As inscrições para a primeira edição do prêmio Capes Futuras Cientistas estão abertas a partir desta quarta-feira (10) e continuam até 16 de agosto. Desde 2012, a iniciativa pretende identificar, dar visibilidade e valorizar alunas e educadoras de escolas públicas estaduais com o objetivo de incentivar o aumento da participação feminina nos espaços de desenvolvimento das áreas de ciências exatas, e contribuir para a equidade de gênero no mercado profissional.
As candidatas estudantes, professoras e tutoras devem ser ex-participantes aprovadas no módulo Imersão Científica 2023 do Programa Futuras Cientistas, realizado pelo Cetene. As alunas devem, ainda, ter sido devidamente aprovadas para ingressar na graduação de uma universidade pública.
O resultado das vencedoras será publicado pela Capes em outubro, no Diário Oficial da União. A entrega do prêmio ocorrerá em novembro.
Futuras cientistas
O prêmio Capes Futuras Cientistas será concedido a 69 mulheres, sendo 27 estudantes, uma por unidade da federação.
No ato da inscrição, devem ser apresentados documentos de identificação e CPF, declaração de matrícula da universidade pública. As candidatas selecionadas menores de 18 anos deverão ter autorização dos pais ou do representante legal para participar da competição.
Também serão premiadas 27 professoras, uma por Estado, mais o Distrito Federal, além de 15 tutoras, sendo três de cada uma das cinco regiões do país, com projetos aprovados no programa.
As alunas vencedoras receberão certificado e medalha. Para as professoras e tutoras, a premiação consistirá no apoio financeiro, com valor máximo de R$ 6 mil, para a participação em congresso nacional relacionado à área de seu projeto de trabalho.
A premiação é coordenada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (9), novas mudanças na reforma do ensino médio. A proposta já tinha sido analisada pelo Senado e, agora, será enviada à sanção presidencial.
O substitutivo do deputado Mendonça Filho (União-PE) mantém o aumento da carga horária da formação geral básica previsto no projeto original, de 1,8 mil para 2,4 mil horas nos três anos do ensino médio para alunos que não optarem pelo ensino técnico. A carga horária total do ensino médio continua a ser de 3 mil horas nos três anos.
Para completar a carga total nos três anos, os alunos terão de escolher uma área para aprofundar os estudos com as demais 600 horas. A escolha poderá ser entre um dos seguintes itinerários formativos: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias ou ciências humanas e sociais aplicadas.
A proposta tinha recebido alterações no Senado Federal, que foram derrubadas pelos deputados. Entre elas, trecho que obrigava o ensino médio a ter, no mínimo, 70% da grade como disciplina básica e apenas 30% para os itinerários formativos. Mendonça excluiu esse ponto e, assim, os itinerários formativos poderão abranger mais que 30%.
Mendonça Filho também foi contra a inclusão do espanhol como idioma obrigatório, por criar despesa pública de caráter continuado, sobretudo para os Estados. Segundo ele, o espanhol pode ser obrigatório, desde que a rede estadual adote isso. "Não dá para impor essa regra ao Brasil todo", afirmou.
O deputado Felipe Carreras (PSB-PE) apresentou um recurso para retomar a obrigatoriedade. Ele ressaltou que o espanhol não é uma imposição de língua obrigatória, mas apenas uma opção em relação ao inglês. "Não estamos obrigando os estudantes a escolher a língua espanhola: 70% dos estudantes que fazem o Enem escolhem o espanhol", afirmou.
Relatório divulgado, nessa terça-feira (9), pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra que o teto de gastos e o novo arcabouço fiscal contribuíram para que as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2014-2024 não fossem alcançadas. Segundo o relatório, a rigidez das regras fiscais atrapalhou o ensino público no Brasil entre os anos de 2019 e 2023.
“Desde 2017, o Brasil conviveu com três grandes regras fiscais que moldaram o arcabouço fiscal brasileiro até 2022 e restringiram o volume de recursos destinados à educação. Ao impedir que os gastos orçamentários crescessem mais do que a inflação de um ano para outro, o teto de gastos se mostrou como a regra fiscal mais rígida já implementada no Brasil”, disse Cléo Manhas, assessora política do Inesc, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ela, mesmo que de forma não explícita, as regras fiscais que estipulam um limite para o gasto público levou a corte de investimentos em educação. No período analisado pelo relatório, por exemplo, os recursos financeiros voltados à educação básica ficaram em um patamar baixo, aumentando somente nos anos em que houve alguma flexibilização nas regras fiscais, como ocorreu em 2023.
“O ano de 2023 se diferencia dos demais por termos um novo governo e pelo fato de ser o único ano em que o orçamento público não estava restrito a alguma regra fiscal de teto de gastos. Nele, constatamos uma redução expressiva do quadro de subfinanciamento, quando comparado com a média dos anos que o antecederam. Por se tratar de um ano isolado, ainda não deu tempo de os recursos financeiros promoverem mudanças nos índices qualitativos de educação, mas notoriamente reduzimos a distância para o nível de gastos compatível com uma educação de qualidade, calculado por especialistas da área”, afirmou Cléo;
“Ainda que o ano de 2023 tenha se mostrado um alento para o subfinanciamento da educação, o fato é que ainda estamos distantes do volume de recursos tido como adequado para financiar os custos referentes a uma educação de qualidade”, acrescentou.
