Skip to content

Professor dá aula em Manaus

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, reforçou, nesta terça-feira (16), o pedido ao Ministério da Saúde para que professores façam parte do grupo prioritário na vacinação contra a covid-19.

Ribeiro encontrou-se hoje com o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e com o médico Marcelo Queiroga, indicado para assumir a pasta nos próximos dias. “Vim pedir a possibilidade de vacinar todos os professores para voltar às aulas presenciais. Esse pedido está sendo analisado e deve entrar na escala”, disse o ministro da Educação, ressaltando que estão em análise como serão “as questões técnicas e como será realizado [o processo]”.

Milton Ribeiro lembrou que, em outubro do ano passado, enviou ao Ministério da Saúde um ofício pedindo prioridade de vacinação para os professores e os demais profissionais da área.

O Ministério da Educação (MEC) estima que o país tem entre 2,3 milhões e 3 milhões de professores.

(Fonte: Agência Brasil)

Com uma releitura de clássicos brasileiros, o concerto em voz e violão inédito da cantora francesa Pauline Croze, gravado no Studio des Variétés, em Paris, seguido da apresentação do cantor Sévérin, abriu, ontem (15) à noite, a Semana da Francofonia 2021 Brasil, que se estenderá até o próximo dia 20.

O evento é promovido pela Embaixada da França e pela Rede de Alianças Francesas no país. A programação, gratuita e on-line, é transmitida nos canais do YouTube e Twitch da Aliança Francesa Brasil.

A Semana da Francofonia comemora a língua francesa e a cultura de países francófonos com diversificada programação virtual, cujo lema é Respirez, vous parlez français (Respire, você fala francês). No dia 20 de março, é celebrado o Dia Internacional da Francofonia, que tem como objetivo promover a língua e a cultura francesas no mundo.

Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas espalhadas pelos cinco continentes falam francês, segundo dados do Observatoire de la Langue Française. Além disso, mais de 80 Estados fazem parte da Organização Internacional da Francofonia (OIF).

O Ar

No Brasil, a programação da Semana da Francofonia 2021 foi concebida pela Embaixada da França e pela Rede de Alianças Francesas no país, reunindo diversos eventos culturais virtuais sob a temática L’air (O ar), divididos pelas áreas de música, audiovisual, artes cênicas, artes visuais, gastronomia e literatura. O Ministério da Cultura francês escolheu dez palavras para 2021 que inspiraram a temática da Semana da Francofonia. São elas aile (asa), allure (olhar),  buller (bolha), chambr e à air (câmara de ar), décoller (decolar), éolien (força do vento), foehn (vento seco europeu), fragrance (fragrância), Insuffler (respirar), vaporeux (vaporoso).

O diretor Cultural da Aliança Francesa no Rio de Janeiro, Quentin Richard, destacou, em entrevista à Agência Brasil, a importância da Semana da Francofonia para a disseminação do idioma francês no país e no mundo. “A Semana da Francofonia é o ponto de encontro de todos os amantes da língua francesa e nos permite promover a evolução permanente, a modernidade e a grande diversidade da nossa língua. Esta semana permite afirmar o enriquecimento e a evolução da língua pelos mais de 300 milhões de falantes em todo o mundo que a praticam ao mesmo tempo, demonstram a sua solidariedade e o seu desejo de conviver e defender as liberdades, nas suas diferenças e na sua diversidade”.

Richard acredita que os eventos organizados pelas alianças francesas no Brasil e seus parceiros mostram que a língua francesa é mais do que profundamente viva. “Trata-se também de modos de ser, de viver e de fazer cultura comum. É uma linguagem que aceita e valoriza a diversidade, a miscigenação e a inclusão”.

Curta em francês

A programação on-line da Semana da Francofonia destaca a mostra Curta em Francês, realizada em parceria com o Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc SP). A programação gratuita ficará disponível na plataforma do Sesc São Paulo até 15 de abril.

Foram selecionadas 11 obras, sendo dois filmes suíços, dois belgas e sete franceses, que representam a produção audiovisual contemporânea desses países e a diversidade cultural da comunidade francófona. A proposta dos organizadores, no período difícil da pandemia de covid-19, é sugerir às pessoas que assistam a filmes que transmitam a sensação de ar fresco, dando-lhes oportunidade de escaparem para novos lugares por meio do cinema.

Hoje (16) e na quinta-feira (18), às 14h, e também às 19h do dia 18, será realizado o evento Leituras de Clássicos Franceses e Poesias, com a obra Pequeno Príncipe (Le Petit Prince) em música, e os poemas Brumes et Fjords, de Renée Vivien, além da experiência musical e poética Chaise longue, musique et poésie com o grupo Pelouse, do artista francês Xavier Machault.

Para crianças a partir de 8 anos, a Semana oferece o ateliê Tintas Naturais, com o fotógrafo e artista visual Benoît Fournier, que ensina a fazer tintas somente com materiais orgânicos, além da criação de instrumentos com objetos reciclados com Tucaninho Musical, da dupla Raquel Rihan Cypel e Bidu Campeche. Será nos dias 17, às 10h, e 24, às 18h30.

O público poderá conferir também a exposição virtual Fronteiras – 9º Prix Photo Aliança Francesa, que apresenta as séries vencedoras do prêmio de fotografia, no site www.prixphotoaf.com.br.  Entre os fotógrafos participantes, destaque para Osmar Gonçalves dos Reis Filho (Fortaleza/CE – 1º lugar) com a série A Sobrevivência dos Vagalumes (1ª imagem); Kitty Paranaguá (Rio de Janeiro/RJ – 2º lugar) com a série Tempo Presente (2ª imagem) e Luiz Baltar (Rio de Janeiro/RJ), menção honrosa com o ensaio Favelicidade (3ª imagem). Os visitantes poderão visualizar as três séries fotográficas premiadas e, ainda, terão acesso a áudios e vídeos dos fotógrafos.

