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TEXTO E CONTEXTO: POR UMA PRÉ-HISTÓRIA DA ACADEMIA IMPERATRIZENSE DE LETRAS

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Como era o “mundo cultural” de Imperatriz nas décadas de 1970/1980?

INTRODUÇÃO

Década de 1980. Um marco na ebulição cultural e na movimentação sociocomunitária de Imperatriz. Como era Imperatriz na década 1980/1989?

Na área social e econômica, viam-se ações e movimentações de entidades reivindicando mais linhas aéreas (1988). Empresas e entidades juntando-se para fazerem um bolo de 135 metros de extensão, pelos 135 anos da cidade (1987). Criação da Associação de Defesa Ecológica da Região Tocantina (ADERT), à frente José Geraldo da Costa (1989). Prefeitura anuncia que lançará “Guia Turístico de Imperatriz” (julho de 1987). Os carroceiros (condutores de veículos à tração animal) criam seu sindicato (1987). Vigilantes particulares fundam sua associação e, também, os médicos-veterinários (1987).

Na área da Imprensa, fundação de novos veículos de comunicação e muito bate-boca entre colegas jornalistas e radialistas e, se não bastasse, diversas ameaças e agressões verbais a comunicadores e jornais.

Foi criada a Fundação Cultural Ernesto Geisel, responsável pela TV Educativa (canal 4, presidida por Marcelo Rodrigues; 1987). O jornal “O Estado do Maranhão”, em editorial, proclama “Imperatriz, já” e instala sua sucursal no município (18 de dezembro de 1984). A TV Karajás (SBT) e a TV Tropical (Band) produzem programas jornalísticos locais (“Noticentro” e “Canal Livre”, respectivamente; 1984). A Diocese de Carolina, em Imperatriz, reestrutura o setor de jornalismo (1985). Inauguram-se as rádios Terra FM e Karajás AM e prevê-se a inauguração da TV local da Rede Manchete e retorno da revista “Os Fatos”, do jornalista Nílson Santos. O jornalista Wilton Alves Ferreira (o Coquinho), que fundara a “Gazeta de Imperatriz” e a “Tribuna de Imperatriz”, interrompe, temporariamente, a circulação desta última, à qual se dedicava (1988). De 1984 a 1988, jornais, jornalistas e políticos imperatrizenses alimentam brigas, faladas e impressas.

Na área artístico-cultural mais específica, o jornal “O Progresso” anuncia, em 7/4/1989, um ”time de escritores que farão uma nova coluna diária” (a escalação era, literalmente: “José Geraldo da Costa, Tasso Assunção, Lourenço Pereira de Sousa, Edmilson Sanches, Jucelino Pereira e Ulysses Braga”.

Em 15/4/1987, “O Estado do Maranhão” noticia que “desinteresse dos artistas frustra a classe”, sobre movimento organizado pelo músico Henrique Guimarães.

Em 23/4/1986 o diretor do “departamento científico-literário” da Secretaria Municipal de Cultura, Jucelino Pereira da Silva, anuncia a promoção de um “grande concurso de redação sob [sic] o tema ‘Imperatriz’”.

Membros e apoiadores da Associação Artística de Imperatriz (Assarti) realizam o show-manifesto “Da Política à Arte da Embromação”, onde reivindicam a continuidade da construção do Teatro Ferreira Gullar (agosto de 1988).

Em 19/7/1987, “O Progresso” registra: “Ribamar Silva revoltado com população” – população, que, segundo o escritor e professor, à época presidente da Assarti, “não sabe cultivar os valores espirituais”. Ribamar Silva, apesar disso, é responsável pela página “Janela Literária” e, com Gilberto Freire de Sant’Anna, a “In Mural”, além da “Página de Cultura”, do Grupo Literário de Imperatriz/Gruli (1987), todas em “O Progresso”.

Também em 1987, os músicos têm sua delegacia regional sindical.

Entre os apressados documentos que coletei, dois chamam especial atenção: o título do artigo do jornalista e político Neiva Moreira, no jornal “O País” (Rio de Janeiro, 15/5/1986): “Imperatriz, a Chicago do Tocantins”. O outro, uma charge de Cabral, publicada no “O Estado do Maranhão”: a figura da morte vestida de preto, como um pistoleiro, revólver à vista e o cabo de sua foice (na verdade, uma segadeira) como letra inicial do nome “Imperatriz”. Para arrematar, o “T” é uma cruz, projetando ao chão uma sombra também em cruz...

Como jornalista, eu noticiava as coisas ruins da cidade, mas, ao mesmo tempo, como jornalista e cidadão, eu brigava por coisas e causas melhores.

Também por isso iniciei o movimento que resultou na Academia Imperatrizense de Letras.

Tenho certeza de que, também por isso, a cidade está, ao menos um pouco, melhor do que antes.

I I

No futuro, os pesquisadores e outros estudiosos confirmarão: a década de 1980 (1980/1989) foi provavelmente a mais fértil da história de Imperatriz até antes do final de século e milênio, em 2000.

Naqueles oitentas (1980), havia uma busca ou afirmação de identidade do município. Claro, isso não era planejado, sistêmico e sistemático, orgânico ou organizado. Era uma necessidade, mal explicada, porém sentida em pessoas, nos mais diversos estratos e com os mais diversificados interesses.

Imperatriz entrava os anos 1980 herdando os mais de duzentos mil habitantes atingidos em 1979. (Depois, com a independência de Açailândia, a população reduziu-se para a casa dos 160 mil e 170 mil, recuperando em meados da década, 1985, com 235 mil e, no final, 1989, com 272 mil. Em 2021, 259.980 habitantes.).

Para Imperatriz acorreram gentes tantas, de tantos lugares, com formações e aspirações as mais díspares. Um documento – “Mapa Demonstrativo da Influência Migratória no Município de Imperatriz” – registrava a vinda, para cá, de pessoas de, pelo menos, 24 Estados e, também, de outros países. Pessoalmente, como funcionário e investigador do Banco do Nordeste do Brasil e sujeito metido em quase tudo quanto era movimento e movimentação nos anos 1970, 80 e 90, pude constatar e cadastrar homens e mulheres procedentes dos diversos continentes do mundo – alemães, árabes, argentinos, bolivianos, chilenos, chineses, espanhóis, gregos, italianos, japoneses, libaneses, mauritano, moçambicanos, norte-americanos, portugueses, sírios, turcos...

