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Intensos desafios marcaram o ano de 2023 para os alunos e atletas do Fórum Jaracaty, projeto patrocinado pelo governo do Maranhão e pelo Grupo Equatorial por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Entre competições estaduais e nacionais, judocas e mesatenistas do projeto se dedicaram para garantir os melhores resultados. Foram 95 medalhas conquistadas no ano. Dessas, 69 foram conquistadas pelo judô e 26, pelo tênis de mesa. Um número alto – mas não surpreendente – para o projeto, que subiu ao pódio em, pelo menos, 97% dos campeonatos estaduais e nacionais que participou neste ano.

Destaque no tênis de mesa no Maranhão, Paola Morais é remanescente do Fórum Jaracaty e comentou sobre algumas disputas. Ela, bem como alguns colegas, precisou revezar a atenção entre a escola, o trabalho como jovem aprendiz em uma rede de supermercados e os treinos em 2023.  “De toda forma, participar é sempre bom, mesmo tendo que adaptar a rotina. De todas, ter disputado os dois Challenge Plus foi muito significativo para mim”, ressalta a atleta.

O TMB Challenge Plus é uma competição oficial da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), que ocorre a nível nacional. Em 2023, o Fórum Jaracaty participou da 15ª edição do campeonato no mês de agosto em Teresina, e da 23ª edição realizada em Imperatriz, no mês de novembro. Em ambas, o Fórum Jaracaty trouxe medalhas para casa: na primeira, foram 3 ouros conquistados por Paola (Sub-19, Sub-21 e Rating E) e um bronze (Rating L), conquistado por Júlio César Valentim; na segunda, todos os 4 bronzes foram conquistados por Paola, nas quatro categorias em que ela competiu (Sub-19, Sub-21, Absoluto B e Rating D).

Tão semelhante, o judô do Fórum Jaracaty conquista o pódio por onde passa. No Circuito Maranhense de Judô, o projeto despontou no ranking geral de medalhas, conquistando o primeiro e o quinto lugar, respectivamente, nas duas primeiras etapas da competição. Em eventos nacionais, destaque para a Copa Paraná de Judô realizada em setembro, com uma medalha de prata conquistada pelo projeto e para a Copa Cidade de Fortaleza, em novembro, onde o Fórum Jaracaty subiu por oito vezes no pódio (1 ouro e 7 bronzes).

Maria Luiza Birino conquistou o ouro na Copa Cidade de Fortaleza de Judô. Ela, que participa do projeto desde criança, não esconde a satisfação em contar como se sente no tatame da sede. “Quando a gente entra aqui, não imagina que pode chegar tão longe. Daí, a gente conta com o apoio das tias, a motivação e disciplina dos senseis e o que era impossível antes se torna possível. Trazer medalhas para o Fórum é uma forma de retribuir e agradecer tudo o que ganhamos aqui”, diz a judoca.

Márcia Assunção, diretora do Fórum Jaracaty, acompanha de perto a rotina e a evolução dos alunos do projeto. Vizinha de muitas das famílias, a diretora faz um testemunho de agradecimento. “Diariamente, agradecemos a Deus por ter colocado parceiros tão importantes nas nossas vidas e que, assim como nós, querem ver as crianças e jovens com outra perspectiva. O Fórum existe graças a estes parceiros, como a Equatorial Maranhão e o governo do Estado que o patrocinam diretamente, como o Sesc Maranhão, que incluiu o projeto no Programa Mesa Brasil, como o Senai Maranhão, que sempre oferece cursos para a comunidade. Enfim, esse grupo de apoio nos fortalece, nos mostra novos caminhos e nos deixa felizes ao ver o resultado positivo impactando nas casas de cada um dos alunos”.

O projeto encerrou as atividades de 2023 com ações voltadas aos atletas e demais alunos. De terça a quinta-feira da última semana, foi realizado o exame para troca de faixas do judô, graduando boa parte dos atletas que treinam nos dois turnos. O tênis de mesa realizou torneio interno para ambientar os novos alunos da modalidade com as futuras competições oficiais.