Estarão à disposição do público também playlists (listas de músicas) propostas por What The France, marca do Centre National de la Musique (CNM), criada para realçar a riqueza da produção musical francesa em todo o mundo. Mais informações no endereço https://whatthefrance.org/pt-pt/.

Composições de grandes nomes do cenário da música da França se misturam às criações de novos talentos.

Fotonovelas

Outra novidade da Semana da Francofonia no Brasil é o concurso de fotonovela sobre o tema Respirar em francês. Utilizando as dez palavras escolhidas pelo Ministério da Cultura daquele país para o evento, o público poderá inventar uma história que combine com as fotografias propostas pelos organizadores, colocando nos balões palavras para os diálogos. Os autores do concurso são a Aliança Francesa e o Serviço de Cooperação Educativa da Embaixada da França no Brasil.

As fotonovelas individuais devem ser enviadas até as 17h, horário de Brasília, do dia 15 de abril, em formato PDF, para o endereço [email protected]. As informações para participação estão disponíveis no site da Aliança Francesa Rio.

Apenas uma produção será aceita por candidato. Podem participar adolescentes de 13 a 17 anos e adultos acima de 18 anos de idade. Serão escolhidos dez vencedores que receberão kits e vale-presentes. Os resultados serão divulgados no dia 3 de maio, nas redes sociais das alianças francesas do Brasil.

Na série Almoço com..., o público participará de entrevistas exclusivas com artistas e profissionais franceses e francófonos até 19 de março, sempre às 12h, nos canais YouTube da Aliança Francesa Brasil e Aliança Francesa Rio de Janeiro. As entrevistas serão, em sua maioria, em francês, mas terão legendas em português.

Os entrevistados, a partir de hoje (16), são Frédéric Monnier, chef francês residente no Rio de Janeiro e maître cuisinier de France; Claire Diao, cineasta francesa de origem da Burkina Faso; Benoît Fournier, fotógrafo francês residente no Rio de Janeiro; e os músicos Raquel Rihan Cypel e Bidu Campeche, idealizadores do projeto Tucaninho Musical.

As noites da Semana da Francofonia serão reservadas para transmissões ao vivo e lançamentos de vídeos, que ocorrerão entre os dias 15 e 19 de março, sempre às 19h. Cada dia será focado em diferentes temáticas, obedecendo à seguinte ordem: música, gastronomia, cinema, poesia e fotografia. 

(Fonte: Agência Brasil)

O programa Qualifica Mais-Emprega Mais, uma iniciativa dos ministérios da Educação (MEC) e da Economia, está com inscrições abertas de cursos on-line de qualificação profissional para jovens com até 29 anos. Nesta primeira fase, que funcionará como projeto-piloto, serão disponibilizadas 6.069 vagas gratuitas. São três cursos oferecidos na área de tecnologias da informação e comunicação (TICs): programador de sistemas, programador web e programador de dispositivos móveis.

Os cursos terão duração de cerca de 200 horas cada um. Neste primeiro momento, eles estão sendo ofertados para jovens que residam em 11 regiões metropolitanas do país: Salvador, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Florianópolis, Joinville, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Campinas. Além da qualificação, os estudantes que concluírem os cursos serão auxiliados para inserção no mercado de trabalho.

De acordo com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, a seleção dos estudantes será realizada pela plataforma EduLivre, por meio do preenchimento de uma trilha educacional, onde os candidatos vão conhecer o contexto do mercado de trabalho no qual pretendem inserir-se. A trilha ficará aberta até o dia 11 de abril e contará com informações sobre os cursos e postos de trabalho a eles relacionados, além de apresentar aos candidatos alguns exercícios sobre o conteúdo apresentado na própria trilha.

A partir do dia 12 de abril, os participantes selecionados receberão um e-mail para a confirmação de matrícula, enviado diretamente por uma das sete instituições selecionadas pelo governo para o programa.

Para a realização da matrícula, os selecionados devem residir em uma das 11 regiões metropolitanas participantes e terem o ensino médio completo. As aulas estão previstas para começar em 10 de maio.

Mais detalhes do Qualifica Mais estão disponíveis no site do prgrama na internet.

(Fonte: Agência Brasil)

Papa Francisco lidera missa pela canonização de cinco pessoas no Vaticano

O Vaticano disse nesta segunda-feira (15) que padres e outros ministros da Igreja Católica não podem abençoar uniões homossexuais, e que tais bênçãos "não são lícitas" se forem realizadas.

A Congregação para a Doutrina da Fé, o organismo doutrinário do Vaticano, divulgou a determinação em resposta a dúvidas e ações de algumas paróquias sobre a concessão dessas bênçãos como um gesto de acolhimento de católicos gays, já que a Igreja não permite o casamento homossexual.

O papa Francisco aprovou a resposta, afirmou a congregação, acrescentando que ela "não pretende ser uma forma de discriminação injusta, mas antes um lembrete da verdade do rito litúrgico".

Ela ainda disse que tais bênçãos não são permitidas, embora sejam "motivadas por um desejo sincero de acolher e acompanhar pessoas homossexuais" e ajudá-las a crescer na fé.

A nota da congregação lembrou que, como o casamento entre um homem e uma mulher é um sacramento, e bênçãos estão relacionadas ao sacramento do casamento, essas não podem ser estendidas a casais homossexuais.

"Por essa razão, não é lícito administrar uma bênção em relacionamentos ou parcerias, mesmo estáveis, que envolvem atividade sexual fora do casamento (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher aberta em si mesma à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo”. 