Do “A” do Afeganistão ao “Z” do Zimbábue, quase todo o alfabeto da geografia política mundial passou ou provou ou ficou em Imperatriz. Eram (são) registrados sobrenomes como Altrochi, Canicoba Rodríguez, Chao Kuang, Flecha (argentino), Freitas e Rodrigues (portugueses), Ghader, Holthouser (norte-americano), Karalis (grego), Milesi (italiano), Sabbag, Stein (alemão), Vedova (italiano), Wada e Yamamoto (japoneses), Yusuf...

Em quantidade e diversidade demográfica, Imperatriz era, nos idos dos anos 1970 e 1980, mais brasileira e cosmopolita que hoje. A sociedade era ainda flutuante. Muita gente amanhecia e não anoitecia. Éramos o “melting pot”, o cadinho ou caldeirão étnico e cultural da pré-Amazônia.

Foi nesse ambiente, nos anos 1970, que me fixei definitivamente em Imperatriz. Os anos 1980 logo chegaram e, com ele, as mais férteis atividades sociais e culturais de Imperatriz antes do 3º Milênio.

Mesmo podendo transferir-me para Teresina (perto de Caxias, minha cidade-natal), preferi ficar em Imperatriz, que – diziam – era violenta. Eu vinha com as sadias inquietudes caxienses, onde, a partir dos 13 anos de idade, como menor estagiário do Banco do Brasil, assumira a diretoria cultural da AABB (o clube dos funcionários daquele banco), presidira, por anos, o Grêmio estudantil, criara e dirigira jornais (Colégio São José, Sesc, empresas), assumira a condução de três programas de rádios na Rádio Mearim de Caxias; escrevera em jornais locais e do Rio de Janeiro; ganhara concursos locais e estaduais.

Como não encontrava essa atmosfera cultural em Imperatriz, fui criando uma. Não demorei muito e já fui publicando um jornal cultural – “Safra – Jornal de Literatura”, que reunia diversos escritores imperatrizenses. Depois, no curso de Letras, organizei e lancei a “Antologia Literária dos Universitários de Imperatriz”, criei a Uniarti – Mostra Universitária de Arte de Imperatriz, trouxe para cá, pela primeira vez, o Congresso Universitário, que se realizava apenas em São Luís; passei a escrever em jornais (em “O Progresso”, desde o início da década de 80; também na “Tribuna de Imperatriz” e em outros mais).

Promovi concursos de redação para estudantes, fazia palestras.

Participei das tentativas de criação de um “Clube de Imprensa” (com Sérgio Macedo [Sérgio Antonio Mesquita Macedo], Sebastião Negreiros, Marcelo Rodrigues, Osvaldo Nascimento, Nilson Santos, Wilton Alves Ferreira, José Rodrigues, Jurivê Macedo e Hélio de Alfeu) e de uma “Associação dos Profissionais de Comunicação Social”, com Jurivê Macedo, Antônio Costa, Aldeman Costa, Marcelo Rodrigues e Roberto Chaves (1985).

Criei e participei da criação de entidades, movimentos e eventos. Em junho de 1983, apoio a criação da Associação dos Gráficos de Imperatriz. Em agosto de 1987 acontece momento cultural multimídia, no Poseidon Hotel, com lançamentos conjuntos de Henrique Guimarães (música), Livaldo Fregona (literatura) e Nilson Takashi Hamada (caricaturas, incluindo-se uma com meu rosto). Fundei, com Sérgio Antônio Nahuz Godinho à frente, Wilton Alves Ferreira e outros, a Associação dos Jornais do Interior do Maranhão (Adjori).

Minhas participações se estendem por todos os cantos e encantos, aspectos e espectros da cidade: concursos literários do 50º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), do Banco do Nordeste, de empresas locais, do Festival de Música sacra (Femusdi), Expoart (Teatro Ferreira Gullar), programas culturais e profissionais da Associação de Imprensa da Região Tocantina (Airt), Comitê Comunitário das Telecomunicações do Maranhão (Telma), diretoria do Juçara Clube e do Balneário Estância do Recreio, diretoria no Diretório Acadêmico da Uema, Associação de Corredores de Rua de Imperatriz, exposição de “art nouveau” de minha irmã, Cláudia Sanches, criação do Instituto Histórico de Imperatriz (não formalizada), ações e realizações da Assarti, doações várias de milhares de livros para a biblioteca pública municipal e outras entidades; inauguração da Rádio Cultura de Imperatriz e do Centro Cultural Luiz Ponchet Meireles (no curso de idiomas Yázigi, da profª Maria de Fátima Meireles [Maria Nunes]); direção de jornalismo da Rádio Terra FM e apresentação do programa de entrevistas “Radioatividade”; criação de jornais universitários; prefácio a diversos livros de autores da terra etc. etc. etc.

O que é mais importante: o texto ou o contexto? Como o contexto será sempre maior e verdadeiramente irreproduzível – “in totum” – pelo texto, paremos por aqui.

O certo é que, a partir dos contatos com os produtores culturais e outros humanistas de Imperatriz, fui conversando e convencendo-os a integrarem-se à ideia de criação de uma academia de letras. Como mostram uns raros registros em jornal, pelo menos duas tentativas já haviam sido feitas, mas, segundo um dos antigos participantes (hoje membro da AIL), foram “abandonadas por desinteresse, comodismo, ocupações”.

