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O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciaram, por meio de “live” (transmissão ao vivo) em rede social, o aumento de 12,84% do piso salarial previsto no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo Weintraub, o reajuste anunciado “é o maior aumento em reais desde 2009”.

O ajuste, acima da inflação de 2019 (4,31%), corresponde às expectativas da Confederação Nacional de Municípios (CNM) que já havia previsto o valor mínimo do magistério passaria de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24. Há expectativa entre gestores municipais que uma nova lei sobre o Fundeb seja criada este ano. A lei atual só prevê a manutenção do fundo até este ano. O Ministério da Educação prepara proposta com novas regras.

Durante a “live”, o presidente também anunciou, ao lado do secretário de Cultura Roberto Alvim, o lançamento do Prêmio Nacional das Artes que irá destinar mais de R$ 20 milhões para produção artística nas cinco grandes regiões brasileiras.

O prêmio terá sete categorias, eruditas e populares, e prevê a seleção de cinco óperas, 25 espetáculos teatrais, 25 exposições individuais de pintura e 25 exposições de escultura, 25 contos inéditos, 25 CDs musicais originais e, até, 15 propostas de histórias em quadrinhos.

O edital será publicado na próxima semana, no Diário Oficial da União e no “site” da Secretaria Especial da Cultura. O repasse de recursos entre as regiões será dividido de forma igual.

Durante a transmissão, o presidente também comentou a queda histórica dos juros básicos da economia, Taxa Selic a 4,5% ao ano e a esperada redução da dívida pública com a baixa dos juros. O presidente salientou a redução dos custos de empréstimos da Caixa Econômica Federal e a diminuição de pessoas inadimplentes. Bolsonaro salientou que a queda de juros ocorre “sem canetada” e “sem interferência”, mas por causa do ambiente de recuperação econômica.
O presidente comemorou a prioridade anunciada pelo governo dos Estados Unidos para que o Brasil se torne integrante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e lembrou a edição de nova medida provisória que ajusta o salário mínimo dos atuais R$ 1.039 para R$ 1.045.

Além do ministro da Educação e do secretário de Cultura, participou da transmissão o secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Junior.

(Fonte: Agência Brasil)

O sábado (18) promete ser de muitas emoções na disputa do Fut 7 Beach Feminino do projeto Esporte na Minha Cidade, iniciativa patrocinada pela Drogarias Globo e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Após a realização das duas primeiras rodadas na semana passada, os jogos desta jornada definirão as quatro equipes semifinalistas do torneio. A bola começará a rolar a partir das 15h15, nas duas quadras de areia montadas ao fundo do Bar Ilha Mar, na Praia do Calhau.

Abrindo a terceira rodada, tem Resenha x Divas pelo Grupo B, e Brutos x Cruzeiro São Luís, pelo D. Líder do Grupo B com 3 pontos ganhos, as meninas do Divas precisam de uma vitória simples para continuarem na competição. Já o Resenha, que perdeu na rodada passada para o Moto Club, precisará golear para ir às semifinais.

Já a situação do Grupo D é diferente. Vitoriosos nas rodadas anteriores, Brutos e Cruzeiro São Luís farão um duelo equilibrado e apenas o vencedor estará na semifinal do Esporte na Minha Cidade.

Na sequência, a partir das 16h, ocorrerão os jogos dos grupos A e C. Pelo A, Roma e Afasca se enfrentam em confronto direto por um lugar nas semifinais. Já pelo Grupo C, tem Juventude Maranhense x Tutela que também disputam a vaga para a próxima fase.

Apenas o campeão de cada grupo se classificará para as semifinais. Nessa fase, os duelos serão os seguintes: 1ºA x 1ºD e 1ºB x 1º C.