(Fonte: Agência Brasil)

Em todo o país, universitários reclamam de prejuízos causados pela liberdade das faculdades modificarem, a qualquer tempo, o conteúdo de seus cursos. Estudantes, especialistas e entidades ouvidas pela Agência Brasil dizem que os mais afetados por súbitas mudanças pedagógicas são os alunos de instituições particulares que, em muitos casos, veem o sonho da formatura adiado e têm que arcar com custos inesperados.

As queixas aumentaram com a pandemia da covid-19, que forçou todo o ensino a se ajustar às restrições às aulas presenciais, mas não são recentes. Basta pesquisar na internet para encontrar dezenas de reclamações e pedidos de orientação jurídica sobre reflexos das mudanças de matriz curricular. Em sites como o Reclame Aqui, internautas se queixam de terem que cursar novas disciplinas; da redução de carga horária ou da extinção de matérias. Os estudantes atribuem esses problemas à autonomia das instituições que implementam mudanças que acabam afetando quem já está estudando.

Na semana passada, no Distrito Federal, discentes de Psicologia de uma das faculdades que recentemente reformularam seus currículos organizaram um abaixo-assinado por temerem perda de qualidade do ensino. Em Florianópolis, uma universidade alterou não só os currículos de vários de seus cursos no fim do primeiro semestre de 2020, como anunciou que disciplinas, antes presenciais, passarão a ser virtuais, mesmo após a pandemia. Um problema para o estudante Alex Chernehaque que foi obrigado a trancar o curso que fazia, de julho a dezembro de 2020, por mudanças, sem prévio aviso, em práticas comuns na universidade.

“Até então, podíamos escolher as matérias que quiséssemos, independentemente do semestre, desde que não tivessem pré-requisitos. Cada aluno podia montar sua grade levando em conta as disciplinas obrigatórias que devia cursar para se formar”, comentou Chernehaque, explicando que, antes de se matricular em psicologia, já estudava direito na mesma instituição.

“Por dois anos, fui fazendo matérias de diferentes períodos do curso de psicologia. Até que, com a mudança da matriz curricular e as novas normas, a faculdade me informou que eu teria que retornar ao primeiro semestre de psicologia, alegando que eu não tinha concluído nenhum semestre”, diz o estudante.

Integrante de um diretório acadêmico, Chernehaque garante que a mudança prejudicou outros alunos. Segundo ele, o que a universidade propôs “para minimizar o prejuízo” foi descontar a carga horária das matérias cursadas das horas de atividades complementares que ele precisa fazer durante o curso de psicologia.

“Ou seja, ou conquisto, na Justiça, o direito de seguir conforme previa a matriz curricular anterior, de quando me matriculei, ou aceito voltar ao início do curso e praticamente perco os dois anos que já estudei”, lamentou o estudante, que recorreu ao Ministério Público, mas não descarta a hipótese de abandonar o curso pela metade.

Em Fortaleza, depois de decidir fazer uma segunda graduação, a jornalista Edwirges de Oliveira também teve que lidar com os efeitos de duas mudanças de matriz curricular implementadas em um curto espaço de tempo. Ao dar à luz a sua filha, em abril de 2018, ela já tinha cursado três semestres do curso de Design de Interiores de uma faculdade particular. Foi quando decidiu trancar a matrícula e se afastar, temporariamente, dos estudos.

“Quando voltei, no começo de 2019, o currículo tinha sido modificado. Conversei com o coordenador do curso, que me disse que o melhor era eu aderir à nova grade, mais moderna, com novas disciplinas”, contou Edwirges.

“A própria faculdade ajustou meu currículo, aproveitando as disciplinas que eu já tinha cursado. Só depois eu notei que algumas das matérias que eu já tinha cursado separadamente tinham sido unidas em uma só, e que parte do conteúdo eu já tinha estudado. Como algumas coisas eu ainda não tinha visto, preferi seguir o novo currículo”, relembra Edwirges.

No começo de 2020, Edwirges teve que voltar a trancar a matrícula por mais um semestre. Foi quando a faculdade fez uma nova mudança.

“Continuei com minha grade anterior, de 2019, mas tive que me reorganizar para entender o que faltava para me formar. Identifiquei que tinha que cursar uma matéria que não aparecia no sistema. Consultei a coordenação, que me informou que a disciplina tinha sido mesclada à outra, que eu já tinha feito, e que foi automaticamente aproveitada quando do ajuste do meu currículo. Ou seja, no fim, alguns conteúdos eu vi duas vezes. Outros, eu não estudei”, assegura Edwirges, que acabou pagando para fazer outros cursos específicos para suprir a lacuna na formação acadêmica.

Por ter identificado casos em diferentes regiões e entender que o problema não se limita a uma ou outra instituição de ensino, a reportagem optou por não mencionar o nome de nenhuma faculdade.

Abusos

Integrante da Comissão Especial de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e professor universitário, o advogado Lindojon Gerônimo julga que, embora fundamental para manter os cursos ajustados às constantes mudanças do mercado de trabalho, a autonomia das faculdades de modificarem a matriz curricular a qualquer momento tem permitido a prática de abusos.

“Não há nada de errado em, de tempos em tempos, uma faculdade modificar sua matriz curricular para se ajustar às mudanças do mercado. Isto faz parte da autonomia universitária, prevista na LDB”, disse o advogado, se referindo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Em seu Artigo 53, a lei, de 1996, estabelece que as universidades têm autonomia para, entre outras coisas, fixar currículos, bem como para criar, organizar e extinguir cursos e programas, desde que “observadas as diretrizes gerais pertinentes”.