Houve resistências e agressões à minha defesa de uma Academia mais “acadêmica” e menos “política”. Como eu era o “cabeça” da “oposição”, as pancadas foram dirigidas a mim. Coisa pesada. Tanto que, no jornal “O Estado do Maranhão”, em 2/4/1989, dois anos e 25 dias antes de eu fundar a Academia Imperatrizense de Letras, jornalista Jurivê Macedo escrevia, sob o título “ACADEMIA”:

“ACADEMIA – A verdade é que uma falada academia de letras imperatrizenses tá provocando pruridos de vaidade em muita gente. // Até nomes já são citados para o elenco da casa de letras. // De mim, pobre escriba rabiscador de mal traçadas linhas, ela já se pode considerar livre, até porque só eu sei até onde vai o meu braço; mas em compensação o que tem de mortal querendo se imortalizar por aqui, num tá no gibi, alguns até que podem chegar à imortalidade pela matança das letras. E que vão acabar chegando lá, o que é ainda mais mortalizante” (Jurivê Macedo).

Três dias depois, em 5/4/1989, com o título “ELE SÓ”, o mesmo Jurivê escreve no mesmo jornal:

“ELE SÓ – Tô lendo duas notas de Edmilson Sanches. Uma sobre o bla-bla-blá que já se criou na terra em torno da falada Academia de Letras. A outra sobre a retirada do ar do programa radiofônico “Radioatividade”, da Terra FM. // Para efeito externo, nunca Edmilson Sanches foi tão ele próprio do que nessas duas notas onde botou pra fora tudo aquilo a que tem direito. (...)” (Jurivê Macedo)

Pois bem: “Y así pasáran los años...”

De 1989 chegamos a 1991. Como eu já havia criado diversas outras entidades, fiz o que é mais pragmático fazer: primeiro, fui ao Cartório do 1º Ofício, onde o Rosseny Marinho, o Miguel Bandeira (estes dois já falecidos) ou o Antônio Carlos da Mota Bandeira me informavam da existência ou não de algum registro de entidade nos moldes que eu mencionava; depois, elaborei o estatuto e, por último, reuni os que foram “convencidos” (isto é, vencidos pela conversa) e formalizava o ato de fundação.

Foi assim que a Academia de Letras de Imperatriz foi fundada, às 10h30 da manhã de 27 de abril de 1991.

Um dia, escrevo os detalhes, as dúvidas, as reações, o não-querer-querendo de uns, a boa vontade de outros, ânsias e ignorâncias no debate e na trajetória até a realidade da Academia. Por serem fatos antecedentes, e não correlatos ou consequentes, tem pouco texto sobre a Academia e mais contexto sobre o ambiente pregresso em que ela foi gerada, gestada e gerida.

Por enquanto, sem mais minudências (“a página não é de borracha”), essa é mais ou menos a “pré-história” da Academia Imperatrizense de Letras.

A partir daí, no bom sentido, é história.

Parabéns à AIL, pelos seus 33 anos.

E o abraço espiritual deste que, mais que ninguém, lhe conhece os verdadeiros incômodos, os enjoos e as verdadeiras dores de seu parto...

* EDMILSON SANCHES

FOTO:

Edmilson Sanches, em 2014, ministrando palestra no 12º Salão do Livro de Imperatriz, evento anual da Academia Imperatrizense de Letras.

O Ministério Público do Maranhão premiará, no dia 6 de maio, os vencedores do Prêmio MP-MA de Jornalismo 2023. A entrega da premiação ocorrerá em um Café da Manhã para a imprensa, que será realizado no Hotel Luzeiros, com a participação especial da jornalista Cristina Serra.

Com o tema “O Ministério Público na indução das políticas públicas”, a premiação é destinada a profissionais e estudantes de Comunicação em várias categorias. Este ano, os inscritos concorreram nas categorias Jornalismo Impresso, Telejornalismo, Radiojornalismo e Webjornalismo, além da categoria Estudantes.

Os participantes puderam abordar a atuação do MP-MA na defesa dos interesses da sociedade nas seguintes áreas: meio ambiente; combate às organizações criminosas; infância, juventude e educação; patrimônio público; cidadania; consumidor; criminal; controle externo da atividade policial; saúde; pessoa com deficiência; idosos; conflitos agrários; habitação e urbanismo; direitos humanos; violência doméstica.

Na categoria profissional, o MP-MA concederá certificado e prêmio em dinheiro ao melhor trabalho de cada categoria no valor de R$ 5 mil. O melhor trabalho dentre os quatro premiados receberá premiação extra no valor de R$ 4 mil. A premiação extra não é válida para estudantes.

Na categoria estudantil, o autor do melhor trabalho nas categorias Jornalismo Impresso e Webjornalismo receberá o certificado e será premiado em R$ 1.000.

“Como guardiães da Constituição e defensores do Estado Democrático, sabemos da importância fundamental da imprensa e, por isso, o Prêmio de Jornalismo é uma forma de incentivar ainda mais o trabalho aguerrido desses profissionais”, destacou o procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau.

Participação

A entrega do Prêmio MP-MA de Jornalismo será um momento de confraternização com a imprensa, que terá a presença da jornalista Cristina Serra. Formada na Universidade Federal Fluminense, a jornalista e escritora é paraense e trabalhou em vários veículos de comunicação em Belém, Rio de Janeiro e Brasília, entre eles: Jornal Resistência, Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil, Revista Veja, Rede Globo e Folha de São Paulo.

Foi correspondente da Rede Globo em Nova York e comentarista de política do quadro “Meninas do Jô”, no Programa do Jô. É analista de política no ICL Notícias. Tem quatro livros publicados, entre eles: “Tragédia em Mariana – a história do maior desastre ambiental do Brasil” (2018) e “Nós, sobreviventes do ódio” (2023).

(Fonte: MP-NA)

Brasília - Estudantes fazem provas no segundo dia da seleção do Programa de Avaliação Seriada (PAS), que permite o acesso a uma vaga na Universidade de Brasília

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou, até 17 de maio, o prazo final para as convocações da lista de espera do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do primeiro semestre de 2024. Essa etapa do processo seletivo terminaria na próxima terça-feira (30). A ampliação do prazo foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (26). 

No primeiro semestre, o Fies oferece 67.301 vagas aos estudantes. De 28 de março até o momento, o MEC já fez cinco chamadas de candidatos em listas de espera do Fundo.

