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Os acentos gráficos continuam nos dando dor de cabeça.

Dicas gramaticais

Afinal, COCO tem ou não acento circunflexo?

1. CÔCO ou COCO?
O certo é COCO.

REGRA:
Só acentuamos as palavras paroxítonas (= sílaba tônica na penúltima sílaba) terminadas em:

I(S): táxi, júri, cáqui, lápis, tênis...
EI(S): jóquei, vôlei, ágeis, fósseis, usaríeis...
US: vírus, ânus, bônus, Vênus...
Ã(S): ímã, órfã, órfãs...
ÃO(S): órfão, sótão, órgãos, bênçãos...
R: caráter, repórter, éter, mártir...
X: tórax, clímax, ônix, látex...
N: hífen, pólen, próton, nêutron...
L: túnel, têxtil, ágil, difícil...
UM(UNS): álbum, álbuns...
ONS: prótons, elétrons, íons...
PS: bíceps, tríceps, fórceps...

OBSERVAÇÃO 1:
Não se acentuam as paroxítonas terminadas em:
A(S): fora, seca, sala, balas...
E(S): este, esses, ele, eles...
O(s): COCO, bolos, palito...
EM(ENS): item, itens, ordem, nuvens, hifens, polens, abdomens...

OBSERVAÇÃO 2:
Não se acentuam os prefixos terminados em “i” ou “r”: hiper, inter, super, semi, mini, maxi...

OBSERVAÇÃO 3:
Há registro de XÉROX ou XEROX.

2. PÔDE ou PODE?
PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: “Ontem, ele
não pôde resolver o problema”.
PODE é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: “Agora, ele não pode sair”.

Acrescentando...
Nova ortografia: “Pôr” e “pôde” preservam acento
Já se disse que quase todos os acentos diferenciais foram suprimidos pelo Novo Acordo Ortográfico. É bom esclarecer, então, quais foram os que permaneceram – apenas dois, o do verbo “pôr” e o da forma “pôde” (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo).

O acento de “pôr” faz que a forma verbal se distinga da preposição “por”. Na letra da canção “Leve”, de Chico Buarque, temos a preposição “por”: “Não me leve a mal / Me leve apenas para andar por aí / Na lagoa, no cemitério / Na areia, no mormaço”. Do mesmo Chico, agora na letra de “Bye-bye, Brasil”, está o verbo “pôr”: “Eu vou dar um pulo em Manaus / Aqui tá quarenta e dois graus / O sol nunca mais vai se pôr / Eu tenho saudades da nossa canção / Saudades de roça e sertão / Bom mesmo é ter um caminhão”.

É importante lembrar que o substantivo composto “pôr do sol” continua grafado com acento, dado que o verbo “pôr” é um de seus elementos constitutivos. O mesmo ocorrerá com a forma “soto-pôr”, único derivado do verbo “pôr” em que o prefixo fica separado por hífen, motivo pelo qual o acento deve ser empregado. Nos demais, não ocorre acento gráfico: repor, propor, depor, compor, sobrepor etc.

Já a forma “pôde” mantém-se como único caso de acento diferencial de timbre (observe que, no presente do indicativo, dizemos “pode”, com /o/ aberto e, no pretérito perfeito do indicativo, pronunciamos “pôde”, com /o/ fechado). O motivo da manutenção do acento gráfico de “pôde”, entretanto, não é a preservação da sua pronúncia fechada. Essa grafia serve para marcar o tempo passado.

A utilidade desse acento fez que não fosse suprimido na reforma ortográfica de 1971 e que sobrevivesse também a de 2008. Assim: “Ele não pode fazer isso” (presente) é diferente de “Ele não pôde fazer isso” (passado).

Teste da semana
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo:
"Deficiências de verbas não __________ para desencorajar novas atividades __________”.
(a) são o suficiente / técnico-científicas;
(b) são suficiente / técnicas-científicas;
(c) é o suficiente / técnico-científicas;
(d) são suficientes / técnicas-científicas;
(e) é suficientes / técnicos-científicos.

Resposta do teste: Letra (a).
O sujeito (= deficiências de verbas) está no plural. Por isso, o verbo deve concordar no plural (= são). Quanto ao predicativo, há duas possibilidades: “são suficientes” ou “são o suficiente”. Quando o adjetivo é composto (técnico-científico), somente o segundo elemento se flexiona: “atividades técnico-científicas”.

Todos cometemos nossas loucuras. Quantos de nós conhecemos nossos loucos?