“Infelizmente, algumas instituições abusam desta prática, interpretando a legislação de forma a se favorecerem. No caso de entidades privadas, com as quais o aluno tem uma relação contratual que envolve pagamentos financeiros, a questão não é tão simples, pois é preciso levar em conta, também, o Código de Defesa do Consumidor e o Direito Civil contratual”, pondera Gerônimo, destacando que o Código, em seu Artigo 51, define que são nulas as cláusulas contratuais consideradas abusivas, entre elas, as que provoquem ônus excessivo ao consumidor.

“Se não houver acordo entre as partes, caberá à Justiça decidir o que é abusivo”, explica o advogado, citando, como exemplo, casos de trancamento de matrículas. “Se o contrato prevê que o aluno pode trancar a matrícula por um certo período, sem custos, é o caso de se analisar o que a faculdade exige dos estudantes que retornam ao curso. Mesmo que o contrato estabeleça que eles podem ter que cursar uma ou outra nova matéria ao pedir o destrancamento. Porque uma coisa é a instituição incluir uma disciplina que se tornou necessária. Outra é exigir que um aluno que está perto de se formar tenha que se ajustar à grade de quem está ingressando na faculdade. Principalmente, se houve uma mudança drástica da matriz curricular após ele ter iniciado o curso”, sustenta o advogado.

Excepcionalidade

Diretor-executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), Solon Caldas, diz que casos como os identificados pela reportagem sempre foram “pontuais”. Contudo, reconhece que, com a pandemia da covid-19 e a necessidade das instituições de ensino ajustarem a prestação de serviço às restrições a aulas presenciais, o problema pode ter se tornado “mais complexo”.

“Em termos gerais, a legislação garante a autonomia didático-pedagógica das universidades, e os órgãos competentes as autoriza a fazer as modificações que julgarem necessárias”, disse, lembrando que os contratos de prestação de serviço informam aos alunos ou a seus responsáveis que as faculdades podem modificar o currículo a qualquer momento e que, consequentemente, algum “ajuste” pode ser exigido.

“Os alunos estão cientes de que as instituições têm autonomia pedagógica para fazer as mudanças que a lei permite”, acrescentou Caldas, destacando que os “pontos fora da curva” devem ser tratados caso a caso.

“Não há receita de bolo. O que a Abmes recomenda é que as instituições cumpram tudo o que a lei exige, preservando a qualidade dos cursos. E que, principalmente neste momento atípico, em um contexto em que, possivelmente, todas as instituições de ensino tiveram que fazer alguma adequação, haja bom senso tanto por parte das universidades quanto dos estudantes”, disse o representante da associação, lembrando que, no que diz respeito à adoção de aulas remotas, as instituições vêm seguindo o que prevê a Lei nº 14.040.

Em vigor desde agosto de 2020, a lei estabelece normas educacionais excepcionais a serem adotadas durante o tempo que durar a pandemia, entre elas, a possibilidade de os cursos superiores optarem por atividades pedagógicas não presenciais como forma de cumprir a carga horária exigida.

Falhas

Já segundo o presidente da Associação Brasileira de Procons (ProconsBrasil), o advogado Filipe de Araújo Vieira, a controvérsia é um fato. “Cotidianamente, recebemos alunos reclamando de prejuízos decorrentes de alterações naquilo que contrataram. Principalmente de estudantes que estão prestes a concluir o curso e, de repente, são surpreendidos por mudanças que retardarão sua formatura”, declarou Vieira.

“O contrato de prestação de serviço educacional é marcado por dois eixos interdependentes: o pedagógico, discutido no âmbito do MEC, e o contratual, que diz respeito à relação de consumo. Para nós, órgãos de defesa dos consumidores, qualquer alteração em grades curriculares têm que levar em conta os dois eixos, não podendo causar prejuízos aos contratantes”

O presidente da ProconsBrasil defende que as instituições de ensino respeitem um tempo mínimo para implementar qualquer alteração da matriz curricular. E que, de preferência, as mudanças se apliquem apenas às turmas que estiverem ingressando no curso.

“A nosso ver, a princípio, os estudantes têm direito adquirido à grade curricular em vigor quando ingressaram na faculdade e assinaram o contrato com a instituição de ensino. Entendemos que a grade precisa ser modificada de tempos em tempos, que o conhecimento evolui, que novas tecnologias são desenvolvidas, mas é preciso que o aluno tenha tempo para se preparar. Caso contrário, ele não tem qualquer segurança quanto ao tempo que levará para concluir o curso”.

Já para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, os conflitos crescentes decorrem do que ele considera “falhas” na regulamentação do ensino superior privado. “A falta de normativas adequadas gera espaço não só para mudanças unilaterais da estrutura curricular, mas também para a ampliação das disciplinas a distância sem qualquer reparação econômica para os alunos”, comentou Montalvão.

“Qualquer mudança curricular precisa ser amplamente debatida com os alunos, algo que, em geral, não acontece. Além disso, o ideal é que qualquer alteração seja aplicada apenas a quem se matricular após ela ter sido aprovada. Do contrário, as instituições farão o que bem entendem, prejudicando a muitos alunos que demorarão mais para se formar”, acrescenta Montalvão.

Normas

A reportagem consultou o Ministério da Educação e o Conselho Nacional da Educação (CNE) sobre o assunto e aguarda retorno.

Responsável por assessorar o ministério no diagnóstico de problemas e deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os sistemas de ensino, o conselho emitiu, em 2018, um parecer sobre o tema.

Na ocasião, consultado pelo MEC sobre a necessidade de criação de regras para as mudanças de grade curricular ou de as faculdades concederem aos alunos a opção de escolher entre grade antiga e a nova, o conselho respondeu que as universidades têm autonomia para definir e alterar seus currículos, devendo apenas “informar aos interessados, antes de cada período letivo, os programas e demais componentes curriculares”, “de modo a preservar os interesses dos estudantes e da comunidade universitária”.