As vagas que não forem ocupadas nesta edição do primeiro semestre serão ofertadas, novamente, no processo seletivo do segundo semestre deste ano. A estimativa é que ao todo, em 2024, o Fies oferecerá 112.168 vagas nos dois processos seletivos.

Para concluir o processo e obter o financiamento, o estudante deve ir até a faculdade escolhida, procurar a comissão permanente que trata do Fies naquela instituição e apresentar a documentação exigida. Somente depois, deverá ir ao banco que vai conceder o empréstimo.

Fies

O Fies concede financiamento a estudantes de cursos de graduação em instituições de educação superior privadas que aderiram ao programa.

Para solicitar o financiamento, o candidato que está na lista de espera, deve ter participado de qualquer edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 e ter conquistado a média de pontuação igual ou maior do que 450 pontos, e nota maior ou igual a 400 na redação. Outro critério é o da renda familiar mensal, de, no máximo, três salários mínimos por pessoa (R$ 4.236).

Por meio do programa, o beneficiado pelo financiamento público consegue estudar em uma faculdade e pagar o valor somente após a graduação. O início da quitação da dívida se dá logo após a formatura.

Se a renda da família for de até 1,5 salário mínimo (R$ 2.118) por pessoa, não é necessário apresentar fiador. A taxa de juros será zero para todos os estudantes.

(Fonte: Agência Brasil)

Cantor do Grupo Molejo, Anderson Leonardo, morre aos 51 anos. Foto: Instagram/cantorandersonleonardo

O cantor Anderson Leonardo, do Grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por meio de uma publicação nas redes sociais do grupo de pagode. Anderson enfrentava um câncer. Ele tinha 51 anos e estava internado no Hospital da Unimed-Rio.

“Nosso guerreiro Anderson Leonardo lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo”, escreveu o grupo.

“Sua presença e a alegria eram uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”, completa a publicação.

(Fonte: Agência Brasil)

Referência na natação paralímpica brasileira, Davi Hermes integrou a equipe Maranhão Master na disputa do 71º Campeonato Brasileiro Masters de Natação, que foi organizado  pela Associação Brasileira de Masters de Natação (ABMN) e realizado entre os dias 18 e 21 de abril, no Parque Aquático da Universidade do Estado do Pará, em Belém. Davi, que é atleta da Viva Água e conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, competiu em classe única, já que o evento não tem classe para paratletas, e conquistou resultados expressivos em quatro provas, com destaque para o vice-campeonato nacional da categoria pré-master nos 200m borboleta.

Além de levar a medalha de prata em uma de suas melhores provas, Davi Hermes também figurou em posições de destaque nas demais disputas pelo Brasileiro Masters de Natação, garantindo o Top 5 nos 100m borboleta e nos 400m livre, além de faturar a sexta colocação nos 50m borboleta, resultados que ajudaram o Maranhão Master a ficar com o terceiro lugar na classificação geral por equipes.

“Estou muito feliz por representar o Maranhão no Brasileiro Masters, sigo sempre grato a Deus por tudo. Agradeço à minha família, aos meus técnicos, a toda a equipe de musculação e de fisioterapia, além dos meus amigos de treinamento por todo o apoio. Também fica o agradecimento ao patrocínio da Potiguar e do governo do Maranhão, que é fundamental para que eu possa representar o Maranhão e minha classe de natação paradesportiva da melhor maneira possível”, destaca Davi Hermes.

Antes de participar do Brasileiro Masters, Davi Hermes teve um desepmenho de superação no Troféu Viva Água - Anibal Dias, evento que foi realizado no dia 13 de abril e válido como primeira etapa do Circuito Maranhense Master de Natação 2024. Mesmo em recuperação de uma virose, Davi mostrou sua força ao vencer a prova dos 50m borboleta.

Outros resultados

Também neste início de temporada, Davi Hermes representou o Brasil no Trisome Games 2024, que ocorreu em março, em Antalya, na Turquia. O atleta da Viva Água foi um dos grandes nomes da delegação da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), após garantir o Top 10 mundial da categoria Sênior (17 a 24 anos) nos 50m borboleta e 100m borboleta, além de melhorar a sua marca pessoal em algumas provas realizadas no evento internacional.

As brilhantes campanhas nos primeiros eventos do ano aumentam a confiança e a expectativa de Davi Hermes para a sequência de competições que terá pela frente. Nos próximos meses, Davi vai disputar o Campeonato Brasileiro de Natação CBDI, a Copa Brasil de Natação Paradesportiva, o Meeting Brasileiro de Natação CBDI e os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), além dos torneios locais da Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA) e da Associação Maranhense Master de Natação (AMMN).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

UM GÊNIO QUE CONHECI (1)

*

Você já deve ter ouvido essa música ou estes versos:

“De noite eu rondo a cidade

a lhe procurar, sem encontrar

(...)

E nesse dia então

vai dar na primeira edição:

‘Cenas de sangue num bar da avenida São João’”. (*)

Ou pode ter ouvido estes:

“Reconhece a queda e não desanima

Levanta, sacode a poeira

E dá a volta por cima”.

Os primeiros são versos da música “Ronda” e, os demais, da música “Volta por Cima”. Ambos são de Paulo Emílio Vanzolini, um dos maiores cientistas brasileiros, de reconhecimento internacional.

Vanzolini formou-se em Medicina e fez doutorado nos Estados Unidos em Zoologia, especializando-se em Herpetologia, o estudo dos répteis. Também foi cantor e escritor (poesia, crônicas, textos científicos). E foi boêmio, muuuuuito boêmio... Sobre Paulo Vanzolini há livros, artigos, filmes (documentários).

Paulo Emílio Vanzolini nasceu em 25 de abril de 1924, em São Paulo (SP). Faleceu em razão de pneumonia, na capital paulista, em 2013, três dias após completar 89 anos (aliás, foi internado exatamente no dia de seu aniversário).

Vanzolini, jeitão bonachão, simples, esteve em Imperatriz, no Maranhão, pelo menos uma vez –  e eu estive com ele. Tenho várias de suas obras, literárias e científicas, e também videodocumentários.

