A mostra Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas traz, a partir de hoje (20), espetáculos cênicos de grupos e artistas de dez Estados brasileiros. As 14 apresentações foram pensadas para a internet e ocorrem dentro do projeto Cena Agora, do Itaú Cultural.
São espetáculos que abordam de forma crítica as construções estereotipadas da Região Nordeste. A abertura será feita por uma mesa de discussão com a atriz e jornalista pernambucana Ademara Barros, que faz vídeos de humor ironizando comportamentos machistas e racistas com a jornalista e produtora Val Benvindo.
Amanhã (21), o palco virtual recebe o espetáculo Amora, do grupo Canteiro, do Piauí. Uma cena que acontece em um quintal, com reflexões sobre vulnerabilidade e isolamento a partir da respiração de uma mulher e uma árvore. A proposta é criar uma “fábula cotidiana” sobre o ar que forma as palavras e mantém a vida – “o ar como a substância mais fundamentalmente coletiva”.
No domingo (23), o grupo baiano Teatro dos Novos faz uma encenação a partir do texto Eztetyka do Sonho, do cineasta Glauber Rocha, um dos mais importantes nomes do movimento do Cinema Novo. O manifesto opõe a sensibilidade afro-indígena do Brasil à razão dos colonizadores.
No último dia de mostra (30), Notícias do Dilúvio - Um Canto a Canudos faz, a partir das personagens Das Dores e Dos Anjos, um resgate da participação das mulheres na Guerra de Canudos (no fim do século XIX). Entre orações, lembranças e alucinações, o espetáculo traz um novo viés sobre “uma das mais importantes experiências de resistência popular do país”.
Programação
Todas as apresentações ocorrem de quinta-feira a domingo, nos períodos de 20 a 23 e de 27 a 30 de maio, com início às 20h, de quinta a sábado, e às 19h aos domingos. As transmissões são feitas a partir da plataforma Zoom, com limite de lotação. Os ingressos podem ser obtidos no Sympla. Após as apresentações, haverá conversas com os artistas.
As seleções de Santa Inês, de Paulo Ramos e de Pindaré-Mirim estrearam muito bem na terceira etapa do Campeonato Maranhense de Beach-Soccer, que teve início na tarde desta quarta-feira (19) e prosseguirá até o próximo domingo (23), na cidade de Santa Inês. A rodada de abertura do torneio, que é patrocinado pela Equatorial Energia e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, foi marcada por três bons jogos e muito gols. A partidas ocorreram na Arena Telson e foram transmitidas ao vivo pelo canal Beach-Soccer MA, no YouTube (youtube.com/beachsoccerma).
No primeiro jogo da competição, a equipe de Pindaré-Mirim derrotou Bom Jardim por 4 a 3. Na sequência, Paulo Ramos não tomou conhecimento de Tufilândia e, com uma atuação consistente, o selecionado paulo-ramense se impôs e construiu a vitória por 7 a 2.
Encerrando a rodada de abertura, a equipe da casa mostrou ser uma das favoritas ao título da etapa. Contra Bela Vista, a Seleção de Santa Inês conseguiu uma vitória expressiva por 7 a 5 e começou muito bem a competição.
Nesta quinta-feira (20), as seis seleções participantes desta etapa voltam à Arena Telson a partir das 14h30, para a realização da segunda rodada da fase de grupos. O duelo entre Paulo Ramos e Bom Jardim abre a rodada. Na sequência, a bola sobe para Pindaré-Mirim x Bela Vista e Santa Inês x Tufilândia.
Vale lembrar que os finalistas do torneio se classificam automaticamente para a fase final do Campeonato Maranhense, prevista para ocorrer no mês de junho. Após a realização de duas etapas, as seleções de Humberto de Campos, Santo Amaro, Raposa e Paço do Lumiar já estão classificadas para a fase final.
Maranhense 2021
O Campeonato Maranhense de Beach-Soccer de Seleções Municipais 2021 conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Neste ano, a competição será realizada em seis etapas, sendo a última com as equipes classificadas nas fases anteriores.
