Skip to content

O documentário baiano Açucena, dirigido por Isaac Donato, foi o longa-metragem vencedor da categoria de maior destaque da Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais. O evento, que terminou nesse fim de semana, distribuiu ainda prêmios a mais três filmes.

Açucena traz, para as telas, a vida de uma senhora que, anualmente, celebra seu aniversário de sete anos e que, para tanto, conta com o envolvimento de sua comunidade. A obra disputava com mais seis filmes o prêmio da Mostra Aurora, ponto alto do festival por abrir espaço para diretores que lançam o primeiro ou o segundo longa-metragem. Um júri formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual deu a vitória do trabalho de Isaac Donato.

Na cerimônia on-line em que foram anunciados os premiados, uma das juradas, a cineasta Graciela Guarani, disse que Açucena evoca uma infância ou maternidade coletiva. “Com dissonância misteriosa, estimulada a partir do cotidiano de sorrisos, gestos e falas de uma comunidade envolta numa festa ritual, premiamos um filme de partilha de sensibilidades”, afirmou.

Em entrevista à Agência Brasil no mês passado, o coordenador curatorial do evento, Francis Vogner, já havia destacado a força do cinema baiano nesta edição. Além do documentário vencedor, estavam na disputa duas obras dirigidas por cineastas da Bahia. Vogner observou, porém, que eram trabalhos diferentes.

"Estão olhando para coisas muito diferentes. Se você me perguntar se todos os filmes estão focados nos traumas deste momento histórico, eu respondo que não. Cada um olha para um lado e se relaciona de forma diferente com esse contexto, inclusive pelo humor. A sensação de que o mundo está acabando, por exemplo, não é compartilhada por todas as obras. Os filmes poderiam estar monotemáticos, mas felizmente isso não tem acontecido. Eles oferecem diferentes perspectivas e mostram que o universo vai além de nossas obsessões mais pontuais. O olhar não ignora este momento, mas alcança um horizonte mais longe", disse, na ocasião.

Criada pela Universo Produções em 1998 e consolidada como responsável pela abertura anual do calendário audiovisual brasileiro, a Mostra de Cinema de Tiradentes chegou à 24ª edição com um modelo inédito. Devido à pandemia de covid-19, a programação entre 22 e 30 de janeiro foi predominantemente virtual, com apenas ações pontuais na cidade histórica mineira. As atividades foram totalmente gratuitas. Filmes, shows e outras atrações puderam ser assistidos por meio do site do evento.

Outros prêmios

Além de Açucena, foram premiados mais um longa-metragem e dois curtas. Na Mostra Olhos Livres, dedicada a filmes que apostam em linguagem mais autoral e menos convencional um júri formado por estudantes declarou vencedor o longa-metragem mineiro Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa Terra é Nossa!, dirigido por Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero. Foi a segunda vez consecutiva que os indígenas Isael e Sueli foram premiados no festival de Tiradentes. Com o filme Yamiyhex – As Mulheres-Espírito, eles venceram em 2020 na mesma categoria.

Entre os curtas-metragens, o principal ganhador foi uma produção sergipana. Abjetas 288, dirigido por Júlia da Costa e Renata Mourão, venceu na categoria Mostra Foco. Os patrocinadores da Mostra de Cinema de Tiradentes oferecem aos ganhadores estrutura e recursos para futuros trabalhos, tais como locação gratuita de câmeras e equipamentos de iluminação, cessão de maquinário e serviços de pós-produção e de correção de cor. O Canal Brasil, apoiador do evento, organizou um júri próprio que escolheu mais um curta-metragem, rodado em Minas Gerais: 4 Bilhões de Infinitos, dirigido por Marco Antônio Pereira, que receberá prêmio em dinheiro.

Além dos filmes, a Mostra de Cinema de Tiradentes promove o Prêmio Helena Ignez, oferecido a mulheres que se destacam em qualquer função na produção dos filmes em disputa. Nesta edição, ele foi concedido à diretora e roteirista Ana Johann, que assinou o filme de ficção paranaense A Mesma Parte de um Homem.

A 24ª edição da Mostra de Tiradentes foi organizada em torno da temática Vertentes da Criação e homenageou ainda o trabalho da cineasta e artista plástica Paula Gaitán. Ao todo, foram exibidos 114 filmes,  sendo 79 curtas-metragens e os demais longas e médias-metragens. Houve ainda shows musicais de Arrigo Barnabé, Chico César, Adriana Araújo, Sérgio Pererê, Fernanda Abreu e Johnny Hooker.