Zoólogo, Paulo Vanzolini foi a Imperatriz estudar impactos de uma obra de Engenharia Civil na vida animal da região. Queria conversar com alguém que tivesse uma boa conversa. Aí me convidaram.

E conversamos por horas e horas – Paulo Vanzolini, eu e Magdalena Klos, uma estudante de pós-graduação que acompanhava Vanzolini e realizava estudos para sua tese de doutorado.

Mais ouvi e perguntei do que respondi e falei. E perguntei muito. E ali, na Cantina Don Vito, na Rua Coronel Manoel Bandeira, na segunda maior cidade do Maranhão, Paulo Vanzolini, sem notas musicais, compôs para eu ouvir a melhor de suas músicas: a canção de sua própria vida. Uma história que o Brasil deixou de ouvir de seu próprio autor há onze anos.

Paulo Vanzolini contou-me – lembro-me bem – que, menino ainda, gostava de ir ver cobras e outros répteis em área própria da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Tempos depois, decidido a estudar os animais, ouviu de um amigo: “– Quer conhecer melhor os animais? Estude o homem. Forme-se primeiro em Medicina”.

Em outro texto relembrarei e direi mais de Paulo Vanzolini.

Neste 25 de abril, a música brasileira deveria entoar um hino de saudades e cantar um réquiem pela memória de Paulo Vanzolini, cientista, médico, doutor de animais e poeta, cantor e compositor de (e)ternas obras musicais.

No “link” abaixo e em outros do YouTube/Internet, ouça um pouco de “Ronda”, que completa 73 anos neste 2024. Aqui, Paulo Vanzolini está no ambiente que adorava: o bar, a bebida, os amigos, a música – a sua música, “Ronda”, cantada (voz & violão) pelo igualmente paulista e paulistano Carlinhos Vergueiro, 72 anos em março deste 2024.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=BmdB2W6ZLJ4

E aqui – no “link” https://www.youtube.com/watch?v=KX4s_IufYK4  – você escuta o próprio Vanzolini interpretando treze de suas músicas, que compõem o álbum “Paulo Vanzolini por Ele Mesmo”, lançado em 1981, o único disco em que o compositor interpreta suas próprias canções. Curiosidade: Paulo Vanzolini cantou “a cappella”, isto é, sem nenhum instrumento ou acompanhamento; somente a voz foi gravada. Depois foi gravado o acompanhamento instrumental (violão, percussão etc.).  Entre outras, preste-se atenção na perícia de Vanzolini na letra de seu “Samba Erudito”, onde cita, pelo menos, seis nomes da História brasileira e mundial e, de quebra, rimou “Bilac” com “Cadillac”. Também vejamos e ouçamos as formidáveis aliterações e assonâncias do samba “O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma”, em que versos são escritos com palavras iniciadas pelas letras “r”, “s”, “t” e “v”, além da preponderância de sons (fonemas) em “-ato”, “-orro”, “-into” e “-ent-“. Um mestre!

(*) A propósito de manchete ou notícia de jornal, como está na letra de “Ronda”, Paulo Vanzolini valeu-se de semelhante recurso em outra composição sua. Foi no “Samba do Suicídio”, onde os versos 50 e 51 trazem: “[...] / Vejam a notícia no jornal: / Pavoroso descarrilhamento na Central / [...]”.

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UM GÊNIO QUE CONHECI (2)

No dia 1º de novembro de 1989, o jornal "O Estado do Maranhão", de São Luís, registrou, na coluna de Maria Leônia:

"Quem passou por Imperatriz na semana passada foi o famoso compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, autor de ‘Ronda’, música interpretada por Maria Bethânia e muito tocada nas noites de fossa. Este encontrava-se realizando estudo e pesquisa sobre ecologia, como autoridade de Zoologia na USP [Universidade de São Paulo]. Aqui, ele contou com o apoio de Edmilson Sanches (jornalista), que também é um estudioso do assunto."

*

Em um início de noite de um dia qualquer da última semana de outubro de 1989 entrei mais uma vez na Cantina Don Vito. A Cantina era um local em que eu tinha ponto cativo, mesa reservada pelo proprietário, o empresário e “gentleman” Aruanã Cortez de Lucena (“in memoriam”), que, depois de exitosa atividade como gestor de grandes empresas em São Paulo, voltara para sua região (ele era filho de Carolina/MA) e criava empreendimentos de bom gosto e sofisticação, como a Cantina Don Vito e a Som Bom, esta uma pioneira empresa de equipamentos de som customizados, em um tempo em que a palavra “customizado” nem existia como sinônimo de “personalizado”, “ao gosto do freguês”.

Minha mesa na Cantina Don Vito ficava próximo ao caixa, no “design” da época. Logo que eu chegava, o Aruanã já vinha com a edição do dia da “Folha de S. Paulo” e, entre cubas-libres e doses de “Cointreau”, assuntos e amigos se juntavam, até o repasto noturno.

Nesse dia de outubro nem deu tempo de olhar para a mesa. Logo à esquerda, quase na entrada, vi Paulo Vanzolini e uma mulher loura, alta. Já fui direto até ele, chamando-o pelo nome e, como se fôssemos velhos amigos, fui falando alguns traços biográficos vanzolinianos pouco comuns a que eu tivera acesso, numa época em que não existia “internet” (que só chegou ao Brasil para o grande público a partir de 1995). Ali estava Paulo Emílio Vanzolini, médico, zoólogo, compositor, cantor, escritor..

Após ouvir sobre si mesmo em minha entrada triunfal, Paulo Vanzolini riu, com aquele jeito de bom amigo, sem “stress”, boêmio (ele não gostava de ser chamado assim).

Numa “homenagem” à minha curiosidade, pelos dados biográficos com que, no momento certo, eu ilustrava as minhas perguntas sobre ele, Paulo Vanzolini começou a contar sua vida: era taurino como eu (ele, nascido dia 25 de abril); o pai, engenheiro, que lhe deu a bicicleta, sobre a qual, criança ainda (dez anos), foi ao zoológico e ficou impressionado (positivamente) com os répteis, cobras especialmente. Falou de um amigo, o cientista, médico, biólogo e geneticista pioneiro gaúcho André Dreyfuss (1897-1952), que lhe disse que, se quisesse ser um grande zoólogo, deveria começar estudando Medicina.