A sexta-feira foi de festa para os alunos do projeto, especialmente os que frequentam a brinquedoteca e as aulas de Artes e Informática. Um momento festivo, com distribuição de cestas básicas e brinquedos marcou o último dia de atividades do projeto no ano. As atividades do Fórum Jaracaty retornam no dia 8 de janeiro de 2024.

Sobre o Fórum Jaracaty

Desenvolver atividades nas áreas esportiva, de informática e brinquedoteca é a missão do Fórum Jaracaty. O projeto existe há duas décadas e, desde 2011, conta com o patrocínio da Equatorial Maranhão e do governo do Estado via Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, ajudando crianças e jovens da região do Jaracaty e bairros adjacentes a terem um futuro digno por meio do esporte e de outras ações.

Para a comunidade, o Fórum Jaracaty oferece cursos, palestras e demais atendimentos, com apoio dos patrocinadores e parceiros. Todas as atividades do projeto são gratuitas.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

AABF/Maranhão Futsal

A AABF/Maranhão Futsal é a grande campeã da categoria Adulto Feminino do Campeonato Maranhense de Futsal 2023, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma). A equipe da AABF ficou com a taça após empate por 3 a 3 no tempo normal e vitória nos pênaltis contra o AFC São Luís, em final realizada na última sexta-feira (22), no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís.

Classificada para a decisão do Estadual Adulto Feminino após goleada por 4 a 0 sobre o ADAA/UFMA Madri FC nas semifinais, a AABF/Maranhão Futsal travou um duelo emocionante e equilibrado diante do AFC São Luís. Após empate por 3 a 3 no tempo normal, a AABF esbanjou eficiência nas cobranças de pênalti e aproveitou os erros do AFC para sagrar-se campeã maranhense.

Esse é o segundo título conquistado pela AABF/Maranhão Futsal no Campeonato Maranhense de Futsal 2023. Na categoria Sub-6, a garotada da AABF garantiu o troféu estadual depois de bater a Apcef/São Luís Academy na grande final. Após empate por 2 a 2 no tempo normal, a AABF/Maranhão Futsal venceu a disputa por 4 a 1 nos pênaltis.

Vale lembrar que, na atual edição do Campeonato Maranhense de Futsal (CMFS), já foi conhecido o time campeão da categoria Adulto Masculino. O título ficou com o Sampaio Araioses, que derrotou o 2 de Julho por 4 a 2 na decisão. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Municípios interessados em aderir à Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab) têm até quinta-feira (28) para assinar o termo de adesão ao programa. A manifestação deve ser feita por meio da plataforma Transferegov.

Segundo o Ministério da Cultura, a Pnab é considerada uma ação estruturante porque a legislação é voltada à consolidação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e tem como beneficiários trabalhadores da cultura, entidades e pessoas físicas e jurídicas que atuem na produção, difusão, promoção, preservação e aquisição de bens, produtos ou serviços artísticos e culturais, incluindo o patrimônio cultural material e imaterial.

Em nota, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que a Política Nacional Aldir Blanc representa uma grande oportunidade para se nacionalizar o fomento da cultura no país. “Os municípios e Estados irão receber, durante 5 anos, recursos para que promovam ações e programas culturais. Com isso, iremos transformar a vida dos trabalhadores do setor. Portanto, é fundamental que as cidades assinem o termo de adesão para assegurar os recursos dessa política pública”.

De acordo com o Painel de Dados da Pnab, até terça-feira (26) 91,2% dos municípios brasileiros e 100% das unidades federativas cumpriram os requisitos para o programa. Há, segundo o ministério, recursos previstos para até 2027.

“Diferentemente das ações da Lei Aldir Blanc (LAB 1) e da Lei Paulo Gustavo (LPG), que tinham caráter emergencial, projetos e programas que integrem a Polícia Nacional Aldir Blanc receberão investimentos regulares. Fomento que será repassado a ações culturais por meio de editais para trabalhadoras e trabalhadores da área cultural, bem como pela execução dos recursos de maneira direta”, detalhou o ministério.

Estão previstos recursos para chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor e suas áreas técnicas. Eles serão destinados à manutenção, formação, desenvolvimento técnico e estrutural de agentes, espaços, iniciativas, cursos, oficinas, intervenções, performances e produções; ao desenvolvimento de atividades de economia criativa e economia solidária; bem como a produções audiovisuais, manifestações culturais, ações, projetos, programas e atividades artísticas, do patrimônio cultural e de memória.