(Fonte: Agência Brasil)

O primeiro dia de aplicação da versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou a ausência de 68,1% dos 93 mil candidatos inscritos. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ao todo, 34.590 candidatos fizeram as provas.

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, atribui as faltas principalmente à pandemia do novo coronavírus. “O índice de abstenção continua alto, como também teve no Enem impresso. A gente entende que isso é muito em função da pandemia. Alguns locais estão em lockdown, as pessoas não saíram de suas casas para fazer as provas”, diz. O Enem impresso, finalizado no último domingo (24), teve abstenção recorde na história do exame. Mais da metade dos candidatos não compareceu.

Por causa da pandemia, o Inep adotou várias medidas de segurança, como o uso obrigatório de máscaras cobrindo o nariz e a boca, a disponibilização de álcool em gel nos locais de prova e a antecipação da abertura dos portões, das 12h para as 11h30, no horário de Brasília. Candidatos com sintomas da covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa não deveriam comparecer ao local de prova. Esses candidatos terão direito a reaplicação do exame, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Ao todo, até o momento, 174 participantes pediram para participar da reaplicação. Desses pedidos, 118 foram aceitos pelo Inep. O pedido deve ser feito pela Página do Participante. O prazo ainda será definido. Mais 70 candidatos foram eliminados por desrespeitarem as regras do exame.

Segundo Lopes, o exame marca o início de mudanças não apenas no próprio Enem, que deverá se tornar 100% digital até 2026, como nas demais avaliações do Inep, que deverão também passar a ser feitas no formato digital. “Agora em 2021, a gente fez uma grande mudança, começando uma nova jornada, que é o começo da digitalização das avaliações e dos exames feitos pelo Inep. O primeiro a ser escolhido foi justamente o Enem”, diz.

Atrasos na aplicação

Nesse domingo, participantes relataram atrasos no início da aplicação das provas por problemas técnicos ou mesmo impedimento na realização do exame. De acordo com o diretor de Tecnologia e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Camilo Mussi, isso aconteceu por problemas de um dos servidores na transmissão das provas para os computadores. Os exames foram enviados, nesse domingo, pela internet, pelas máquinas antecipadamente cadastradas para o Enem.

A transmissão atrasou, de acordo com o diretor, até as 1h30. “Gostaríamos que todos tivessem começado as provas às 13h30. Não foi possível. Alguns participantes, pelo tempo, foram embora e terão direito à reaplicação”, diz.

O presidente do Inep enfatiza que aqueles que não conseguiram fazer a prova nesse domingo poderão, caso desejem, fazer as provas no próximo domingo (7) e pedir para fazer apenas o primeiro dia do exame na data da reaplicação. “Tivemos alguns problemas? Tivemos, mas todo processo novo, inédito, está sujeito a obstáculos, empecilhos”, diz.

Enem digital

Esta é a primeira vez que o Enem é aplicado no formato digital, de forma piloto. As provas começaram a ser aplicadas nesse domingo, quando os participantes responderam as questões de linguagens, ciências humanas e fizeram a redação. No próximo domingo, resolverão as questões de matemática e ciências da natureza. As provas serão disponibilizadas ao término de cada dia de aplicação. Os cadernos de prova do primeiro dia podem ser baixados na página do Inep.  Os gabaritos oficiais serão disponibilizados até o dia 10 de fevereiro.

As notas poderão ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior e participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

A versão impressa do Enem 2020 foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas. O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital é “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil”. Além da prova de redação, os estudantes fazem, hoje (31), as provas de linguagens e ciências humanas. Assim como na edição impressa do Enem, a redação deve ser feita à mão, com caneta esferográfica preta.

A redação deve ser do tipo dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, desenvolvida a partir da situação-problema proposta e de subsídios oferecidos pelos textos motivadores. O texto dissertativo-argumentativo precisa ser opinativo e organizado para a defesa de um ponto de vista.

A opinião do participante deve estar fundamentada com explicações e argumentos. O texto é dissertativo, porque disserta sobre um assunto proposto, descreve-o e explica-o. É também argumentativo, pois defende uma opinião e tenta convencer o leitor com argumentos.

As redações do Enem são avaliadas de acordo com cinco competências. São corrigidas por, pelo menos, dois corretores. A nota pode chegar a 1.000 pontos.