Cada etapa será realizada em uma região diferente. Em 2021, as cidades de Humberto de Campos, São Luís, Santa Inês, Lima Campos e Pinheiro receberão os jogos do estadual. De acordo com a organização do torneio, a expectativa é que a fase final ocorra somente entre os dias 9 e 13 de junho.
Além disso, cada uma das etapas seguirá todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos, como distanciamento social, uso obrigatório de máscaras nas arenas, disponibilização de álcool em gel e sem a presença de público.
Fomentar o futsal no Maranhão e fortalecer os clubes maranhenses nos cenários estadual e nacional. Essa é a missão da nova Diretoria da Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma), eleita recentemente para o quadriênio 2021-2025. Liderada pelo presidente Alex Ricarte, a chapa “Futsal por todo o Maranhão” aposta em uma gestão moderna e que valorize alguns pilares importantes: as categorias de base, o futsal feminino, o crescimento da modalidade no interior do Estado, a formação/capacitação de profissionais e árbitros. Paralelamente a isso, a Fefusma prepara algumas iniciativas voltadas para ações sociais.
“Sabemos do desafio que temos pela frente, mas estamos prontos para fazer com que o nosso futsal cresça e se fortaleça dentro do Estado como fora dele. Temos talentos em todas as regiões do Maranhão, que precisam de oportunidades para brilhar nas quadras. O maranhense é apaixonado pelo futsal, uma modalidade que tem grande apelo popular, bastante visibilidade nos meios de comunicação e uma excelente vitrine para marcas de patrocinadores”, afirmou Ricarte.
O primeiro passo para o fortalecimento da modalidade no Estado foi justamente o Campeonato Maranhense de Futsal, principal competição de futsal do Maranhão. Iniciada em maio, o torneio possui números impressionantes e é considerado o maior de todos os tempos. Contabilizando todos os dados de todas as categorias, o Estadual de Futsal terá a participação de 153 equipes. Ao todo, serão realizados 328 jogos, em que mais de 2 mil atletas estarão competindo.
“Em pouco tempo, conseguimos fazer um Estadual grandioso, com um bom nível técnico. Mas o futsal precisa de mais. Precisamos ir atrás de investimentos para a modalidade crescer. A Fefusma está de portas abertas para novos parceiros e patrocinadores que queiram associar as suas marcas a uma federação séria e preocupada com o desenvolvimento do esporte. Vamos trabalhar, cada vez mais, pelo melhor do futsal”, concluiu o presidente da Fefusma.
Nova Diretoria
A nova Diretoria da Fefusma foi eleita por aclamação para o quadriênio 2021-2025, em pleito realizado na sede da entidade, localizada no Ginásio Guioberto Alves, no Bairro de Fátima. Durante esse período, a federação será comandada pelo presidente Alex Ricarte.
Além do dirigente, a nova Diretoria da Fefusma é composta por Floriano Rodrigues (vice-presidente), Jairo Junior (vice-administrativo), José Francisco Coqueiro (vice de Competições) e Ezequiel França (vice-Regional). Foram nomeados, ainda, o jornalista Paulo de Tarso Júnior, diretor de Marketing, e Hugo Eduardo, diretor-técnico.
Em seu discurso, após ser eleito, Alex Ricarte agradeceu o apoio e a confiança dos clubes, dirigentes e dos ex-presidentes da Fefusma. “Só tenho a agradecer e demonstrar toda a minha gratidão por todo apoio que recebi. Muito obrigado aos ex-presidentes Alim Neto e Chicão Castelo Branco por estarem ao nosso lado neste desafio e aos clubes por confiarem no nosso trabalho. Juntos, fortaleceremos o futsal maranhense cada vez mais”, disse.
A eleição que definiu a nova Diretoria da entidade máxima do futsal no Maranhão para os próximos quatro anos contou com a participação dos representantes dos clubes devidamente filiados e em dia com suas obrigações perante à entidade: Moto Club, Sampaio Futsal de Araioses, Ippon, A.A. Balsas, CAD e Associação Magnólia.
Estão abertas até 30 de maio as inscrições para um edital que vai possibilitar a criação do Observatório da Criança e do Adolescente. A iniciativa tem o objetivo de reunir ações direcionadas à proteção e prevenção de crimes contra esse público, especialmente aqueles de cunho sexual. Coordenada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a ação terá investimento de R$ 2,6 milhões.
