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QUANDO SE DIRÁ NOVAMENTE, COM RESPEITO E ACOLHIMENTO: “VINDE A MIM AS CRIANCINHAS”?

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Foi às 18h55 dessa segunda-feira, 22 de abril de 2024. Acabei de conversar com uma conselheira do Conselho Tutelar de Caxias/MA (que não quis identificar-se).

A conversa girou em torno de uma postagem nessa data, no WhatsApp, o mais usado aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas. A postagem traz a foto de celular mostrando uma criança (menina) com aspecto triste e desolador, olhar perdido, sentada, com ferimentos (no mínimo, escoriações) à vista, nas pernas.

A legenda diz que a criança, de nome autodeclarado Gabriela, está/estava em algum lugar, identificado apenas como “líder”, em minúsculas – situado à margem da BR-316. A íntegra da legenda (mantida a grafia e pontuação): “Esta criança está perdida no líder da BR 316  Ela fala que o nome dela e Gabriela, vamos divulgar até chegar aos seus parentes!”

A conselheira caxiense relatou-me que um veículo e conselheiros foram à BR-316 mas não localizaram nada com o nome “Líder”.

A conselheira recomenda que quem fez a postagem original deve(ria) ter dado mais informação, como o número do quilômetro, a proximidade de um povoado, de uma fazenda, de um lugar... Depois, ela enviou-me o seguinte texto, de orientação para quem se deparar com menores presumivelmente perdidos, abandonados:

“A pessoa que localizar uma criança desacompanhada ou desaparecida.

Orientamos que levem para um local seguro.

E a pessoa que estiver  com a mesma nos acione e aguarde no local (informando local exato, com referência) para nos entregar a criança.

Também pode ser acionado a Polícia Militar no 190, ou ainda a criança pode ser entregue na Delegacia mais próxima, que a própria polícia civil nos aciona e faz a entrega da criança que supostamente encontra-se em situação de risco.

Conselho Tutelar de Caxias/MA”.

Antes de falar com a conselheira, eu havia ligado para uma gerente de empresa de venda de passagens de ônibus na Rodoviária de Caxias. Ela não sabia de empresa de ônibus ou outra com o nome “Líder” na Rodoviária ou na BR, trecho Caxias-Timon, no Maranhão. Liguei para um motorista de táxi, antigo, experiente, pai e avô. Eu o autorizei a dirigir-se à BR e localizar o ponto onde a criança estava sentada e de lá me ligasse, para, por telefone, eu falar com ela e tomar as providências necessárias para seu abrigo seguro, para o retorno dela aos pais ou familiares e para provê-la de alimentação e outros recursos mínimos, tornando menos infeliz sua estada em Caxias (se em Caxias for o lugar onde ela está/estava). O taxista não sabia, na verdade desconhecia lugar com esse nome no trecho caxiense da Rodovia BR-316. Verdadeira frustração.

Ocorre que a BR-316 é uma rodovia federal do Brasil com mais de 2 mil quilômetros de extensão (exatamente, 2.054km). Essa BR, cujo nome oficial é “Rodovia Capitão Pedro Teixeira”, começa em Belém, capital do Estado do Pará, e termina em Maceió, capital do Estado de Alagoas. Nesse percurso, passa por outros três Estados: Maranhão, Piauí, Pernambuco. Em que parte dos mais de 2 mil quilômetros, onde nesses cinco Estados e Alagoas está a menininha? Sei que em breve tudo estará resolvido, mas não ter a certeza disso agora, quando o dia já anoiteceu, é angustiante. Confia-se que sempre há boas almas que poderão cuidar temporariamente da criança. É o que ainda justifica – ainda há pessoas que nem Ló e familiares, com sua obediência e retidão, neste vasto i-mundo de Sodomas e Gomorras...

A foto da menina Gabriela em mim dói: ela está com um olhar tão triste... as marcas de feridas ou ferimentos (no mínimo, repito, escoriações) nas pernas... a magreza realçada pelo vestido... Mas é o olhar dela, um pouco pra baixo, um muito perdido, o que constrange. Crianças não nunca! –  everiam ser submetidas a uma situação assim...

Não é sem razão – dizia-me em Fortaleza (CE), no lançamento de seu livro “Meninas da Noite”, o colega jornalista e ativista (já falecido) Gilberto Dimenstein, da “Folha de S. Paulo” –, não é sem razão que fotos de crianças nos jornais devem ter uma tarja preta nos olhos: porque os olhos delas inconsciente e involuntariamente nos acusam, a nós adultos, das dores que lhe doem, dos sofrimentos que sofrem, das violências que as violentam, das mortes que as matam... Onde estão o abrigo, acolhimento, segurança, abraços, alegria, brincadeiras, leituras, enfim, vida em abundância, que lhes prometemos a elas, crianças? Onde estão os cuidados? De “A” a “Z”, onde estão o Amor, o Zelo?

Uma criança que sofre... uma criança abandonada... uma criança exposta solitariamente em um lugar que não é o seu... é um tapa na cara de pais, de autoridades, do “Sistema” que prometeu protege-las... Em algum ou em vários lugares – Códigos... Estatutos... vergonha na cara... –, em algum lugar isso está escrito. Maktub! Dê-se ciência, publique-se, cumpra-se.