*

Um grupo de WhatsApp que reúne a chamada “Velha Guarda” caxiense tornou-se uma verdadeira “Arca de Noé” de nomes de pessoas, de fatos a elas relacionados, de coisas e loisas da vida de cada um ou da vida de cada um e seus conhecidos e da vida de cada um, de seus conhecidos e suas interações com a vida da cidade, da nossa Caxias.

Para mim, então, com olhar de caxiense apaixonado e de jornalista e pesquisador que tanto já descobriu e escreveu sobre pessoas, causas e “coisas” caxienses, aquele grupo (e outros também) é uma mina!...

No dia 15/4/2019, um dos membros da Velha Guarda, o Arnaldo, inicia um assunto que eu já havia debatido na página “Caxienses Mundo Afora”, no Facebook, em 15 de dezembro do ano passado: os loucos de nossa cidade.

Talvez dizer “louco” ou “doido” ou “maluco” já seja, a esta altura dos tempos, “politicamente incorreto”... Até porque, como alguns caxienses se apressaram em desfazer, diversas das figuras que foram citadas não seriam propriamente “loucas”; no máximo, apenas inveterados bebedores de cachaça. Ou "perturbados". Não teriam um parafuso a menos; no máximo, uma porca estaria desatarraxada – ou uma rosca desenroscada, uma junta desjuntada, um pino empenado, um rebite arrebitado...

A Ludce Machado, da direção da Associação da Velha Guarda Caxiense, ao ver tantos nomes de pessoas “incomuns”, gravou, com bom humor, áudio dizendo que ela teria nascido em Caxias, e não no Meduna.

Para quem não se lembra, o Sanatório Meduna foi um dos primeiros hospitais psiquiátricos particulares do Brasil. Funcionava em Teresina (PI), acolhia até 200 pacientes e fechou em maio de 2010, após quase 60 anos de existência – sua construção iniciou-se em 1943, mas a inauguração só ocorreu em 1954. (O nome “Meduna” é o sobrenome do psiquiatra Ladislau Meduna, nascido na Hungria e refugiado nos Estados Unidos, onde, na época da 1ª Guerra Mundial, se naturalizou).

Os registros escritos e em áudio do grupo da Velha Guarda Caxiense no WhatsApp sugerem mais de 40 pessoas “incomuns”, quatro dezenas de “loucos”. Antes de nominá-los, expliquemos o título deste texto (“Panteão dos Incomuns”):

– como se vê em definição no monumental “Dicionário Houaiss”, “panteão”, além de templo dos deuses, significa também o conjunto de figuras públicas, célebres em determinado lugar e que perduram na memória individual ou coletiva (e todos nós temos ou tivemos nossos “doidos” na infância e/ou adolescência, que ainda residem em nossas lembranças);

– “incomuns” são as pessoas que, por qualquer razão ou motivação, causa ou etiologia (psicológica, social etc.) desenvolvem ou adotam comportamentos que não são comuns em relação ao usual das demais pessoas ou conjuntos de pessoas de uma dada sociedade.

De qualquer modo, temos de lembrar que ser diferente é da natureza de todos e de cada um de nós.

Dos 41 nomes listados na conversa do dia 15/4/2019, pelo menos cerca de 15% receberam ressalvas de que não seriam propriamente “loucos”, entre eles: Carlos Bombeiro, Juca Pau de Lata, Maria Poquinho, Miguel Fala Fina (Miguel Arcanjo Rocha), Paulo Bigode no Cu (Paulo Augusto Queiroz Baima Pereira; estudamos juntos o ensino médio no Colégio São José e sempre o vi igual a todos os demais colegas de turma).

Da minha infância e adolescência, lembro-me de que conheci, razoavelmente, o Feijão, o Frota, a Maria Poquinho, o Miguel Fala Fina, o Pedro e o Zé Merda e tenho algumas recordações da Boi Te Come, do Juca Pau de Lata e do Sertão.

Não sou candidato a santo, mas a nenhum desses eu “entiquei”, provoquei, aborreci. Não os detratava e saía correndo. Ao contrário: por exemplo, com o Feijão (cujo nome era Antônio) eu e o Walburg Ribeiro Gonçalves Filho conversávamos, perguntávamos como estava a situação, arriscávamo-nos a dar alguma orientação e, às vezes, dávamos algum dinheiro. Quando a conversa incluía o Walburg (subgerente do Banco do Brasil, meados da década de 1970), ela se dava ali no Senadinho, “point” localizado ali na pracinha onde está o icônico prédio do BB em Caxias.

