Os alunos que gostam de ciências e da área espacial têm um calendário importante em vista: termina, neste sábado (15), o prazo para as inscrições na 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) para as escolas que vão participar da competição pela primeira vez.
Para as instituições que já participam, o prazo para inscrições de alunos vai até a próxima quinta-feira (20).
As provas são aplicadas em todo o país para alunos do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e são divididas em duas partes com questões sobre astronomia e astronáutica.
Pódio astronômico
Quem participou e ganhou medalha na OBA chama a atenção para a importância desta inciativa no futuro acadêmico e nas escolhas profissionais.
É o caso da estudante de astronomia da Universidade de São Paulo Laís Borbolato, que tem 20 anos. Ela conta que conheceu a olimpíada no ensino fundamental, mas a escola não tinha se inscrito na seleção, e só no ensino médio, em outra escola, pôde participar e recuperar os anos fora da competição.
Resultado: duas vezes subiu ao topo do pódio para receber medalha de ouro. A paixão pela astronomia, área com a qual ela já flertava desde a infância, virou a carreira escolhida.
“A OBA me ajudou a decidir minha carreira. Estava entre engenharia e astronomia e, com todo o contato com profissionais da área e a matéria de astronomia em si, decidi que era o que eu queria para minha vida, que eu queria pesquisar, aprender mais. Foi aí que eu tive a certeza, e a olimpíada me ajudou muito a não desistir”, conta.
Laís pesquisa o formato e a estrutura da Via Láctea, além de fazer parte de iniciativas para inclusão de mulheres na carreira e na divulgação da astronomia.
“Hoje, eu faço pesquisas sobre o formato da nossa galáxia e, para o futuro, quero continuar contribuindo para a ciência e desenvolver as áreas da astronomia. Eu quero me tornar referência para outras pessoas, que elas possam se inspirar em mim”, declara.
Quando o assunto é pódio, Giovanna Girotto, estudante de engenharia mecânica na Universidade de São Paulo (USP), sabe muito. A aluna, de 18 anos, participou quatro vezes da OBA e acumula três medalhas de ouro e uma de prata no currículo. Daí, veio a oportunidade de representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, na Hungria, quando ganhou mais uma medalha, de bronze, em 2019.
E foi durante as provas da competição que ela percebeu seu interesse pela ciência. “A partir do momento em que eu decidi tentar fazer a prova, eu comecei a estudar mais astronomia e fui percebendo que eu gostava muito daquilo. Sempre digo que em astronomia, quanto mais estuda, menos você sabe”, diz.
Como Laís, Giovana destaca que a OBA ajudou a guiar a escolha e a perceber sua afinidade com exatas. Cursando engenharia, ela está de olho na área aeroespacial.
“Fazendo engenharia mecânica, eu consigo atuar em várias áreas aeroespaciais. Então, futuramente, eu espero continuar estudando astronomia. Estou hoje em uma equipe que estuda nanossatélites e quem sabe trabalhar com este setor no futuro”, diz.
Rumo ao espaço
Para o estudante de engenharia da computação da Universidade de Brasília, ex-participante da OBA e hoje coordenador de olimpíadas científicas em uma escola particular no Distrito Federal, Pablo Arruda diz que oportunidades como estas “potencializam a chance de o jovem enxergar o futuro na área científica”.
Ele destaca que, neste período de pandemia, percebeu uma dispersão dos estudantes com a exigência da comunicação virtual, mas, segundo ele, neste momento, há um movimento crescente de interessados.
E, apesar das alterações em decorrência da pandemia, como mudanças nas datas e até na logística das provas, uma nova modalidade, segundo ele, pode ganhar força na Mostra Brasileira de Foguetes 2021 (MOBFOG 2021), que, também, está com inscrições abertas, até o dia 20.
“Teve um atraso em relação à execução e à entrega de medalhas, mas foi o prazo para adaptação. E ocorreu muito bem. Tanto que conseguiram implantar métodos virtuais das olimpíadas. A MOBFOG 2021 criou o lançamento virtual de foguetes, ideia muito boa”.
Além dos lançamentos de foguetes reais, quando é aferida a distância entre o ponto de partida e chegada do foguete por um adulto, a MOBFOG 2021 promove o lançamento de foguete virtual, quando é registrado o apogeu do artefato.
Mais uma novidade virtual é o Planetário Digital Itinerante, que, segundo a organização da OBA, coloca à disposição de professores e alunos as sessões realizadas pelo computador.
Este ano, as provas on-line ou presenciais nas escolas ocorrerão nos dias 27 e 28 de maio. Para mais informações, basta acessar o site da OBA.
(Fonte: Agência Brasil)