Sub-10 e Sub-12

Enquanto o torneio de Fut 7 Beach Feminino está prestes a definir os semifinalistas, as disputas das categorias de Fut 7 Sub-10 e Sub-12 terão início na manhã deste domingo (19), com os jogos sendo realizados no campo do A&D Eventos, no Bairro do Turu. A rodada de abertura começará a partir das 7h45. A sequência de jogos é a seguinte: Slacc x Túnel FC (Sub-10), Futuro do Amanhã x Chute a Gol (Sub-10), Aurora x Craques da Veneza (Sub-12) e Projeto Paredão x V10 (Sub-12)

Todas as informações sobre esta edição do “Esporte na Minha Cidade” e a programação completa de jogos estão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade) e no “site” da Federação Maranhense de Futebol 7 (www.fut7ma.com.br).

TABELA FUT 7 BEACH FEMININO
Sábado (18/1)
15h15 – Resenha x Divas (QUADRA 1)
15h15 – Brutos x Cruzeiro São Luís (QUADRA 2)
16h – Juventude Maranhense x Tutela (QUADRA 2)
16h15 – Roma x Afasca (QUADRA 1)

TABELA FUT 7 SUB-10 E SUB-12
Domingo (19/1)
7h45 – Slacc x Túnel FC (Sub-10)
8h30 – Futuro do Amanhã x Chute a Gol (Sub-10)
9h – Aurora x Craques da Veneza (Sub-12)
9h45 – Projeto Paredão x V10 (Sub-12)

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Amanhã (17), os quase 4 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 terão acesso às notas que obtiveram na avaliação. Para acessar os resultados é preciso informar, na Página do Participante, o CPF e a senha cadastrados na hora da inscrição no exame.

Desde já, os estudantes podem se preparar para conferir as notas. Aqueles que não lembram a senha, podem recuperá-la no próprio sistema. É possível acessar o resultado também pelo aplicativo do Enem.

Para acessar as notas na Página do Participante, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, divulgou um passo a passo:

Ao entrar na página, logo aparece a Nanda, uma personagem digital com uma pergunta. Para avançar, é preciso responder ao desafio. Isso é feito para evitar o acesso de robôs.

Em seguida, os estudantes devem informar o CPF e inserir a senha. Caso não se lembrem da senha, basta clicar no “link” Esqueci minha senha, que está logo abaixo do campo de preenchimento.

O sistema vai, então, pedir para o usuário escolher se a senha cadastrada será enviada para o “e-mail” registrado durante a inscrição ou se quer alterar o “e-mail”. O sistema dá uma pista para que o participante se lembre de qual “e-mail” foi cadastrado durante a inscrição.

Caso a opção seja por receber a senha no “e-mail” cadastrado, basta procurar na caixa de entrada. Se não encontrar, o Inep orienta a verificar a caixa de “spam”.

Quem não tem mais acesso ao “e-mail” informado na inscrição ou quiser trocar o endereço do correio eletrônico deverá responder às perguntas solicitadas a respeito dos dados informados na inscrição. Acertando todas as respostas, é só informar o novo “e-mail”.

O Inep irá, então, enviar a senha para o novo “e-mail”, e o participante poderá acessar as notas no exame. É possível, inclusive, consultar os resultados de edições passadas, caso o usuário tenha feito o Enem em outros anos.

A senha deve ser guardada em local seguro e de fácil acesso. Ela ainda será usada para a inscrição nos programas federais de acesso ao ensino superior. Na Página do Participante, os candidatos têm acesso ao número de inscrição, também usado para concorrer a vagas no ensino superior.

Nesta sexta-feira (17), os estudantes terão acesso à nota da redação e à pontuação de cada uma das quatro áreas de conhecimento: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática.

Ensino superior

Com os resultados, os estudantes poderão concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O primeiro processo que terá as inscrições abertas é o Sisu. Para participar, é preciso fazer a inscrição “on-line” no período de 21 a 24 de janeiro. As inscrições para o ProUni poderão ser feitas de 28 a 31 de janeiro e, para o Fies, de 5 a 12 de fevereiro.
Além dos programas nacionais, os estudantes podem usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal. O Inep tem convênio com mais de 40 instituições portuguesas.