Os interessados em participar do processo seletivo deverão apresentar proposta à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do ministério e ao PNUD pelo e-mail[email protected], até às 23h59 do dia 30 de maio de 2021. É possível acessar os detalhes do edital pelos sites do ministério e do PNUD.
Serão consideradas elegíveis no processo seletivo instituições públicas como centros de pesquisa, fundações, institutos e universidades, que devem ter experiência no desenvolvimento de metodologias, estudos e pesquisas, bem como na criação de projetos em áreas temáticas relacionadas ao edital. O contrato com a instituição vencedora terá duração de nove meses, podendo ser firmado em todo o território nacional.
A volta às aulas com presença intercalada de estudantes eleva em até 270% o risco de contágio pelo novo coronavírus nas escolas, considerando 80 dias de funcionamento. A análise foi feita usando modelos matemáticos em escolas do município alagoano de Maragogi, que tem 33 mil habitantes. Por outro lado, um cenário que simula imunização de profissionais, testagem, monitoramento e fechamentos intermitentes mostrou queda da alta de contágio para 18%.
Os pesquisadores fazem parte do projeto ModCovid19, apoiado pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), da Universidade de São Paulo (USP) e selecionado pelo Instituto Serrapilheira em uma chamada de projetos emergenciais para análise da crise sanitária da covid-19. O estudo foi coordenado por Claudio Struchiner, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Tiago Pereira, da USP São Carlos.
“Se tem uma criança infectada, como as escolas tendem a ser ambientes fechados, há muita dispersão do vírus ali”, diz Tiago Pereira. O pesquisador explica que o protocolo, feito em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), deve ser implementado em Maragogi com o envolvimento da prefeitura. Para chegar aos resultados, a pesquisa usou dados demográficos, socioeconômicos e epidemiológicos de Maragogi e definiu quatro cenários possíveis.
O primeiro cenário é o das escolas fechadas e o segundo, o da reabertura, com turmas e horários reduzidos (turno de duas horas, turmas separadas em dois grupos e aulas presenciais em dias intercalados). No terceiro, haveria reabertura reduzida, com funcionários imunizados, mas mantendo as condições do segundo cenário.
No quarto cenário, a reabertura seria reduzida, com monitoramentos e fechamentos temporários: turno de duas horas, turmas separadas em dois grupos, com aulas presenciais em dias intercalados. Além disso, os estudantes seriam testados e isolados (14 dias), quando sintomáticos, ou quando parente for confirmado positivo. Se o estudante for confirmado positivo, todo o grupo é suspenso por 14 dias e, se mais de um grupo apresentar alunos com resultado positivo, a escola é fechada por sete dias.
O quarto protocolo foi o que se mostrou mais seguro, com aumento de 18% de casos na comunidade escolar e de 3% na cidade como um todo. “O custo da testagem é relativamente alto – cada teste de antígeno custa em torno de R$ 25 –, porém, o custo de três vezes mais crianças infectadas, não só crianças, mas pais infectados, é muito maior. O teste, na verdade, é barato”, afirma o pesquisador.
Pereira destaca que a imunização entre os profissionais também se mostrou efetiva. “Imunizar os funcionários diminui pela metade a infecção. É muito bom, mas não é suficiente para conter com respeito à escola fechada”, acrescenta.
De acordo com a pesquisa, no terceiro cenário, o contágio pode aumentar em 178% o risco de covid-19 na população escolar.
Na década de 1980, o Instituto Lusíadas, em que trabalhei com o diretor Paulo Peroba, levou a Fortaleza para palestras e mesas-redondas o lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda, famoso pelo dicionário que lhe dera reconhecimento e importância no Brasil inteiro. Culto, atencioso, discreto, não parecia o homem desorganizado, caótico, indiferente a contratos estabelecidos e a cumprimento de prazos, que Cezar Motta revela em Por trás das palavras (Rio de Janeiro: Máquina de Livros, 2020). O subtítulo é promissor: “As intrigas e disputas que marcaram a criação do Dicionário Aurélio, o maior fenômeno do mercado editorial brasileiro”.