Um texto como este parece ser tão inútil... Termina sendo útil mesmo só a quem o escreve, como válvula de escape para a panela de pressão mental que teima apitar com palavras. Talvez seja a maneira de descarregar as tensões ante o gigantismo desse e de outros problemas, que carregam de indignação os mais sensíveis ou sensatos.

Crianças são, na sua idade, para serem felizes – mas, desde que o mundo é mundo (bíblico ou secular, religioso ou laico, material ou espiritual), o que fazemos nós, Humanidade?

Uns ofereceram crianças em altares, em sacrifícios...

Outros as seviciam em quartinhos e, depois, vão pregar para adultos em púlpitos e altares – com a Bíblia nas mãos...

E uns e outros sequestram, prendem, matam e revendem seus infantis órgãos – vidas violentadas em nome de viventes violentos...

Aqueloutros colocam crianças, pelas vias do tráfico de humanos, em situação desumana, exploradas como mão de obra escrava ou como pequenos objetos sexuais de pessoas de mentes e atos desviados, loucos, ignóbeis...

E outros descuidam-se, e elas, crianças, veem-se assim, abandonadas em lugares insabidos e incertos, frágeis crianças, vulneráveis, impotentes...

É de doer...

Quando se dirá novamente, com respeito e acolhimento:

“Vinde a mim as criancinhas”?

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(Há quem recomende não compartilhar foto de crianças em situação de vulnerabilidade. Isto poderia facilitar a ação de malfeitores, de bandidos, pedófilos, traficantes de pessoas ou de órgãos humanos etc. Há os que argumentam: E como se faz, se os olhos são os órgãos que mais permitem identificar uma pessoa, no conjunto de outros órgãos e características humanas? Tomei a liberdade de colocar uma tarja preta, mas uma tarja branca sobre os olhos e olhar da menina. Torcendo para que a paz social e infantojuvenil não seja representada apenas pela cor de uma listra grossa que se aplica sobre os olhos de uma criança, porque, mesmo sem tarja, os olhos que estavam fechados eram adultos...).

* EDMILSON SANCHES

Brasília-DF, 12.11.2023, Candidatos chegam para fazer a segunda etapa da prova do Enem 2023, na UNIP em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Termina, na próxima sexta-feira (26), o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.

Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano  do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também se encerra em 26 de abril.

O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 17/01/2024, A indígena Valdelice Veron, uma das principais representantes da etnia guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, durante entrevista a Agência Brasil.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O entendimento recíproco entre os povos indígenas e os formuladores e aplicadores das legislações brasileiras é o principal objetivo do Programa Língua Indígena Viva no Direito desenvolvido pela Advocacia Geral da União (AGU) com os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública. A iniciativa lançada em cerimônia em Brasília, na última quinta-feira (18), com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seus princípios e objetivos publicados nesta segunda-feira (22), no Diário Oficial da União.

Entre as medidas previstas pela política pública a tradução da legislação brasileira, dos termos e conceitos jurídicos para as línguas indígenas, assim como a capacitação de legisladores e profissionais do Direito em conhecimentos relacionados a diversidade cultural e social desses povos. Os integrantes das comunidades também serão capacitados para maior acesso às legislações nacionais e internacionais, assim como às políticas públicas.

Segundo divulgação feita pela AGU, por meio de nota, o texto da Constituição Federal será o primeiro a ser traduzido nas línguas Guarani-Kaiowá, Tikuna e Kaingang, por serem as mais faladas no país. E para garantir a integridade cultural, o processo terá a participação de líderes e integrantes dos povos indígenas, que ajudarão a construir textos onde serão considerados a interação com os sistemas legais indígenas.

Os novos conteúdos serão divulgados entre as comunidades, advogados, órgãos dos Três Poderes, colegiados, universidades e organizações da sociedade civil que atuam em políticas públicas e em iniciativas que tratam dos direitos dos povos indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

16/04/2024 - Mulheres sambistas lançam livro-disco infantil com protagonista negra. Marina Iris, Manu da Cuica, Tétiiz e Ana Costa. Foto: Pedro Caetano/Divulgação

Uma menina de 4 anos, chamada de Flor de Maria, que vive aventuras mágicas embaixo da mesa da roda de samba, e descobre um mundo cheio de cores, sons e sensações diferentes. Uma experiência que a conecta com uma expressão cultural e comunitária ancestral. Esse é o enredo do disco-livro É Pretinha, lançado, na semana passada, pela editora Rubra.

As autoras são Marina Iris e Manu da Cuíca, com ilustrações de Tétiiz e produção musical de Ana Costa. O objetivo das autoras era celebrar o samba e a infância. E, ao misturar livro e músicas, permitir que os leitores mergulhassem em um cenário mais vibrante e sensorial.

As músicas podem ser ouvidas no Spotify e YouTube gratuitamente.

Uma das autoras, Marina Iris, explica que se inspirou em ambientes comuns do subúrbio para criar a história de É Pretinha.