(Fonte: Agência Brasil)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou que  iniciou, nessa terça-feira (26), a antecipação do pagamento das bolsas de pós-graduação no país e dos programas de formação de professores da educação básica. Todos os depósitos serão feitos até a próxima sexta-feira (29). O prazo normal é o quinto dia útil de cada mês, que, neste caso, seria em 8 de janeiro.

Estão sendo atendidos com a antecipação todos os bolsistas no Brasil, que somam cerca de 180 mil estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e de programas como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Residência Pedagógica e Universidade Aberta do Brasil.

A Capes informou que, desde o início do ano, tem adotado várias medidas para melhorar as condições dos bolsistas ao reajustar os valores das bolsas, o que não ocorria há 10 anos, e ampliar o número de benefícios.

(Fonte: Agência Brasil)

Os resultados individuais do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2023 já estão disponíveis no Sistema Encceja. A prova é uma forma de jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade adequada receberem certificado de conclusão do ensino fundamental e do ensino médio

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), também divulgou os resultados do Encceja Exterior e da versão do exame para jovens e adultos submetidos a penas privativas de liberdade (PPL) no exterior. Em 2023, o Instituto Federal Fluminense certificará os candidatos à conclusão do ensino médio, e o Colégio Pedro II, o ensino fundamental. 

Encceja

Realizado pelo Inep desde 2002, de forma voluntária e gratuita, o Encceja avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar. O exame tem quatro aplicações, com editais e cronogramas distintos:  

Encceja Nacional para residentes no Brasil;

Encceja Nacional PPL, para residentes no Brasil privados de liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas;

Encceja Exterior, para brasileiros residentes no exterior;   

Encceja Exterior PPL, para residentes no exterior privados de liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas. 

Provas

As aplicações fora do Brasil são feitas em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE).  As provas são aplicadas em um único dia, nos turnos matutino e vespertino. Em 2023, a aplicação ocorreu no mês de agosto. 

Este exame é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha, além de uma redação. As provas objetivas avaliam áreas de conhecimento e respectivos componentes curriculares dos ensinos fundamental e médio. 

O Encceja ainda serve para orientar a implementação de políticas para melhorar a qualidade da educação de jovens e adultos, além de viabilizar o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre o sistema educacional brasileiro. 

Os editais do exame de 2023 estão disponíveis no site do Encceja. O número 0800 616161 está disponível para mais informações. 

(Fonte: Agência Brasil)

Revelação do esporte maranhense, o beachtenista Augusto Neto, de apenas 15 anos, teve uma temporada de 2023 com vários resultados expressivos em competições estaduais, nacionais e internacionais. Augusto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Mateus Supermercados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, além dos apoios da Maniacs e da Adidas, precisou de apenas 10 torneios internacionais para colocar seu nome entre os 500 melhores atletas de beach tennis no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF) e se consolidar como um dos principais expoentes da modalidade no Estado.

“Estou muito feliz com os resultados conquistados em 2023 e pela minha evolução durante toda a temporada. Vou me dedicar ao máximo para que o ano de 2024 seja ainda melhor, com títulos para o Maranhão nos torneios nacionais e internacionais de beach tennis. Agradeço ao governo do Estado, ao Mateus Supermercados e aos meus apoiadores por todo o suporte para que eu possa competir em alto nível”, destaca Augusto Neto.

Em novembro, Augusto Neto teve um desempenho de alto nível na disputa da ITF Niterói, com um título e um vice-campeonato em dois torneios BT10, onde competiu com o catarinense Gui Lima, além de chegar às oitavas de final do BT50 no evento niteroiense. No mesmo mês, o jovem atleta conseguiu um feito inédito para o beach tennis maranhense após se sagrar campeão, também ao lado de Gui Lima, da categoria de Duplas Masculinas do BT10 – Open de Beach Tennis, evento realizado em Belo Horizonte. Com essa conquista, Augusto se tornou o primeiro beachtenista do Maranhão a chegar ao lugar mais alto do pódio em um torneio da ITF.

