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O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) começou a colocar reproduções de obras do seu acervo em 140 pontos de ônibus da capital paulista. No centro da cidade, as obras também serão projetadas em edifícios. A ação, com trabalhos de 16 artistas brasileiros, ocorrerá por duas semanas.

Serão mostradas obras emblemáticas de artistas como Amélia Toledo, Bárbara Wagner, Berna Reale, Cildo Meireles, Cláudia Andujar, e José Antônio da Silva. Também poderão ser vistos os trabalhos de Maureen Bisilliat, Mário Cravo Neto, Mídia Ninja, Nelson Leirner, Regina Silveira, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Waltércio Caldas.

Ao lado das reproduções nas paradas de ônibus, serão disponibilizados QR Codes, que podem ser lidos pela maioria dos aparelhos celulares. A partir da leitura do QR Code, o espectador será direcionado para um “podcast” no “Spotify”. Nos áudios, personalidades como Gilberto Gil, Arnaldo Antunes e Laerte Coutinho fazem breves locuções da história dos trabalhos exibidos, dos artistas, o contexto histórico em que foram criados e demais informações sobre as obras.

“A ação reforça a missão do museu de democratizar o acesso à arte e surge como resposta às novas dinâmicas sociais impostas pela pandemia. Incentivar e difundir a arte moderna e contemporânea brasileira e torná-la acessível ao maior número possível de pessoas é um dos pilares que regem o Museu de Arte Moderna de São Paulo, e é também o cerne da ação inédita que a instituição promove nas ruas da cidade”, destacou o MAM em comunicado.

Projeções

Os trabalhos de artistas como Cildo Meireles, Maureen Bisilliat e Tomie Ohtake serão projetados em escala monumental, em três empenas cegas (a parte sem janelas) de edifícios do centro de São Paulo. A exposição a céu aberto ocorrerá nos dias 22, 23 e 29 de agosto, sempre das 19h às 20h.

A estreia será feita na Rua da Consolação, número 753, na esquina com a Rua Caio Prado, na região central da capital; a segunda projeção ocorrerá na Rua Santa Isabel, número 44, no Bairro Santa Cecília; e a última será na Rua Maria Antônia, número 77, na região da Consolação.

(Fonte: Agência Brasil)

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O BLOG DO PAUTAR, mais uma vez, dando espaço para o projeto LITERATURA MARANHENSE – iniciativa que visa despertar o interesse para a leitura de textos de escritores de nosso Estado. Aproveite... Boa leitura!

(Prefácio ao livro “Caminhos d’Alma”, de Ribamar Silva. A obra, de 80 páginas, com revisão, projeto gráfico e supervisão editorial de Edmilson Sanches, foi publicada há 19 anos, em 2001, pelo selo editorial HumanaMente).

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A frase curta, grávida – semente e fruto –,
é fonte, é veio, nascença e desaguadouro;
caminho e chegada, corpo em estado bruto;
é alma grã, lavada, da corrida o louro.

O Poeta não traz aqui o verso diverso,
embora mais e mais cultive a poesia:
ele traz, em poucas palavras, o reverso,
o longo sentido do breve dia a dia.

Sim, é bom ver o Poeta e também a calma
com que lavra palavra e flores em horto,
cultivando CAMINHOS que agora são DA ALMA
...após tantas trilhas que tornavam ao corpo.

(E. SANCHES)

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Ribamar Silva

Não se escrevem frases. Frases são feitas. Escrever é para romances, contos, novelas. Fazer, construir, elaborar – isso é para frases.

Uma frase é um conjunto de palavras com sentido. Sentido e, no caso deste livro, sentimento, sensação, sensibilidade. Uma frase é, e faz – Fiat! – um mundo.

A frase exige, do seu feitor, têmpera de domador – para adestrar a emoção, para não torná-la caudaloso rio de vocábulos e tinta.

A frase exige, do seu feitor, ofícios de carcereiro – para aprisioná-la, com alguma comodidade, na cela do texto curto.

Por fim, a frase exige que seu leitor a liberte em sentido e a torne, novamente, emoção, “insight”, inspiração, significado, sentimento, sensação.

Com a qualidade que o tornou a referência por excelência em termos de poesia ao sul do Maranhão, Ribamar Silva, neste novo livro, dá sentido às palavras que dão sentido à (sua) vida.

Em uma só frase: “Caminhos d’Alma” abrevia o Verbo de que é feito e amplia o Sujeito que o faz.

* EDMILSON SANCHES

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, reabre para a visitação pública, nesta terça-feira (18). A medida está prevista em portaria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), publicada no “Diário Oficial da União” dessa segunda-feira (17).

O parque estava fechado desde 22 de março de 2020, conforme Portaria nº 227/2020, do ICMBio, diante da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A reabertura será de forma gradual e monitorada, mediante cumprimento dos protocolos de segurança sanitária.

As atividades de visitação pública poderão ser realizadas desde que observadas as várias medidas de prevenção, entre elas, o uso obrigatório de máscara de proteção facial; a disponibilização de álcool em gel 70% ou produto de higienização para as mãos; e fazer com frequência a limpeza e desinfecção dos ambientes, como: pisos, corrimãos, lixeiras, balcões, maçanetas, tomadas, torneiras e banheiros.