Foi o que Vanzolini fez: formou-se em Medicina e foi para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, fazer pós-graduação em Zoologia. Ressaltando que essa informação era de conhecimento de poucos – pelo menos na época –, Vanzolini disse-me que foi um dos que recebeu o título de doutor em menos tempo na respeitada universidade norte-americana, por causa exatamente de sua formação acadêmica médica.

Claro que Vanzolini, Magdalena Klos e eu falamos sobre Imperatriz e sobre a região (dias antes dessa conversa, um engenheiro e gestor da empresa construtora que contratara a consultoria “faunística” de Vanzolini falara comigo para promover um encontro entre mim e o renomado cientista e músico). Mas a história, a música, a cultura, a vida, em termos amplos, gerais, foram os itens principais no cardápio de conversas que (man)tivemos.

Mostrando seu à-vontade no ambiente, o grande cientista e compositor, ao me apresentar Magdalena Klos, fez questão de dizer que o sobrenome “Klos” significava “alce” e que a doutoranda estudava zoologia dos invertebrados, especialidade dele também. (Pesquisei em vários idiomas a palavra “klos”, mas ainda não localizei a língua que dê como tradução o nome do maior dos animais cervídeos, parente das renas e dos veados).

Mas o que mais importa é que a noite foi pouca para tanto estar bem, com boas conversas, bom humor, curiosidades musicais e científicas, coisas e loisas da vida. As músicas “Ronda” e “Volta por Cima” foram cantadas e tamboriladas em parte, discretamente (não se queria dar “show”...). Em 2021, “Ronda” completou 70 anos de composição: ela é de 1951 e sua primeira gravação foi em 1953. “Volta Por Cima” é de 1962 – completou 60 anos em 2022.

Com a morte de Paulo Vanzolini naquele domingo, há onze anos, 28/4/2013, três dias depois de completar 89 anos, a Música e a Ciência brasileiras perdem um raro caso de talento em ambas as atividades.

Parece que o jeito bonachão de Vanzolini não era só o da foto: em vida doou sua biblioteca de 25 mil livros e outros itens para a universidade. Também utilizava na ampliação do número de espécimes animais o dinheiro que ganhava com a música, inclusive um valor pago por um político paulista que teria usado, em época de campanha, diversos compassos de uma música de Vanzolini.

Paulo Emílio Vanzolini ganhou prêmios científicos e reconhecimento de governos. Escreveu livros – de poesia, inclusive. Foi alvo de documentários sobre sua vida, obra e atividade, inclusive “No Rio das Amazonas”, filme que tenho. Seu sobrenome dá nome a, pelo menos, 15 répteis, insetos e outros invertebrados.

À parte o material biobiblioiconográfico que tenho, o que mais dura em mim são as lembranças das agradáveis, alegres e ricas horas de bate-papo. Aquele foi um encontro de, trocadilho à parte, um “cobra” paulista da Ciência e da Música com um “cabra” da peste nordestino em Imperatriz, cidade líder da região que marca outro grande encontro, o do Nordeste com o Norte, a Pré-Amazônia maranhense.

Brindemos em homenagem ao grande gênio brasileiro. Tim-tim.

Paulo Vanzolini agora faz ronda nos céus...

*

Escutemos de Paulo Vanzolini outro grande sucesso seu: “Volta por cima”, com o cantor, compositor e violonista mineiro Mário de Souza Marques Filho, mais conhecido como Noite Ilustrada, primeiro a gravar essa música, em 1963.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=5xW370kc6-g&list=RDBmdB2W6ZLJ4&index=13

* EDMILSON SANCHES

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) disponibiliza, nesta quinta-feira (25), o Cartão de Confirmação de Inscrição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O documento traz, entre outras informações, local de prova, número de inscrição, data, hora das provas em 5 de maio e se a pessoa inscrita terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, caso solicitado previamente.

O Cartão de Confirmação de Inscrição estará disponível na Área do Candidato, no mesmo site em que a pessoa fez a inscrição. Para acessar, é preciso fazer login com os dados da conta do portal do governo federal, o Gov.br .

Apesar de não ser obrigatório, o Ministério da Gestão recomenda levar o cartão impresso no dia das provas do chamado Enem dos Concursos, com o documento de identidade original com foto, conforme mencionado no edital. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas.

>> Clique aqui e saiba o que o candidato pode e não pode levar no dia do exame.

Os portões serão abertos aos candidatos às 7h30 (horário de Brasília), para as provas do período matutino. Já no período vespertino, os portões abrirão às 13h (horário de Brasília).

>> Clique aqui e confira mais informações sobre os horários e tempo de duração das provas.

Verificação

O candidato deve verificar se todas as informações sobre a inscrição estão corretas, como município indicado pelo candidato no ato de inscrição do certame.

O Ministério da Gestão avisa que, se houver qualquer tipo de erro ou se o local de aplicação da prova for muito distante da residência do candidato, é preciso entrar em contato com a Fundação Cesgranrio (telefone: 0800 701 2028), organizadora do concurso, com brevidade, e pedir a correção do que for necessário.

 “É possível o candidato solicitar a correção do cartão de confirmação, de acordo com o que ele fez no ato da inscrição, mas não é possível pedir para mudar de cidade agora. O que vale é o que foi declarado no ato da inscrição”, esclarece o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal.

Entre os dias 25 de abril e 4 de maio, véspera do concurso, a Cesgranrio prestará atendimento aos candidatos com dúvidas sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado durante a aplicação das avaliações, entre outras situações.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 24/04/ 2024 Reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)  para deliberar o projeto que prorroga por 10 anos a cota para a população negra de 20% das vagas em concursos públicos da União. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (24), por 16 votos a 10, o projeto de lei (PL) que prorroga por dez anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos para a administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações públicas e autarquias.