Já em julho, Augusto Neto se destacou nas etapas do Circuito Nacional de Beach Tennis, ocorridas no interior de São Paulo. Em Valinhos, o jovem maranhense sagrou-se campeão nas Duplas Mistas Sub-16 e foi 3º colocado nas disputas das Simples Sub-16. Já em Campinas, Augusto foi campeão na Simples Sub-16 e 3º colocado nas Duplas Masculinas Sub-16.

Augusto Neto também conquistou três pódios na etapa de Ribeirão Preto do Circuito Nacional de Beach Tennis: além de faturar o título nas Duplas Masculinas Sub-16, o atleta maranhense ficou em terceiro lugar nas Duplas Mistas Sub-16 e Simples Sub-16. A nível estadual, Augusto Neto venceu as duas primeiras etapas do Maranhense de Beach Tennis.

Próximas competições

A temporada de 2024 vai começar já no mês de janeiro. No próximo dia 22/1, Augusto Neto embarca para São Paulo para uma sequência de três torneios nacionais na categoria Infantojuvenil (Sub-16). Entre os dias 23 e 25, o beachtenista maranhense disputa a etapa do Circuito Nacional de Beach Tennis Copa São Paulo.

Após esse torneio, Augusto Neto competirá a etapa de Ribeirão Preto entre os dias 26 e 28. E, finalizando sua passagem por São Paulo, o maranhense terá a etapa em Casa Branca de 29 a 31 de janeiro.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Sports

Uma competição marcada pelo sucesso de público e disputas emocionantes. É dessa maneira que a primeira edição da Copa Alto Alegre do Pindaré de Beach-Soccer chegou ao fim no último fim de semana. O torneio, realizado na Arena Beira-Rio, em Alto Alegre do Pindaré, reuniu 22 equipes que proporcionaram bons duelos. No encerramento, os times do Sport, no feminino, e do Mutirão, no masculino, sagram-se campeões. 

Mutirão

Ao longo da última semana, a Arena Beira-Rio esteve sempre lotada para as disputas diárias da Copa Alto Alegre do Pindaré de Beach-Soccer. Na decisão, realizada na noite do último sábado (23), quem compareceu à arena viu duas grandes finais. 

Pelo torneio feminino, o Sport se impôs e levou a melhor sobre o time do Maria Veloso. A vitória por 3 a 0 na decisão foi construída com gols de Francisca, Juaneide e Luciane. O detalhe é que, na fase classificatória, as duas equipes haviam se enfrentado e, na ocasião, o Maria Veloso tinha vencido por 4 a 2.    

Maria Veloso

Já na final masculina da Copa Alto Alegre do Pindaré de Beach-Soccer, o título ficou com a equipe do Mutirão que bateu o Coritiba por 4 a 2. Os gols que decretaram a conquista do Mutirão foram assinalados por Francisco (2) e Carlos Henrique (2). Pelo Coritiba, Felipe e Adriano foram às redes, mas não evitaram a derrota.

Coritiba

A primeira edição da Copa Alto Alegre do Pindaré de Beach-Soccer é uma ação da Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré em parceria com o ministro dos Esportes, André Fufuca, e conta com o apoio da Confederação de Beach-Soccer do Brasil (CBSB) e da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS). Todas as informações da competição estão disponíveis no Instagram da FMBS (@beachsoccerma). 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

AVENIDA PAULISTA

– O filho do professor de Gonçalves Dias, em Caxias, Maranhão, foi decisivo para a existência desse que é o principal endereço de São Paulo e referência do mundo financeiro internacional.

*

Há exatos quinze dias, em 8 de dezembro, a Avenida Paulista, em São Paulo (SP), completou 132 anos de sua inauguração (8 de dezembro de 1891). Em 1909, recebeu asfalto, vindo da Alemanha – foi a primeira via pública a receber essa pavimentação na capital paulista.

Já tentaram dar outros nomes à Paulista: Avenida das Acácias, Prado de São Paulo e até Avenida Carlos de Campos, em homenagem a um ex-presidente da antiga província de São Paulo. Não colou.