Para a assessora do Inesc, os maiores prejudicados com o patamar baixo de financiamento para a educação são os grupos de estudantes indígenas, pretos e pardos. No Amazonas e em Mato Grosso do Sul, por exemplo, dois dos Estados com maior percentual de estudantes indígenas do Brasil, os gastos per capita com educação entre os anos de 2019 e 2021 ficaram abaixo da média nacional de R$ 5 mil por ano.
“Esse estudo mostra que o argumento de que a escassez de recursos melhora a sua alocação é frágil. Na verdade, regras rígidas prejudicam o financiamento de áreas importantes para o país, que não tem lobby financeiros a seu favor, como é o caso da educação”, conclui.
Estados
O relatório do Inesc analisou o financiamento do ensino público entre os anos de 2019 e 2023 em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal.
O levantamento revelou ainda que, entre os anos de 2019 e 2022, apenas cinco Estados brasileiros e o Distrito Federal (DF) conseguiram ultrapassar a média nacional de gastos por aluno da rede pública por ano, estabelecida em cerca de R$ 5 mil. As unidades federativas que conseguiram obter esse resultado foram o DF, seguido pelo Amapá, Acre, São Paulo, Roraima e o Paraná.
Em 2020, pior resultado do período, apenas essas seis unidades federativas conseguiram ultrapassar a média nacional. Em 2022, ano de eleições no país e com liberação de emendas parlamentares que flexibilizaram o teto de gastos, o resultado foi melhor, com 14 unidades federativas conseguindo ultrapassar a média nacional. Além do Distrito Federal, Amapá, Acre, São Paulo, Roraima e Paraná, também conseguiram ultrapassar a média os Estados de Goiás, do Tocantins, de Mato Grosso, Rondônia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, do Amazonas e de Sergipe.
O relatório demonstrou ainda que, em alguns Estados como o Rio Grande do Sul, Maranhão e Alagoas, a média não só foi mais baixa que a nacional em 2023, mas também houve grande discrepância entre a expectativa e a realidade: enquanto esses Estados deveriam investir entre R$ 9,8 mil e R$ 10,9 mil por aluno a cada ano, os gastos com educação por matrícula não chegaram, na realidade, a atingir, mais do que R$ 3,3 mil.
“A situação se agrava ainda mais se pensarmos que os recursos despendidos ainda teriam de corrigir a dívida educacional com as gerações passadas, bem como resgatar estudantes em idade escolar que evadiram da educação básica”, observou..
Melhorias
Para a assessora do Inesc, a educação precisa ser tratada como investimento, não como gasto. Por isso, ela defende a necessidade de desvincular as transferências para a educação de uma regra fiscal de teto de gastos. “Em primeiro lugar, é preciso tratar a educação como investimento e não como gasto que pode ser cortado a favor dos ventos. Ela precisa ser tratada como política pública que pode garantir cidadania e direitos a todas as pessoas, além de contribuir para o desenvolvimento do país”, afirmou.
“O que propomos, como caminhada necessária para superar o subfinanciamento da educação nas unidades da federação, é a desvinculação das transferências educacionais de qualquer regra fiscal de teto. Os pisos são bem-vindos para impedir que governos mais sensíveis aos interesses privados reduzam os gastos até níveis ainda mais alarmantes, mas o limite superior se mostrou entrave significativo nos últimos anos”, ressaltou.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que 31.050 candidatos solicitaram devolução da taxa de inscrição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) e, com isso, a participação deles no processo seletivo foi cancelada.
O pedido de reembolso foi permitido a todos os candidatos inscritos no país e no prazo que se encerrou no último domingo (7). Os candidatos a cargos de nível médio pagaram R$ 60 a título de taxa de inscrição e os que concorreriam aos de nível superior, R$ 90.
Conforme a retificação do edital do certame, publicada na semana passada, a devolução do valor pago pela taxa de inscrição será feita somente após 18 de agosto, data de aplicação das provas.
Ao solicitar a devolução do valor pago pela taxa de inscrição, o inscrito precisou informar os dados do banco, agência e de sua conta-corrente, sendo obrigatório ser o único titular da conta-corrente indicada.
Alteração do local de prova
O MGI também informou, nessa segunda-feira (8), que 138 candidatos que pediram alteração do local de prova do concurso unificado.
Tal possibilidade estava disponível somente para os candidatos com residência no Rio Grande do Sul que fariam prova em outros Estados, ou para candidatos com residência em outros Estados que fariam prova no Rio Grande do Sul. Os demais candidatos não puderam solicitar mudança no local de prova.