Muito mais que a publicação de obras extensas – como os 17 volumes de A comédia humana de Balzac, os sete de Em busca do tempo perdido de Proust –, o lançamento de um dicionário é gigantesco desafio a quem se proponha fazê-lo, pelos recursos humanos e materiais envolvidos e pelo tempo que se leva para a elaboração de milhares de verbetes. Hoje, com a tecnologia de informações que permite o acesso a dados em poucos segundos, o trabalho dos dicionaristas ainda surpreende pelo esforço; faça-se ideia quando só havia a máquina de escrever, em que se datilografava ficha por ficha, depois revisadas e emendadas à mão, reunidas em caixas sujeitas a desordens e extravios. Tarefa para profissionais com método, organização e disciplina, o que nunca fora o caso do professor Aurélio Buarque de Holanda. Apaixonado pela arqueologia filológica, pela investigação linguística, pela pesquisa semântica, era-lhe difícil compreender a obra intelectual como peça de algo muito maior, que ia do cronograma de despesas aos equipamentos requeridos pela produção gráfica. Assim, o projeto de um grande, moderno e exaustivo dicionário brasileiro da língua portuguesa quase vira sonho que se frustra para sempre, não houvesse na vida do quixotesco Aurélio Buarque de Holanda um escudeiro fiel chamado Joaquim Campelo Marques.
Em 1950, o jovem Campelo troca a provinciana São Luís do Maranhão pelo Rio de Janeiro, onde ganhará a vida como representante comercial, publicitário, tradutor, editor mas, sobretudo, como jornalista, em O Cruzeiro e, depois, no Jornal do Brasil. Quando a maioria dos colegas faltava ao serviço sob a desculpa de que não passava bem, certa vez o maranhense acordou em uma esplêndida manhã de sol a pedir praia, telefonou para o chefe no JB e disse que não iria trabalhar porque se sentia bem demais... Ao saber de muita gente demitida nas redações cariocas, imaginou um bicho voador em rasantes para desempregar companheiros. Batizou-o e escreveu-lhe a definição, à maneira dos dicionaristas:
Passaralho s.m. Bras. Designação popular e geral da ave caralhiforme, faloide, família dos enrabídeos (...). Bico penirrostro, de avultadas proporções, que lhe confere características específicas (...). No Brasil, também é conhecido por muitos sinônimos, vários deles chulos. Até hoje, discutem os filólogos e etimologistas a origem do vocábulo (...). A verdade é que quantos o tenham sentido cegam, perdem o siso e ficam incapazes de definir o fenômeno. As reproduções que existem são baseadas em retratos falados, e, por isso, destituídas de validade científica.
Aluno bolsista da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, Campelo conhece o professor Aurélio, que logo o encanta pela cultura vasta e pelo amor à língua portuguesa, a quem passou a ajudar, gratuitamente, na correção de provas do Colégio Pedro II. Melhor assessor não poderia haver, segundo Cezar Motta:
Aplicado, detalhista, estoico, capaz de trabalhos solitários em recintos fechados por várias horas, desconfiado, casmurro, alto para os padrões da época, magro, ascético, com um rosto moreno encovado em que se aninhavam fartos bigodes em forma de trapézio, às vezes acompanhados de cavanhaque, Campelo era o auxiliar ideal. Principalmente porque trabalhava de graça. Raramente se irritava ou perdia o controle; em situações polêmicas, lançava mão do sarcasmo e ironia, suas armas. Sempre cultivou um senso de humor peculiar, que soaria agressivo a quem não o conhecesse. Chegava ao apartamento do mestre, no Edifício Duque de Caxias, na Praia de Botafogo 48, no quarto andar, por volta das 8h, e trabalhava até o almoço – pegava em O Cruzeiro às 16h. Raramente, porém, era convidado para almoçar.
