmou Schiller, em entrevista à Agência Brasil.

Qualidade

Para esta edição, só foi permitida a inscrição de compositores residentes no Estado do Rio, maiores de 18 anos de idade. Antes, o Rio Choro era aberto para compositores em nível nacional, lembrou Schiller.

O idealizador da mostra, Mário Sève, destacou que o número de inscrições superou as expectativas. “E o melhor é a qualidade das músicas. Basta ouvir a playlist com os 48 semifinalistas que é possível perceber o alto nível das obras”, afirmou.

Para José Schiller, o choro é um gênero de música popular e instrumental brasileira que tem uma linguagem “super-rica”. “Era de se esperar que as músicas inscritas fossem de altíssima qualidade”, comentou.

Segundo ele, o júri, formado por “craques” conhecedores e comprometidos com a linguagem do choro, é garantia também do elevado nível do festival. Ele não tem dúvida de que o evento é um espaço que ajuda a dar visibilidade a compositores novos e de qualidade. A maioria dos inscritos está na faixa de 30 a 40 anos de idade.

Entre os autores participantes, compositores do interior do Estado e artistas mais conhecidos como os cantores Cláudio Nucci, Anna Paes e Alfredo Del Penho, o maestro Cristóvão Bastos, o trompetista Silvério Pontes, o sanfoneiro Marcelo Caldi, o violonista Zé Paulo Becker, o pianista Leandro Braga e o flautista Antônio Rocha, entre outros. As inscrições foram gratuitas e se encerraram no dia 14 de fevereiro.

Criação

O Rio Choro foi criado em 2000. A primeira edição beneficiou a produção do gênero da época, reunindo a maior parte dos músicos envolvidos – intérpretes e compositores – para vários concertos no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, Rio de Janeiro.

As obras dos novos compositores foram interpretadas pelos grupos Nó em Pingo d’Água, Galo Preto, Água de Moringa, Rabo de Lagartixa e Trio Madeira Brasil, e os instrumentistas Cristóvão Bastos, Armandinho, Zé da Velha, Silvério Pontes, Henrique Cazes, Andrea Ernest Dias e Bruno Rian.

Com produção de Mário Sève, o Rio Choro 2000 produziu um álbum de partituras com novos choros, que teve distribuição gratuita.

(Fonte: Agência Brasil)