Oficialmente, o concurso unificado tem mais de 2,1 milhões de inscritos entre pagantes da taxa e isentos.
Novo cronograma
O MGI divulgou o novo cronograma do chamado Enem dos Concursos. Os cartões de confirmação estarão disponíveis em 7 de agosto.
A prova será aplicada em 18 de agosto para todos os cargos e especialidades dos 21 órgãos participantes.
A partir das 20h do dia da aplicação do concurso, serão disponibilizados os cadernos de prova no site do concurso. No dia 20, será divulgado o gabarito preliminar das provas objetivas.
A divulgação final dos resultados está prevista para 21 de novembro. E a convocação para posse dos aprovados e para ingressar nos cursos de formação presenciais, quando necessário, ocorrerá em janeiro de 2025.
Confira o cronograma completo do concurso unificado
A Revolução Constitucionalista de 1932 completa 92 anos nesta terça-feira (9), data considerada magna no Estado de São Paulo por ter marcado o conflito armado entre forças paulistas que tinham por objetivo derrubar o governo de Getúlio Vargas. O militar gaúcho havia assumido a presidência do governo provisório nacional após um golpe de Estado decorrente da Revolução de 1930, contra o presidente eleito Júlio Prestes, representante da política paulista.
O dia tornou-se feriado estadual em 1997, com a aprovação da Lei 9.497 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e promulgada pelo ex-governador Mário Covas, que instituiu o 9 de julho como Data Magna de São Paulo.
Outra causa do conflito foi a ruptura da política do ‘café com leite’, a alternância de poder entre as elites de Minas Gerais e São Paulo, que caracterizou a República Velha (1889-1930). Indignados com a situação, setores da sociedade paulista passaram a promover grandes mobilizações populares contra o governo, que se estendiam para outros Estados como Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul.
No Rio de Janeiro, em 1931, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) organizou uma manifestação contra a carestia, violentamente reprimida. O estopim da fase armada do levante foi uma manifestação no dia 23 de maio de 1932, na Praça da República, onde ficava a sede do governo do interventor nomeado por Vargas.
Foi nessa ocasião em que um conflito após uma invasão a um escritório do Partido Popular Paulista deixou mortos quatro estudantes: Mario Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade, que passaram a ser mártires do movimento, que adotou a sigla MMDC, com as iniciais dos nomes dos estudantes. Um quinto manifestante morreu dias depois no hospital.
A rebelião armada estourou no dia 9 de julho, e voluntários começaram a se apresentar para engrossar o exército a favor da causa paulista. As operações militares começaram no dia 12 de julho com frentes de batalha nas divisas com o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e no litoral, com pelo menos 50 mil homens. Entretanto, o exército federal era bem maior e melhor equipado, com cerca de 100 mil pessoas, e São Paulo acabou perdendo o apoio dos outros Estados, exceto do Mato Grosso.
A batalha durou três meses e acabou com a rendição dos paulistas no dia 2 de outubro. Em maio de 1933, foram realizadas eleições para a Assembleia Constituinte e, em novembro, foi elaborada a Constituição brasileira, promulgada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1934.
Polêmicas
Segundo o historiador Francisco Quartim de Moraes, as causas para que São Paulo se levantasse em uma guerra civil contra o resto do país são, além de complexas, motivo de polêmica. Moraes explicou que parte da oligarquia paulista, sobretudo aqueles que estavam ligados ao Partido Republicano Paulista, buscavam a retomada do poder, quase hegemônico, que exerceram durante toda a Primeira República.
“Esse poder foi colocado em xeque pela Revolução de 1930. Também lhes motivava o medo de uma Revolução Social mais radical. Outro grupo político, o Partido Democrático, havia apoiado o movimento de 30, mas se sentia alijado dos rumos que o Governo Provisório tomava. Durante a interventoria de João Alberto, nomeado para o cargo por Getúlio Vargas, a crise se agudizou exponencialmente’, disse o historiador.
De acordo com Moraes, o novo interventor, socialista e revolucionário, ex-comandante de um destacamento da Coluna Miguel Costa-Luis Carlos Prestes, tomou uma série de medidas que assustaram o poder político e econômico paulista. Entre elas, houve a promulgação de leis trabalhistas e a tentativa de legalização do Partido Comunista do Brasil no Estado de São Paulo.
“Se no início a campanha paulista se centrou no pedido da nomeação de um interventor ‘paulista e civil’ em oposição a João Alberto, que era pernambucano e militar, depois que Vargas nomeou interventores paulistas e civis, como o próprio Pedro de Toledo, que seguiu como governador de São Paulo mesmo durante o movimento armado iniciado em 9 de julho, essa campanha perdeu o seu sentido”, diz o historiador.