Depois, braço direito do filólogo no grande “Projeto Dicionário”, o assistente batalhou por recursos financeiros para a montagem do escritório e o pagamento da equipe: ele, Marina Baird Ferreira (esposa de Aurélio), Elza Tavares, Margarida dos Anjos e Stella Moutinho, auxiliados por Elisabeth Dodsworth e Giovani Mafra. Prazos de entrega descumpridos e rompimento de contratos por pouco não se reclamam na Justiça, até que Campelo consegue o apoio decisivo da Editora Nova Fronteira, de Carlos Lacerda. Finalmente, ocorre o quase milagre: em 1975, lança-se a primeira edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, assinado por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filologia”. À noite de autógrafos, em livraria de Ipanema, Campelo não comparece, preso à redação do Jornal do Brasil até depois da meia-noite. História que me faz lembrar a de outro maranhense, o cronista Humberto de Campos, a trabalhar em um armazém de secos e molhados quando, em 31 de dezembro de 1900, fogos transformaram em dia a noite do Rio de Janeiro: era o século que passava...
Na sessão com que a Academia Brasileira de Letras comemorou o lançamento do dicionário, Aurélio só agradeceu, nominalmente, a um auxiliar, a própria mulher. Prova de que não rezava pela cartilha de Santo Ambrósio de Milão, para quem, nas tábuas da lei, deveria constar um décimo primeiro mandamento: “Sê grato aos que te ajudam”.
A obra alcançou êxito jamais visto no mercado editorial brasileiro: até 1986, venderia três vezes mais que todos os romances de Jorge Amado; três anos depois, a venda de mais de seis milhões de exemplares só perdia para as edições reunidas da Bíblia; em 2003, o total já chegava a 15 milhões, nos formatos impresso e eletrônico.
Com a previsão de que o Minidicionário Aurélio, lançado em 1977, venderia um milhão de exemplares por ano, o autor e a mulher alegaram, para surpresa de todos, ser a versão compacta um produto diferente do original, com o que não teriam de pagar nada a mais ninguém. Campelo, Elza e Margarida foram à Justiça para cobrar royalties sobre mais de 360 mil exemplares. Em depoimento espantoso, disse o filólogo ter posto no dicionário o nome de Campelo por “mera liberalidade” dele, Aurélio, sem que houvesse, pois, nenhum direito a reclamar, principalmente quanto ao Minidicionário, um produto novo. Assim, quebrava-se, para sempre, uma relação de amizade e parceria por mais de três décadas. “É o fruto que colhi pelos muitos anos em que trabalhei de graça...”, deve ter sentido o ajudante, ao escrever-lhe, conta Cezar Motta, “uma violentíssima carta de sete laudas datilografadas em que o acusava de traição, chamava-o de ‘mau-caráter’ e ‘indigno’, referindo-se a si próprio na terceira pessoa”:
Nós sempre o respeitamos, mas o senhor não nos respeitou. E, por isso, perdeu o respeito. E, além do respeito, a dignidade, ao depor como depôs num caso em que seus amigos e assistentes fomos agredidos e quando não lhe custava dizer a verdade. Só a verdade. Faltou-lhe coragem para declarar ter lesado o Campelo por cerca de dois anos e mais de um milhão de exemplares do minidicionário e reconhecer que dera um mau passo (...) À maneira das Catilinárias, não nomearei aquele que jamais trastejou na trajetória que leal e abertamente se traçou. Assim como também não recordarei que o dicionário foi prometido para dentro de um ano, ou seja, em 1970 – mas que só ficou pronto, na marra, arrancado a fórceps, em 1975. Deverei memorar quem bancou isso, mansamente doido?
Para o jornalista Janio de Freitas, “Campelo é o responsável efetivo, factual, pela existência do Dicionário Aurélio”. Com o que concorda a escritora Nélida Piñon: “Foram mais de 20 anos de devoção, o trabalho de uma vida. Sem Joaquim Campelo e Elza Tavares não haveria o Dicionário Aurélio”. Com toda a mágoa, foi o ex-assessor suficientemente elegante para representar o amigo presidente José Sarney nos funerais de Aurélio, em 1989. Não bastasse a tristeza que lhe ficou da briga, Campelo ainda foi derrotado em todas as demandas na Justiça, até a manifestação última do Supremo Tribunal Federal.
Resta-lhe a consciência de saber-se vítima de quem lhe negou o reconhecimento, a gratidão e a paga a que tinha direito. Como na célebre história de outro maranhense, Artur Azevedo, imagine-se uma criança a perguntar:
— Mamãe, o que é “plebiscito”?
— Plebiscito... plebiscito...