(Fonte: Agência Brasil)

O excesso de peso nas mochilas escolares e o esforço repetitivo na infância e adolescência ocasionam 70% dos problemas de coluna na fase adulta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o ortopedista e cirurgião de coluna Luiz Cláudio Lacerda Rodrigues, integrante da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o grande problema não é só o peso do material, mas a forma como as crianças carregam as mochilas.

Em entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira (14), o ortopedista explicou que não existe um peso ideal. “Esse peso é sempre calculado em relação ao peso da criança. O que se recomenda é que o peso máximo para cada criança seja 10% do peso corporal. Não ultrapasse esse peso”. Isso significa que, para uma criança que pesa 30 quilos (kg), por exemplo, o ideal é que ela carregue, no máximo, uma mochila com 3kg.

O especialista citou também que a mochila tem que ficar sempre muito justa nas costas. “As crianças têm tendência a usar mochila muito baixa e solta. Além de ela ficar puxando a criança para trás, ela fica como se estivesse batendo nas costas da criança o tempo inteiro”, comentou. A orientação é que a mochila seja usada o mais alto possível e sempre bem justa nas costas.

De acordo com o ortopedista, ao carregar as mochilas de forma errada, as crianças e os jovens são candidatos a sofrer de problemas na coluna depois de adultos. Durante essa fase, as crianças ainda estão em desenvolvimento, e a coluna é muito frágil. “Os ossos ainda não estão com a consistência totalmente dura, os discos estão em fase de amadurecimento. Então, qualquer trauma ou esforço excessivo nessa idade é lesivo para a coluna, diferente da fase adulta, que já tem uma coluna estruturada.”

Vilões da coluna

Segundo Luiz Cláudio Lacerda Rodrigues, os grandes vilões da coluna das crianças são o uso errado da mochila, tanto em excesso de peso como na forma de utilização, e o uso de aparelhos eletrônicos. “São as duas coisas que hoje estão prejudicando muito a coluna das crianças. E a gente não consegue saber o quão grave isso vai ser no futuro”. O que se sabe é que a incidência de dor nas costas de crianças está se assemelhando à da dor nas costas dos adultos, explicou o ortopedista. Ou seja, em seis a sete crianças em cada dez, essas dores têm uma chance de cronificação por falta de orientação e pela falta de cuidados com a coluna em termos de peso.

Em relação aos produtos eletrônicos, como celulares, “tablets” e “laptops”, o ortopedista Luiz Cláudio Lacerda Rodrigues informou que já há até um nome para a doença que afeta o pescoço. É “pescoço de texto”. O médico ressaltou que, quando se fala da coluna, ela trabalha como órgão único.

Isso quer dizer que, quando a pessoa prejudica sua cervical, ela acaba afetando também outras partes da coluna. “A lombar e a torácica vão junto. A primeira a apresentar problema é a cervical, mas, como ela muda de posição, a coluna inteira tem que mudar”. Aí, surgem os grandes problemas, como envelhecimento precoce da coluna e uma incidência maior de dor e de hérnias.

Sugestões

Para ajudar pais, responsáveis e as próprias crianças e jovens na missão de organizar a mochila no dia a dia, a psicopedagoga Adriana Ferreira sugere algumas providências que favorecem a saúde dos estudantes. Entre elas, a dica de organizar a mochila de forma a distribuir o peso. “Os materiais mais pesados precisam estar mais próximos ao corpo e, havendo bolsos laterais, distribua uniformemente os objetos para equilibrar o peso”.

Outra recomendação é que as crianças separem os itens necessários para a aula do dia seguinte na véspera. “Os jovens têm tendência a arrumar a mochila para a semana com medo de esquecer algo. Isso é um erro terrível, uma vez que aumenta em demasia o peso a ser carregado”. Além disso, muitas mochilas são produzidas com material que já é pesado ou tem tantos acessórios que comprometem esse aspecto. “Mochilas menores também podem ser uma boa alternativa para que os alunos não precisem carregar material supérfluo”.