“Quando idealizei o É Pretinha, pensei em trazer para a literatura infantil o contexto de samba, subúrbio, quintal, família e ancestralidade. Queria que tudo estivesse presente de forma natural e poética, inspirada na infância cheia de abstração e poesia”, disse Marina Iris.

Outra autora, Manu da Cuíca, revela que a história traz elementos pessoais do passado e do presente.

“Contar uma história após me tornar mãe se tornou um rito de intimidade e carinho, onde entrelaço minha infância na da minha filha. Eu, Ana e Marina conversamos muito sobre essa dimensão das histórias antes de começarmos a criar”, disse Manu da Cuíca.

(Fonte: Agência Brasil)

22 de abril de 1924 – 22 de abril de 2024

– Quem foi Godofredo Viana, o governador que elevou Imperatriz à categoria de cidade

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Até 1924 Imperatriz, o segundo maior município do Maranhão, era apenas uma vila. Embora já contasse mais de 70 anos de fundada (em 1852), ainda não havia conquistado a mudança definitiva de “status”, como reconhecimento de sua condição de localidade detentora de alguma estrutura urbana, política, econômica e social, considerados os padrões da época nesta parte do Estado.

Foi naquele ano de 1924, em 22 de abril – um dia que lembra a data histórica de chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500 – que Godofredo Viana firmou o ato oficial que mudava a categoria de Imperatriz, de vila para cidade.

Godofredo Viana era o presidente do Estado do Maranhão (em 1924, chamava-se “presidente” o cargo que hoje corresponde a governador). Nessa condição, ele assinou o Decreto-Lei nº 1.179, de 22 de abril de 1924 e, assim, Imperatriz chegava ao último estágio que uma localidade pode atingir: a categoria de cidade.

Cem anos depois, quando Imperatriz está chegando aos 172 anos de existência (em julho de 2024), Godofredo Viana não é tão lembrado, exceto pelo fato de ser nome de uma das principais ruas da cidade.

QUEM FOI GODOFREDO VIANA?

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O maranhense Godofredo Mendes Viana foi advogado, juiz, professor de Direito, político, jornalista e escritor.

No campo político, foi senador (duas vezes), governador (presidente de Estado), deputado constituinte, deputado federal. Jornalista e escritor, teve vários trabalhos publicados, de livros de Direito a obras literárias (romance, novela, poemas).

Tenho um raríssimo exemplar de algumas das obras de Godofredo Viana, uma delas com dedicatória datada – coincidentemente – de abril de 1935 (é o livro “Terra de Ouro”, onde Godofredo Viana incursiona pela contística: 25 contos, que, segundo ele na apresentação, até podem ser “mera fantasia”, mas, os documentos que os sugeriram, são “perfeitamente autênticos”. Essa obra tem cerca de 250 páginas e foi publicada por Calvino Filho Editor, Rio de Janeiro, 1935.

Filho de dona Joaquina de Pinho Lima Mendes Viana e de Torquato Mendes Viana, magistrado e desembargador, Godofredo Viana nasceu no dia 14 de junho de 1878, em Codó (outras fontes dão-no como nascido em São Luís, mas consolida-se o registro de que ele nasceu no município codoense, quando o pai, juiz de Direito, atuava naquela cidade).

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Godofredo Viana, o governador que elevou Imperatriz à categoria de cidade em 1924, estudou em São Luís, no colégio Liceu Maranhense, onde fez os cursos primário e secundário (hoje, ensino fundamental e ensino médio). O curso superior foi realizado no Estado da Bahia, na Faculdade Livre de Direito, onde se formou em dezembro de 1903, aos 25 anos. Seu brilhantismo no curso levou seus colegas a elegerem-no, por aclamação, orador da turma. O discurso de formatura, considerado “notável”, foi publicado pela imprensa do Maranhão e do Rio de Janeiro, que era, então, a capital do Brasil. Suas qualidades de orador o tornariam admirado, a ponto de ser chamado de “boca de ouro” ou “o novo CRISÓSTOMO maranhense”, uma referência a Díon Crisóstomo, orador e filósofo grego. (Em grego, “criso” é “ouro” e “stoma” é “boca”).

Em 1905, jovem ainda (27 anos) é nomeado promotor público na cidade de Alcântara (MA). Nessa cidade, também seria juiz, além de juiz federal substituto na capital, São Luís. Exerceu essas duas funções até 1918. Em 1921, aos 43 anos, foi eleito senador pelo Maranhão.

No ano seguinte, 1922, Godofredo Viana é eleito presidente do Maranhão. Substitui Urbano Santos, que falecera. Fica até 1926, quando assume novo presidente do Maranhão, e volta para o Senado, onde permanece até 1929. Em maio de 1933, elege-se deputado pelo Maranhão e assume, em novembro do mesmo ano, na Assembleia Nacional Constituinte, onde, em junho de 1934, é nomeado membro da Comissão de Redação da Constituição. Já no mesmo mês, apresenta os critérios para a elaboração do texto constitucional. A Constituição é promulgada no mês seguinte, em 16 de julho de 1934. E, no dia seguinte, os constituintes elegem Getúlio Vargas presidente do Brasil.