O texto diz ainda que, enquanto perdurarem as medidas restritivas em razão da covid-19, será permitida, além dos funcionários da concessionária, a permanência de até 22 pessoas no Centro de Visitantes pelo período máximo de 15 minutos. A lotação dos veículos deverá ser reduzida em 50% de sua capacidade de público.

Criado em 1961, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está localizado no nordeste do Estado de Goiás, entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma e São João d'Aliança.

Segundo o ICMBio, o parque protege uma área de 240.611 hectares de Cerrado de altitude, abriga espécies e formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água, rochas com mais de 1 bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza, com feições que se alteram ao longo do ano.

A Chapada dos Veadeiros foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2001.

(Fonte: Agência Brasil)

Joaquim Vespasiano Ramos: Caxias (MA), 13/8/1884 – Porto Velho (RO), 26/12/1916

Deus escolhe um tempo para nos presentear com alguma coisa. E justo naquele 1984, fui por determinação de meus quefazeres profissionais, convocado para o honroso e temporário mister de trabalhar na institucionalização do Tribunal Regional Eleitoral, do recém-criado Estado de Rondônia. Cheguei a Porto Velho na madrugada do Natal de 1983 sob um céu festivo e estrelado, a iluminar aqueles longínquos ermos e para pisar, pela primeira vez, o chão em que o poeta Vespasiano Ramos deu o último suspiro de vida aos 32 anos de idade.

Agradeço ao nexo causal do Universo por me ter propiciado essa dádiva, de encontrá-lo no ‘Cemitério dos Inocentes’, naquelas silenciosas paragens do antigo Território do Guaporé, [antes pertencentes às terras do hoje município de Humaitá, no Estado do Amazonas], atualmente Rondônia, a repousar em louça e lousa, os louros de sua lira, o que me permitiu escrever alguma coisa ao poeta de “Coisa Alguma”, tempo em que assistia, emocionado, às comemorações de seu centenário, na companhia de mais três maranhenses ilustres que lá se encontravam: o juiz de Direito [da judicatura local], João Batista dos Santos, depois desembargador; e os caxienses, professor Raymundo Nonato Castro, vice-reitor da Universidade de Rondônia, já falecido; o jornalista e advogado Edison de Carvalho Vidigal, recém-indicado ministro do STJ, que lá se encontrava para uma audiência jurídica; e outro meu colega, o advogado Francisco Djalma da Silva, hoje, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Acre.

Joaquim Vespasiano Ramos nasceu na cidade maranhense de Caxias, a 13 de agosto de 1884, e faleceu em Porto Velho, a 26 de dezembro de 1916, aonde tinha chegado no início do mês, a bordo do vapor “Andersen”, não como muita gente pensa, impelido pela “borracha”, como meio de um melhor aconchego físico-social, mas, para recolher-se no seringal de Aureliano do Carmo, e dar início à escrita de um seu poema amazônico, cantando as belezas do Grande Vale, como fizeram no passado, o paraense José Verissimo, autor de “A História da Literatura Brasileira” e o português Ferreira de Castro, autor de “A Selva”, dentre outros textos de contenção universal.

A malária foi tirana e arrancou do poeta, a castigá-lo com febres ácidas, associada a uma doença pulmonar, o sonho de escrever o “Canto Amazônico”, que, talvez, tivesse sido a nossa maior epopeia lírica.

Pertencente à segunda geração estoica de românticos, quanto ao seu, “modus vivendi”, o poeta, apesar de ter alcançado a efervescência dos movimentos parnasiano e simbolista, a nenhum pertencera, observando-se, no entanto, estilos dos dois em suas produções, mas sem qualquer filiação estilística ou formal em ambos, porque Vespasiano fora um poeta desgarrado de movimentos, apesar de visceralmente romântico.

Espírito irrequieto e boêmio por natureza e convicção, Vespasiano Ramos já aos dezesseis anos publicava seus versos nos jornais de sua província e logo passou a integrar o grupo de sua geração que, em Caxias, despontava com muita força, oportunidade em que fundaram o jornal “A Mocidade”. [Vide foto dos componentes do grupo].

Com dezoito anos completos, o poeta transfere-se para São Luís, com o intuito de ampliar seus conhecimentos de humanidades e na esperança de melhores dias. O seu brilhante talento abriu-lhe os caminhos da imprensa, onde escreveu poemas e crônicas. São Luís, palco de tantas e iluminadas histórias, como as de Aluízio Azevedo e Humberto de Campos, este último, seu contemporâneo. Assim, transfere-se em seguida para Manaus onde demorou muito pouco, sendo arrastado pelo fascínio que lhe devotava o irmão Heráclito Ramos, que o fez viajar para o Rio de Janeiro sob a promessa de publicar-lhe “Coisa Alguma”, seu livro de versos. Esse sonho não aconteceu, a princípio, por graças do irmão, em virtude de o poeta continuar mergulhado em festas e saraus, a levar uma vida boêmia e desregrada. Entretanto, impelido pela grande admiração, Heráclito entrega os originais de Vespasiano ao editor Jacinto Ribeiro dos Santos, de cujas mãos saiu uma edição de dois mil exemplares em maio de 1916, sete meses antes do poeta falecer.