Eis, em ordem alfabética, do “A” da Arroz Não Deu ao “Z” do Zé Arigó / Zé Dadá / Zé Merda, a lista com o nome pelo qual era conhecido cada um desses personagens incomuns de Caxias:

– Arroz Não Deu, Bianô, Boi Te Come, Bola Sete (B7), Caburé, Cagão, Carlos Barbeiro, Catumbi/Catimbó, Django, Feijão (Antônio Feijão), Freguim, Frota, Gavião, Goiaba, Gobilão, Gogó da Ema, Jabota, João Doido, João Golinha, Juca Pau de Lata, Manga Rosa, Maria Fulô, Maria Poquinho, Maxixe, Mel Com Água, Miguel Fala Fina, Pachola, Paulo Bigode no Cu, Pedro, Porco-Espinho, Raimunda Grude, Rosa Doida, Sertão, Tá Na Hora, Tenente, Tomé, Velha Debaixo da Cama, Volnei Cabeça de FNM, Zé Arigó, Zé Dadá, Zé Merda.

*

Precisamos recuperar e (re)escrever a história dessas pessoas excepcionais (sem trocadilho). Fizeram/fazem parte da realidade e da história de Caxias e, como se lê, ainda hoje fazem parte do imaginário de nós caxienses.

De minha parte, lembro-me do Frota, com seus bregueços.

Conversava com o Antônio Feijão; sendo bem tratado, ele não machucava ninguém, mas, se o chamassem de “Ladrão da Romcy”, podia sair da frente e correr – era banda de tijolo e pedrada para todo lado. (A Romcy era a maior rede de lojas do Ceará. Começou a vender carnês de um tal "Plano Romcy da Sorte"... e aceitaram o Antônio Feijão como vendedor... O Feijão talvez gastasse o dinheiro e aí deve ter sido dispensado e passaram a apelidá-lo de “Ladrão da Romcy”. Era tiro e queda; ele passava da calma à fúria em milésimos de segundo).

Como morador, inicialmente, da Palmeirinha e da Galiana, conheci o Pedro, que desenhava bem, ali pelas bandas da Estação Ferroviária (hoje o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, de que sou membro e diretor). Pedro era calado, quieto, e quando ganhava um dinheirinho pelos desenhos que fazia no chão, ia ao mercado comprar comida. Com sua voz mansa, pedia: “Concita, cem de pegado com osso!”). Lembro-me de que, eu criança, pedia ao Pedro para desenhar o mapa do Continente Americano impresso nas antigas embalagens (“carteira”) dos cigarros “Continental”.

Conheci bem a Maria Poquinho (ou Poquinha ou Poquim). Minha mãe – uma dessas “almas boas” que Deus colocou na terra – cuidou do filho dela, o Antônio Poquim, que teria morrido de hanseníase. Na foto do velório dele, em 21 de dezembro de 1967, que aqui se vê, está presente minha mãe, Dona Carlinda (primeira à esquerda, mãozinha no queixo, pensativa). Também, a menininha Fátima, sua irmã Santa (com a mãe, Maria Poquinho, recostada ao ombro) e a menina Mariman – três filhas e a mãe, todas olhando o filho e irmão. Ainda na foto, meu tio Raimundo João Gama Soares (o J. Gama) e o amigo Cacá, morador daPalmeirinha, ambos no final da foto, à direita.

Quem tiver ressalvas, consertos, alterações, sugestões ou mais depoimentos e documentos sobre nossos “loucos”, aceitaria que me enviassem. Pretendo elaborar uma matéria jornalística sobre esses personagens transcendentais que, de algum modo, deixaram marcas eternas em nossas lembranças.

Uma cidade é também seus loucos e nossas loucuras...

Todas as guerras genocidas e os mais monstruosos crimes e os mais nazistas dos preconceitos foram ou são cometidos por “não loucos”, os humanos classificados como “normais”...

Quem disse que somos mais sãos que nossos “loucos”?

* EDMILSON SANCHES

Pais e mães estão com mais um desafio para encarar durante a pandemia do novo coronavírus no país: mesmo com a alta dos casos da doença, alguns Estados já começaram a afrouxar as medidas de restrição do isolamento social e iniciam a retomada das atividades econômicas.

É o caso do Estado de Santa Catarina, onde a liberação dos setores econômicos já vem ocorrendo desde abril: o último a ser retomado foi o transporte municipal e intermunicipal, mas está proibida a entrada de ônibus de outros Estados e países até o dia 2 de agosto.

Mas o setor de educação continua fechado, assim como em outras regiões do país. Em Santa Catarina, a previsão é que as aulas presenciais nas redes privada e pública, nas esferas municipal, estadual e federal, no que se refere à educação infantil, fundamental e ensino médio, continuam suspensas até o dia 2 de agosto.