No parecer – homologado em julho de 2020, com a publicação no Diário Oficial da União –, o CNE cita ainda o trecho de uma súmula de 1992, a Súmula 03, para lembrar que o antigo Conselho Federal de Educação (CFE) já tinha se posicionado no sentido de que “estudantes não possuem direito adquirido em relação à grade curricular”, não sendo as instituições de ensino obrigadas a manter inalterável, ao longo de todo o curso, a matriz inicialmente proposta”.

Na Súmula 03, entretanto, os antigos conselheiros também alertavam que “o enfoque pedagógico recomenda que não se submeta o processo educativo, que é por natureza contínuo e cumulativo, a transições bruscas ou modificações traumáticas” e que “a implantação de novos currículos, mínimos ou plenos, deve adotar processo gradual que facilite os ajustamentos adequados" - trecho não mencionado no parecer de 2018.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste domingo, vamos analisar algumas frases publicadas em jornais que mereceram...

Críticas dos nossos leitores.

1ª) “Polícia Militar não reprime venda de drogas junto à quadra da escola”.

Nosso leitor ficou em dúvida: a Polícia Militar não reprime a venda de drogas na quadra da escola ou nos arredores da quadra.

Concordo com o nosso leitor. A locução JUNTO A pode criar ambiguidade.


A locução JUNTO A rigorosamente significa “ao lado de, perto de”, mas vem sendo muito usada com o sentido de “em ou com”: “Identifique-se junto à portaria” (na portaria); “O problema deve ser resolvido junto à diretoria” (na diretoria ou com a diretoria); “Contraiu um empréstimo junto ao Banco Mundial” (no Banco Mundial).

Em nome da clareza das frases, sugiro o uso das preposições “em” ou “com”: “Identifique-se na portaria”; “O problema deve ser resolvido na (ou com a) diretoria”; “Contraiu um empréstimo no Banco Mundial”.

Só deveríamos usar a locução JUNTO A no seu sentido original (= ao lado de, perto de): “Minha casa fica junto à farmácia”; “Meu carro está estacionado junto ao seu”.

Na frase em questão, entendo que a Polícia Militar não reprime a venda de drogas nos arredores da quadra da escola. E era isso que o repórter verdadeiramente queria dizer.

2ª) “Homem é baleado em Santa Inês e morre.”
Nosso leitor viu redundância na frase.

Discordo. Ser baleado não significa necessariamente que tenha morrido. Ser baleado é ser “atingido por bala mortalmente ou não”.

Em razão disso tudo, podemos concluir que uma pessoa pode ser baleada e sobreviver ou morrer.

3ª) “Assaltante é linchado em bairro de São Luís e sobrevive”.
Leitor quer saber se é possível sobreviver a um linchamento.

Concordo com a crítica do nosso leitor. Se sobreviveu, é porque não foi linchado, foi espancado.

Vejamos o que diz o dicionário Houaiss sobre o verbo LINCHAR: “do inglês to lynch, lei de Lynch (Lynch law – 1838). William Lynch, fazendeiro de Pittsylvania, no Estado da Virgínia (EUA) – séc. XVIII, instituiu um tribunal privado que julgava sumariamente os criminosos em flagrante”.

“Linchar” significa “executar sumariamente, sem julgamento formal, por uma decisão coletiva, o autor de um crime grave”. Executar, nesse caso, significa “matar”.

É importante lembrar que “executar” pode ser usado com vários significados: executar uma tarefa (realizar, efetuar, fazer); executar uma ordem (cumprir); executar o devedor (obrigar a pagar por meio judicial); executar uma canção (tocar instrumento ou cantar música); executar o condenado (tirar a vida em nome da lei); executar o assaltante (matar, assassinar).

Em razão disso tudo, podemos concluir que LINCHAMENTO implica “morte”.

4ª) “O artista, morto em 2018, será homenageado…”
A dúvida do nosso leitor é se o artista morreu (faleceu) ou foi morto (assassinado) em 2018.

Nosso leitor tem razão em parte. A frase é ambígua, mas não se trata de um erro gramatical.

“Morto”, como adjetivo ou substantivo, é “aquele que morreu”. O particípio do verbo MORRER é MORRIDO: “Ele tinha morrido em 2018”.

O problema é que MORTO pode ser o particípio irregular do verbo MATAR, que tem dois particípios: MORTO e MATADO. Nesse caso, devemos aplicar a regra tradicional:

a) Com os verbos TER e HAVER, devemos usar a forma regular: “Ele tinha (ou havia) matado o ladrão”;

b) Com os verbos SER e ESTAR, usamos a forma irregular: “O ladrão foi morto pelo policial”.

O verbo FALECER, embora apresente uma carga mais leve, é sinônimo de MORRER. Assim sendo, FALECIDO é “aquele que morreu”, é sinônimo de MORTO.

Se o artista não foi morto (= assassinado), seria melhor dizer “falecido em 2018”, em nome da clareza da frase.

O problema é que no meio jornalístico existe uma certa aversão ao verbo FALECER. Isso se deve, provavelmente, à sua carga mais suave. É como se fosse um eufemismo usar o verbo FALECER em vez de MORRER. Ninguém diria que “nas nossas estradas, durante o Carnaval, faleceram 27 pessoas”. O desastre pede um verbo de carga mais pesada: “morreram 27 pessoas”.

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1) É preciso levantar __________ moral dos jogadores.

2) Sentiu-se mal, por isso saiu __________ lotação.

3) Comprou __________ gramas de mortadela.