Josué Montello escreveu: “De Vespasiano Ramos se pode dizer que está para as letras maranhenses, na espontaneidade de seu lirismo, como Casemiro de Abreu está para as letras brasileiras; é o poeta do amor e da saudade”. O ilustre mestre Antônio Lopes, ensaísta iluminado e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sentenciou: “Vê-se bem qual seja a inspiração que fazia de Vespasiano Ramos, entre os poetas novos do Maranhão, o poeta preexcelente do amor. O amor para ele é o... eterno e grande sentimento. Havia para o poeta, nesse velho tema, um filão inesgotável para explorar. E, por isso, o amor era o assunto favorito dos seus versos”.

Já o jovem professor e também poeta Carvalho Júnior, conterrâneo de Vespasiano, da bela e aristocrata Caxias, homenageou o autor de “Coisa Alguma”, publicando nas redes sociais, em 14 de agosto de 2018, “4 Poemas de Vespasiano Ramos” para a sua série “Quatetê”. O escritor Jomar Moraes orientou a pesquisa, a fixação textual e a revisão do fantástico trabalho “Cousa Alguma... &+ Alguma Coisa de/sobre Vespasiano Ramos”, uma bela edição da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), como instrumental de estudos e pesquisas sobre o vate caxiense.

Ouçamos o Vespa no soneto “Samaritana”, antológico, porque belo; bíblico, porque humano: “Piedosa gentil Samaritana: / venho, de longe, trêmulo, bater / à vossa humilde e plácida cabana, / pedindo alívio para o meu viver! / Sou perseguido pela sede insana / do amor que anima e que nos faz sofrer: / tenho sede demais, Samaritana / tenho sede demais: quero beber! / Fugis, então, ao mísero que implora / o saciar da sede que o consome, /o saciar da sede que o devora? / Pecais, assim, Samaritana! Vede: / — Filhos, dai de comer a quem tem fome, / Filhos, dai de beber a quem tem sede”.

Sintamos o estro do poeta, neste outro soneto “Cruel”, de fino manejo rítmico e de perfeita elaboração estilística: “Ah, se as dores que eu sinto, ela sentisse, / se as lágrimas que eu choro, ela chorasse; / talvez nunca um momento me negasse / tudo que eu desejasse e lhe pedisse! / Talvez a todo instante consentisse / minha boca beijar a sua face, / se o caminho que eu tomo, ela tomasse, / se o calvário que eu subo, ela subisse! / Se o desejo que eu tenho, ela tivesse, / se os meus sonhos de amor, ela sonhasse, / aos meus rogos talvez não se opusesse! / Talvez nunca negasse o que eu pedisse, / se as lágrimas que eu choro, ela chorasse / e se as dores que eu sinto, ela sentisse!”...

Contemporâneo de Augusto dos Anjos e de tantos outros nomes consagrados da literatura brasileira e fundador da cadeira nº 32 da Academia Maranhense de Letras, o poeta morreu aos trinta e dois anos de idade a irradiar uma semelhança de vida, conta um seu biógrafo, com o poeta americano Edgar Alan Poe, o poeta que cantou a maldição de “O Corvo”, naqueles versos geniais do “Nunca mais...!”, de quem Charles Baudelaire diz que “a influência rítmica é voluptuosa...e nada podia ser mais melodioso...”

Foto:
“Intelectuais caxienses, em foto sem data, porém sabidamente de início do século XX. Da esq. para à direita, em pé: Hegesippo Franklin da Costa [avô do poeta Roberto Franklin da Costa, da ALL], Francisco Nunes de Almeida, Vespasiano Ramos, Wladimir Franklin da Costa [pai do escritor Franklin de Oliveira], Joaquim Franklin da Costa. Sentados, na mesma ordem: Alfredo Guedes de Azeredo, Leôncio de Souza Machado [pai do escritor Walfredo Machado] e João Lemos”.

* Fernando Braga, in “Estante de Cultura – Caderno B” – “Jornal Alto Madeira”, Porto Velho, Rondônia, 18 de agosto de 1984. In “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

O Ministério da Educação (MEC) informou que vai disponibilizar acesso à “internet” para alunos de universidades e de institutos federais em situação de vulnerabilidade social, para que possam acompanhar as aulas durante o período de isolamento social adotado para evitar a disseminação do novo coronavírus.

A princípio serão beneficiados 400 mil alunos com renda familiar inferior a meio salário mínimo, mas a ideia é que esse número chegue a 900 mil alunos cuja renda familiar seja de até 1,5 salário mínimo.

A medida foi anunciada hoje (17), em coletiva de imprensa “on-line”. De acordo com o MEC, a expectativa é que o benefício abranja 797 municípios com “campi” de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e Institutos Federais (IF).