 [Link: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2021-01/conheca-os-criterios-de-correcao-da-redacao-do-enem]

Para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior, e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior, é necessário não ter tirado zero na redação.

Os participantes podem zerar a redação caso haja fuga ao tema proposto ou tipo textual diferente do dissertativo-argumentativo; desrespeito à seriedade do exame, com uso de impropérios ou outras formas de anulação da redação; cópia integral de textos motivadores ou do Caderno de Questões; presença de parte deliberadamente desconectada do texto; texto escrito em língua estrangeira, ilegível ou com menos de 7 linhas. 

Veja os temas das redações de anos anteriores:

Enem 2009: O indivíduo frente à ética nacional

Enem 2010: O trabalho na construção da dignidade humana

Enem 2011:  Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

Enem 2012: O movimento imigratório para o Brasil no século XXI

Enem 2013:  Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

Enem 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

Enem 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Enem 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil e Caminhos para combater o racismo no Brasil - Neste ano houve duas aplicações regulares do exame.

Enem 2017: Desafios para formação educacional de surdos no Brasil

Enem 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

Enem 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil

Enem 2020 impresso: O Estigma Associado às Doenças Mentais na Sociedade Brasileira

Enem digital

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital, que será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade dos inscritos. Para o Enem digital, estão inscritos 93 mil participantes.

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus são as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Candidatos com sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa foram orientados a não comparecer ao exame. Eles devem notificar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pela Página no Participante e terão direito a fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

Estudantes de 104 cidades fazem, hoje (31), as primeiras provas em formato digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É a primeira vez que os candidatos respondem às questões direto em um computador, em vez de usarem cadernos de questões e cartões-resposta de papel. O exame deverá ser completamente digital até 2026. Ao todo, 93 mil candidatos estão inscritos. 

Neste domingo, os estudantes resolverão 90 questões objetivas de linguagens e ciências humanas. Farão também a prova de redação. Nesta edição piloto, a redação será feita à mão, por escrito e, por isso, é obrigatório, assim como no Enem impresso, levar a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

No segundo dia, que será no dia 7 de fevereiro, os candidatos farão as questões de matemática e ciências da natureza. O tempo de prova e os horários de aplicação serão os mesmos do Enem impresso, cinco horas e meia no primeiro dia e cinco horas no segundo. Os portões abrem também às 11h30 e fecham às 13h, no horário de Brasília. A prova de hoje termina às 19h. 

A diferença desta versão é que a prova será feita pelo computador. As questões objetivas serão todas marcadas na tela, e os participantes não precisarão preencher o cartão-resposta à mão. A redação, no entanto, será escrita à mão. O tema e os textos motivadores estarão na tela. A correção também será feita da mesma forma que o Enem impresso. 

No segundo dia de exame, a caneta também poderá ser usada. Os participantes receberão uma folha de rascunho para fazer os cálculos das provas de exatas à mão, caso desejem.

Covid-19

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o Enem terá regras especiais de biossegurança. Este ano, além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, a máscara de proteção facial passa a integrar a lista.

É recomendado que os participantes levem máscaras extras para trocar durante a prova. Eles deverão permanecer de máscara, cobrindo o nariz e a boca durante toda a aplicação do exame, exceto quando forem comer. Caso isso não seja feito, os candidatos poderão ser eliminados. Haverá álcool em gel nos locais de prova para que os estudantes higienizem as mãos, mas é permitido que os participantes levem seu próprio produto caso desejem. Os computadores serão separados por espécies de cabines, para ajudar na proteção dos participantes. 

Quem tiver com sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa não deve comparecer ao local do exame. A medida é necessária para que o novo coronavírus não se espalhe e mais pessoas sejam contaminadas. Nesses casos, os candidatos poderão fazer a prova na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso, poderão fazer o pedido pela Página do Participante. A data para que os pedidos sejam feitos ainda será divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O que levar

 A lista do que pode ou não levar também é semelhante ao Enem impresso. Os participantes podem levar a própria água e/ou bebidas não alcoólicas e lanche. 

Além disso, caso necessitem comprovar que participaram do exame, os estudantes podem, na Página do Participante, imprimir a Declaração de Comparecimento para cada dia de prova, informando o CPF e a senha. A declaração deve ser apresentada ao aplicador na porta da sala em cada um dos dias. Ela serve, por exemplo, para justificar a falta ao trabalho. 