Enquanto o Centro de Educação Infantil (CEI), onde a pequena Lis, de 1 ano de idade, frequentava, continua fechado. A mãe dela, a escrevente de cartório Gabriela Costa, conta com a ajuda de uma tia, que foi de São Paulo para Barra Velha, no interior catarinense, a fim de cuidar da sobrinha-neta.

“Tivemos que nos socorrer com uma tia minha, que é professora aposentada, de São Paulo, que está em casa desde março. Como sou natural de São Paulo e meu esposo de Florianópolis, e moramos em Barra Velha, então não temos nenhum parente próximo. Nós dois é que damos conta de tudo e, ainda, trabalhamos das 8h às 18h”, disse Gabriela .

No dia 18 de março, o cartório onde trabalho fechou durante sete dias. Depois, passou a trabalhar com atendimento “on-line” e, no início de abril, voltou a atender presencialmente com restrições. “Já o meu marido, que trabalha na área de telecomunicações (TI), não parou nenhum dia”, acrescentou.

A escrevente não sabe como será a situação com a filha se a creche não abrir em agosto. “Minha tia vai embora para São Paulo, no início de julho porque pegarei minhas férias. Depois disso, não sei como farei. Ainda estamos pensando. É uma situação de fato muito complicada, onde todos estão trabalhando e as escolas fechadas, é uma conta que não fecha”, lamenta Gabriela.

Risco na volta ao trabalho

O segurança Luciano Souza Santos, de São Paulo, disse que desde que entrou em isolamento social, em março, tem brincado muito com a filha Laura, de 3 anos. Ele sabe o nome de todas as bonecas, brinca de casinha, cuida da casa e das refeições, pois a esposa, Eliane Neres, não parou de trabalhar. Ela é empregada doméstica em uma residência próxima à casa em que moram na zona leste da cidade de São Paulo.

Mesmo sem data, Luciano já teme o retorno ao trabalho, um colégio da zona oeste paulistana. “Acho que vai ser difícil por causa do contágio. A gente que tem criança fica preocupado na parte da volta para casa. Vamos ver como será. Ainda não temos ideia de quando os alunos retornarão para o colégio”, disse.

Laura começaria na escola este ano, mas não deu tempo nem de fazer a matrícula. Assim, a rotina da família vai voltar ao que era antes da pandemia, a garota vai ter que ficar com a mãe no trabalho. A sorte, diz Eliane, é que o local onde trabalha é perto de sua residência e não precisa usar o transporte público. “Ainda bem que levo apenas 10 minutos para chegar ao trabalho. Vou trazê-la com um pouco de receio, mas, tomando o maior cuidado, com álcool gel e usando máscara”.

Em São Paulo, o retorno às aulas presenciais, ainda sem data marcada, será de forma gradual. Segundo o secretário-executivo da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, Haroldo Rocha, as aulas voltarão em fases, combinadas com as [cinco] fases do Plano São Paulo [plano do governo estadual de retomada das atividades econômicas]. “A ideia é que a gente volte com 20% [de presença] dos alunos no primeiro momento; no segundo momento, com 50% dos alunos; e, na fase final, com 100% dos alunos”, disse.

Redes de apoio virtuais

Enquanto as escolas de creches não abrem, mães e pais podem contar com as redes de apoio virtuais e rodas de conversas. Uma delas é a Health tech Theia, primeira plataforma digital do Brasil que oferece uma rede apoio inédita para as necessidades das famílias. Quem quiser conhecer pode testar a plataforma gratuitamente por uma semana. Para fazer parte da lista de espera: https://theia.com.br/convite

“É uma forma de contribuir em um momento em que muita gente se vê perdida novamente, já que as escolas permanecem de portas fechadas. Aqui, eles podem contar com ajuda na organização de rotina, educação dos filhos (como fazer combinados, como lidar com ensino a distância, como fazer filhos respeitarem horário de trabalho, sugestões de atividades etc.), saúde mental e física, entre outros cuidados, e não precisam passar sozinhos por essa jornada”, diz a cofundadora da Theia, Flávia Deutsch Gotfryd, que é mãe de dois meninos.

A plataforma conecta pais e mães a uma rede de profissionais especializados de maneira intuitiva e digital. Contam com pediatra, psicólogo, pedagogo, ginecologista, nutricionista, “coaching” em carreira, especialista em aleitamento materno e terapeuta do sono, bem como educação parental por vídeo e “chat”, e usam resultados reais para aprender e simplificar a jornada desses pais.

A rede de apoio virtual funciona 24 horas por dia, de segunda à sábado, e o atendimento é feito por “chat” e videoconferência. A “startup” garante o sigilo das informações.