Ao fazer o anúncio, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que a demora para se implementar a medida, após cinco meses de isolamento em decorrência da pandemia do novo coronavírus, se deve à burocracia interna do Estado.

Aos 400 mil alunos com renda familiar de até meio salário mínimo serão disponibilizados bônus de dados móveis que serão gerenciados pela instituição de ensino. Eles terão validade de 90 dias, e os créditos serão de 10 gigabytes a 40 gigabytes. Há também a possibilidade de fornecimento de pacotes de dados móveis por meio de “chips” pré-pagos, que terão validade de 30 dias e créditos de dados que variam de 5 gigabytes a 40 gigabytes.

Ainda segundo a pasta, a solução encontrada “demonstra a viabilidade para um modelo de inclusão nos domicílios de alunos e professores em bandas larga fixa e móvel a partir de 2021”.

(Fonte: Agência Brasil)

A Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) comemora, nesta segunda-feira (17), 80 anos de existência. Por causa da pandemia de covid-19, a celebração será feita por meio de concertos em vídeo divulgados nas redes sociais.

O plano inicial para comemoração das oito décadas de existência da OSB se baseava em uma Temporada 2020 festiva, com destaque para a música brasileira e os artistas nacionais, tendo a história da instituição como fio condutor das atividades. Em razão da pandemia, o projeto precisou ser alterado.

“O isolamento nos proporcionou a possibilidade de inovarmos – o que já é uma tradição da OSB. Adaptamos nossa programação para o formato digital, pois acreditamos que o cenário ainda não oferece a segurança sanitária necessária para voltarmos à rotina de ensaios e concertos presenciais”, disse, em nota, a diretora-geral da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, Ana Flávia Cabral Souza Leite.

“Sabemos que nada substitui a experiência de estar em uma sala de concerto, mas estamos trabalhando no sentido de oferecer, em nossos canais digitais, um produto de qualidade e que transmita ao público a emoção presente em todas as nossas apresentações”, acrescentou.

Todos os programas serão gravados pelos músicos individualmente a partir de suas casas, e os concertos serão exibidos nas páginas da OSB no Facebook e YouTube, semanalmente. Amanhã, dia do aniversário, terá início a “Série OSB 80 Anos”. Serão seis vídeos publicados diariamente até o dia 22 de agosto.

O primeiro terá “Música para fogos de artifício reais”, de Haendel. Nos quatro vídeos seguintes, serão homenageadas as famílias de instrumentos da orquestra: a percussão, interpretando Bach e Ernesto Nazareth; as cordas, executando uma obra de Alberto Nepomuceno; Mozart sob os cuidados das Madeiras; e Giovanni Gabrieli ao som dos metais. Encerrando a série, a orquestra se une novamente para interpretar o célebre trecho do quarto movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven, a “Ode à Alegria”.

A Série Beethoven, em homenagem aos 250 anos do compositor alemão, contará com cinco concertos virtuais, e o primeiro deles será exibido no dia 25 de setembro. Ao longo do ciclo, será apresentado um panorama com algumas das suas principais obras.

Já a Série Clássica Brasileira também ganhará espaço no novo cenário, com dez concertos. No ciclo, serão apresentadas obras de compositores nacionais desde Carlos Gomes e Villa-Lobos até artistas contemporâneos como Rodrigo Cicchelli e João Guilherme Ripper. O primeiro programa ganha as plataformas no dia 1º de outubro, e os concertos vão se revezar com a Série Beethoven até o fim do ano.

Responsável por revelar talentos como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Menezes, a OSB promoveu a popularização da música de concerto com projetos relevantes como os Concertos da Juventude e o Aquarius.

(Fonte: Agência Brasil)

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Quem alcunhou Manuel Nunes Pereira, um dos maiores etnólogos brasileiros, de “gênio florestal”, foi um homem que tem a poesia na alma e um alexandrino no nome: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.

Manuel Nunes Pereira, infelizmente pouco conhecido pelos nossos conterrâneos e por seus pares da Academia Maranhense de Letras, foi uma das pessoas mais extraordinárias e generosas que tive a felicidade de conviver; nasceu na velha “Casa das Minas”, de origem daomeana, com traços da religião ou mitologia jeje-nagô, com culto Vodu, na Rua de São Pantaleão, em São Luís do Maranhão, em 26 de junho de 1893; era filho de Mãe Almerinda e afilhado da velha Nochê, Mãe Andreza Maria; e morreu no Rio de Janeiro, noventa e dois anos depois, em 27 de fevereiro de 1985.

Foi muito cedo para Belém do Pará e, depois, para Niterói e Rio de Janeiro, onde abandonou o curso de Direito para estudar Veterinária, Biologia e Botânica, especializando-se em Etnografia e Etnologia, cujas ciências dedicou sua vida inteira até aposentar-se pelo Ministério da Agricultura, possuindo, nesse campo cientifico, um dos maiores acervos do país, em livros, documentos, anotações, fitas, filmes e registros das mais variadas espécies.