(a) o, do, duzentos;

(b) a, da, duzentas;

(c) o, do, duzentas;

(d) a, da, duzentos;

(e) a, do, duzentas.

Resposta do teste: Letra (a).

MORAL, no sentido de “estado de espírito, ânimo”, LOTAÇÃO, no sentido de “pequeno ônibus”, e GRAMA, como unidade de medida de massa, são substantivos masculinos: o moral, o lotação, duzentos gramas.

MORAL, LOTAÇÃO e GRAMA são substantivos femininos com sentido de “conjunto de princípios” (Ela seguia a moral cristã), “ato ou efeito de lotar” (A lotação do teatro estava esgotada), “relva” (A grama do jardim estava bem cuidada).

E Sarney falou, mais uma vez, aos maranhenses. Dessa vez, ouviu-se o governador na plenitude do Poder Executivo. Uma expressão autêntica de responsabilidade funcional. Uma posição governamental nítida. E, com ele, o ressurgimento da autoridade constituída. Com ele, o esplendor da liderança oposicionista, da liderança povo. Ainda com ele, a grandiosidade de um programa administrativo que, executado totalmente, assegurará, para o Maranhão, um Estado político-administrativo amplamente progressista e desenvolvimentista. Ainda com ele, o fortalecimento duma ação governamental dinâmica, precisa, atuando com desenvoltura em vários setores da administração federal, forçando a caminhada para atingir os objetivos do programa reformista do seu governo, atraindo, para a terra maravilhosa, a terra rica, a ajuda necessária do governo federal. Com ele, a luta cívica contra a inércia, a paralisação, e vencendo as dificuldades, imprimindo uma nova orientação, impondo corretivos e empurrando o Estado para uma situação grandiosa de realizações imprescindíveis. E já agora, acreditamos, ninguém tem mais dúvidas sobre este realismo que foi prometido em praça pública e que, já agora, aí está esboçando nas primeiras providências que vêm sendo tomadas pelo governador José Sarney. Ninguém mais na dúvida e, até dos seus adversários, se ouve a referência construtiva. De seus inimigos, mesmo com “toques” de malícia, há (eles já não mais escondem) o registro do reconhecimento nobilitante. Nem estes podem esconder esta verdade histórica, esta verdade esplêndida: “Sarney fará um grande governo”. “Sarney não decepcionará”. E é esta a verdade que está empolgando, qu está eletrizando, que está diante de todos por meio dos pronunciamentos do líder popular, do governador dinâmico que há em Sarney. E esta verdade contagia a todos, galvaniza.

Na sua fala de quinta-feira, última, pela TV, falando aos conterrâneos, o maranhense ilustre, acreditamos, surpreendeu a muitos (principalmente os seus adversários) com o informativo duma ação governamental extraordinária, ação governo, ação trabalho, ação energia e dinamismo, desenvolvida no Sul do país com um único pensamento: servir o Maranhão, buscar soluções imediatas para os problemas maranhenses. E Sarney, não o candidato, não o político, mas Sarney, o governador, o administrador, empolgou. Provocou emoções. Não foi um relato meramente informativo. Não. Valeu mesmo por uma prestação de contas autênticas, sem a rasura do aproveitamento ilícito, sem o vício do irreal, sem o “festim” da documentação improvisada, ardilosa, para “convencer”, para oficializar a mecânica dos processos administrativos, terrivelmente facciosos. Com Sarney, a grandiosidade dos fatos, do acontecimento sério, da providência séria. Com Sarney, a dureza no insistir, a dureza no conseguir, rompendo a barragem de todas as desconfianças e reconquistando, para o Estado, para o governo do Maranhão, o respeito, a confiança e a certeza de que o Estado se reencontrou com as suas possibilidades para melhor progredir, para melhor desenvolver-se. Com Sarney, a posição certa. Com Sarney, a atitude inflexível e já, com o Maranhão, o despontar duma nova era, de acontecimentos que virão reafirmar que o povo não errou em ter eleito Sarney para o Executivo maranhense.

A fala do governador deixou bem claro que o nosso Estado caminha definitivamente para o desenvolvimento. Diante dos ouvintes e dos que estavam em frente dos aparelhos de televisão, olhos fixos em Sarney, o desfile de providências as mais necessárias, as mais imediatas, as mais urgentes para atender e assegurar, com êxito, o programa reformista do governo. Para garantir soluções para os problemas maranhenses, para ajudar o governo a colocar o Estado nos altiplanos das grandes realizações. Exato. Diante da TV, a corrida dos números (!), dos auxílios concedidos, dos planos executados, das providências tomadas, e, em tudo isto, a presença do dinamismo, da atividade, da energia do governador José Sarney.

Com os que o ouviram e o olharam, na noite histórica de quinta-feira última, a presença das emoções mais vivas, mais sinceras. Uma vibração cívica, a afirmação de que o Maranhão liberta-se dum processo político que, por muitos anos, o acomodou a um plano de governo medíocre, governo restritamente partidário, governo de estagnação, governo de enriquecimento fácil.

Mas a fala do governador Sarney a todos empolgou e reafirmou a sua disposição de bem governar, de bem dirigir o Estado. E dando uma lição de democracia, depois de fazer o relato completo das suas atividades no Sul do país, o governador reafirmando a sua luta em prol do Maranhão, disse:

“Peço a colaboração, até da oposição, para a tarefa de soerguimento do Maranhão, no que ela possa ajudar em benefício do povo”.

E o direito, o sensato é governar sem o cerco das prevenções. A luta não é só de Sarney, é de todos, é do Maranhão. 

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 1º de maio de 1966 (domingo).