A atendente de clínica Manoela Bento, mãe do Airton Davi, de pouco mais de 1 ano de idade, e Arthur Levi, de 2 meses, tem usado a plataforma. “Meu segundo filho nasceu durante a pandemia da covid-19, e a Theia tem sido minha parceira. Primeiro na volta da licença-maternidade e, agora, durante o puerpério e dia a dia dessa mamãe de dois nesses, tempos tão sombrios. Juntos, passaremos por tudo isso”.

Rodas de conversas

A volta à rotina de trabalho pode ser cercada de medo, como relatou o segurança Luciano. Porém, saber que não é o único a lidar com estes sentimentos pode ajudar. Os cuidados devem ir além do uso de máscaras e álcool gel, o apoio emocional também é importante, e isso pode ser vivido numa roda de conversa.

De forma gratuita, a ONG Somos Mães, promove, mensalmente, rodas de conversas para acolher pessoas interessadas em exercitar este sentimento que a nova situação requer.

“Todo mês, temos, pelo menos, quatro rodas abertas, sem custo algum para o participante. As rodas são um espaço de segurança emocional e temos sido assertivas, facilitando a passagem por esse momento que vivemos a quem se propõe a estar conosco. Tem sido muito especial, quem vem uma vez sempre volta”, disse uma das facilitadoras das rodas, Anne Bertoli.

A agenda social é divulgada na rede social das Somos Mães [@somosmaesevoce @somosmaesnasempresas @dolacoaoabraco] e, para se inscrever, basta enviar uma mensagem de solicitação “inbox”. As rodas de conversa são “on-line”, com duração de uma hora e meia e são divididas em grupos de, aproximadamente, 20 pessoas. A próxima ocorre no dia 25 de junho, às 21h, com o tema “Roda de Empatia”. O encontro será pelo aplicativo Zoom da Somos Mães, e o convite pode ser solicitado pelo WhatsApp (11) 98954-3025.

(Fonte: Agência Brasil)

O “Diário Oficial da União”, em edição extra publicada neste sábado (20), traz o decreto de exoneração a pedido do ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub. Na última quinta-feira (18), em vídeo publicado nas redes sociais, Weintraub anunciou sua saída do MEC, que estava sob seu comando desde abril de 2019.

Na postagem, ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro, ele afirmou que foi convidado pelo chefe do Executivo a assumir um cargo de diretor no Banco Mundial, que tem sede em Washington, nos Estados Unidos.

No início da manhã de hoje, Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro, disse pelo Twitter que Abraham já está nos EUA. A informação foi confirmada à Agência Brasil pela assessoria do Ministério da Educação.

O ex-chefe da Educação vinha dizendo que ele e sua família estavam sofrendo ameaças e ontem (19), pelo Twitter, disse que pretendia deixar o país o mais rápido possível. O nome de quem assumirá a pasta da Educação ainda não foi divulgado.

(Fonte: Agência Brasil)

O WhatsApp anunciou que passará a permitir transações financeiras entre os usuários, utilizando a plataforma de finança digital da empresa controladora do “app”, o serviço Facebook Pay. O serviço, com grande potencial de se tornar popular em um país com mais de 130 milhões de usuários do “app”, traz impactos e cuidados, segundo especialistas e pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil.

Na avaliação da especialista em direitos digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Juliana Oms, o novo serviço pode facilitar atividades como compras “on-line”, pagamentos e transferência de recursos para muitas pessoas. Mas a novidade também pode provocar prejuízos aos consumidores.

“O Facebook, embora seja uma rede social, tem seu negócio centrado na publicidade. Lucra a partir da exploração dos dados de seus usuários, que são utilizados para permitir envio de publicidades direcionadas aos consumidores. Esta nova funcionalidade permite ao Facebook adentrar em um novo meio de informações, ou seja, saber com quem você realiza transações financeiras, o que você compra, com qual frequência etc. Tudo isso pode ser integrado às demais informações que o Facebook possui sobre cada consumidor”, analisa a especialista do Idec.

"Isso é preocupante", continua Juliana Oms, "se considerado que o Facebook tem um histórico de uso abusivo e vazamento de dados dos usuários. Por isso é importante tomar cuidado quanto à segurança das informações. O controle de uma grande base de dados reforça também, completa a representante do Idec, o domínio de mercado da empresa, dificultando a entrada de novos competidores".

Mercado

O professor de sociologia econômica da Universidade Federal do Ceará e autor de livros sobre finanças digitalizadas, Edemilson Paraná, prevê um impacto no mercado de carteiras digitais brasileiro, que já conta com serviços semelhantes de grandes empresas de tecnologia, como o Samsung Pay, Apple Pay e Google Pay.