Segundo ele, o mesmo ocorreu com a campanha que dá nome oficial ao movimento, quando paulistas (e também outras figuras de todo o país) clamavam pela reconstitucionalização do país. Se em um primeiro momento essa campanha teve força e encontrou eco no pensamento de muitos brasileiros, depois que Vargas promulgou o Código Eleitoral em 24 de fevereiro de 1932, com medidas como o voto feminino, a Justiça Eleitoral e o voto secreto e, depois, marcou oficialmente, em 14 de maio de 1932, a data para que ocorresse a constituinte de 1933-1934, essa argumentação perdeu a maior parte de sua força.
“Ambas as datas são anteriores ao levante de 9 de julho e, portanto, não podem ter sido resultado da guerra civil. São Paulo buscava retornar à federalização garantida pela constituição de 1891. Isso era explícito nos discursos e manifestos do movimento paulista. Enquanto a Revolução de 30 havia tido um caráter centralizador”, explicou.
Para Moraes, embora muitos autores indiquem que a reconstitucionalização seja um legado do movimento paulista de 1932, isso não condiz com a ordem dos fatos. “A reconstitucionalização do país já estava completamente estruturada, nos moldes em que ocorreu meses antes do início da guerra civil. O legado concreto de 1932 é a criação de um sentimento de identidade no povo paulista, o que hoje podemos chamar de paulistaneidade. Realçada todo 9 de julho e que teve no quarto centenário da cidade, em 1954, um momento chave com a criação do Obelisco do Ibirapuera”, finalizou o historiador.
Os resultados dos recursos de candidatos que fizeram solicitações de atendimento especializado durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os inscritos devem conferir se a solicitação foi aceita na Página do Participante do Enem, com login único do portal de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.
Em 2024, as provas ocorrerão nos dias 3 e 10 de novembro. Pelo cronograma do exame, a divulgação do resultado final está agendada para 13 de janeiro de 2025.
O Ministério da Educação (MEC) ainda avalia a necessidade de aplicação das provas em nova data para os participantes do Rio Grande do Sul, devido à situação de calamidade pública causada pelas chuvas volumosas que atingiram o Estado nos meses de abril e maio.
Atendimento especializado
A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep garante atendimento especializado, além de diversos recursos de acessibilidade a participantes que os requeiram, desde que comprovem a necessidade.
Conforme o edital do Enem 2024, no ato da inscrição, os participantes que necessitam de atendimento especializado tiveram que informar a condição que motivou a solicitação, como baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, deslexia, deficit de atenção, transtorno do espectro autista, discalculia, estar gestante, ser lactante, pessoa idosa, estudante em classe hospitalar (na condição de internado para tratamento de saúde).
A situação não beneficia o participante do Enem que, nas datas de aplicação das provas, estiver internado para realização de partos, cirurgias ou tratamentos esporádicos.
No caso da solicitação de atendimento especializado com solicitação confirmada pelo Inep, o participante com cegueira, surdocegueira, baixa visão, visão monocular e/ou outra condição específica poderá, se tiver, ser acompanhado por cão-guia e será permitido o uso de material próprio, como máquina de escrever em braile, óculos especiais, lupa, luminária, tábuas de apoio, entre outros. Os recursos serão vistoriados pelo chefe de sala onde será aplicada a prova do Enem.
O participante que solicitar atendimento para deficiência auditiva, surdez ou surdocegueira deverá indicar o uso do aparelho auditivo ou implante coclear na inscrição.
Já as lactantes, nos dois dias de realização do exame, deverão levar um acompanhante adulto que ficará responsável pela guarda da criança que será amamentada durante as provas.
A organização do exame não permitirá a entrada do acompanhante e da criança após o fechamento dos portões. Ambos terão que entrar na instituição de ensino no horário regular dos demais candidatos, nos dois domingos de aplicação das provas do Enem.
O Inep esclarece ainda que a participante lactante não poderá ter acesso à sala de provas acompanhada da criança. Da mesma forma que o acompanhante da participante e a criança não terão acesso à sala de provas. Todos eles deverão cumprir os procedimentos de segurança, como ser submetido à revista eletrônica por meio do uso do detector de metais.
O edital prevê que, durante a aplicação das provas, qualquer contato entre a participante lactante e o respectivo acompanhante deverá ser presenciado por um fiscal.
Enem
O Enem foi instituído em 1998 e avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio.
Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, ciências humanas; ciências da natureza, matemática, que, ao todo, somam 180 questões objetivas. Os participantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo, a partir de uma situação exposta.
O exame é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil. Instituições de ensino públicas e privadas usam a nota obtida no Enem como critério único ou complementar nos processos seletivos de estudantes, por meio de iniciativas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (Prouni).
Os resultados também são usados para acesso a auxílios governamentais, a exemplo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
As notas individuais do Enem ainda são aceitas em processos seletivos de instituições de ensino superior de Portugal que possuem convênio com o Inep, para ingresso de estudantes brasileiros interessados em cursos portugueses.
Os acordos não envolvem transferência de recursos e não preveem financiamento estudantil pelo governo brasileiro. A revalidação de diplomas e o exercício profissional no Brasil dos estudantes formados em Portugal estão sujeitos à legislação brasileira.