Godofredo Viana volta a se eleger deputado pelo Maranhão, em outubro de 1934. O mandato é interrompido, em 1937, pelo Estado Novo, que dissolvera o Poder Legislativo em todo o país (deputados federais, estaduais e vereadores). Godofredo Viana volta às suas atividades profissionais, agora na Justiça Federal do Rio de Janeiro, que era a capital federal.

Godofredo Viana faleceu no dia 12 de agosto de 1944, no Rio de Janeiro. Antes disso, exerceu outros cargos e atividades no Maranhão e no Rio. Escreveu para jornais e revistas, escreveu diversos livros e foi eleito membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a cadeira número 15.

Casado com Joviliana Mendes Viana, teve dois filhos, que também se distinguiram na vida pública e profissional: um deles, Evandro Mendes Viana, foi senador pelo Maranhão, com mandato de 1948 a 1951; o outro filho, Antônio Mendes Viana, foi diplomata.

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O QUE DISSE GODOFREDO VIANA:

“O ceticismo, a descrença, o motejo, a indiferença, nunca fizeram obra digna da grandeza humana. (...) Só a energia serena e confiante, cheia de jovialidade e encanto, (...) pode guiar os povos a gloriosos destinos. Para isso se faz preciso corporificar ideias e pôr de lado os homens. Os homens passam (...). O que fica, o que é duradouro, o que é eterno, é a semente que nasceu da ideia e vai esplendendo em florações sucessivas, no infinito do tempo e do espaço”. (Trecho do discurso de agradecimento, após sua eleição, por aclamação, à presidência do Estado do Maranhão, em 15 de abril de 1922, em São Luís).

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NOME DE RUA E CIDADE

RUA – Além de dar nome a uma das mais conhecidas ruas de Imperatriz, Godofredo Viana é nome de rua em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), onde morou, na época em que a cidade era capital federal. A rua recebeu seu nome em 1934; antes, chamava-se Caminho do Sapé. Foi um amigo de Godofredo Viana, Galdino José da Silva, funcionário do Senado, que tomou a iniciativa da mudança de nome. Godofredo Viana frequentava a região da Praça Seca e sempre visitava Galdino, de quem era hóspede costumeiro, na Rua Albano. A homenagem foi prestada ainda em vida.

CIDADE – O nome de Godofredo Viana também é dado a um município maranhense fundado em 1964. Tem 720km2 de área e 10.186 habitantes, segundo o Censo do IBGE em 2022.

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CRONOLOGIA DE GODOFREDO VIANA

1878 – Nasce, em 14 de junho, no Maranhão.

1903 – Conclui, em dezembro, o curso de Direit, na Bahia.

1905 – Nomeado promotor público de Alcântara (MA).

1918 – Deixa de exercer as funções de juiz em Alcântara e juiz federal substituto em São Luís.

1921 – Eleito senador pelo Maranhão.

1922 – Eleito presidente do Maranhão. Assume o governo só em 1923.

1924 – Assina decreto-lei que eleva Imperatriz à categoria de cidade.

1926 – Termina seu mandato no Maranhão, em 1º de março. Reassume o Senado, onde integra a Comissão de Finanças.

1928 – Elabora, no senado, parecer sobre o Ministério das Relações Exteriores.

1929 – Término do mandato no Senado.

1933 – Eleito deputado pelo Maranhão à Assembleia Nacional Constituinte, onde é empossado em novembro.

1934 – Em junho, é designado membro da Comissão de Redação da Constituição do Brasil. Os outros membros são os deputados Homero Pires e Raul Fernandes.

1934 – Em outubro, é eleito deputado federal pelo Maranhão. Torna-se presidente da Comissão de Diplomacia e Tratados, membro das comissões de Legislação, de Justiça e de Finanças e da Comissão Especial do Código Criminal e da Lei das Falências.

1937 – Em novembro, o mandato é interrompido. Torna-se distribuidor da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

1944 – Morre em 12 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).

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LIVROS PUBLICADOS, DE AUTORIA DE GODOFREDO VIANA

- “Teoria e Prática do Direito Constitucional”

- “No País do Direito”

- “Formas e Fórmulas Processuais”

- “Prática do processo Criminal”

- “Terra de Ouro” (romance, 1935)

- “Ocasião de Pescar” (romance, 1939)

- “Musa Antiga” (poemas)

- “Poemas Bárbaros”

- “Paixão de Caboclo” (romance)

- “Padre Francisco Pinto” (novela)

- “Código do Processo Criminal”

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

Godofredo Viana e seu autógrafo em dedicatória de abril de 1934, na obra “Terra de Ouro” (exemplar da biblioteca de Edmilson Sanches): “Ao velho e querido amigo Arthur Moreira, com o meu apreço e admiração de sempre. // Rio, abril de 1935”.

– Se você não tivesse nascido, faria falta?

MEMÓRIAS DE MENINO E PRIMEIRAS LEITURAS

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– Naquela Biblioteca, eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A MENSAGEM

Em junho de 2016, recebi, inesperadamente, esta mensagem:

“Boa noite, Edmilson Sanches, me lembro bastante de você, quando fui chefe da Biblioteca Municipal de Caxias, e acompanhava sempre você fazendo pesquisas e estudando, tendo um comportamento exemplar, como também era um aluno estudioso.