Era um etnólogo do porte de Roger Bastide, de Arthur Ramos e de Levi Strauss, e “um homem de ciência agudamente provido de sensibilidade e visão humanística, eis o que é o caboclo maranhense Nunes Pereira”, na visão sensível, mas objetiva de Carlos Drummond de Andrade.

Era membro da Academia Maranhense de Letras, para onde foi eleito duas vezes; a primeira, ele não tomou posse no prazo regimental, tendo sido, por isso, passivo de uma nova eleição que o ratificou na cadeira nº 23, patroneada por Graça Aranha, e atualmente ocupada pelo engenheiro e mestre em Desenvolvimento Urbano, Luis Phelipe Andrès; Nunes Pereira é também um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras, onde conheceu e foi amigo de seu conterrâneo Maranhão Sobrinho, um dos maiores poetas simbolistas do Brasil.

Como prova de sua grandeza em direção do bem, trago a este dedo de prosa o nosso escritor Jorge Amado que assim explana, em “Literatura Comentada”, edições Abril [1981-2]: “(...) Antes de decretarem o Estado Novo cheguei a Manaus e fui preso... Fui colocado numa cela com o Nunes Pereira, o etnólogo, um homem encantador. Eu e o Nunes Pereira passávamos o dia inteiro debaixo do chuveiro porque fazia um calor infernal, e os integralistas desfilavam na frente ameaçando a gente de morte ...”

Estas são algumas das publicações de Nunes Pereira: “A Casa das Minas: contribuição ao estudo das sobrevivências do culto dos Voduns, do Panteão daomeano, no Estado do Maranhão, Brasil”, Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, 1947, 2ª ed., Petrópolis, Vozes, Rio de Janeiro, 1979; “Moronguetá – um Decameron Indígena”, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967 e 1976, 2 vols. [Coleção Retratos do Brasil, nº 50]; “Panorama da alimentação indígena: comidas, bebidas e tóxicos na Amazônia brasileira”, Rio de Janeiro, Livraria São José, 1974; “Os índios maués”, Rio de Janeiro, Organização Simões, 1954; “Curt Nimuendaju”, [Síntese de uma vida e de uma obra], 1946; (Opúsculo) [“A tartaruga verdadeira do Amazonas”] de 17 páginas, foi elaborado pelo veterinário Nunes Pereira e trata de uma obra bastante interessante e extremamente difícil de ser encontrada nas bibliotecas e acervos públicos.

Dentre as muitas lembranças e saudades deixadas por Nunes Pereira, uma placa de bronze foi inaugurada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por ocasião de seu centenário de nascimento, cuja confecção foi providenciada pelo último secretário do cientista, o pesquisador ítalo-brasileiro Savério Roppa.

Certa vez, no Rio de Janeiro, contou-me Nunes Pereira, procurou o escritor Coelho Netto, nosso conterrâneo ilustre, para lhe pedir, dado seu prestígio, uma colocação em qualquer abrigo, desde que o remunerasse, para que ele, o jovem maranhense, pudesse custear os estudos e pagar em dia a francesa dona da pensão, a qual fazia uma algaravia infernal quando recebia a mensalidade fora do prazo combinado.

Numa noite qualquer, em casa de Coelho Netto, o jovem disse ao mestre o prazer que tinha em cumprimentá-lo e o motivo da visita. Depois de ouvi-lo, o “Príncipe da Prosa Brasileira” levantou-se e se dirigiu à sua escrivaninha, e lá, de pé, como dizem que escrevia, o autor de “Rei Morto” minutou num papel timbrado com seu nome, um bilhete endereçado a um tal Prestes, diretor das Docas do Rio de Janeiro, que dizia textualmente isto, que me foi ditado pelo velho etnólogo:

“Prestes, amigo! O portador, Manuel Nunes Pereira, é do Maranhão como eu; e, em sendo de tal terra, é natural que faça versos, pois é filho da ‘Oliveira e da Cigarra’. Ele está precisando de uma colocação aí nas docas do Rio de Janeiro, de cujo parasitário és defensor perpétuo e escarchas contrabandistas. Se deferires este meu requerimento, saberei cantar-te agradecido em rimas d’oiro. Um abraço. Do teu, Coelho Netto”.

Essa empreitada infelizmente foi frustrada. O diretor das Docas do Rio de Janeiro não atendeu ao pedido do “Príncipe da Prosa Brasileira”, resultando apenas desse ilustre pedido, a tomada do bilhete pelo próprio Nunes Pereira que o guardou como lembrança.

Parnasianamente, “numa noite assim, de um céu assim...” Nunes Pereira desembarca em Brasília para receber o “Prêmio do Mérito Indigenista” que seria outorgado pelo Ministério do Interior, pela publicação de sua obra em dois volumes “Moronguetá – um Decameron Indígena”, a qual o contemplara com o prêmio “Roquete Pinto”, da Academia Brasileira de Letras; e como de costume, e para minha honra, levei-o para nosso apartamento como sempre o fazia. Quando de sua chegada, naquela mesma noite, bebemos uns goles de pinga que ele trouxera de Ji-Paraná, cidade de Rondônia, de onde era egresso naquela noite, e já onde se encontrava por algum tempo a pesquisar indígenas daquela região, tempo em que providenciávamos o preparo de um “tambaqui” que também trouxera carinhosamente consigo. E varamos a madrugada como se estivéssemos à margem do Rio Madeira...