Orientações
O portal do Inep conta com um site com as principais orientações para os participantes do Enem.
Há, também, uma seção destinada às perguntas frequentes sobre o exame. Com isso, os interessados podem conferir os questionamentos mais comuns e os respectivos esclarecimentos.
O nadador maranhense Davi Hermes, que é atleta da Viva Água e conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foi uma das estrelas da inédita disputa da Copa Brasil de Natação Paradesportivo, que foi disputada nos dias 5 (sexta-feira) e 6 (sábado), na piscina da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal – Maranhão (Apcef-MA), em São Luís. Mostrando mais uma vez o seu talento e habilidade nas piscinas, Davi faturou oito medalhas na competição nacional, que foi organizada pela Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA) e realizada em conjunto com o Campeonato Maranhense de Inverno – Troféu Giselle Menezes.
Nome de destaque no esporte maranhense e referência na natação paralímpica nos últimos anos, Davi Hermes conquistou duas medalhas de ouro nas provas de 50m e 100m borboleta, faturou a prata nos 50m e 200m nado livre, e ficou com o bronze nos 50m costas e 100m nado livre na Copa Brasil de Natação Paradesportivo. Além disso, o atleta da Viva Água garantiu duas medalhas em revezamentos de equipe mista no nado livre e nado medley.
"Muito feliz de receber meus amigos nadadores em minha cidade para a Copa Brasil de Natação Paradesportivo! Fizemos uma ótima competição, que será, com certeza, incorporada ao calendário da nossa federação, se juntando a São Paulo e Ceará, que já fazem torneios nacionais da categoria. Chegou a vez do nosso Maranhão entrar no cenário nacional! Muito obrigado ao Alexandre Nina, presidente da FMDA, pela iniciativa pioneira em nosso Estado! Também fica o meu agradecimento à Potiguar e ao governo do Maranhão pelo patrocínio, que permitem me preparar para a disputa de torneios de altíssimo nível como este”, afirma Davi Hermes.
Depois do excelente desempenho na Copa Brasil em São Luís, Davi Hermes terá alguns dias de preparação para os próximos eventos da temporada. Além de competir nos Jogos Universitários Maranhenses (JUMs), que também serão realizados em julho, Davi vai participar do Meeting Brasileiro de Natação CBDI em agosto, em São Paulo.
Antes de representar o Maranhão na Copa Brasil de Natação Paradesportivo, Davi Hermes brilhou na disputa do Campeonato Brasileiro de Natação, que é promovido pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) e tem o apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Além de faturar o pentacampeonato nacional nas provas dos 50m borboleta e 100m borboleta da competição nacional, Davi conquistou a prata na disputa dos 50m nado livre e foi bronze nos 200m borboleta.
Outros resultados
Na temporada de 2024, Davi Hermes integrou a equipe Maranhão Master na disputa do 71° Campeonato Brasileiro Masters de Natação, realizado em Belém, durante o mês de abril, e sagrou-se vice-campeão da categoria pré-master nos 200m borboleta, competindo em classe única, já que o evento não tem classe para paratletas. Também em abril, o nadador maranhense venceu a prova dos 50m borboleta no Troféu Viva Água - Anibal Dias, evento que foi válido como primeira etapa do Circuito Maranhense Master de Natação 2024.
Além disso, Davi Hermes representou o Brasil no Trisome Games 2024, que ocorreu em março, em Antalya, na Turquia. O atleta da Viva Água foi um dos grandes nomes da delegação da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), após garantir o Top 10 mundial da categoria Sênior (17 a 24 anos) nos 50m borboleta e 100m borboleta, além de melhorar a sua marca pessoal em algumas provas realizadas no evento internacional.
A nadadora maranhense Sofia Duailibe brilhou na disputa do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu Giselle Menezes, que foi realizado nos dias 5 (sexta-feira) e 6 (sábado), na piscina da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal – Maranhão (Apcef-MA), em São Luís. Sofia, que é atleta da DM Aquatic e conta com os patrocínios do governo do Estado e do Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, conquistou quatro medalhas de ouro na competição estadual, vencendo as provas dos 50m borboleta, 100m medley, 200m livre e 400m livre.
A performance no Maranhense de Inverno reforça a grande temporada de Sofia Duailibe nas piscinas. Em maio, a nadadora maranhense faturou a medalha de prata na prova dos 1.500m livre da Copa Nordeste – Troféu Sergio Silva, em Fortalez (CE)a. Já em abril, Sofia garantiu três ouros nas provas dos 100m livre, 100m costas e 200m livre do Troféu João Victor Caldas, disputado em São Luís.
Sofia Duailibe também coleciona títulos e medalhas nos eventos de águas abertas em 2024. No início de junho, a atleta da DM Aquatic levou três ouros e um bronze na sexta etapa da Copa Brasil de Águas Abertas, evento organizado pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Pouco antes, em maio, Sofia Duailibe disputou a prova dos 2,5km da Copa Brasil, em Itajaí (SC_, e subiu duas vezes ao pódio, conquistando a medalha de ouro na categoria Infantil 2 Feminino e faturando a medalha de bronze na categoria Geral Feminino.