“Certamente, devido a sua dimensão, escala e capilaridade, há um potencial para causar um enorme impacto nesse mercado, reconfigurando-o por completo. A enorme base de usuários previamente cadastrados e utilizando ativamente a plataforma dá, sem dúvida alguma, uma posição privilegiada e desigual ao Facebook na concorrência com outros serviços de pagamento digital”, disse.

A capacidade de integração dos serviços informacionais e, agora, financeiros do Facebook e de suas aplicações, acrescenta Paraná, abre novas possibilidades à empresa “para a customização na divulgação e venda de produtos, tornando esse um espaço em que estar de fora – tanto para consumidores, mas sobretudo para as empresas – será, cada vez mais, difícil e custoso”.

Segurança

Em termos de segurança, o WhatsApp tem se tornado foco de golpes que clonam o “app” do usuário para pedir dinheiro a amigos. Com a possibilidade de fazer transações, esse tipo de procedimento abre espaço para acesso indevido aos recursos movimentados pela pessoa pelo aplicativo. Por isso, cuidados com a segurança de seus “smartphones” e programas são fundamentais, como a Agência Brasil mostrou na reportagem “Covid-19: uso maior da ‘internet’ requer mais cuidado com segurança”, publicado em 27 de março deste ano.

(Fonte: Agência Brasil)

A consulta sobre a nova data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 poderá ser feita a partir deste sábado (20), na página do participante. Para participar, é preciso acessar a página, com CPF e senha utilizados no cadastro do portal único do governo federal, o gov.br, e indicar o período em que prefere fazer as provas.

São três opções disponíveis: Enem impresso – 6 e 13 de dezembro de 2020/Enem Digital – 10 e 17 de janeiro de 2021, Enem impresso – 10 e 17 de janeiro de 2021/Enem Digital – 24 e 31 de janeiro de 2021 e Enem impresso – 2 e 9 de maio de 2021/Enem Digital – 16 e 23 de maio de 2021.

A edição 2020 do Enem recebeu 6,1 milhões de inscrições e 5,7 milhões já estão confirmadas. As próximas etapas do Enem incluem a divulgação do resultado do recurso relacionado à solicitação de tratamento pelo nome social e a divulgação do resultado do recurso relacionado à solicitação de atendimento especializado do Enem impresso, ambas previstas para o dia 25.

Sisu, Prouni e Fies

Além do Enem, o Ministério da Educação (MEC) alterou a data das inscrições aos principais programas de acesso à universidade para atender a uma solicitação das instituições de ensino superior públicas e privadas.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre, que deveriam ter sido feitas entre os dias 16 e 19 deste mês, agora estão previstas para o período de 7 a 10 de julho. O prazo para inscrições no Programa Universidade Para Todos (Prouni), que seria de 23 a 26 de junho, agora será aberto no dia 14 de julho. E o Financiamento Estudantil (Fies), que teria inscrições efetuadas de 30 de junho a 3 de julho, passou para 21 a 24 de julho.

A mudança ocorre devido à suspensão de algumas atividades acadêmicas e administrativas nas universidades por causa da pandemia de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

(Fonte: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro nomeou o ator Mario Luís Frias para o cargo de secretário especial de Cultura. A nomeação foi publicada nessa sexta-feira (19), no “Diário Oficial da União”.

Também nessa sexta-feira, Pedro José Vilar Godoy Horta foi nomeado secretário-adjunto da Secretaria Especial de Cultura pelo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto. A nomeação também foi publicada no “Diário Oficial da União” de ontem.

A Secretaria Especial de Cultura é vinculada ao Ministério do Turismo. A última titular da pasta foi a atriz Regina Duarte, que anunciou que deixaria o cargo no dia 20 de maio.

A exoneração de Regina Duarte foi publicada no dia 10 de junho

(Fonte: Agência Brasil)

Toda cidade tem seu encanto, e muito desse encanto deve-se a personagens – não necessariamente personalidades – singulares. São pessoas com alguns graus de liberdade a mais, de despojamento a mais e, alguns diriam, de loucura a mais. Na minha cidade natal, Caxias (MA), eu ainda criança e adolescente, convivi com pessoas assim: o Pedro, bom desenhista, que, à maneira de certo jesuíta, escrevia e, sobretudo, desenhava em areias. O Feijão... O Frota... A Maria Pouquinha... A “Boi Te Come”...

Em Imperatriz, conheci alguns desses seres especiais: o Leó, o Elias do Boi...

Na tarde-noite de 24 de janeiro de 2018, soube que Imperatriz ficou sem uma dessas luzes ambulantes. Elias do Boi, aos 65 anos, havia morrido.