A Avenida Paulista, sozinha, é um mundo. Um microcosmo. E a sensibilidade do olhar de quem a olha e a sente encarrega-se de torná-la ainda maior.

Já foi tema de novela. Daria muitos romances.

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I

gual a São Paulo, sou dos que madrugam, ou quase não dormem. Caminho entre seis e sete da manhã pela Paulista e vou observando e absorvendo o sono, o silêncio e a imobilidade das pessoas que formam a população de rua e que àquela hora ainda dormem, encolhidas, sob o frio de nove graus (sem contar o vento), distribuídas espaçada e pontualmente sob agasalhos, próximas aos grandes edifícios, gigantescos totens do mundo tribal dos negócios, do dinheiro.

De volta, no cair da tarde, clima mais ameno (mais ou menos), não há piano, mas ouço música. Aqui um violino; adiante, um violão. Violino e violão que tocam sem pedir, mas são pedintes. Aquele toca “La Vie en Rose”; este, “Hallellujah” (no dia seguinte, o violonista toca meus passos e sentidos com “Killing Me Softly With This Song”).

O largo passeio da Avenida Paulista abriga passos. Passadas. Passado. Tem em sua história gente de sangue maranhense: Horácio Sabino, que morou ali e foi decisivo no desenvolvimento urbanístico e imobiliário daquela área. Ele era filho de Ricardo Leão Sabino, maranhense de São Luís, um homem de mais de sete instrumentos (militar, filósofo, cirurgião-dentista, empresário, espadachim, arquiteto, poliglota, escritor, estatuário, tabelião, desenhista, músico, aventureiro, carpinteiro etc.).

Ricardo Leão Sabino morava em Caxias (MA), onde foi professor do futuro poeta Antônio Gonçalves Dias, a quem incentivou. Gonçalves Dias morava na Rua do Cisco (ou Rua Benedito leite), a um quarteirão de onde, na mesma rua e muitas décadas depois, eu também menino iria morar. Ricardo Sabino formou um grupo de amigos para juntar dinheiro e mandar o menino Antônio para Coimbra, tal era o talento que ele, professor, percebera no jovem marçano.

Anos depois, antes de completar os 20, Gonçalves Dias iria compor a "Canção do Exílio" e conquistaria as mentes brasílicas até hoje, com a onipresença, na memória dos brasileiros, dos dois primeiros versos da “Canção do Exílio” (“Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá”) e com a presença de outros dois versos do mesmo poema (os dois últimos do segundo quarteto) no “Hino Nacional Brasileiro” – “Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores”.

Penso nisso tudo enquanto caminho pelas largas calçadas da Paulista. Há décadas, tenho marcado passos nessa avenida. Aqui perto da capital, no chamado ABC paulista, fiz estudos de pós-graduação, em São Bernardo do Campo. Aqui perto, no Memorial da América Latina, fiz palestra. E, na marginal do Tietê e no Colégio Rio Branco, em Higienópolis, fiz discursos.

Sobretudo, aqui perto e de coração apertado, alma dilacerada, garganta entupida, olhos aguados, mantive vigília, fui escoteiro, “sempre alerta” em antessala de UTI em grande hospital da cidade paulistana que acolheu diversas vezes minha mãe, que lutava contra doença raríssima, autoimune, de nome tão complicado quanto o próprio mal.

*

Em termos demográficos, a Avenida Paulista, em seus quase três quilômetros, reproduz um pouco dos quinhentos milhões de quilômetros quadrados do nosso planeta. Sua população residente, somente ela, a tornaria uma das 150 maiores cidades brasileiras, em meio às 5.570 existentes.

Pela Paulista soam, silentes ou ruidosos, os passos de pessoas de todas as unidades federativas do continente Brasil e de todos os continentes do mundo.

Por ela ecoam surdamente os sonhos de tantos esperançosos e desesperados, loucos para verem seus desejos transformarem-se em obra tão concreta quanto os pétreos prédios, petrificados como moais nas margens da avenida.

Encosto-me em um canto e tento radiografar semblantes e sentimentos – na verdade, intuir o que querem tantos corações, os duzentos mil deles que moram na avenida e os milhões que, ao longo dos dias, fazem um caminho sem rastro nas calçadas. Qual o destino de tanta gente? Qual a forma de seus sonhos, a fórmula de seus desejos? Em que fôrma cabem suas vontades?

