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Prêmio para projetos aplicados em sala de aula destaca boas ideias de escolas de todo o país

Foram conhecidos, na última segunda-feira (18), os grandes vencedores da etapa nacional da décima edição do Prêmio Professores do Brasil. O concurso seleciona projetos que, aplicados em sala de aula, contribuem para a melhoria da educação básica. Entre os 30 ganhadores da etapa regional, foram escolhidos seis projetos – um em cada categoria da premiação.

O objetivo do prêmio é valorizar e estimular o papel dos educadores na formação das novas gerações. Ao todo, foram 3.494 projetos inscritos em todo o país. A cerimônia foi realizada na Praça das Artes, em São Paulo.

O valor do prêmio nacional é de R$ 5 mil, que se soma à premiação da etapa regional, no valor de R$ 7 mil. Os vencedores regionais também ganharam uma viagem à Irlanda, para participação em programa de capacitação apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), além de troféu e equipamentos de informática com conteúdo educativo para as escolas em que trabalham. Todos receberam troféus.

Para a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, o prêmio estimula a criatividade e a inovação na educação. “É um estimulo para o professor colocar em prática uma ideia. Com todas as iniciativas do MEC, especialmente as plataformas, os recursos a distância, que estão sendo fortalecidos e valorizadíssimos pela atual gestão da SEB, acredito que todos vocês terão condições de replicar esses projetos pelo país afora”, destacou, ressaltando os bons resultados do compartilhamento de boas práticas entre professores.

A premiação nacional selecionou um projeto em cada uma das seguintes categorias: educação infantil/creche, educação infantil/pré-escola, ensino fundamental/ciclo de alfabetização, ensino fundamental/quarto ao quinto ano, ensino fundamental/sexto ao nono ano e ensino médio.

O secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares, destacou a importância dos excelentes professores e professoras que ensinam em todos os cantos do país. “Que esse prêmio possa ser uma parceria no processo de formação. Que vocês voltem para suas escolas contaminados cada vez por esse brilhantismo, e que possam levar aos colegas também o incentivo de participar desse momento”, afirmou. De acordo com ele, o prêmio é um “reconhecimento ao que temos de melhor no país”.

Professores e projetos vencedores por categoria:

Infantil / creche – Em São Paulo, a professora Alessandra Silva de Assis foi a vencedora na categoria educação infantil / creche com o projeto A escuta das vozes infantis: registro da busca pela prática, realizado com bebês de cinco a 18 meses do CCI Cips Secretaria dos Negócios Jurídicos.

O trabalho compreende quatro experiências: leitura com bebês e seus desdobramentos, momentos individualizados durante a higienização, protagonismo nas brincadeiras e experimentações com arte e natureza. O objetivo é dar visibilidade ao potencial das crianças pequenas, de forma a consolidar seu protagonismo e autoria na aprendizagem e, consequentemente, uma educação infantil pública de qualidade. “Para mim, é uma valorização, o reconhecimento do trabalho do professor e visibilidade para a educação infantil. E isso motiva demais”, resume.

Infantil / pré-escola – A professora Lidiane Pereira da Silva, da escola EMEF Gonçalves Dias de Canguçu, de Canguçu (RS), foi a vencedora da categoria educação infantil / pré-escola, com o projeto Como nossos pais e com jeito da nossa gente. O projeto tinha dois desafios: a relação de conflito entre os pais e a escola e a melhoria da alimentação dos alunos, que levavam lanches industrializados para a merenda.

Os pais foram convidados a ir à escola para fazer pequenas intervenções nas aulas e ensinar brincadeiras que fizeram parte da sua infância, além de fazer lanches caseiros com seus filhos. O resultado foi a maior presença dos pais e o aumento de lanches caseiros. Durante o recreio, passaram a praticar os jogos ensinados pelos pais. “A importância desse prêmio é o reconhecimento e a valorização da escola pública. Apesar de toda a dificuldade que enfrentamos, o prêmio mostra que valeu a pena”, garante.