Além disso, o texto aumenta dos atuais 20% para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais, incluindo, ainda, os grupos dos indígenas e quilombolas. Atualmente, as cotas raciais para concursos alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos. A lei de cotas para concursos, que é de 2014, vence dia 9 de junho deste ano.

O projeto deve passar por uma votação suplementar na CCJ do Senado, ainda sem data marcada. Como tem caráter terminativo, se novamente aprovado, o texto segue direto para Câmara dos Deputados, sem precisar passar pelo plenário do Senado. A exceção é se nove senadores apresentarem recursos contra a matéria, o que pode levar o tema ao plenário.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), defendeu a necessidade de prorrogar a política de cotas raciais em concursos públicos argumentando que o racismo segue vivo na sociedade brasileira e mundial. Ele destacou ainda que, apesar de ter aumentado, a representação de negros na administração pública ainda é baixa.

“Um negro no serviço público, um negro no Ministério das Relações Exteriores é mais do que simplesmente um funcionário, é uma voz viva de que é possível se superar o racismo, a discriminação e promover um desenho do Brasil no serviço público que retrate o desenho do Brasil na realidade”, argumentou.

Embora pretos e pardos somem 56% da população, eles compõem 40% da administração pública federal. Nas carreiras de nível superior, só há 27,5% de negros. Entre juízes, apenas 14,5%, segundo dados do Observatório do Pessoal do governo federal sistematizados pelo Coletivo Maria Firmina de Servidores(as) Públicos Negros(as).

O projeto foi criticado por senadores da oposição. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), argumentou que as cotas deveriam ser apenas sociais, para pessoas de baixa renda.

“Nós estamos abrindo mão do mérito. Nós estamos abrindo mão da proficiência. Nós estamos abrindo mão da produtividade. Nós precisamos melhorar o nosso sistema educacional”, comentou.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) também criticou o projeto, argumentando que as cotas raciais deveriam se limitar às universidades e que devem ser provisórias.

“Melhorar a sociedade passa por meritocracia. Se várias pessoas tentaram e se prepararam para um concurso público, e se elas estavam em igualdade de condições, a cor não justifica o privilégio a mais. Porque as cotas têm que ser antes [do concurso]”, disse.

O relator Humberto Costa tentou rebater as críticas ao projeto. Ele lembrou que a questão racial vai além do social. “Quando um jogador de futebol bem-sucedido, rico, um ídolo, é chamado de macaco num jogo de futebol, num país que se pretende desenvolvido cultural e socialmente, esse discurso de que o problema é meramente social, ele cai por terra”, destacou.

Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) reforçou que a qualidade do serviço público está resguardada com o projeto porque a cota só vale para quem for aprovado no concurso.

“Ele pode não estar em primeiro do ranking, em segundo, em terceiro. Mas ele passou pelo crivo do concurso público. E não terá o risco, para não ter mal compreendido, de que se está impondo a um cidadão atendimento de segunda categoria”, destacou.

Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) argumentou que o projeto divide a sociedade. “As cotas raciais, para mim, elas criam o pior cenário possível. Porque ela admite a discriminação racial para atingir um objetivo político, o que leva a uma situação onde as pessoas não são julgadas pelo que são ou pelo que fazem, mas pela cor de sua pele ou por sua origem étnica”, argumentou.

Modificações

Na semana passada, o relator Humberto Costa acatou uma série de emendas da oposição para aumentar o apoio ao projeto, reduzindo, por exemplo, de 25 para dez ano o prazo de validade da política.

Costa ainda acatou o pedido para excluir o artigo que previa metas de representatividade étnico-racial nos quadros do serviço público, a exemplo da ocupação dos cargos de chefia, que deveria respeitar a proporção populacional dos grupos raciais calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Outras emendas acatadas pelo relator criaram novas regras para verificação da raça do participante do concurso, como a exigência de normas padronizadas nacionalmente, e também mais diretrizes para o combate às fraudes.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 24/04/2024 – A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministra, nos estúdios da EBC.  Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou, nesta quarta-feira (24), que a Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) destinará, até 2027, R$ 15 bilhões para investimento em ações e projetos culturais em todo o país e, consequentemente, apoiar os trabalhadores do setor. A lei federal de 2020, criada para reduzir o impacto da pandemia de covid-19 no setor cultural, possibilita a transmissão direta de valores a 100% dos Estados e 97% dos municípios que aderiram ao programa. Também houve 100% de adesão entre as capitais.

 “O fomento direto do governo federal para as cidades e Estados será para o setor cultural elaborar projetos, fazer festivais, construir equipamentos culturais. Temos a perspectiva de transformação real com o fomento cultural. As pessoas vão entender a força da cultura. Na hora que você injeta um fomento dessa magnitude, há a resposta porque gera a economia criativa de cada cidade, de cada Estado de uma maneira mais perene”.

A declaração de Margareth Menezes foi dada nesta quarta-feira (24) em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A ministra celebrou os 20 anos da política nacional Cultura Viva, que promove a diversidade cultural do país por meio do financiamento dos Pontos de Cultura espalhados pelo país, e idealiza que a cultura vire política de Estado. “Essas políticas são criadas para promover a segurança para o setor cultural e, também, para o povo brasileiro, como forma de garantir seus direitos culturais que estão na Constituição. Nosso objetivo é que a gente consiga que o Ministério da Cultura e a cultura brasileira sejam uma política de Estado”.

Durante a entrevista, a ministra enfatizou o tamanho do setor cultural brasileiro que, em 2021, empregou a 5,5 milhões de pessoas (5,6% do total dos ocupados do país) e da economia produzida pela cultura e indústrias criativas do Brasil em 2020: equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, a ministra lamentou que, a cada R$ 100, somente R$ 0,57 é investido na cultura nacional.

G20

A ministra Margareth Menezes foi questionada por jornalistas participantes do Bom dia, Ministra sobre como os integrantes do G20, sob a presidência rotativa do Brasil neste ano, têm tratado a criação de conteúdo artístico pela inteligência artificial (I.A) a partir de obras que detém direitos autorais. A ministra defendeu a propriedade intelectual e a devida remuneração de artistas.