Nesta oportunidade quero me congratular com você e renovar a nossa amizade, de quando morou em Caxias (MA)”.

(Inocêncio Gomes, Teresina/PI, 4/6/2016)

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AS LEMBRANÇAS E REFLEXÕES

Quando eu era aluno do ensino fundamental, em Caxias (MA), costumava, “motu próprio”, quase que diariamente, ir à Biblioteca Pública Municipal, na época instalada em um prédio de dois pavimentos, na Rua Aarão Reis, ao lado da quadra de esportes do clube Cassino, um estabelecimento da elite caxiense de outrora, hoje desabando e se desfazendo ante a omissão, a conveniência e outros "interesses" não muito claros, bem no centro da cidade.

Ali na Biblioteca Pública, no primeiro ou no segundo pavimento, eu menino me “internava” em livros que eu não via na escola. E lia... Lia... Lia... Lia... Lia... Lia...

Lia as três enciclopédias “Delta”: a “Delta Júnior”, de cor avermelhada, de linguagem mais simples, própria para o público de minha idade; a “Delta Larousse” de capa marrom, mais antiga, “clássica”; e a de capa esverdeada, uma espécie de segunda edição (reorganizada) de sua "mãe" de capa marrom.

Lia “Os Irmãos Corsos” e “Os Três Mosqueteiros”, livros dos meados do século XIX, escritos pelo francês Alexandre Dumas. Lia “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Miguel Strogoff”, “Viagem ao Centro da Terra”, “Os Filhos do Capitão Grant”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, “A Jangada”, do também francês Júlio Verne.

E lia quase tudo de Monteiro Lobato e seu Sítio do Pica-pau Amarelo. Nascido em 18 de abril de 1882 e falecido em 1948, é em homenagem a esse notável escritor paulista que seu dia de nascimento foi oficializado no Brasil como Dia do Livro Infantil.

Curioso, com uma vontade de leitura que não era herdada, pelo menos não dos ascendentes diretos, eu ia estudando na escola e lendo e me informando na Biblioteca Pública.

Com 13 anos, passei em um seletivo do Banco do Brasil, fui eleito diretor da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e já comecei a comprar meus próprios livros. Tinha zelo pela biblioteca da Associação e passei a ser o redator e diretor do jornalzinho da AABB, “O Sabiá”. No Serviço Social do Comércio (Sesc), por detrás da Igreja da Matriz, criei e redigi o jornal “NÓS – Notícias Organizadas do Sesc”. Na Refinaria (a empresa A. Silva Indústria e Comércio de Óleos Vegetais S. A.), criei e redigi o “Jornal da Gente”. No Colégio São José, como presidente (eleito três vezes) do Grêmio Santa Joana d’Arc, criei e redigi os jornais “JORGREM – Jornal do Grêmio” e o “GREMURAL – Jornal Mural do Grêmio”.

Essa atividade jornalística e literária toda levou-me a ser convidado pelo Antônio Bezerra de Araújo, diretor da Rádio Mearim, a ser locutor-apresentador de três programas (“Voz do Estudante”, “Musical Mearim” e a seleta musical de encerramento da programação diária, às 19h) na emissora caxiense. Naqueles anos, lembro-me, faziam sucesso programas musicais do J. Rodrigues, com quem conversava longamente na Praça Gonçalves Dias e com quem compartilhei minha ideia de implantar a carteira de locutor da Mearim, impressa na gráfica “Folha de Caxias”, gerenciada pelo Pedro Souza, o Pedro Avião; do Luiz Abdoral, que até hoje, segundo me escreveu, guarda sua carteirinha; do Roberto Nunes (“in memoriam”), que foi para São Luís, passou a ser locutor/narrador esportivo; do Ivalter Cardoso, aquele vozeirão; não sei bem se também com o Mário Amorim, que era da Polícia Civil e tinha programa de músicas “antigas”, chamado, parece-me, “Só Sucesso”...

Também fui convidado e passei a escrever uma página inteira no jornal semanal “O Pioneiro”, dirigido pelo jornalista, escritor e particular amigo Vítor Gonçalves Neto – aliás, amigo de muitos anos de Monteiro Lobato, com quem trabalhou. Na redação de “O Pioneiro”, eu mesmo vi uma foto de Monteiro Lobato com dedicatória ao Vítor, precisamente nestes termos: “Ao amigo Vítor, futuro membro da ABL [Academia Brasileira de Letras]” – era o talento literário e jornalístico inquestionável do Vítor Gonçalves Neto levando Lobato, em dedicatória de próprio punho, a querer ser vidente do que não se tornou evidente: ao invés de ficar pelas bandas do sul e (con)firmar-se como o grande homem de Letras que era, Vítor preferiu retornar os costados para a “Princesa do Sertão Maranhense”, da qual se tornou o mais caxiense dos teresinenses.