Como quase sempre eu ando pelas ruas de Imperatriz a pé, às vezes encontrava o Elias. Ele se aproximava de mim: “– O Chancho! O Chancho!”, era como ele falava, lindamente, meu sobrenome.

Quando ele sabia que eu era candidato a mandato político, me pedia os cartõezinhos (minha “marca registrada” em campanhas e, também, geralmente meu único material gráfico de divulgação). Eu perguntava a ele sobre a saúde, se alguém não o estava deixando em paz etc. etc.

Elias do Boi era cativante, na simplicidade, na verdadeira tradição que, do seu jeito, criou na cidade, tocando seu pandeirinho, cantando o seu cantar, às vezes acompanhado de crianças.

Se há dois anos Elias do Boi saiu da vida para a imortalidade, bem antes ele já estava imortalizado em canções de outros artistas, músicos, que, sensíveis como só o são os artistas, foram tocados pela singeleza eliana. É o caso do cantor e compositor Erasmo Dibell, que fez a canção “Minha Cidade”, cantada pelo Carlinhos Veloz (a quem homenageei na Câmara Municipal em 2012), e o também cantor e compositor José Bonifácio Cézar Ribeiro, o Zeca Tocantins, que (en)cantou o Elias na sua música “Boi de Brinquedo”, interpretada pelo inesquecível Neném Bragança (falecido em 2015). Cronistas da cidade também creditaram o nome de Elias do Boi em seus textos.

Portanto, seja contando um dedo de prosa, seja cantando a letra de uma canção, Elias do Boi era uma personagem inspiradora... para quem sabe o que é isso.

Quem era

Elias do Boi era o artista. O civil chamava-se Elias Araújo da Silva, nascido em São João dos Patos (MA), em 14 de novembro de 1952, filho de Dª Albina Barros de Araújo e do Sr. Victal Mariano da Silva. Veio criança para Imperatriz, em 1954.

Após a morte dos pais, a irmã, Maria do Carmo (chamada Neném), abrigou Elias na residência dela, de onde ele saiu porque não quis acompanhar a irmã, que estava de mudança para o município de Davinópolis, à época Vila Davi, um ex-bairro distante do centro de Imperatriz.

Segundo colheu o jornalista Jaldene Nunes, que fez alentada reportagem sobre Elias do Boi, o artista não queria sair da região central da cidade, pois delimitara a região do calçadão de Imperatriz como uma espécie de área de atuação, o seu “lugar de fala”, canto, brincadeiras e dança, área onde até realizava serviços de coleta de resíduos das muitas lojas daquele setor comercial. Desse modo, Elias do Boi contou com o acolhimento de pessoas amigas, em cujas residências foi morando.

Elias chegou a ser “fichado” na Prefeitura de Imperatriz, como servidor da Secretaria da Educação.

Um artista nasce

Elias aprendeu a brincadeira do boi com um tio, Raimundinho, que morava em Pedreiras (MA). Mas brincar o boi mesmo, como observa Jaldene Nunes, isso aconteceu somente em Imperatriz.

Elias ajudou na campanha eleitoral de Renato Cortez Moreira, que, em primeiro mandato, governou Imperatriz de 1970 a 1973. Em retribuição, sabendo de seu gosto pelo folclore junino, Elias recebeu do então prefeito um boi, aquele simulacro do animal, sob cuja armação dança uma pessoa. O do Elias fora feito em Belém (PA).

Depois, Elias foi brincando e fazendo brincar. Há registros fotográficos de muita gente adulta hoje que participou dos bois de Elias na época de menino e adolescente.

Com o correr dos anos, pelo menos outros dois bois, após o primeiro, foram doados por políticos da região. Isso fazia a alegria de Elias e a permanência da brincadeira.

As décadas se passaram. Elias foi se sentindo só. Uma solidão compartilhada com um pandeirinho... um boizinho... A riqueza folclórica que ele defendia não combinava com a pobreza franciscana a que era submetido pelo modo de ser e agir de pessoas, órgãos e instituições, públicos ou privados, da cidade onde viveu praticamente toda a sua vida.

*

Elias do Boi, não há dúvida, foi para o céu. Se, desde há dois anos, a gente à noite enxergar mais estrelas brilhando lá no alto, estejamos certos: são estrelas do manto cintilante do boi do Elias. Boi que brinca. Boi que vai e volta e voleia.

São Pedro e São João, dois anos atrás, estavam à entrada do portão celeste, e anunciaram:

“– Chegou o Elias do Boi!”

Agora, sim, tem festa no céu.

*

Descanse – e brinque – em paz, Elias.