No dia seguinte, pela manhã, fomos a uma livraria que distribuía os livros da “Civilização Brasileira”, para comprar os dois volumes de “Moronguetá – um Decameron Indígena”, que o velho esquecera de trazer para presenteá-los ao ministro do Interior; e, à tarde, foi o evento: justo quando Nunes Pereira autografava os volumes, o ministro, num gesto de gentileza, disse-lhe: “Já li alguns livros seus...” o que fez Nunes Pereira esboçar um sorriso de hiena e devolver-lhe o agradecimento em tom de blague: “Já se vê, ministro, que o senhor anda a ler alguma coisa!...”

Chegado o dia de sua volta, fui levá-lo ao aeroporto e, num desses voos que aparecem não se sabe de onde, eis que surge o Fernando Lobo, jornalista, poeta, compositor e, orgulhosamente, como ele mesmo dizia, pai do Edu Lobo. Ao ver o velho Nunes, dirigiu-se a ele com carinho e pilhérias bem à moda dos dois, sendo de logo a mim apresentado, tempo em que rumamos para o restaurante do aeroporto, onde nos amesendamos, entre aperitivos, reminiscências e piadas; lá pelas páginas tantas, depois de ter perdido uns três aviões da ponte aérea, o velho Nunes perguntou-me se eu não queria ir com eles para o Rio de Janeiro, a tirar do bolso do paletó um “bilhete” de passagem a sugerir que eu fosse ao balcão da companhia marcar uma ida, caso tivesse vaga... e sempre tinha... E assim foi!

Já no Rio de Janeiro; despedimo-nos do Fernando Lobo, uma pessoa que jamais esqueci pela inteligência e simpatia irradiadas, e seguimos para a Avenida Almirante Alexandrino, em Santa Teresa, endereço que escondia o velho cientista, momentaneamente vazio, vez que seus familiares se encontravam de veraneio em Nova Friburgo, no Estado do Rio.

No dia seguinte, o “bondinho de Santa Teresa”, cansado de carregar artistas e boêmios, nos deixou quase sem querer no “Amarelinho”, na Cinelândia, [donde nunca deveria ter saído], e onde gastamos toda a tarde daquele dia ao encontrarmos, por feliz coincidência, Nauro Machado, Franklin de Oliveira e Lago Burnett... à noite retornei a Brasília.

Desandando o fio à meada, quis os desígnios de Deus que eu estivesse em Porto Velho, no Estado de Rondônia, antigo “Território do Guaporé”, a realizar um trabalho temporário que fui designado a fazê-lo; lugar em que também, por períodos temporais, era núcleo natural de estudos antropológicos do velho Nunes Pereira, para onde os ventos da vida nos uniria pela derradeira vez...

Algum tempo depois, certa manhã chuvosa, para ser mais triste que de costume, ao atravessar uma praça da cidade, onde ele era muito conhecido e querido, um jornaleiro passou a apregoar o “Alto Madeira”, o maior jornal da região, com uma voz de lamento: “Atenção! Morreu, no Rio de Janeiro, o doutor Nunes Pereira!” Atenção! Morreu, no Rio de Janeiro, o doutor Nunes Pereira!”. Comprei um exemplar do jornal, encostei-me a mureta da praça e ali mesmo, antes de ler a notícia, “rezei como o salmista na caverna, e olhei para minha direita e vi; mas não havia quem me conhecesse; refúgio me faltou; ninguém cuidou de minha alma”; e ali mesmo chorei... chorei muito!...

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias”, [Toda prosa] antologia de textos do autor.

Alunos do 5º ano do ensino fundamental de duas escolas municipais de Cotia (SP) experimentaram, em janeiro de 2020, fazer um curso de férias de matemática. A atividade, que contou com 70 estudantes, teve dez dias de duração. Na avaliação após o programa, os alunos apresentaram uma evolução média, na disciplina, de 1,3 ano de escolaridade em conceitos matemáticos.

Eles participaram do Curso de Férias do Programa Mentalidades Matemáticas, baseado na abordagem de ensino criada pela professora Jo Boaler, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

No Brasil, o programa foi adaptado à realidade do país e implementado em Cotia pelo Instituto Sidarta, em parceria com o Itaú Social e a Secretaria Municipal de Educação da cidade. O trabalho foi liderado por Jack Dieckmann, diretor do Centro de Pesquisas Youcubed da Universidade Stanford (EUA).

“Como um estudo de validação, estamos construindo evidências para o Mentalidades Matemáticas fora do contexto original nos Estados Unidos. A equipe do Sidarta implementou o programa em uma escola pública brasileira, mostrando que, com a escolha certa das práticas de ensino e currículo, estudantes de todas as origens podem desfrutar e se sentirem capazes em matemática”, destacou Dieckmann.