Vídeo explicativo

Os locais de prova estão disponíveis no cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. Também está disponível um vídeo que explica em detalhes como será o exame. Para garantir a segurança, os participantes receberão, no dia da prova, um código que precisarão digitar na tela antes de começar o exame e também quando finalizarem as provas.

Os computadores só terão acesso às provas. Os candidatos não terão acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. Na tela, quando a prova começar, aparecerão todas as questões. Será possível clicar em qual deseja acessar. O sistema também permite que o candidato escreva na tela com o mouse e que marque as questões para depois poder voltar nelas, por exemplo.

Enem 2020

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vai divulgar os cadernos de provas do Enem digital logo após o fim das aplicações, no dia 31 e no dia 7 de fevereiro. Eles estarão disponíveis no site do Inep. Ao contrário do Enem impresso, já que a prova será no computador, os participantes não poderão levar os cadernos de prova. Os candidatos podem, no entanto, anotar as respostas na folha de rascunho. Os gabaritos oficiais serão divulgados até 10 de fevereiro. 

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital, Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade. 

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO), devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação.

Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

Foi Odilon Soares quem fundou a Liga Maranhense contra Tuberculose. Deu-lhe a força duma vontade determinada. Um idealismo. Uma dedicação constante. Um muito de sacrifício e de abnegação. E a Liga, com Odilon Soares à frente, com Odilon no comando, teve vida. Funcionamento normal. E passou a servir, a ser útil. A realizar milagres. Muitos tuberculosos sofreram com a recuperação, e outros contaram com a ajuda do médico, com a luta do médico em atender sempre.

Muitos anos assim. Odilon fez da Liga uma realidade admirável. Poucos os recursos. Mas de Odilon a insistência. Muitos anos assim. Junto de Odilon outros médicos na cooperação, na ajuda. Mas, com o inesquecível médico, o inesquecível mestre, com o intelectual, o acadêmico da nossa Academia de Letras, a grandiosidade de não recuar nunca, de ir para frente, de não parar a Liga Maranhense contra Tuberculose.

Muitos serviços prestados aos que lhe batiam à porta. Para todos, o melhor cuidado. Todo um esforço para não decepcionar. Para não negar a assistência necessária. E isto numa época em que a tuberculose não contava com os recursos que tem hoje.

Os médicos especializados estavam na luta constante para combater a “terrível doença”. Mas a Liga apresentava, na época, uma organização que satisfazia, que atendia, que conseguia resultados benéficos. Havia o leite. Havia o médico. Havia o medicamento. Havia, sobretudo, a colaboração de todos. Neste todo, atuando com mais determinação, atento, ele, o dr. Odilon Soares.

Mas um dia Odilon deixou de existir. Seu coração parou. A Liga começou a entrar em “pane”. O coração da Liga ameaçava a entrar em “pane”. O coração da Liga ameaçava parar de todo. Os recursos iam minguando. Não mais aquela atividade de sempre. Não mais a eficiência. Não mais o desenvolvimento. A Liga morrendo todos os dias. Morrendo sempre. A indiferença dos que poderiam continuar a obra de Odilon Soares, acabou por deixá-la fora da possibilidade de continuar.

E já não mais se falava na Liga. Não mais curava enfermo. Ela estava enferma. Houve tempo que ninguém dava notícia da Liga. A impressão era de que parava totalmente. Cá fora, a lembrança de Odilon. Uma tristeza para a cidade. Para os doentes.

Muitos anos, parece, assim. Muitos anos na agonia. Mas foi apenas uma ameaça. A Liga passou a viver. A respirar. Foi vencida a crise perigosa. Havia, ainda, sangue no organismo da Liga. Havia a lembrança de Odilon. O exemplo de Odilon. O sacrifício do médico inesquecível. Ficara o exemplo da resistência. Odilon deixara seguidores. Entre eles, perfilava-se o dr. William Soares de Brito. O dr. Joaquim Meneses e outros. Com os seguidores, havia a determinação de renovar tudo. De dar à Liga Maranhense contra a Tuberculose uma organização. Uma nova orientação. Sacudi-la novamente. Trazê-la para a execução das suas finalidades. Havia este pensamento.