Disfarça o constrangimento por desconhecer o significado. Vai à estante, pega o Dicionário Aurélio e aproveita para fazer justiça ao verdadeiro responsável pela obra:
— Eu sei, mas não vou dizer... É para isso que serve o dicionário. Tome: abra o Campelo e procure!
Localizado no Parque da Cidade, na Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, o Palacete do Museu Histórico da Cidade, depois de 10 anos sem visitação, foi reaberto hoje (18), data em que se comemora o Dia Internacional dos Museus. O solar do início do século XIX teve o interior e a fachada restaurados.
Segundo a Prefeitura do Rio, a reabertura do museu marca a retomada gradual das atividades ao público nos equipamentos culturais, respeitando os protocolos sanitários. Por causa da pandemia de covid-19, haverá controle do número de visitantes, restrito a grupos de 15 pessoas por vez.
A retomada será marcada por uma exposição de longa duração com 482 peças do acervo de 24 mil itens do museu desde estandartes do século XIX, aquarelas de Debret e gravuras de Thomas Ender até os planos para a abertura da Avenida Central e objetos do dia a dia dos moradores do Rio.
O projeto básico de reforma foi desenvolvido pela Rio-Urbe, que contratou e fiscalizou a obra do museu, orçada em cerca de R$ 4 milhões. A sede principal e a capela foram totalmente restauradas e o casarão, adaptado para deficientes físicos com a inclusão de um elevador e rampas de acessibilidade.
Na reinauguração, o prefeito Eduardo Paes afirmou que vai apostar na cultura como principal fator de retomada do desenvolvimento e de renascimento do Rio. “Os moradores vão poder frequentar, fazer daqui um programa, aprendendo a história do Rio e, também, convivendo neste local que é a cara da cidade”, disse Paes.
“É um espaço muito importante não só para a zona sul e para o entorno, que envolve os moradores da Gávea e da favela Vila Parque da Cidade, mas para todo o Rio, que terá acesso novamente ao acervo, patrimônio e um espaço de cultura, seguindo todos os protocolos de segurança”, afirmou o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini.
Com uma rodada de antecedência, três equipes já garantiram vaga nas quartas de final do Campeonato Maranhense de Futsal Adulto Masculino, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma). A rodada, iniciada no último fim de semana e completada na noite dessa segunda-feira (17), no Ginásio da Apcef, foi muito boa para o Balsas Futsal, para o Ippon Cruzeiro Apcef e para a Associação Atlef, que venceram seus compromissos, mantiveram os 100% de aproveitamento e já estão classificados para a fase eliminatória.
Na segunda-feira à noite, duas partidas movimentaram a rodada do Estadual de Futsal Adulto. No primeiro jogo, pelo Grupo C, a Associação Atlef não deu chances ao Inovar F.C. e, com gols de Cássio (2), Vitinho, Ricardo Baima, Marcelinho e Marinaldo, construiu uma bela vitória por 6 a 1,
Pela mesma chave, o Balsas Futsal atropelou o Brigadeiro Falcão. Desde cedo, a equipe do interior se impôs dentro de quadra e não demorou para abrir o placar. A superioridade se transformou em goleada ainda no primeiro tempo, que terminou em 5 a 0. Na volta do intervalo, o Balsas manteve o ritmo para conquistar a vitória por 8 a 2. Os gols do time balsense foram de Alex (2), Alan, Anthunys, Preá, Donnadony, Cacau e Beto Potiguar.
Na próxima rodada, Balsas Futsal e Associação Atlef se enfrentam para definir a primeira colocação da chave.
Ippon Cruzeiro Apcef nas quartas
Com uma campanha até aqui perfeita, o Ippon Cruzeiro Apcef também está classificado às quartas de final do Campeonato Maranhense de Futsal Adulto Masculino. Após estrear vencendo o A.C. Peniel por 3 a 2, a equipe cruzeirense foi impecável na segunda rodada, realizada no domingo à tarde, e passou fácil pela Associação de Futsal Shekina e venceu o jogo por 5 a 0.
Com o triunfo, o Ippon Cruzeiro Apcef chegou aos 6 pontos ganhos e assumiu a liderança do Grupo A. No outro jogo do grupo, A.C. Peniel e Túnel F.C. empataram por 2 a 2 e contribuíram para a classificação do time celeste à próxima fase com uma rodada de antecipação.