Adriana Ferreira alertou ainda que as capas duras tornam o caderno um dos vilões do peso na mochila. “É sempre recomendável a compra de cadernos individuais mais finos. É também preferível substituir os cadernos no meio do ano, evitando que o aluno sofra com as dores provocadas pelo excesso de peso”, indicou. Outra sugestão é que os pais ensinem a criança a ser organizada, mas não devem fazer o trabalho de arrumar a mochila pelos filhos. “Esse é um dos piores erros cometidos por pais e responsáveis. Fazer por eles não vai ensiná-los e, sim, acomodará os estudantes que, com o passar do tempo, terão ainda mais responsabilidade e peso para carregar”, concluiu.

(Fonte: Agência Brasil)

A recuperação das rodovias maranhenses foi o tema principal da reunião da bancada federal do Maranhão com o superintendente estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Glauco Henrique, na manhã desta terça-feira (14). O encontro, proposto pelo coordenador da bancada maranhense, deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA), ocorreu na sede do órgão, em São Luís.

O Dnit apresentou aos integrantes da bancada maranhense os dados atualizados sobre as condições da malha rodoviária do Estado. Os parlamentares, por sua vez, questionaram sobre o andamento dos serviços de manutenção das BRs e a respeito das obras que ainda não foram concluídas. Dentre as principais preocupações da bancada, estão as BRs 135 e 222, duas das mais importantes rodovias do Maranhão.

O deputado Juscelino Filho foi enfático ao defender “ações emergenciais” para solucionar os problemas em alguns trechos das BRs 135 e 222. De acordo com o coordenador da bancada maranhense, é necessário agir para que problemas sérios de trafegabilidade sejam evitados.

“A bancada se reuniu para reclamar de alguns serviços malfeitos, e elencamos ao Dnit algumas prioridades como a BR-135 e a BR-222, que são dois braços rodoviários importantes e as principais saídas para o interior do Estado. É preciso que o Dnit nos apresente um plano de ações emergenciais para os trechos que não estão em boas condições”, afirmou.

Juscelino, inclusive, já solicitou uma audiência da bancada maranhense com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o diretor-geral do Dnit, general Santos Filho, em busca de resolver a situação das rodovias do Estado.

“Sabemos que há limitações orçamentárias e que o Maranhão vem perdendo muitos recursos de manutenção da malha viária. A bancada vem lutando na Comissão de Orçamento, onde conseguimos agregar algum valor para o Dnit, este ano, mas sabemos que a demanda é maior. Vamos nos reunir com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e com o diretor-geral do Dnit, general Santos Filho, para encontrarmos soluções para as nossas rodovias”, explicou o coordenador da bancada federal do Maranhão.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O Museu da Imigração, em São Paulo, anunciou sua filiação à maior organização genealógica do mundo, a FamilySearch, facilitando o acesso a documentos de gerações anteriores. Com o buscador da entidade, agora se torna possível acessar registros armazenados em hospitais, cartórios, paróquias e arquivos históricos de diversos países.

Ao todo, o banco de dados conta com mais de 4 bilhões de nomes. O Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) do Museu da Imigração também possui um repertório expressivo: são 250 mil imagens digitalizadas que documentam o movimento imigratório no Estado de São Paulo e no Brasil. São os profissionais do centro que auxiliarão o público a utilizar a ferramenta da FamilySearch.

O sistema já pode ser consultado por qualquer pessoa interessada, em dois computadores instalados no local. O tempo de uso das máquinas terá limitação apenas em ocasiões de grande procura, para que todos possam ser atendidos em suas demandas.

O serviço ficará disponível cinco dias da semana, durante o horário de funcionamento do CPPR. Embora muitas informações possam ser pesquisadas de casa, pelo “site” da FamilySearch, há documentos que só podem ser visualizados no CPPR.

Segundo o historiador Henrique Trindade, um dos três funcionários que compõem a divisão, 80% das pessoas recorrem a eles atrás de informações que possam facilitar o reconhecimento da cidadania italiana. O caso se aplica ao jovem Everton Alavarse Vicente, de 26 anos, que foi ao museu em busca da certidão de nascimento de sua bisavó, para apresentar ao consulado. Seu objetivo é obter a cidadania e facilitar, assim, a matrícula em um programa de mestrado em Portugal.