Abelardo Saraiva da Cunha Lobo, autor de “Curso de Direito Romano”, “com certeza, confirmou o elo entre o Maranhão e as ideias jurídicas no Brasil ao escrever a história interna do Direito Romano [...] vez que excedeu na exposição de seu direito público, chegando a pretender, do ponto de vista externo, realizar a evidenciação de sua influência universal em seu projeto interrompido pela sua morte em 1933”, diz-nos o professor doutor Rossini Corrêa em seu belo livro “Formação Social do Maranhão: o presente de uma arqueologia”, publicado em São Luís, 1993.

Esse livro de Abelardo Lobo é uma reedição do Centro de Estudos de Direito Romano e Sistemas Jurídicos da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). O projeto gráfico do Senado Federal, carinhosamente elaborado por Joaquim Campelo, é o de nº 78, contendo 662 páginas, com prefácio do professor doutor Francisco de Paula Lacerda de Almeida, Catedrático de Direito Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e agora enriquecido pelas notas de Pierangelo Catalano, da Universidade de Roma, o que “constitui motivo de grande alegria para os juristas brasileiros, indicando auspícios favoráveis ao desenvolvimento do Direito Brasileiro em consonância com as suas origens culturais”, no entendimento do professor da UnB, Ronaldo Rebello de Britto Poletti e presidente da União dos Romanistas Brasileiros (URBs).

Esse volume que, na verdade, reúne três livros do mestre Abelardo sobre a matéria, enriquece e ilustra os estudos de Direito Romano, contendo, para tanto, o programa idealizado por seu autor, a partir dos primeiros conceitos de Leibnitz, Poponius e Gaius, passando pelas Ordenações (Lei das Sete Partidas), pelo Direito Civil Português, Canônico e Germânico, Ibero-americano, até chegar ao Monumento Jurídico do nosso Clóvis Bevilácqua.

Sobre o autor, valho-me das notas contidas às páginas 665-6, do volume em referência [Notas sobre o Autor], transcrevendo-as na íntegra, para o conhecimento de alguns maranhenses, que pouco ou nada sabem, pela escassa divulgação feita até aqui, sobre esse nosso ilustre conterrâneo:

Abelardo [Saraiva da Cunha] Lobo nasceu em São Luís do Maranhão, em 24 de janeiro de 1869, e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de maio de 1933. Filho de Cândido Emílio Pereira Lobo Júnior e de Maria Benedita da Cunha Lobo. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 10 de novembro de 1888. Doutorou-se na mesma Faculdade, em 24 de dezembro de 1889. Nomeado, em 24 de janeiro de 1890, aos 21 anos de idade, para o cargo de juiz municipal da Comarca de Barra do Corda [Maranhão]. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1891, sendo nomeado cônsul em Vera Cruz, no México, posto ao qual renunciou porque o Marechal Deodoro da Fonseca havia dissolvido o Congresso Nacional, e ele, Abelardo Lobo, fora contrário a esse golpe. Casou-se com Alzira Mesquita Bastos, em 18 de novembro de 1893, no Rio de Janeiro. Militou na advocacia. Foi o primeiro colocado no concurso público para professor substituto da 3ª Seção da antiga Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, que compreendia a disciplina Direito Romano, Direito Internacional Privado e História Geral do Direito, sendo nomeado, incontinenti, professor de Direito Romano. Participou de vários congressos internacionais e pronunciou inúmeras conferências. Seu “Curso de Direito Romano”, em sete volumes, [sendo nesta edição que agora nos referimos somente reunidos os quatro primeiros tomos que abordam a parte histórica, muito divulgada nos meios jurídicos da Europa e América]. Com a República, foi eleito constituinte pelo seu Estado natal. Nomeado pelo Governo Provisório membro da Subcomissão pelos seus pares, professores Filadelfo Azevedo e Pereira Braga, dando eficaz colaboração na “Primeira Parte” do Código de Processo Civil”. Doutor Honoris causa pela Universidade de Buenos Aires (Argentina), e de San Marcos, de Lima (Peru). Grande Oficial da Ordem do Sol (Peru).

 Abelardo Lobo tornar-se-ia um dos principais pioneiros dos estudos do Direito Romano entre nós. Participou ativamente da Escola do Recife, associando seu nome aos dos intelectuais de nomeada como Tobias Barreto, Sílvio Romero, Clóvis Beviláqua, Capistrano de Abreu, Graça Aranha, Urbano Santos, Artur Orlando, Araripe Júnior, Gumercindo Bessa, Martins Júnior...

O “Curso de Direito Romano”, de Abelardo Lobo, é um clássico, entre nós, escrito à intenção de seus alunos. O Curso reflete uma grande cultura e erudição, e é o segundo a ser escrito no Brasil, antecedido apenas pela “História Interna do Direito Romano Privado”, de outro maranhense ilustre, Luís Antônio Vieira da Silva, formado em Direito e Cânones pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Nesse livro, encontra-se a seguinte dedicatória, o que externa o grande amor de Abelardo Saraiva da Cunha Lobo pelo seu torrão natal:

“Ao meu longínquo Maranhão”.

“Quanto mais longe de mim te vejo no tempo

e no espaço que nos separam, mais perto de ti

sinto-me na irredutível singularidade de minha

profunda e desinteressada afeição”.

Abelardo Lobo,

Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1935.

* Fernando Braga,in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Ilustração:

Desenho à mão livre por Isolda Hora Acioli, o mesmo da capa e do pórtico do livro comentado.

Perseverance

A sonda exploradora Perseverance se prepara para começar a coleta de material do solo marciano, informou, nessa sexta-feira (12), a agência aeroespacial norte-americana Nasa pelas redes sociais.