Na última rodada, Associação de Futsal Shekina, A.C. Peniel e Túnel F.C. brigam pela segunda vaga para as quartas de final do torneio estadual.
Outros resultados
A segunda rodada do Campeonato Maranhense ainda teve a realização de duas partidas pelo Grupo D: o Titans derrotou o Villa Nova por 4 a 1, enquanto que o Palermo passou pelo A.C. Viana por 2 a 1.
Estadual Adulto Feminino
No domingo, teve início o Campeonato Maranhense de Futsal Adulto Feminino com partida entre Palermo e Meninas E.C. Em quadra, a equipe do Palermo goleou por 5 a 0 e começou muito bem a disputa do Estadual.
Esta edição do Estadual Feminino conta com a participação de sete equipes, que foram distribuídas em duas chaves. O Grupo A é formado por CAD/Athenas (São Luís), Meninas F.C. (Barreirinhas), Fênix F.C (São Luís) e Palermo (Santa Inês). Já o B tem os seguintes times: Moto Club (São Luís), Balsas Futsal/AFC (Balsas) e CT Sports (São Luís).
RESULTADOS
Associação de Futsal Shekina 0 x 5 Ippon Cruzeiro Apcef
A partir desta quarta-feira (19), a cidade de Santa Inês sedia a terceira edição Maranhense de Beach-Soccer. A competição reunirá seis equipes que vão disputar duas vagas para a fase final do Estadual, prevista para ocorrer em junho, em Humberto de Campos. A rodada de abertura da Etapa da Região de Pindaré será aberta com o duelo entre Bom Jardim e Pindaré-Mirim. A bola sobe às 14h30, com transmissão ao vivo pelo canal Beach-Soccer MA, no YouTube (youtube.com/beachsoccerma).
Nesta etapa do Campeonato Maranhense, além de Bom Jardim e Pindaré-Mirim, que fazem a primeira partida do torneio, a competição contará com as seleções de Tufilândia, Paulo Ramos, Bela Vista e Santa Inês.
As seis seleções participantes desta etapa foram distribuídas em dois grupos. Na primeira fase, as equipes do Grupo A (Bom Jardim, Bela Vista e Tufilândia) enfrentam as do B (Pindaré-Mirim, Santa Inês e Paulo Ramos). Os dois melhores times de cada chave avançam às semifinais e seguem com chances de conquistar o título.
Outras duas partidas movimentam a rodada de abertura da competição. Assim que terminar o jogo entre Bom Jardim e Pindaré-Mirim, a bola sobe para Tufilândia x Paulo Ramos e Santa Inês x Bela Vista.
Vale lembrar que os finalistas do torneio se classificam automaticamente para a fase final do Campeonato Maranhense, prevista para ocorrer no mês de junho. Após a realização de duas etapas, as seleções de Humberto de Campos, Santo Amaro, Raposa e Paço do Lumiar já estão classificadas para a fase final.
Maranhense 2021
O Campeonato Maranhense de Beach-Soccer de Seleções Municipais 2021 conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Neste ano, a competição será realizada em seis etapas, sendo a última com as equipes classificadas nas fases anteriores.
Cada etapa será realizada em uma região diferente. Em 2021, as cidades de Humberto de Campos, São Luís, Santa Inês, Lima Campos e Pinheiro receberão os jogos do estadual. De acordo com a organização do torneio, a expectativa é que a fase final ocorra somente entre os dias 9 e 13 de junho.
Além disso, cada uma das etapas seguirá todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos, como distanciamento social, uso obrigatório de máscaras nas arenas, disponibilização de álcool em gel e sem a presença de público.
Um estudo da organização não governamental (ONG) Plan International mostrou que 95% de meninas e jovens mulheres tiveram suas vidas afetadas de forma negativa pela pandemia de covid-19. Para as jovens, a educação foi a área mais atingida. O acesso limitado à tecnologia, o apoio insuficiente de escolas e faculdades e o espaço físico para estudar foram as principais dificuldades enfrentadas na educação em casa.