Segundo os pesquisadores, a evolução de 1,3 ano alcançada pelos alunos é correspondente ao padrão norte-americano, calculado a partir do desempenho na avaliação Mathematics Assessment Resource Service. A prova feita pelos estudantes brasileiros é a mesma usada por Stanford nos cursos de férias realizados nos EUA.

“A pesquisa nos trouxe evidências consistentes de que crianças brasileiras são capazes de aprender matemática em altos níveis quando desafiadas por um ensino aberto, criativo e visual. Ao desenvolver uma relação positiva com a matemática, elas se permitiram arriscar mais e aprenderam mais”, disse o presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang.

Com os resultados promissores, o Itaú Social disse que pretende levar a experiência para outros lugares no Brasil, transformando-a em uma tecnologia social para redes públicas.

“Estes resultados significam que mais estudantes podem se beneficiar, não só o grupo que já apresenta um bom desempenho, aspecto fundamental para colocarmos a metodologia à disposição de municípios e Estados parceiros”, destacou a especialista em educação do Itaú Social, Juliana Yade.

(Fonte: Agência Brasil)

Do cacique Tibiriçá, nascido antes de 1500 e batizado pelos jesuítas como Martim Afonso de Sousa, que teve papel importante na fundação da cidade de São Paulo a Jackson Viana de Paula dos Santos, jovem escritor nascido em Rio Branco (AC) no ano 2000, fundador da Academia Juvenil de Letras e representante da Região Norte na Brazil Conference, em Harvard.

Essas são as duas pontas de uma linha do tempo que busca contar a história de importantes personagens brasileiros que estão fora dos livros oficiais, num total de 2.251 verbetes, publicados agora como dicionário biográfico Excluídos da História.

O trabalho foi feito pelos 6.753 estudantes que participaram da quinta fase da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) do ano passado, entre os dias 3 e 8 de junho de 2019, divididos em equipes de três participantes cada uma.

A olimpíada foi criada, em 2009, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e reúne, atualmente, mais de 70 mil estudantes dos ensinos fundamental e médio em uma maratona de busca pelo conhecimento em história do Brasil. A competição tem cinco fases “on-line”, com duração de uma semana cada uma, e uma prova para os finalistas das equipes mais bem pontuadas para definir os medalhistas.

Começou com samba

A coordenadora da Olimpíada Nacional em História do Brasil, Cristina Meneguello, explica que a história do dicionário começou a partir do samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, escola campeã do Carnaval carioca no ano passado, que levou, para a Sapucaí, o enredo História para Ninar Gente Grande.

Os versos abriram alas para os “heróis de barracões” com “versos que o livro apagou” para contar “a história que a história não conta” e mostrar “um país que não está no retrato” e o “avesso do mesmo lugar”. Versos que caíram no gosto popular antes mesmo do desfile oficial, sendo tocado em blocos de rua e rodas de samba pela cidade.

Segundo Cristina, a discussão sobre os excluídos da história foi intensa entre os historiadores depois do Carnaval no ano passado, e o tema permeou toda a competição, que começou no dia 6 de maio.

“Logo na primeira fase da prova, a gente fez uma pergunta usando o próprio samba-enredo da Mangueira. A gente usa documentos variados, letra de música, propaganda, documentos históricos mais clássicos, imagens, etc. A gente já tinha definido que esse seria o tema da tarefa deles para a quinta fase e fomos colocando as perguntas para eles irem entendendo o tema desde a primeira fase”, lembra.

De acordo com a professora, originalmente não havia a intenção de se publicar o material produzido pelos estudantes. Porém, diante da riqueza e diversidade das pesquisas apresentadas, a coordenação decidiu compartilhar o material com professores, estudantes e todos os interessados, disponibilizando o conteúdo “on-line”.

“A gente já sabia que ia ficar uma tarefa muito boa, porque esse conhecimento que eles produzem a partir da escola é sempre muito surpreendente. Mas teve uma série de fatores. O primeiro foi que realmente ficou muito bom o trabalho realizado pelos participantes. Depois, o ‘template’ que foi criado, com essas quatro páginas como se fosse de um livro didático, ficou um ‘design’ muito bom e ganhou a medalha de prata no Brasil Design Award no ano passado, como ‘design’ de sistema educativo”.

Personagens desconhecidos

A escolha do personagem era livre para os estudantes, dentro do critério de ser importante para a história do Brasil e não ser lembrado nos livros didáticos. Cristina diz que o resultado surpreendeu a organização, com verbetes sobre pessoas com importância local e regional, inclusive muitos ainda vivos, mostrando que os participantes entenderam que a história é construída continuamente por personagens diversos, inclusive os que não são apontados pelos historiadores.

“Superou nossa expectativa. Nós observamos que esses personagens desconhecidos são personagens negros, são mulheres importantes para a história do Brasil, são mulheres negras, são líderes locais. Muitos fizeram o verbete de pessoas que estão vivas. São líderes indígenas, pessoas perseguidas na ditadura militar, professores que foram censurados na ditadura militar. Temos de personagens do Brasil colônia até pessoas que estão vivas nesses verbetes”.