Já no fim de março, Sofia Duailibe foi campeã da categoria Infantil 2 e garantiu o vice-campeonato Geral Feminino na prova de 2,5km da segunda etapa da Copa Brasil, realizada em Maceió (AL). Além disso, a atleta maranhense faturou o primeiro lugar da categoria Infantil 2 na disputa dos 5km da Oprimeira etapa do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas.
Outros resultados
Sofia Duailibe conquistou vários títulos em provas de águas abertas durante o ano de 2023. A nadadora maranhense superou a marca de 20 pódios em etapas da Copa Brasil de Águas Abertas, com destaque para a conquista de 16 medalhas de ouro, além de ter sido campeã do Desafio do Cassó e da Copa São Luís.
Também em 2023, Sofia Duailibe se destacou nas piscinas, sendo campeã nas disputas do Norte/Nordeste de Natação – Troféu Walter Figueiredo Silva, do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu João Vitor Caldas, da Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) e dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs).
A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pelo Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com o apoio do Colégio Literato.
Quando conheci Rogaciano Leite Filho, ele era uma gargalhada. Ou seja, primeiro eu o ouvi; depois, eu o vi.
Foi ali no comecinho dos anos 1990. Rogaciano Filho estava na área de Comunicação do Banco do Nordeste (BNB), agora no Edifício Raul Barbosa, o EDIRB, no centro de Fortaleza (CE). Acho que naquele instante, entre risos e sorrisos, estavam o Ademir Costa, o Ribamar Mesquita, Fátima...
Depois dali, por intermédio de seus amigos, colegas e conhecidos, passei a saber um pouco mais do herdeiro do nome e talento jornalístico do grande Rogaciano Leite. De Rogaciano Filho me falaram, entre outros, o Ademir Costa e sua Luiza, ele meu conterrâneo de Caxias (MA), editor da "REN – Revista Econômica do Nordeste", onde publiquei alguns artigos; a jornalista Maria Amélia Mamede e o Rômulo, que trabalharam comigo na Coordenadoria de Relações com Funcionários, do BNB; o arquiteto Francisco (Chico) Eulálio, que ganha(va) dinheiro com sua Expressão Gráfica, em Fortaleza, onde eu editei alguns livros para o Maranhão; meus colegas de trabalho e de escrita(s) a Lydia Teles e o Jorge Pieiro (Jorge Alan Pinheiro Guimaraes).
Interagi com alguns amigos de Rogaciano Filho: um dos fundadores da revista de “novos” "O Saco", o Nilto Maciel (falecido em 2014), que pedia e ousava publicar alguns poemas e contos meus na "Literatura - Revista do Escritor Brasileiro", que ele, cearense de Baturité, dirigia em Brasília, com o mineiro de Caratinga João Carlos Taveira (a revista avisava logo na contracapa: “'Literatura' tem o compromisso de publicar apenas as colaborações encomendadas”; o Dimas Macedo, de Lavras de Mangabeira, escritor, foi meu professor no curso de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC); o Manoel Coelho Raposo, de Crateús, falecido em 2009, outro fundador da "O Saco", uma figura!..., o romântico marxista, o “Dom Quixote do Ceará”, que tanto ia à minha residência, na Rua Maria Tomásia, conversar muito, admirar minha biblioteca, falar da nova edição do "Granma", mostrar seus livros e letras (uma delas, “Sumaré”, meu conhecido cantor fortalezense Bernardo Neto musicou e gravou no disco – tenho um, com dedicatória – que acompanhava a edição número 8 da revista "O Saco", onze anos depois do número anterior.
Pelo pouco que disse, pelo algo que escreveu sobre seu irmão, conheci um tanto mais Rogaciano Filho por sua irmã, Helena Roraima, engenheira, com mestrado e algo mais, minha amiga e colega de trabalho em alta assessoria de instituição financeira federal em Brasília, há muitos anos morando em Madrid, na Espanha. Roraima tem-se devotado à causa da obra do pai e, também, do irmão Rogaciano. Faz viagens transoceânicas e transcontinentais para cuidar do centenário de nascimento do pai, que, como se sabe, foi reconhecido e premiado jornalista, escritor, declamador, cantador. O cantor, compositor e músico de Limoeiro do Norte, Eugênio Leandro, e eu auxiliamos Roraima em projeto(s). Ainda ajudei na revisão da nova edição de “Carne e Alma”, a obra-prima de seu pai. Agora, Helena Roraima vai cuidar, também, de parte do legado do irmão Rogaciano Filho, jornalista, poeta, colunista, pianista, compositor bissexto.
