O Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), uma organização da sociedade civil, lançou nessa sexta-feira (28), o portal Cerrado Vivo, que reúne informações sobre o segundo maior bioma do país, atrás apenas da Amazônia, e um dos que seguem mais ameaçados no planeta.
Conhecido também como a savana brasileira, ou floresta invertida, por causa das raízes profundas, o cerrado é composto principalmente por árvores baixas, arbustos espaçados e gramíneas e está presente em Minas Gerais, em Mato Grosso, na Bahia, em Mato Grosso do Sul, no Tocantins, em Goiás, no Distrito Federal, no Maranhão e no Piauí. Abrange 204 milhões de hectares (cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados), quase um quarto de toda a extensão territorial do Brasil.
Sua flora possui mais de 12,3 mil espécies de plantas, sendo 4,4 mil endêmicas, ou seja, exclusivas dessa região. É o caso do pequi, pau-terra, barbatimão, capim dourado, arnica do cerrado e da canela-de-ema. Já a fauna abriga cerca de 30% de toda a diversidade brasileira. São mais de 850 espécies de aves, 251 de mamíferos, 800 de peixes, 820 de abelhas, mais de 1.000 espécies de borboletas, 300 de formigas, 10 de mariposas, 158 espécies de serpentes e 209 de anfíbios. Além da biodiversidade, o cerrado abriga diversos povos e comunidades tradicionais, que incluem quilombolas, indígenas, agricultores familiares, com uma rica tradição de convivência sustentável com a natureza.
A ideia da plataforma Cerrado Vivo, de acordo com o ISPN, é ser uma fonte de apresentação do bioma para as pessoas que ainda não conhecem suas riquezas e tem uma versão em inglês para o público estrangeiro. O acervo de fotos é o grande diferencial. O portal conta também com infográficos, elaborados para explicar características botânicas, a fauna, as comunidades tradicionais, estoque de carbono e as principais ameaças, principalmente a conversão da mata original em pastagens e áreas agrícolas para sustentar a pecuária e a monocultura.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), até a década de 1970, o solo do cerrado era considerado improdutivo, mas, com a evolução da tecnologia a região tornou-se responsável por cerca de 47,5% da produção de grãos no Brasil e mais de 70% da produção de carne bovina. Atividades de mineração e carvoarias também contribuem para a destruição da mata nativa, com sérios impactos ambientais.
(Fonte: Agência Brasil)