O dr. William Soares de Brito registrava sempre esta  esperança. Acreditava o médico ilustre na recuperação total da Liga. Um pensamento firme. E veio, agora, a notícia de que houve mesmo a mudança total. Surgiu uma nova diretoria. Tudo para que a Liga retome a caminhada dos seus objetivos: prestar uma grande assistência. E afirmam os seus novos dirigentes: “dinamizar os serviços hospitalares da velha instituição”. Uma equipe de médicos novos e velhos abnegados num esforço só: continuar a obra grandiosa de Odilon Soares.

O primeiro passo está dado. Há uma nova diretoria. Cabe, agora, aos maranhenses prestigiar o grande esforço. Cabe, agora, aos representantes do povo na Câmara Federal e no Senado, ajudar, conseguindo auxílios para que a Liga cumpra com as suas finalidades. E bem dizem eles: “ajuda moral e material”. Nós estamos no primeiro grupo, e esta é a primeira colaboração.

Vamos ajudar a crescer mais a Liga Maranhense contra a Tuberculose. Vamos oferecer a melhor colaboração.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”,  27 de outubro de 1966 (quinta-feira).

Neste domingo, respondemos...

Onde está o “erro”?

1º) “Não deixe ele perder a prova”.

Nossa leitora tem certa razão. Embora seja uma característica da língua coloquial do português no Brasil, o uso do pronome pessoal do caso reto (ele), na função de complemento verbal (objeto direto), ainda é inaceitável na língua padrão.

Em nossos concursos, em geral se exige a forma clássica: “Não o deixe perder a prova”. Devemos usar os pronomes pessoais do caso oblíquo (me, te, se, o, a, nos…) com verbos causativos (mandar, deixar, fazer) + infinitivos.

O popular e usualíssimo “Deixa eu tentar” deve ser substituído, na língua padrão, por “Deixe-me tentar”.

2º) “Foi um furto com violência”.

Nosso leitor tem razão. A frase é incoerente. Perante a lei, “furto” e “roubo” não são sinônimos.
Se houve violência, não foi “furto”, e sim “roubo”. Segundo o dicionário Houaiss, “furto” é “ato de subtração de coisa móvel pertencente a outra pessoa” e roubo é “crime que consiste em subtrair coisa móvel pertencente a outrem por meio de violência ou grave ameaça”.

Assim sendo, o cleptomaníaco tem “mania de furtar”, e não de “roubar”. E um imóvel (casa, apartamento) não pode ser roubado ou furtado. Quando uma casa é assaltada, objetos podem ser furtados (casa vazia = se os moradores estiverem viajando, por exemplo) ou roubados (se os moradores forem ameaçados pelos ladrões).

Latrocínio é roubo seguido de morte.
No caso de automóveis, é importante saber a diferença entre o seguro só contra roubo e o contra roubo e furto, que é sempre mais caro.

3º) “Renunciar uma coisa tão importante”.

Nosso leitor não tem razão. O verbo RENUNCIAR, no sentido de “não querer, recusar, rejeitar; desistir da posse, abdicar; deixar de crer, renegar” pode ser transitivo direto ou indireto: “Renunciou os prazeres da mesa” e “Renunciou a uma herança”; “Renunciou o trono” e “Renunciou ao poder”; “Renunciou a fé” e “Renunciou a suas velhas convicções”.


Assim sendo, “Renunciar uma coisa tão importante” está tão correto quanto a “Renunciar a uma coisa tão importante”.

4º) “Eu amo minha família. Eles são maravilhosos!”

Nada errado. Temos aqui uma típica silepse de número. É também conhecida por concordância ideológica: o pronome “eles” substitui a ideia de família (= familiares). Segundo a concordância lógica, deveríamos usar o pronome “ela” para substituir “família”: “Eu amo minha família. Ela é maravilhosa!”.

É o mesmo caso de “A polícia entrou na casa. Ela começou a procurar…” Também seria correto: “Eles (os policiais) começaram a procurar…”.

5º) “Nem os alunos não são tão bem-treinados”.

Nosso leitor tem razão. A construção da frase está estranha, pois o uso do advérbio de negação (não) é dispensável. Bastaria dizer “Nem os alunos são tão bem-treinados”. A frase ficaria bem mais clara.

6º) “Surgem anjos proclamando paz na Terra e a Deus louvor”.

O leitor não compreendeu direito a frase por uma razão muito simples: os anjos proclamam a paz na Terra e louvam a Deus (eles não proclamam louvor a Deus).