A história de uma vida se adensa mais na memória e nos sentimentos de outrem também pelos pontos comuns ou assemelhados das vivências de ambos. A partir de 1976, Rogaciano Filho foi editor de uma “Página dos Novos”, dedicada à gente nova do ofício de literar (deixe-se passar o neoverbo), de escrever literatura. Nesses mesmos meados dessa década, "O Pioneiro", jornal de minha cidade (Caxias/MA), me convidava para criar e editar a página “Os Novos”. Depois, quando ambos passamos a escrever sobre política, economia, cidade(s), quando começamos a “mexer” com o tal "establishment" do poder e do dinheiro, as mesmas ameaças covardes, sem nome, desnobres, e os mesmos interesses velados, subalternos, enviesados, que nunca tiveram abrigo nos espaços das colunas e páginas em que escrevíamos. “Ameaças, só anônimas. Nunca concretizadas, felizmente” – relembra Rogaciano Filho, que, conforme registra seu amigo e biógrafo Airton Monte, médico e escritor, passou em três concursos públicos... que nem eu, para instituições públicas federais. Por ambos sermos o mais velho dos irmãos (“o homem da casa”), tínhamos de buscar formas de contribuir com o orçamento doméstico: “O Roga foi irmão, foi pai, foi exemplo, foi amigo e companheiro de divisão de despesas e arrimo de toda a família”, conta Roraima, parecendo um irmão meu, que também de público disse coisas assim deste irmão mais velho dele, pois eu, desde cedo, vendendo molhos de alface, cebolinha e coentro, e depois, a partir do primeiro emprego público, cuidei de criar todos, com nossa mãe, e chamar para mim o pátrio poder e levar todos os irmãos à Educação até a adultez.
Rogaciano Filho e eu lemos muito, inclusive muito gibi... e nossas mães nos defendiam, com o argumento de que o importante era ler e que, naquela idade, era o momento das leituras de histórias em quadrinhos. “Eu só consegui ser um profissional respeitado porque sempre levei a sério a necessidade de aprender e de ler” – escrevia, em 17 de janeiro de 1992, o pai Rogaciano Filho para os filhos Rogaciano Neto e Cibele, sem deixar de dizer que estava com “saudades” e que, em breve, voltaria... Menos de 50 dias depois, Rogaciano Filho era luto, dor... e saudades.
Embora todos queiramos viver muito e bem, há os que nascem para ter uma vida cujo marcador não é o Tempo. É menos idade, e mais intensidade.
Pelo que seus familiares, amigos e conviventes contam, Rogaciano Filho “herdou” do pai nome, talento... e intensidade de vida. Viveu menos que o pai (que morreu com 49 anos), mas nada pode dizer, ou medir, que, tendo morrido aos 37 anos, Rogaciano Filho tenha vivido menos intensamente que Rogaciano pai. Tanto para escrever e fazer tinham os Rogacianos, e a Libitina, libertina, sem disciplina, forceja e foiceia a vida de ambos e lhes tira a possibilidade do cinquentenário...
E falando em idades, há os que, ao completarem 15 anos, ganham festa, presentes e abraços. Rogaciano Filho, aos 15 anos, com a morte também precoce do pai, teve de enfrentar a perda, o luto... e a luta. Era preciso trabalhar, ajudar a ganhar o pão de cada dia, pois a dura realidade batia à porta, entrava e, na cozinha, abria a geladeira, destampava as panelas e se sentava à mesa...
O “carioquense” Rogaciano Filho (nascido em 7 de julho de 1954, no Rio de Janeiro, portanto, carioca, mas, desde os seis meses, criado no Ceará, portanto, cearense) completaria 70 anos neste 2024. Falecido em 5 de março de 1992, deve de ter deixado outras boas coisas a serem documentadas, expostas, divulgadas: publicação e execução das músicas que escreveu, delas com partitura...
... poemas, crônicas e, quem sabe, outros textos que lavrou, ainda inéditos...
... a reedição de seu único livro, "Pão Mofado", de 1975, coautoria com Alberto Eduardo de Castelo Branco, e da coletânea de reportagens "A História do Ceará Passa por Esta Rua"...
... sua participação no grupo cultural ou movimento de renovação “Siriará”, “nascido” em julho de 1979, quase dois meses e meio do último número de outra sadia ousadia cultural de literatos cearenses, a revista "O Saco", de sete edições, de abril de 1976 a fevereiro de 1977...
... seus trabalhos acadêmicos, em três cursos superiores por onde passou (trocou tudo pelo Jornalismo, que concluiu)...
... seleta de notas e outros textos no suplemento “Caderno de Cultura”, que editava, e de sua coluna “Em Off”, ambos no jornal "O Povo"...
... "y otras cositas más"...