Ele informou que soube do serviço por meio de um grupo do Facebook. "Quem já entrou na fila do consulado foram eu, meu irmão, meu pai e meu primo", contou.

Vicente disse que gostaria de saber mais sobre a história de sua família. "Tenho curiosidade de saber aonde eles chegaram, aonde foram, o que aconteceu para eles se mudarem, porque eles chegaram aqui e foram pro interior de São Paulo, depois foram para Santo André e foram para o interior de novo, segundo os registros que encontrei, certidões. Alguns nasceram em Santo André, outros em São João da Boa Vista. Foram pra lá e pra cá. Agora, o porquê eu não sei e ia ser legal saber, mas ainda não tenho essa informação".

A única pista que Vicente tem é a cidade de nascimento de sua bisavó. A informação pode ser um dos pontos de partida do rastreio, conforme explica a também historiadora e pesquisadora Thaise Satiro. Ela diz que, ao se dirigir ao CPPR, o interessado deve ter em mãos, no mínimo, um documento do parente sobre quem pesquisa, como certidão de nascimento ou casamento, que contenha dados como data e local de nascimento e filiação (nome dos pais).

A necessidade de levá-lo é especialmente útil no caso de nomes muito comuns. "Se a gente não tiver um documento que diga o nome dos pais dele, dos avós, onde estava localizado, a pesquisa fica bem difícil. É claro que, se ela chegar aqui e tiver o nome do imigrante, a gente vai fazer [a busca] do mesmo jeito, mas é uma orientação que a gente dá para conseguir fazer uma pesquisa mais precisa".

Novas versões históricas

O historiador Henrique Trindade conta ainda que, na sua opinião, "uma das grandes virtudes" desse tipo de pesquisa é fortalecer a compreensão de que a história "não é só escrita por políticos, por presidentes, por gente importante", mas que "pode ser transformada por cada uma das pessoas que vive nesse mundo".

"Eu acho duas coisas, que talvez sejam interessantes para todo mundo. A primeira é que a gente percebe que, quando as pessoas fazem pesquisa sobre a própria família, começam a montar a própria árvore genealógica, se interessam muito mais por história, essa com H maiúsculo. A segunda é que existe uma percepção muito maior dessas pessoas sobre o fato de serem sujeitos históricos, de agirem sobre a história, de entenderem que, há 100, 200 anos, uma pessoa decidiu migrar e, aí, isso transformou a vida dessa pessoa, das gerações próximas a ela. As pessoas se percebem muito mais como sujeitos históricos e talvez criem mais empatia com fluxos migratórios de hoje. Se identificam mais com famílias imigrantes", finaliza Henrique Trindade.

A FamilySearch foi fundada em 1894 com a finalidade de preservar a história produzida pelos núcleos familiares. A organização adota o princípio de que "as famílias são eternas" e que "conhecer os nossos antepassados nos ajuda a compreender melhor quem somos, cria um vínculo familiar, conecta o presente ao passado e constrói uma ponte para o futuro".

Serviço:

Pesquisa ao banco de dados da FamilySearch
Centro de Preservação, Pesquisa e Referência, no Museu da Imigração
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca

De terça a sábado (exceto feriados), das 10h às 16h

Serviço gratuito

Em caso de dúvidas, encaminhar “e-mail” para [email protected].

(11) 2692-1866

(Fonte: Agência Brasil)

As dúvidas não param. Assim é a nossa língua portuguesa: cheia de belezas e de mistérios.

Vamos, neste domingo, desvendar mais alguns.

Dicas gramaticais
1. "A maioria dos brasileiros já VOTOU ou VOTARAM”?
Tanto faz. Quando o sujeito tem como núcleo um substantivo partitivo (= parte, maioria, metade...), o verbo pode ficar no SINGULAR (concordando com o núcleo do sujeito = MAIORIA) ou no PLURAL (concordando com o nome plural posposto ao partitivo = BRASILEIROS): “A MAIORIA dos brasileiros já VOTOU” ou “A maioria dos BRASILEIROS já VOTARAM”.