Menino, lia de tudo: das histórias em quadrinhos às revistas ditas “femininas” (“Capricho”, “Grande Hotel”, “Noturno”, “Sétimo Céu”, “Lucky Martin”, “Jacques Douglas”);...

... de livrinhos de bolso (bangue-bangue, guerra, amor) a livros enormes e bulas de remédios;...

... dos livros sagrados (Bíblia, Corão etc.) aos livros seculares;...

... dos grandes romances aos livros do oculto, dos mistérios, da biologia e, na época, livros “impróprios”, tanto os eróticos (como a coleção “Olho Mágico”, que uma vizinha me emprestava) quanto os livros de São Cipriano (capa preta e outras cores) e os de orientação científica, como o “Seja Feliz na Sua Vida Sexual”, de um Dr. Sha Kokken, um “best-seller” naqueles comecinhos dos anos 1970, com imagens de bonecos representando, pudicamente, as posições e disposições para o intercurso carnal.

O gosto pelos livros, pela leitura, continua, com mais variedade de temas e, paradoxalmente, com mais especificidade também, dependendo dos estudos superiores que faço, das consultorias que presto, das palestras que sou convidado a fazer – pois a preparação é o segredo dos improvisos...

Mas, tanto quanto gostar de ler, passei, desde criança, a gostar de escrever, em diversos casos ganhando prêmios e destaques na adolescência, na juventude, na adultez. Lembro-me de uma “noite de destaques”, realizada pelo clube Cassino Caxiense,  concedeu-me um diploma de honra ao mérito

Assim, foi um pulo passar de leitor de livros a autor deles, mais de cem livros escritos até agora, praticamente metade deles publicada, e uma ruma dentro da cachola (isto é, na mente), quase prontos para ir saindo um a um ou, como também acontece, vários deles saindo aos poucos.

A palavra “escrever” bem que poderia ser escrita com “x”: “excrever”. “Ex-”, em latim, significa, entre outros, “para fora” (por exemplo, “educar” é formado de “ex-” + “ducere”, que quer dizer “conduzir para fora”).

Assim, “escrever” é “botar para fora”, em forma de palavras, aquilo que vai na mente de um ser humano. Mas só se pode expor (isto é, por para fora) se algo existir “dentro”. Só posso soprar se, antes, eu tiver inalado ar, colocado ar dentro de mim.

Desse modo, o que escrevo hoje tem, de algum modo, a ver com o muito que fui colocando para dentro da mente ao longo dos anos, conteúdos que são permanentemente elaborados e reelaborados, em constante processo de realimentação, aperfeiçoamento.

Nenhum texto é cem por cento inédito ou de todo novo: ele traz a “marca”, a digital, as pegadas dos diversos, muitos, infindáveis caminhos que seu autor caminhou ao longo dos tempos. A leitura de um texto é a leitura de uma vida, (de)cifrada em letras, sílabas, palavras, orações, períodos, parágrafos...

Essa mensagem do grande chefe da Biblioteca Pública Municipal, o Inocêncio Gomes, mostra que se, por dever de ofício, ele não podia dedicar-se a ficar de cabeça baixa lendo, ele, atento, zeloso, observador, “lia” os frequentadores da Biblioteca, como eu. Sua função na Biblioteca não era ler livros, mas pessoas.

O Inocêncio é um dos que sabem de mim, do menino de presença (c)ativa na Biblioteca, por cujas fornidas estantes eu fluía com o olhar de radiografia, perscrutando, intentando antecipar conteúdos por títulos, capas ou lombadas.

Naquela Biblioteca (hoje inexistente, por omissão, incompetência e sacrilégio de governantes), eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder "sim" à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A RESPOSTA

Em resposta, escrevi o seguinte bilhete ao Inocêncio Gomes:

“Inocêncio, que bom saber de você!

Que boa coincidência o seu contato (que somente agora vi e li).

Digo ‘coincidência’ porque há pouco tempo, em diversas das muitas palestras que ministro para estudantes e outros grupos, estava mencionando seu nome e reproduzindo lembranças do tempo em que, quase diariamente, eu frequentava a Biblioteca Pública municipal, ali perto da quadra do Cassino. Lembro-me da lojinha da Fename, onde se compravam material escolar e livros por preços mais em conta.

Lembro-me do seu zelo, do seu cuidado profissional. Você mora em Teresina. Como está você? A saúde vai bem? O que anda fazendo?

Vou escrever um texto sobre este seu contato e registrar as boas memórias daqueles velhos – e bons -- tempos.

Abraço do conterrâneo”.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

As enciclopédias “Delta-Larousse” em três edições (júnior, temática e em ordem alfabética) e Edmilson Sanches (anos 1970) recebendo diploma de mérito das mãos de Raimundo Mário Rocha, presidente do Clube Cassino Caxiense, e conduzindo reunião estudantil no Colégio São José, como presidente do Grêmio.