“O ambiente digital gera dinheiro a alguém. São verdadeiras grandes fortunas para quem tem o domínio dele [...]. Estamos falando de uma indústria que gera dinheiro para alguns e que precisamos regular para trazer direitos aos produtores e à produção nacional”.

Sobre a disseminação de notícias falsas e crimes de ódio, a ministra confirma que os países estão unidos para combatê-los. “O que se propõe é que precisa haver uma regulação das fake news que prejudicam, tiram a normalidade das pessoas e criam um ambiente de ilusão".

Brasília (DF) 24/04/2024 – A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministra, nos estúdios da EBC.  Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

A ministra da Cultura do Brasil conta que a cultura tem bastante importância dentro do G20 como ferramenta para impulsionar a economia criativa e a sustentabilidade, com poder real de transformação, combate à fome e à intolerância, graças a diversidade cultural dentro do bloco que reúne as 19 economias mais influentes do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Sobre a agenda do G20 que preserva a memória e os patrimônios material e imaterial dos países, a ministra apontou que é necessário ter consciência sobre a importância dos tombamentos e da preservação do Patrimônio Cultural do Brasil, como é feito em outras localidades do mundo.

“É importante que as cidades, os Estados e os cidadãos tenham consciência do valor da memória da sua cidade, dos patrimônios. Porque, nesses patrimônios, estão registradas as evoluções sociais da nossa cidade, do nosso Estado, do Brasil como um todo, principalmente, aquelas cidades que têm centros urbanos, de memória e tombados. Nós encontramos ali uma desconstrução muito grande. Estamos perdendo muito patrimônio”, avaliou a ministra.

Patrimônio

No Bom dia, Ministra, Margareth Menezes explicou as iniciativas para recuperação e preservação do patrimônio cultural brasileiro, com ênfase para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções, que destinará R$ 700 milhões do Novo PAC, a 139 obras e 100 novos projetos para restauração e recuperação de espaços públicos e melhoria da qualidade de vida, promoção do turismo e desenvolvimento local, como a restauração da Praça dos Três Poderes, anunciada nesta semana.

“Através desse programa, poderemos resgatar algumas ações importantes para o nosso patrimônio nacional material e imaterial [...]. Temos que cuidar dos nossos patrimônios, de nossas memórias. A partir do momento que há o reconhecimento internacional – e o Brasil tem vários – significa que estamos registrando a nossa história e qualidade”.

Ela citou a nova política pública Canteiro-Modelo de Conservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que conserva de bens tombados de propriedade de famílias de baixa renda. “Quem recebe a reforma, terá que mantê-la, fazer a preservação. Quando a gente vai à Europa e vê aqueles monumentos, houve cada geração que teve o trabalho de mantê-los”.

Nessa linha, a ministra ainda comentou que o Choro foi declarado patrimônio cultural pelo Iphan em fevereiro.

Lei Rouanet

A ministra Margareth Menezes também falou da importância da Lei Rouanet [Lei 8.313/1991] para a democratização de acesso a recursos para financiar projetos culturais. A legislação permite que pessoas físicas e jurídicas patrocinem iniciativas culturais e abatam o investimento no Imposto de Renda. Ela enumerou as versões do Programa Rouanet: a Norte, linha de financiamento específica para a região, e o Programa Rouanet nas Favelas, que apoia projetos nos territórios de favela.

Diante das críticas à lei no que diz respeito à captação e à distribuição de recursos, a ministra rebateu e garantiu que a fiscalização dos repasses é rigorosa. “A fiscalização [da Lei Rouanet] é muito dura na questão da execução, da entrega. O Ministério da Cultura não dá dinheiro, o ministério analisa projetos. Tudo é com transparência, tudo é divulgado, tudo é acompanhado”, explicou.

Democracia

Por fim, a ministra enfatizou que a cultura tem a função de educar também, respeitando a diversidade. E condenou a censura a livros e a eventos LGBTs, sigla de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e outras autodenominações.

“Dentro da arte, temos o estado democrático. Arte dá a liberdade ao artista de criar para haver uma cultura real. A função do Estado é garantir que todos tenham acesso, também, a produzir e se expressar. Então, é isso que estamos promovendo em nossas políticas”.

(Fonte: Agência Brasil)

Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste.

Medidas de proteção reforçarão a segurança durante a aplicação das provas do Concurso Nacional Unificado, o chamado Enem dos concursos, previsto para o dia 5 de maio. São regras que proíbem a saída dos candidatos com o caderno de questões ou com anotações do gabarito, além da coleta de digitais e exame grafológico antes da aplicação do exame.

Com a adoção das medidas, o próprio cartão de respostas conterá a identificação do candidato, onde, além das seleções marcadas durante o exame, também ficará registrada uma frase copiada pelo concorrente com a própria letra e a sua digital.

Detectores de metal e de equipamentos eletrônicos também serão instalados nos acessos aos locais de aplicação da prova e os celulares serão desligados e lacrados durante o exame. Uma força-tarefa também atuará, com a participação da Secretaria Nacional de Segurança Pública, das polícias Federal e Rodoviária, da Agência Brasileira de Inteligência, Força Nacional e das secretarias de Segurança Pública estaduais.

“O processo envolve um forte esquema de segurança, desde a produção e entrega das provas até a checagem da identidade do candidato”, explica o coordenador-geral de logística do processo seletivo, Alexandre Retamal.

De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o objetivo é evitar fraudes no processo seletivo, principalmente por meio do uso de pontos eletrônicos. Esse seria o principal método usado por organizações criminosas que atuam em processos seletivos.

As provas objetivas de conhecimentos gerais serão aplicas pela manhã, com abertura dos portões às 7h30, quando, também, haverá uma questão dissertativa para os blocos de nível superior e redação para o de nível médio. Já no período da tarde, os portões serão abertos às 13h para as provas de conhecimentos específicos para os blocos de nível superior e uma nova rodada de conhecimentos gerais para o bloco de nível médio.

No mesmo dia da prova, após o encerramento dos dois períodos de exame, os cadernos de provas serão divulgados no site do Ministério da Gestão.

(Fonte: Agência Brasil)