Alguns personagens foram lembrados por mais de um grupo, portanto, há verbetes repetidos no dicionário, mas que trazem abordagens diferentes sobre a mesma pessoa.

O grupo da estudante Juliana Kreitlon Pereira foi um dos dois que escreveram sobre Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

A sugestão da personagem foi feita por Juliana, que estava no último ano da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa e conheceu a história de Mercedes Baptista pelo professor de História da Dança Paulo Melgaço, semanas antes do desafio da olimpíada.

“A Mercedes sempre fez questão de trazer a dança brasileira para os palcos. Foi uma das coisas que mais me chamou atenção. Ela trabalhou com a Katherine Dunham, uma pesquisadora de movimento e coreógrafa dos Estados Unidos. A Mercedes viu o quanto a gente precisava desse tipo de estudo no Brasil também. Ela recorreu a vários movimentos culturais, coisas que já ocorriam no Brasil mas não tinham holofote. E ela sempre quis trazer bastante atenção para isso”.

Falecida em 2014, Mercedes teve sua estátua inaugurada em 2016, no Largo da Prainha, no circuito Pequena África da zona portuária do Rio de Janeiro.

Juliana se diz muito feliz com a publicação do dicionário “on-line”. “Eu não sabia que seria publicado. A gente se esforçou tanto, eu li o livro dela inteiro, até porque era muito interessante. Pensei, poxa, não vai acontecer nada. Quando foi publicado, eu fiquei muito feliz porque mais pessoas poderiam conhecer essa bailarina”.

Já a equipe do estudante Lucas do Herval Costa Teles de Menezes decidiu escrever sobre um personagem que representasse o Rio de Janeiro e estivesse presente no cotidiano, mas que as pessoas não percebessem. Um personagem que não tivesse sido completamente apagado da história. O escolhido tem um feriado municipal em sua homenagem em Niterói e dá nome à estação das barcas que chegam do Rio de Janeiro e à praça em frente a ela, onde tem uma estátua: o indígena temiminó Araribóia.

“Eu achei interessante a dinâmica que o personagem teve com os povos estrangeiros, no caso, os portugueses e os franceses. Porque, geralmente, quando a gente aprende sobre a relação dos povos indígenas e os povos europeus invasores, a gente não pensa muito em identificar esses povos indígenas, nunca aprende sobre a história individual de uma figura indígena. Eu achei que ele teve uma história individual muito interessante, foi uma figura de liderança, teve muito envolvimento em mais de uma narrativa política daquela época, e isso me chamou atenção”.

O grupo de Lucas foi o único a lembrar de Araribóia, conhecido como fundador de Niterói e figura fundamental na disputa entre portugueses e franceses que levou à expulsão destes.

Olímpiada

A 12ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil está com inscrições abertas até o dia 7 de setembro. Podem se inscrever equipes de três estudantes de 8º e 9º anos do ensino fundamental e todos os anos do ensino médio, com a orientação de um professor ou uma professora, de escolas públicas e particulares.

Diferentemente da maioria das olimpíadas científicas, a ONHB estimula a busca pelo conhecimento em história, e não avaliar o que o estudante já sabe por meio de uma prova.

“É um sistema de aprendizagem participar de olimpíadas. Ela é muito exigente e não quer aferir se os estudantes já sabem, ela dá tempo para eles estudarem, perguntam para o professor, perguntam uns para os outros. Tem uma pergunta de uma coisa que ele nunca ouviu falar, não viu na escola. Mas do lado tem um texto, ele lê, se informa, pesquisa na ‘internet’ e volta para responder. Nesse processo, ele aprendeu história. Eu não estou muito interessada se ele já sabia, mas se ele aprendeu naquele momento, o nosso objetivo pedagógico é esse”, afirma Cristina Meneguello.

A primeira edição da ONHB, em 2009, contou com 15 mil participantes. No ano passado, o número chegou a 73 mil. Por causa da pandemia de covid-19, a competição deste ano será online, não havendo a prova presencial para os finalistas que normalmente é aplicada na Unicamp.

As fases são compostas por questões de múltipla escolha e uma tarefa que será corrigida por outros grupos. Serão escolhidas 400 equipes finalistas, o dobro do usual, com distribuição de 20 medalhas de ouro, 30 de prata e 40 de bronze, que serão enviadas para as escolas.

(Fonte: Agência Brasil)

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A data foi instituída, em 1976, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF, quando ainda era CBD – Confederação Brasileira de Desportos).

A data homenageava o mais antigo clube do Brasil em atividade, o Sport Club Rio Grande, fundado no século XIX, em 19 de julho de 1900.

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ÓPIO DO POVO

Soldados de calção
no campo de batalha
driblando o coração
pondo a bola na malha.

A bola
no peito
no pé
na raça.

A força
no muque. Perícia.
A ginga
o jeito
(também
o dengo
o truque. Malícia.)

A bola
que topa
que passa
a mil:
é o gol
é a Copa
é a Taça.
Brasil! Brasil! Brasil!

* EDMILSON SANCHES