A frase está incoerente. Ela está sintaticamente mal construída: a paz na Terra e o louvor a Deus seriam dois complementos do verbo PROCLAMAR. Isso não faz sentido.

São duas orações independentes (coordenadas sindéticas aditivas): “Surgem anjos que proclamam a paz na Terra e que louvam a Deus” ou “Surgem anjos proclamando a paz na Terra e louvando a Deus”.

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1) “Eram muitas __________ e __________”.

2) “Eça de Queiroz é o autor de __________”.

3) “No século XIX, eram __________ e agora __________”.

(a) Marias e Joões / Os Maias / os Andradas e os Silvas;
(b) Maria e João / Os Maia / os Andrada e os Silva;
(c) Marias e Joãos / Os Maias / os Andrada e os Silva;
(d) Marias e Joões / Os Maia / os Andradas e os Silva;
(e) Marias e Joãos/ Os Maias / os Andrada e os Silvas.

Resposta do teste: letra (a).

A princípio, antropônimos (= nomes próprios de pessoas = prenomes e sobrenomes) fazem plural de acordo com as nossas regras básicas: Marias, Joões, Maias, Andradas, Silvas…

Monitor de volume, Loudness Monitor

Quem nunca curtiu uma fossa ouvindo músicas sobre saudade? O tema é recorrente no repertório brasileiro. De acordo com dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), mais de 15 mil canções levam a palavra saudade no título. 

Tem para todos os gostos: entre as mais gravadas estão Chega de Saudade, dos ícones da Bossa Nova Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Ainda Ontem Chorei de Saudade, de Moacyr Franco mas que foi gravada por grandes nomes da música brasileira como João Mineiro e Marciano e, mais recentemente, pelos sertanejos Leonardo e Eduardo Costa. E tem o clássico Que Saudades da Amélia.

Mas, quem pensa que as composições sobre o tema são só as antigas, se engana: recentemente, a cantora sertaneja Yasmin Santos gravou o hit Saudade Nível Hard. A música começou a fazer sucesso em 2018. Também não é privilégio de quem gosta de uma sofrência: tem pagode, com o grupo Pixote, Saudade Arregaça. Veja,a então, o ranking do Ecad com as principais músicas sobre o tema.

Ranking de músicas mais gravadas com a palavra saudades no título:

Ranking das músicas mais tocadas* com a palavra saudades no título:  

* Tocadas nos principais segmentos de execução pública nos últimos cinco anos

(Fonte: Agência Brasil)

A primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital começa neste domingo (31). O exame será aplicado de forma piloto para um número reduzido de participantes, mas já poderá ser usado para concorrer a vagas no ensino superior. Ao todo, estão inscritos 93 mil estudantes em 104 cidades. Embora seja feito pelo computador, os candidatos deverão ir até os locais de prova e, assim como no Enem impresso, levar caneta esferográfica de cor preta.

Neste primeiro dia de aplicação, os participantes farão as provas de linguagens, ciências humanas e redação. No segundo dia, que será no dia 7 de fevereiro, os candidatos farão as questões de matemática e ciências da natureza. O número de questões objetivas (90 por dia), o tempo para fazer as provas e os horários de aplicação serão os mesmos do Enem impresso: cinco horas e meia no primeiro dia e cinco horas no segundo. Os portões abrem às 11h30 e fecham às 13h (horário de Brasília).

A diferença é que a prova será feita pelo computador. As questões objetivas serão todas marcadas na tela, e os participantes não precisarão preencher o cartão-resposta à mão. A redação, no entanto, será escrita à mão, por isso a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, é obrigatória. O tema e os textos motivadores estarão na tela. A correção também será feita da mesma forma que o Enem impresso.

No segundo dia de exame, a caneta também poderá ser usada. Os participantes receberão uma folha de rascunho para fazer os cálculos das provas de exatas à mão, caso desejem. 

O que levar

A lista do que pode ou não também é semelhante ao Enem impresso. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o Enem terá regras especiais de biossegurança. Este ano, além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, em material transparente, itens obrigatórios também nos exames anteriores, a máscara de proteção facial passa a integrar essa lista.

É recomendado que os participantes levem máscaras extras para trocar durante a prova. Haverá nos locais de prova álcool em gel para que os estudantes higienizam as mãos, mas é permitido que os participantes levem seu próprio produto caso desejem.