Não há resposta. O que me chega é apenas o odor vagabundo de um cigarro, o chacoalhar incansável da caneca de moedas de um mendigo, o som esmoler de um violino e de um violão que soltam notas que poucos notam...

E, acima de tudo, o que me chega, o que vem ao meu encontro na Avenida Paulista é a saudade de minha mãe, que, entubada e mudamente, lutava em leito ali perto e terminaria, aos 49 anos, por não poder, abraçada a mim, dividir comigo mais passos ao longo das avenidas da vida...

Faz frio na avenida...

E chove  – chove muito – dentro de mim...

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Para Você, bom Natal, Boas Festas, Bom 2024.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

A Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo (SP). A antiga mansão de Horácio Sabino, filho de Ricardo Leão Sabino, na Avenida Paulista com a Rua Augusta. O autor desta crônica, com votos de Boas Festas e Bom 2024.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nessa quinta-feira (21), o projeto de lei que declara o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado em todo o país. O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no fim do mês passado.

Celebrada em 20 de novembro, a data remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do Brasil durante o período colonial, de resistência contra a escravização negra no país. Atualmente, a data é feriado apenas em seis Estados – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo - e em mais de 1,2 mil cidades por meio de leis municipais e estaduais, mas, a partir de 2024, deverá ser observada em todo o território nacional.

Desde 2003, as escolas passaram a ser obrigadas a incluir o ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo. Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff oficializou o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

(Fonte: Agência Brasil)

A revista científica Scientific Reports publicou, nessa quinta-feira (21), artigo que revela uma nova espécie de pterossauro, o Meilifeilong youhao, que pertence ao grupo Chaoyangopteridade. Ele viveu no período Cretáceo, no nordeste da China. O artigo é elaborado por 14 pesquisadores chineses e brasileiros, representando nove instituições.

A espécie – assim como todos os outros integrantes do grupo – não tinha dentes e ultrapassava dois metros de envergadura. A publicação marca os 20 anos de parceria entre pesquisadores chineses e brasileiros na área da paleontologia.

 “Foram 20 anos de uma parceria muito frutífera e produtiva. Estamos muito felizes em trabalhar em colaboração, o que muito contribuiu para o avanço da paleontologia, especialmente, dos pterossauros, os primeiros vertebrados a desenvolverem a capacidade de voar”, disse, em nota, o pesquisador Xiaolin Wang, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados, que coordenou o estudo.

“Expressamos a nossa amizade a partir do nome desta nova espécie: Meilifeilong – significa lindo dragão voador e youhao significa amizade”, explicou.

“É importante saber que estamos falando de um grupo raro de pterossauros, que tem o Meilifeiling youhao como o membro mais completo. Ele apresenta uma crista craniana acima da enorme janela nasoantorbital (abertura no crânio que inclui as narinas externas) com uma extensão suave”, disse, em nota, o professor Alexander Keller, paleontólogo e diretor do Museu Nacional/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que coordenou a participação dos brasileiros na pesquisa.

Colaboração científica

A nova descoberta é considerada um marco nos 20 anos de parceria entre pesquisadores brasileiros e chineses na paleontologia.

Diógenes de Almeida Campos que, com o professor Alexander Kellner, iniciou a colaboração, destacou a importância da parceria: “Trabalhar com colegas da China tem sido uma forma importante de promover a internacionalização da ciência”, analisou.

Ao longo de duas décadas, a colaboração sino-brasileira produziu dezenas de trabalhos, resultando em publicações nas principais revistas científicas do mundo, como a Science e a Nature.

O trabalho publicado na Scientific Reports, do grupo Nature, reuniu 14 pesquisadores de nove instituições: Instituto de Paleontologia e Paleontropologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências, Museu Nacional/UFRJ, Universidade Sun Yat-Sem, Universidade Federal do ABC, Universidade de Jilin, Universidade de Shenyang, Museu de Ciências da Terra do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Espírito Santo e Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (Universidade Regional do Cariri).

(Fonte: Agência Brasil)