* EDMILSON SANCHE

Fotos: Elias com pandeiro e, no calçadão de Imperatriz, dançando (foto de Carlos Brandão) e, em foto de Fernando Cunha, sentado: alegria, inspiração, solidão.

Mestrandos ou doutorandos que estudam desigualdade racial na educação básica brasileira têm até 15h de sábado (20) para se inscrever no projeto de estímulo à pesquisa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (Ceert).

Serão escolhidos 15 projetos de pesquisa e nove artigos científicos. Cada projeto selecionado receberá R$ 150 mil. A quantia deve ser usada para colocar a proposta em prática, o que deve ser feito em 18 meses. Além disso, o coordenador da pesquisa receberá, mensalmente, uma bolsa de R$ 3 mil.

Os projetos serão distribuídos nas áreas de educação Infantil, ensino fundamental e médio. As pesquisas devem começar a ser desenvolvidas em outubro.

Os artigos científicos serão selecionados em três diferentes categorias: dois de autores já graduados, que receberão, cada um, R$ 3 mil; dois produzidos por pesquisadores que já concluíram o Mestrado e que receberão, cada um, R$ 5 mil; e dois escritos por doutores, que receberão R$ 8 mil cada um. Cada categoria premiará um terceiro artigo, que receberá menção honrosa.

Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb/Inep) de 2017 mostram que a proporção de estudantes negros no 5º ano com aprendizagem adequada em matemática era de 29,9%, enquanto esse percentual, em se tratando de estudantes brancos, era duas vezes maior.

No ensino médio, a proporção (16%) de estudantes brancos com aprendizado adequado em matemática chega a ser quatro vezes superior a dos negros (4,1%). O Ceert também cita dados de um estudo de 2018, do Inep, que apontam que o risco de repetência é maior entre estudantes negros.

O prêmio é iniciativa do Itaú Social em parceria com Instituto Unibanco, Fundação Tide Setubal e Fundo das Nações Unidas para a Infância.

(Fonte: Agência Brasil)

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Menos de 40% das redes de ensino municipais qualificaram ou estão dando formação aos seus professores para lecionar durante a pandemia de covid-19, com recursos de educação a distância – 61% das redes informam que não ofereceram qualquer treinamento.

Apesar da falta de capacitação, 82% das redes municipais ouvidas têm alguma estratégia para aula ou oferta de conteúdos pedagógicos a distância durante a pandemia. No caso das redes estaduais, todas estão mantendo atividades não presenciais. A Base Nacional Comum Curricular é a principal referência (93%) para a elaboração dessas atividades.

Os dados constam da pesquisa “A educação não pode esperar”, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), uma associação civil criada pelos tribunais de Conta do Brasil. O IRB funciona há 46 anos e se apresenta como “braço acadêmico” dos tribunais no desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de controle externo. Na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, os tribunais de Conta são vinculados às casas legislativas.

O trabalho foi feito para o IRB a partir de levantamento de informações em 249 redes de ensino de todas as regiões do país. Dessas, 232 são municipais e 17 são estaduais. Entre as redes municipais, a amostra envolve capitais e cidades sorteadas. As informações apuradas dizem respeito à educação infantil, ao ensino fundamental e médio.

A pesquisa identificou que é recorrente o “uso do WhatsApp para comunicação entre Secretaria de Educação, escolas, professores, alunos e responsáveis e, também, para envio de conteúdos curtos”.

Para os alunos que têm acesso à “internet”, as secretarias disponibilizam conteúdos em páginas “on-line” próprias e em redes sociais. Também se identificou a utilização de plataformas, como Google Classroom, para videoaulas em tempo real.

No caso dos alunos que não têm acesso à rede mundial de computadores, as secretarias de Educação informaram que fazem a entrega de conteúdos impressos na própria escola ou até nas residências dos estudantes.

Acima de 80% das redes municipais e estaduais ouvidas pela pesquisa mantêm a distribuição de alimentos às famílias dos estudantes, como prevê a Lei nº 13.987, de 7 de abril de 2020, que autorizou, em caráter excepcional, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) aos pais ou responsáveis pelos estudantes das escolas públicas.

Ampla maioria (em torno de 80%) das redes municipais pesquisadas estão planejando a volta às aulas presenciais, elaboram estratégias contra o abandono escolar e preparam avaliações para o retorno às aulas.

No caso das redes estaduais, 15 (das 17 pesquisadas) disseram que estão preparando-se para a volta às aulas. Todas informaram que têm estratégias para evitar o abandono escolar e que farão avaliação para verificar o nível dos estudantes e suas principais dificuldades.

(Fonte: Agência Brasil)