Os participantes podem levar também a própria água e/ou bebidas não alcoólicas e lanche. Além disso, caso necessitem comprovar que participaram do exame, os estudantes podem imprimir, na Página do Participante, a Declaração de Comparecimento para cada dia de prova, informando o CPF e a senha.

A declaração deve ser apresentada ao aplicador na porta da sala em cada um dos dias. Ela serve, por exemplo, para justificar a falta ao trabalho.

É importante lembrar que participantes que estiverem com sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa não devem comparecer ao exame. A medida é necessária para que o vírus não se espalhe e mais pessoas sejam contaminadas. Nesses casos, os candidatos poderão fazer a prova na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso, poderão fazer o pedido pela Página do Participante. A data para que isso seja feito ainda será divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).   

Vídeo explicativo

Os locais de prova estão disponíveis no cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. Também está disponível um vídeo que explica em detalhes como será o exame. Para garantir a segurança, os participantes receberão, no dia da prova, um código que precisarão digitar na tela antes de começar o exame e também quando finalizarem as provas.

Os computadores só terão acesso às provas. Os candidatos não terão acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. Na tela, quando a prova começar, aparecerão todas as questões. Será possível clicar em qual deseja acessar. O sistema também permite que o candidato escreva na tela com o mouse e que marque as questões para depois poder voltar nelas, por exemplo.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor de Tecnologia e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Camilo Mussi, reforça a importância de que os participantes vejam o vídeo com antecedência.

“É importante que todos vejam esse vídeo com calma, mais de uma vez, para que cheguem na prova com tranquilidade. O sistema é muito interativo e muito amigável, mas se tiver visto o vídeo antes, vai ser muito melhor”, diz.

Chegar cedo no Enem digital também pode fazer diferença. Antes de começar o exame, os participantes terão que ler várias instruções na tela. “O participante, chegando com antecedência, sentando no computador, terá a opção de ler as instruções da prova já. Não poderá acessar a prova, mas poderá, com calma, ler as instruções”, acrescenta Mussi. 

Enem 2020

O Inep vai divulgar os cadernos de provas do Enem digital logo após o fim das aplicações, no dia 31 e no dia 7 de fevereiro. Eles estarão disponíveis no site do Inep. Ao contrário do Enem impresso, já que a prova será no computador, os participantes não poderão levar os cadernos de prova. Os candidatos podem, no entanto, anotar as respostas na folha de rascunho. Os gabaritos oficiais serão divulgados até 10 de fevereiro.

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade dos inscritos. A aplicação piloto do Enem digital deverá ser o início de mudanças no exame nacional. A intenção é que o exame seja totalmente digital até 2026.

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na data de reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)

A segunda edição da Copa Interbairros de Futebol 7, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelas Drogarias Globo por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, será lançada oficialmente neste sábado (30). Seguindo todos os protocolos sanitários, a solenidade ocorrerá na sede da Federação Maranhense de Futebol (FMF), localizada no Palácio dos Esportes, no Centro, a partir das 10h.

Durante o lançamento, a organização da Copa Interbairros de Futebol 7 divulgará a fórmula de disputa deste ano e outros detalhes específicos da competição, marcada para começar no próximo dia 6 de fevereiro. Para esta temporada, foi ampliada a quantidade de equipes participantes: serão 24 no total, distribuídas em três categorias (Sub-9, Sub-11 e Sub-13).

Vale destacar que todas as equipes participantes receberão, neste sábado, kits esportivos com uniforme completo (camisa, calção e meião) e bolsas esportivas, que serão utilizados durante toda a competição, assim como ocorreu na edição anterior.

“Nossa expectativa é que seja um sucesso mais uma vez. As equipes participantes têm belos projetos sociais na Grande Ilha e estão se preparando para fazer bonito dentro de campo. Competições desta natureza são muito importantes para nossas crianças, que necessitam, cada vez mais, do esporte em suas vidas. Por isso, nosso agradecimento ao governo do Estado e às Drogarias Globo por acreditarem e apoiarem esta iniciativa”, afirmou o diretor-técnico da Copa Interbairros, Waldemir Rosa.

Após o lançamento, a organização do torneio promoverá o congresso técnico para definir o cronograma das disputas. Todos os jogos da Copa Interbairros de Futebol 7 ocorrerão no campo da A&D Eventos, no Bairro do Turu, e seguirão todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos.

Tudo sobre o torneio está disponível nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copainterbairrosfut7ma).