Praia de Botafogo e Morro da Urca

O compositor, músico e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Gilberto Gil, participou do lançamento, nesta semana, de dois roteiros turísticos do Projeto Rotas Literárias da Empresa Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Guiadas por aplicativos de celular em mais de um idioma, as caminhadas pelo Rio de Janeiro levarão os turistas a páginas de livros, crônicas, poesias, curiosidades e músicas de expoentes da literatura brasileira como Machado de Assis, Clarice Lispector, Carlos Drummond Andrade, Lima Barreto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

No lançamento, Gilberto Gil destacou a importância de usar a tecnologia para informar e conectar as pessoas. “Nosso destino é informar ao mundo uma nova forma de encarar a linguagem e o convívio entre as pessoas. E o Brasil tem que dar exemplo para o mundo do convívio harmônico na sociedade. E temos todo o instrumental, que são as novas tecnologias”, disse o compositor, por meio da internet.

“[É) a contribuição que um país como o Brasil pode dar para esse novo somatório, para essa nova construção de uma realidade que reúna, na forma mais harmônica possível, os povos, todos os povos do mundo. O Brasil já sabe de si, já sabe que tem um jeito, já sabe que tem uma bossa, já sabe que tem uma série de coisas que começam a ser apreciadas e desejadas pelo mundo”, explicou Gil.

Novo olhar

De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o Rotas Literárias promove um novo olhar sobre os destinos turísticos e mostra o potencial da inovação para melhorar o país. “A pessoa pode ir para o Rio de Janeiro para visitar o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, e vai ao centro conhecer Machado de Assis, Lima Barreto, um pouco da nossa história, o Cartola, o Noel [Rosa], conhecer a música, saber mais do Gilberto Gil, uma grande identidade brasileira, uma das maiores expressões, que está aqui no palco com a gente, e tantas outras que a gente tem na cultura”, destacou.

De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o trabalho de desenvolvimento do turismo literário a partir da tecnologia continuará. “Existem muitas rotas literárias pelo mundo. O que estamos fazendo aqui é trazer a tecnologia e a informação para que a gente possa olhar para o Rio a partir da nossa literatura. Com o celular na mão, as pessoas vão poder caminhar nas duas rotas literárias e descobrir o que há de nossa literatura pelas ruas da nossa cidade”, comentou.

 Cristo Redentor completa 90 anos.

Machado de Asses

Desenvolvida pela plataforma digital QMTL – em parceria com a plataforma de comunicação cultural Ouça a Cidade –, a Rota Literária Machado de Assis usa um aplicativo de celular com georreferenciamento para levar o turista por um roteiro lúdico no Centro Antigo do Rio. No trajeto, que parte da Academia Brasileira de Letras, que fica na Avenida Presidente Wilson, o turista descobre a capital carioca contando passagens da vida e também da obra do escritor e seus personagens. A startup usou voz criada por inteligência artificial – em português e em inglês – além de efeitos sonoros para guiar o visitante.

Escritores

O projeto da Glocal apresenta a rota Rio Literário, um roteiro que abrange um número maior de escritores. A empresa de tecnologia desenvolveu a iniciativa em parceria com a guia de turismo carioca formada pelo Senac Juliana Morena, especialista em roteiros literários. Em inglês, espanhol e português, o audioguia, que usa inteligência artificial para fazer a narração nas línguas estrangeiras, inclui dez pontos partindo do Real Gabinete Português de Leitura, com uma pausa para café na icônica Confeitaria Colombo, outrora frequentada por nomes de peso. 

O passeio segue pelo Largo da Carioca, que aparece em crônica de Lima Barreto e termina na Casa Villarino, local onde Tom Jobim conheceu Vinicius de Moraes. Utilizando geolocalização, o que faz o turista ir aos pontos de parada da rota sem se perder, o aplicativo da Global Audioguide tem como objetivo levar histórias para turistas a partir dos destinos percorridos.

startup já venceu desafios internacionais da Organização Mundial do Turismo (atual ONU Turismo) e foi eleita uma das dez startups mais inovadoras do turismo brasileiro pelo Desafio Turistech Brasil, do Ministério do Turismo, além de integrar a Câmara do Turismo 4.0.

Para o gerente de Inovação da Embratur, Edivaldo Reis, o desenvolvimento das rotas é uma forma de promover a integração da economia criativa com o turismo. “Essa ação demonstra o uso da tecnologia como ponte para aprimorar a experiência do turista, gerar novos produtos que ampliam a permanência do turista no destino e contribuem para impulsionar o desenvolvimento econômico em regiões turísticas”, finalizou. 

(Fonte: Agência Brasil)

Cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro identificaram uma nova espécie de dinossauro que viveu no Recôncavo Baiano. O trabalho também revelou os primeiros ossos de dinossauros descobertos na América do Sul, segundo a instituição.

O espécime foi batizado como Tietasaura derbyiana, em homenagem ao romance Tieta do Agreste, do escritor Jorge Amado, e ao geólogo e naturalista Orville A. Derby, fundador do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil e um dos pioneiros da paleontologia brasileira. 

“No caso da obra Tieta, ela sai da cidade dela, some um tempo e depois volta trazendo um furdunço pra cidade onde ela nasceu. E esses materiais, numa alusão à história, fizeram a mesma coisa. São levados do Brasil há muito tempo e, agora, retornam com essas novas informações científicas e essa nova espécie de ornitísquia para o país”, explica uma das pesquisadoras do estudo da Uerj, a paleontóloga Kamila Bandeira, sobre a escolha do nome.