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À época solteiro, vivendo em apart-hotel, eu saía à noite para escolher o local do jantar. Às vezes uma amiga do Teatro convidava para, no restaurante Sandra’s, partilhar comida & conversa com o pianista Arthur Moreira Lima; outra vez era no restaurante giratório da Torre Quixadá; vezes muitas no Restaurante Alfredo – O Rei da Peixada; no restaurante do Clube Náutico ou do Marina Park, onde companheiros rotarianos se reuniam... Mas eu costumava ir à Praia de Iracema, ao Estoril, restaurante, bar e patrimônio arquitetônico-cultural que depois de uns tempos entrou em trabalho de parto (re)construtivo até que novamente surgiu. Lá eu sabia dos anoitecimentos e amanhecimentos boêmio-literários de Rogaciano Filho. Foi ali que alinhavei e depois escrevi “Estoril – O Retorno”, que o Nilto Maciel pediu para publicar em sua "Literatura", justo na edição que homenageava os 150 anos de nascimento de Castro Alves.
O poema “Estoril – O Retorno” é uma referência/reverência ao estabelecimento e seus frequentadores boêmio-culturais; é um brinde ao ressurgimento do bar-restaurante e traz a palavra-convite-incitação (“Bebamos!”) com que Rogaciano Filho “ouriçava” seus colegas estudantes de Comunicação Social e outros colegas e amigos para momentos certos... e líquidos – alcoolicamente líquidos. “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”, convida e alerta a Bíblia, em Coríntios.
E que se faça mais um brinde à vida, à lembrança e aos 70 anos de Rogaciano Leite Filho!
Tim-tim!
*
ESTORIL - O RETORNO
Vinde, resistentes! Voltam as luzes, cores
– sol claro, mar verde, amor roxo, luar anil –
e há vozes nos cantos e, em cantos, cantores
– espaço, espelho, extensão... Estoril.
Estoril, reconheces teus fiéis,
ó irmão que tornas de onde ruiu,
que também foi pó e, agora, que és?
– Es/trago, es/toque, es/tudo... Estoril.
Amigos irmãos lúcidos loucos: Bebamos,
pois aquilo que foi cinza se refundiu
para conosco ser tudo o que nos tornamos:
estrelas... estórias... História... Estoril...
* EDMILSON SANCHES
Fotos:
O jornalista e escritor Rogaciano Filho e sua biografia em livro. A irmã Helena Roraima e o pai, Rogaciano Leite.
Começou nessa sexta-feira (5), em Salvador, a 17ª edição do Festival Latinidades, o maior evento cultural brasileiro de exaltação da mulher negra como potência social, criativa e econômica. A programação gratuita vai até amanhã (7).
O tema da edição deste ano é Vem ser Fã de Mulheres Negras. “Um chamado para reconhecer e celebrar a força transformadora dessas mulheres, ato que pode ser interpretado como revolucionário em uma sociedade machista e racista como a brasileira”, sublinha Jacqueline Fernandes, diretora-geral e idealizadora do festival.
“Ser fã na verdade é muito mais do que uma palavrinha”, declarou em entrevista à TV Brasil. “Numa sociedade racista e machista, em que ceifam mulheres negras, [ser fã delas] é algo verdadeiramente revolucionário”.
Presente no calendário cultural brasileiro desde 2007, quando a primeira edição do festival foi realizada no Distrito Federal, neste ano, o Latinidades expandiu horizontes, aportando sua programação multilinguagens também na Bahia, em Goiás e São Paulo.
Em todos os casos, a programação reforça a contribuição das mulheres negras para a sociedade em diferentes áreas, com destaque para o papel estratégico das artes e da cultura na promoção da equidade de gênero e raça.
Nessa sexta-feira, as apresentações foram abertas com o espetáculo da dançarina e professora Vânia Oliveira, seguido por debates e uma sessão da peça Medeia Negra, concebido pela atriz e escritora Márcia Limma e dirigido por Tânia Fariase.
Neste sábado, das 14h às 17h, tem lugar a parte literária do festival, com conversas e lançamentos de obras com temática negra. Um dos livros foi escrito com base na experiência do projeto Estamos Prontas, tocado em parceria com o Movimento Mulheres Negras Decidem e o Instituto Marielle Franco, cuja meta foi fortalecer 27 lideranças negras pré-candidatas de todo o país que concorriam a uma cadeira no Legislativo em seus territórios. Em seguida, ocorre um recital da advogada, maquiadora, retratista e poeta Luciene Nascimento.
“Eu acho que o maior pano de fundo do festival é o afeto e o reconhecimento do lugar da mulher negra em todos os estratos sociais”, avalia a produtora cultural Sueide Matos.
“Eu acho que o mais profundo e o mais forte é o amor. É como esse festival é capaz de emocionar com tanto amor entre os povos e as mulheres pretas no Brasil”, complementou.
O domingo está reservado ao quarto Concerto Internacional Contra o Racismo, realizado pela Coalizão Global Contra o Racismo Sistêmico e pela Reparação, uma plataforma de ação global contra o racismo criada pelo Instituto Afrodescendente de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento, em conjunto com o Centro das Mulheres Afro, da Costa Rica.
No concerto, se apresentarão artistas da América Latina como Sasha Campbell (Costa Rica), William Cepeda (Puerto Rico), Bel and Quinn (Haiti-Canada) e Sued Nunes (Brasil).