Ensino fundamental / ciclo alfabetização – Já a professora Katia Bomfiglio Espíndola, de Porto Alegre, desenvolveu seu projeto para os estudantes que utilizam a sala de integração e recursos da escola. Vencedora da categoria ensino fundamental / ciclo de alfabetização, criou o projeto Conta uma história?! Um projeto de pró-inclusão escolar, literatura e acessibilidade”, em que uniu inclusão escolar, literatura, leitura, vídeo e acessibilidade.

Participaram 25 alunos que frequentam a sala de recursos, e cada aluno convida uma pessoa da comunidade escolar para escolher um livro e lhe contar uma história. A leitura é gravada, editada e depois exibida para os alunos e suas turmas, assim como compartilhadas nas páginas do projeto e da escola nas redes sociais. A intenção é montar uma coletânea audiovisual de 25 títulos literários. “Isso significa o reconhecimento do MEC sobre a importância de projetos na área da inclusão escolar. Dar visibilidade a isso é algo extremamente importante, muito mais do que qualquer valor em dinheiro”, enfatiza. O projeto também foi um dos vencedores na categoria temáticas especiais.

Ensino Fundamental / quarto e quinto anos – Em Rolim de Moura (RO), o projeto Ler, escrever...crescer! foi o vencedor na categoria ensino fundamental / quarto e quinto anos. A professora Fernanda Nicolau Nogueira, do colégio EEEFM Nilson Lima, realizou o projeto a partir do desafio de atender a mais da metade dos alunos do quarto ano, que estão em processo de alfabetização e, ao mesmo tempo, garantir a todos a competência de ler e escrever.

Foram realizadas atividades diárias de leitura e escrita, análise textual e gramatical, que resultaram na produção de jornal escrito, livros de contos e autobiografia, filmagem de telejornal, de programa de culinária e blog educativo, entre outros. “Receber este prêmio representa a maior honra que um professor pode receber neste país. Estou muito feliz e sensibilizada. Chegando à escola, a primeira coisa que quero mostrar para meus colegas é que vale a pena registrar e mostrar o nosso trabalho porque todos nós crescemos com isso, inclusive o nosso país”, comemora.

Ensino médio – Rodrigo Nóbrega Martins, professor da Escola Estado da Bahia EEFM, em Crato (CE), venceu na categoria ensino médio com o projeto Revista Discentes: um sentido para a produção textual no ensino médio do estado do Ceará. Além dos textos produzidos pelos estudantes da turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a revista conta com a colaboração de alunos de diversas escolas do Estado. “É a coroação de um trabalho que é do dia a dia e que, às vezes, é tão desgastante. Mas que a gente permanece porque acredita muito”, destaca.

Ensino fundamental / anos finais do sexto ao nono ano – De Minas Novas (MG), o professor Adalgisio Gonçalves Soares, da escola EE presidente Costa e Silva, foi o vencedor na categoria ensino fundamental / anos finais sexto ao nono ano, com o projeto Festival de curtas, uma viagem às mil e uma noites de Malba Tahan. O projeto propõe o ensino da matemática de forma divertida e atraente, a partir da obra do matemático brasileiro Júlio Cesar de Melo e Sousa, mais conhecido como Malba Tahan. Ele publicou uma série de livros com esse espírito, como O homem que calculava e Matemática divertida.

“Ganhar esse prêmio é o maior reconhecimento para nós professores, uma classe muito sofrida e, às vezes, desvalorizada. Isso aqui é valorização profissional, reconhecimento. É uma forma de colocar a educação e o trabalho do professor de uma cidadezinha do interior de Minas Gerais em evidência”, conclui.

Especiais – Outros 15 professores de todo o país foram premiados na categoria temáticas especiais, de acordo com a área na qual foram inscritos. Entre as premiações, estão uma viagem de uma semana a Londres para participação em atividades educativas, palestras e visitas a museus; R$ 5 mil em dinheiro; e visita ao Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo.

(Fonte : MEC)