A pesquisa Vidas Interrompidas 2: em suas próprias vozes – O impacto da covid-19 na vida de meninas e jovens mulheres ouviu, nos meses de junho e julho de 2020, 7 mil mulheres de 15 a 24 anos sobre temas como educação, saúde e bem-estar, percepções sobre a vacina e o futuro.
O Brasil está entre os países que participaram do estudo, que, também, incluiu meninas da Austrália, do Egito, Equador, da Espanha, dos Estados Unidos, da Etiópia, França, de Gana, da Índia, de Moçambique, da Nicarágua, do Vietnã e de Zâmbia.
A solidão e as responsabilidades domésticas também interferiram na capacidade das meninas de acompanhar o ensino a distância enquanto as escolas e faculdades foram fechadas.
“O futuro das meninas e jovens mulheres está ameaçado no Brasil e no mundo. A pandemia aprofundou as desigualdades sociais, que já eram muito marcantes, e está fazendo com que a gente dê vários passos para trás em conquistas importantes de direitos fundamentais para a igualdade de gênero e de oportunidades”, afirma Cynthia Betti, diretora-executiva da Plan International Brasil.
Nas entrevistas, as jovens relataram dificuldades de concentração e foco ao estudar em casa. Elas também citaram a falta de dinheiro para planos de dados, telefones celulares e outros custos relacionados ao aprendizado on-line, além do fato de não ter ninguém para ajudar a explicar lições ou conceitos, como barreiras frequentes para aprender durante a pandemia.
“Na escola, temos uma abordagem mais prática. Nas aulas on-line, temos pouca oportunidade de tirar dúvidas, e os professores só dão a aula e não esclarecem nossas dúvidas. Minha casa está muito cheia e barulhenta. Não estou conseguindo acompanhar as aulas”, disse Bárbara, de 16 anos.
Vidas interrompidas
A primeira etapa da pesquisa Vidas Interrompidas, divulgada no ano passado, revelou que 19% das meninas em todo o mundo acreditam que a covid-19 as forçará a suspender, temporariamente, os estudos, enquanto 7% temem ter que abandonar a escola. No auge da primeira onda da pandemia, 1,5 bilhão de estudantes foram afetados pelo fechamento de escolas, que aconteceu em 194 países em quase toda a Europa, África, América Latina e Ásia.
“A covid-19 mudou, profundamente, nossas vidas no último ano. Mas seu impacto não é o mesmo para todas as pessoas, e a pandemia colocou em foco as desigualdades pré-existentes, seja entre ricos e pobres, jovens e idosos, homens e mulheres”, afirma Jacqui Gallinetti, diretora de Monitoramento, Avaliação, Pesquisa e Aprendizagem da Plan International.
Barreiras financeiras
Para reduzir os impactos do cenário revelado pela pesquisa, a organização defende que os governos reúnam esforços para lidar com as barreiras financeiras impostas às meninas. Entre as medidas propostas na pesquisa, estão o pagamento de vale-alimentação, merenda escolar e transferência de renda para incentivar as meninas a voltarem à escola, aliviando a carga sobre a renda familiar.
Outro ponto indicado pela Plan International é reforçar o treinamento para professores e alunos no uso da tecnologia, para melhorar a qualidade do ensino a distância em países onde as escolas permanecem fechadas, e para que a educação seja mais resiliente em caso de crises futuras.
“Isso inclui o planejamento de futuros fechamentos, identificando os alunos que mais precisam de apoio e investindo em meios variados, incluindo rádio, TV e aprendizagem on-line, bem como distribuindo kits escolares com material de aula e material escolar”, diz a organização.
Aumento da ansiedade
O estudo também mostrou que a interrupção nos estudos, combinada ao medo do próprio vírus e à necessidade de se adaptar a medidas de isolamento social, afetou a saúde mental das meninas, e muitas participantes da pesquisa precisaram lidar com o estresse e a ansiedade.
A primeira edição da pesquisa revelou que nove em cada dez meninas (88%) diziam estar sentindo níveis altos ou médios de ansiedade como consequência da pandemia de covid-19.
Por outro lado, o estudo mostrou que, apenas, 5% das meninas e jovens mulheres entrevistadas disseram que a pandemia só causou efeitos positivos em sua vida.