Segundo informações da agência, a sonda exploradora deverá expelir a placa protetora que cobre o sistema de coleta de amostras contido na “barriga” do robô. A Perseverance conta com uma estrutura completa de análise de pedras e de solo, com 43 compartimentos capazes de identificar a composição química das amostras coletadas.

O robô explorador conta também com cinco tubos especiais em seu laboratório interno. Essas estruturas serão responsáveis por checar se as outras amostras coletadas não foram contaminadas por agentes terrestres – como gases expelidos pela sonda ou contaminantes químicos do sistema de propulsão da Perseverance.

Esses tubos serão, futuramente, coletados e retornarão à Terra. Eles ajudarão os cientistas a avaliar com precisão quais amostras são puramente marcianas e quais sofreram qualquer tipo de influência dos sistemas da Perseverance.

Toda a manipulação de tubos e materiais da Perseverance é feita por braços mecânicos. Após coletadas e analisadas, as amostras são hermeticamente lacradas e guardadas para uma futura coleta, em missões futuras ao Planeta Vermelho.

Missão

A Perseverance chegou a Marte no mês passado. O robô foi enviado para pesquisar solo e atmosfera do Planeta Vermelho. Além de avançar nos conhecimentos sobre a geologia de Marte, a missão tem por objetivo procurar sinais de vida antiga no planeta vizinho. Para isso, carrega sete instrumentos com o que há de mais avançado em termos de imagens, análises químicas e de minérios, além de espectrômetros e outras tecnologias. Entre os experimentos que serão conduzidos pela Perseverance, está a produção artificial de oxigênio na atmosfera de Marte.

(Fonte: Agência Brasil)

Após séculos de destruição, a vegetação nativa de Mata Atlântica havia praticamente desaparecido em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde foi derrubada para dar lugar a pasto ou agricultura.

Depois de oito anos de plantio, a floresta finalmente voltou a ocupar a paisagem da Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), no município fluminense. Patrocinado pela Petrobras e pelo governo federal, o Projeto Guapiaçu está recuperando 260 hectares de vegetação com espécies como jequitibá-rosa, jacarandá-da-bahia e cedro-rosa.

Desde o ano passado, uma nova fase da iniciativa começou a expandir para além dos limites da reserva, e ações de restauração ecológica começaram a ser feitas em propriedades rurais privadas. O projeto vai beneficlar, até o fim deste ano, 61,4 hectares de áreas particulares.

Para a coordenadora-executiva do projeto Gabriela Viana, os benefícios da recuperação de áreas de pastagens pouco utilizadas são maiores do que a sua não utilização. Segundo ela, o reflorestamento cria muitos serviços ambientais como água em quantidade e qualidade, sombra e melhoria do ar.

“Nós entendemos que o nosso grande desafio agora é mostrar para os proprietários que, ao disponibilizar pequenas áreas para recuperação em beira de rio ou alguma nascente, eles também terão benefícios. Não é só o meio ambiente que terá benefícios”, disse Gabriela.

Acordos de cooperação

O projeto está firmando acordos de cooperação com pessoas físicas e jurídicas proprietárias de terras vizinhas à reserva. “Entramos com a mão de obra e os insumos necessários para o reflorestamento. O investimento na área é feito pelo projeto. Não tem custo para o proprietário. Mas, nessa parceria, temos que ter a garantia deles de que vão manter a área reflorestada”, afirmou a coordenadora.

“O objetivo dessas parcerias é facilitar a ligação de fragmentos florestais maduros e, claro, valorizar e melhorar os recursos naturais, sobretudo a água que nos abastece. A conexão por meio dos corredores é ainda muito importante para a biodiversidade de fauna e flora que precisa da troca de material genético”, explicou Aline Damasceno, engenheira florestal do projeto.

Terrenos de proprietários rurais parceiros, como o Instituto Vital Brazil, já começaram a receber as mudas de espécies de Mata Atlântica. A escolha dos proprietários é feita tendo como base aqueles que estão com Cadastro Ambiental Rural (CAR) atualizado e se mostram dispostos a formar o banco de áreas para restauração.

“A instituição recebeu com entusiasmo a iniciativa com o objetivo de celebrarmos a parceria em uma área de 10 hectares. Pouco tempo após o início das atividades, os resultados têm sido visíveis e animadores. A recuperação do solo e a restauração da mata ciliar com o objetivo de estabelecer conexões entre corredores florestais na localidade são, sem dúvida, uma excelente estratégia e um passo importante para a conservação da diversidade biológica na região”, disse, em nota, Átila de Castro, presidente do Instituto Vital Brazil.

Mudança na paisagem

A primeira fase do projeto, na alta bacia do Rio Guapiaçu, ocorreu entre 2013 e 2015. O intenso desmatamento promovido ao longo de séculos havia resultado em um cenário que reunia fortes erosões, formação de sulcos e nascentes secas.

Aos poucos, o espaço foi sendo transformado com o plantio de 180 mil mudas de 210 espécies nativas em uma área de 100 hectares. Entre 2017 e 2019, foram restaurados mais 60 hectares. A mais recente etapa do processo teve início em 2020 com a recuperação da vegetação de outros 100 hectares, dessa vez, beneficiados com mais 130 mil plantas cultivadas.

“Hoje é evidente a transformação na paisagem. A restauração ambiental dessa área trouxe para a região uma série de benefícios: além da beleza e da melhoria do microclima, há também a estabilidade do solo e dos processos erosivos nas encostas, o que evita o assoreamento dos rios”, afirmou Aline.

Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica era contínua como a Floresta Amazônica e considerada a segunda maior floresta tropical do Brasil com uma área equivalente a 1.315.460km². Hoje, no entanto, restam apenas 7,3% da cobertura original, e a Mata Atlântica é considerada a quinta área mais ameaçada do planeta.

(Fonte: Agência Brasil)