A Tietasaura é a primeira espécie no Brasil de um dinossauro do grupo dos ornitísquios, de alimentação herbívora, caracterizados pelo focinho em forma de bico e pela estrutura da pélvis semelhante à das aves. Além disso, se nota a tendência da região em abrigar esses animais.

“A Tietasaura foi descrita com outros materiais de dinossauros na mesma pesquisa. Esses materiais são os mais antigos coletados na América do Sul. Hoje em dia, temos uma diversidade muito alta de espécies na Argentina, no Brasil também. Mas os primeiros dinossauros da região foram coletados na Bahia”, destaca a paleontóloga.

A equipe de paleontólogos, coordenada pelas pesquisadoras Kamila Bandeira e Valéria Gallo, ambas do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da Uerj, analisou fósseis coletados entre 1859 e 1906 na Bacia do Recôncavo, no leste da Bahia. Esses materiais eram considerados perdidos, mas foram encontrados recentemente no Museu de História Natural de Londres. Ainda não há previsão de retorno desses fósseis para o Brasil.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasilia 20/04/2024 Exposição

A FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, inaugurou sua segunda exposição intitulada Brasília, a arte da democracia, sob curadoria de Paulo Herkenhoff. De acordo com o curador, “a conceituação desta exposição perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os atuais movimentos em defesa da democracia e da liberdade. Se Brasília é uma epopeia notável no plano internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, por brasilienses e por brasileiros de todos os recantos”.

Durante os últimos 4 anos, Herkenhoff levantou um material tão extenso que precisou dividir em etapas. Segundo o curador, a de Brasília, a arte da democracia reúne artistas das cinco regiões do país, que recorrem a uma vasta diversidade de técnicas e modos de vivenciar a arte, “como ‘exercício experimental da liberdade’, conforme o aforismo de Mário Pedrosa, considerado o maior crítico de arte de todos os tempos”.

Com aproximadamente 180 itens de cerca de 80 artistas, incluindo documentos, como o diploma de candango conferido aos operários que levantaram a nova cidade por Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil, de 1955 a 1961, responsável pela construção de Brasília e a transferência do poder do Rio de Janeiro para o planalto central; o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa; e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.

FGV Arte

Localizada na sede da FGV, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte é um espaço voltado à valorização, à experimentação artística e aos debates contemporâneos em torno da arte e da cultura que busca incentivar o diálogo com setores mais criativos e heterogêneos da sociedade.

A mostra fica aberta ao público até 14 de julho e pode ser vista de terça-feira a domingo. Nos fins de semana e feriados, a mostra fica aberta das 10h às 18h. A mostra tem recursos de acessibilidade, no formato de libras e audiodescrição.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 16/04/2024 - Fachada da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, em Vila Clementino, durante greve nacional por reajuste salarial. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo federal apresentou, nesta sexta-feira (19), proposta de reestruturação da carreira dos servidores técnico-administrativos de universidades e institutos federais. As categorias estão em greve em grande parte do país. Pela proposta, será concedido aos servidores reajuste de 9%, a partir de janeiro de 2025, e de 3,5%, em maio de 2026. A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

A proposta foi apresentada na sede do MGI, em Brasília, durante a quarta reunião da Mesa Específica e Temporária que debate a reestruturação da carreira.

Para 2024, o governo já havia formalizado, para todos os servidores federais, proposta de reajuste no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658 para R$ 1.000 (51,9% a mais), de aumento de 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde) e de acréscimo na assistência pré-escolar (auxílio-creche), de R$ 321 para R$ 484,90.

Segundo o ministério, se forem considerados o aumento nos benefícios e o reajuste de 9% concedido no ano passado, além da proposta feita nesta sexta-feira, os técnicos teriam um reajuste médio global de mais de 20% para a carreira.

De acordo com o MGI, a proposta apresentada nesta sexta-feira inclui ainda a verticalização das carreiras “com uma matriz única com 19 padrões; a diminuição do interstício da progressão por mérito de 18 para 12 meses; a mudança no tempo decorrido até o topo das carreiras, que passa a ser de 18 anos”.

Servidores

Os servidores técnico-administrativos da área de educação classificaram de “irrisória e decepcionante” a proposta apresentada pelo governo federal. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), as negociações pela manhã foram dedicadas à carreira dos técnicos. Na parte da tarde, segundo ele, a mesa de negociação trataria da carreira dos docentes.

Além de reivindicar, inicialmente, uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, os servidores pedem a reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”, bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.

De acordo com o Sinasefe, a tendência é que a greve continue, pois o termo apresentado pelo governo, até o momento, não recompõe salários nem reestrutura as carreiras. “A proposta do governo foi de um reajuste de 9% para janeiro de 2025 e 3,5% para maio de 2026 . Isso significa a manutenção do congelamento salarial para 2024”, avalia o sindicato.

A decisão dos servidores da área de educação será oficializada após consulta às assembleias locais e apresentação durante a plenária nacional, ainda a ser convocada.

(Fonte: Agência Brasil)