EQUIPES PARTICIPANTES

CATEGORIA SUB-9: Audaz, Aurora, Corinthians do Bequimão, Futuro do São Francisco, GPV, Juventude Maranhense, R13 e Instituto Craque na Escola

CATEGORIA SUB-11: Academia Futebol Arte, Alemanha, Estrelinha Bom de Bola, Grêmio Ribamarense, Craques da Veneza, Ponte Preta Ludovicense, Projeto Paredão e Seve.

CATEGORIA SUB-13: Boleirinhos, Jeito Moleque, CTM, P10, Palmeirão, RAF 07, Slacc e Túnel.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital, que começa a ser aplicado, no próximo domingo (31), marcará o início de uma mudança no sistema. Neste ano, ele será aplicado pela primeira vez de forma piloto para 93 mil estudantes. A intenção é que o Enem se torne totalmente digital até 2026. Segundo os professores entrevistados pela Agência Brasil, isso influenciará, também, o preparo para o exame. Os estudantes precisarão, por exemplo, ter mais familiaridade com o computador e com o sistema da prova.

De acordo com o diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, Ademar Celedônio, o uso de tecnologias nas salas de aula, que vem ocorrendo, poderá se intensificar ainda mais. “O Enem pode acelerar ainda mais, mas a gente tem dificuldades grandes. A gente sabe das desigualdades sociais que tem o Brasil”, diz. 

Fazer a prova no computador, para quem já está familiarizado com o equipamento, é mais fácil, explica o professor. No Brasil, 22% das escolas de ensino médio não têm laboratórios de informática, de acordo com os dados do Censo Escolar compilados pela plataforma QEdu. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o computador é usado por 50,7% dos brasileiros.

“Temos o desafio de, até 2026, mudar isso”, diz Caledônio, que elogia a iniciativa do Inep. A digitalização possibilitará mudanças no exame, que poderá, por exemplo, ser aplicado mais vezes por ano. Poderá também usar mais recursos como vídeos, GIFs, entre outros. “O Inep está trazendo uma vanguarda. Poucos países do mundo têm isso em um exame dessa escala”, afirma.

Para o professor de história do CEL Intercultural School, Rômulo Braga, o maior uso de tecnologias já é uma tendência, independentemente do Enem. “Depois de 2020, todo mundo está mais digital, ou pelo menos tentando estar. Ainda assim, temos um longo caminho até usarmos menos papel e livros físicos, se é que isso será interessante. De qualquer forma, a depender do formato das questões, não será o Enem digital que "puxará" a necessidade de novas experiências digitais”.

Preparo

O preparo para o Enem digital também é um pouco diferente do que para o Enem impresso e deve incluir aprender a manejar a plataforma. As questões objetivas serão respondidas no próprio computador. Então, os participantes não precisarão reservar um tempo para preencher o cartão-resposta. “Agora, é preciso ter outras habilidades, inclusive para mensurar o tempo”, diz Caledônio.

Os professores estão ambos inscritos no Enem digital. A dica de Caledônio para o preparo é que os estudantes assistam ao vídeo que o Inep disponibilizou com o cartão de confirmação de inscrição, na Página do Participante. O cartão contém, entre outras informações, o local de prova. Para os inscritos no Enem digital, há também um vídeo que explica como funciona o sistema. “Vai dar segurança para o candidato em relação a isso”.

Já Rômulo Braga sugere “o mesmo preparo que foi feito para o Enem impresso: muita calma e concentração. Junto a isso, tentar não cansar muito os olhos no dia anterior e na manhã da prova, já que serão algumas horas olhando para uma tela. E, caso haja tempo hábil, resolver as questões do Enem impresso, como forma de treinamento”.

O Inep disponibilizou, na quarta-feira (27), os cadernos de prova e os gabaritos oficiais do Enem impresso, aplicado nos últimos domingos, 17 e 24.

Enem digital 

O Enem 2020 tem uma versão impressa, que foi aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma versão digital, que será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas do Enem impresso, o que corresponde a menos da metade dos inscritos. Para o Enem digital, estão inscritos 93 mil participantes.

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus são as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Candidatos com sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa foram orientados a não comparecer ao exame. Eles devem notificar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pela Página no Participante e terão direito a fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. 

O exame, tanto o impresso quanto o digital, foi suspenso no Estado do Amazonas, e o impresso foi suspenso em Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais, em todo o país, contrárias à realização do exame.

(Fonte: Agência Brasil)