A nossa preferência é o verbo no SINGULAR:
“A MAIORIA dos entrevistados REPROVA a administração municipal”.

“A MAIORIA dos feridos FOI PISOTEADA”.
“Boa PARTE dos problemas ainda não FOI RESOLVIDA”.
“Grande PARTE das infecções PODE SER EVITADA ou CURADA”.
“A maior PARTE dos recursos VIRÁ dos bancos privados”.
“PARTE das instalações FOI DEMOLIDA”.

2. “METADE dos candidatos DESISTIU ou DESISTIRAM? ”
É a mesma regra dos PARTITIVOS (= uso facultativo). Preferimos o verbo no SINGULAR, para concordar com o núcleo do sujeito (metade): "METADE dos candidatos DESISTIU”; “METADE dos fumantes do mundo VAI MORRER por causa do tabaco”; “Quase a METADE dos executivos não COMPARECEU à reunião”. "Menos da METADE dos eleitores ainda não VOTOU". "Mais da METADE dos médicos É a favor do projeto".

3. "Um GRUPO de alunos SAIU ou SAÍRAM?"
Embora alguns gramáticos aceitem o verbo no plural quando o núcleo do sujeito é um substantivo coletivo (= GRUPO) acompanhado de um adjunto plural (= DOS ALUNOS), nós preferimos o verbo no SINGULAR: "Um grupo de alunos SAIU".

Quando o núcleo do sujeito é um substantivo coletivo (= grupo, bando, manada...), o uso do verbo no SINGULAR estará sempre correto: “Um CASAL de turistas alemães não RESISTIU e CAIU no samba”; “Um GRUPO de artistas ainda iniciantes ALUGOU uma sala”; “Um GRUPO de crianças também FOI CONVIDADO”; “Um BANDO de marginais FUGIU ontem à noite”; “Uma MANADA de bois SERÁ VENDIDA para pagar a dívida”.

No caso dos partitivos e dos coletivos, a concordância do verbo no plural com o substantivo plural mais próximo é aceitável. Chama-se concordância atrativa.

Crase
1. Bateu a ou à porta?
Depende. Se você “bateu a porta”, significa que você “fechou a porta” (a porta = objeto direto); se você “bateu à porta”, quer dizer que “bateu na porta” (à porta = adjunto adverbial de lugar).

2. Sentou-se na ou à mesa?
Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação, e a mesa pode não agüentar. Na verdade, nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque “à mesa” é um adjunto adverbial de lugar.

Teste de ortografia
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo:
"Deu uma __________ por ser uma pessoa muito __________ ".
(a) freiada – receiosa;
(b) freiada – receosa;
(c) freada – receiosa;
(d) freada – receosa.

Resposta do teste: letra (d).
Quando você pisa no FREIO, dá uma FREADA; quem tem RECEIO é uma pessoa RECEOSA. O ditongo "ei" ocorre quando a sílaba tônica cai sobre a vogal "e": freio, receio, ideia, passeio; não há ditongo quando a sílaba tônica cai em outra vogal: freada, receosa, idealizar, passeando.

O governo federal encaminhará, em breve, ao Congresso Nacional, uma proposta de mudança nas regras de financiamento do ensino básico. Nessa quinta-feira (9), ao apresentar as realizações do Ministério da Educação (MEC) em 2019, o ministro Abraham Weintraub disse que o governo não desistiu de ver aprovada sua própria proposta de aumento da contribuição da União para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

O debate sobre transformar o fundo, com previsão para ser extinto este ano, em permanente, e de elevar, gradualmente, o percentual de recursos repassados pela União, já ocorre na Câmara dos Deputados, onde uma comissão especial foi criada para discutir a PEC 15/2015, e também no Senado, onde tramita a PEC 33/2019. Além disso, o próprio ministro da Educação defende a proposta do governo.

“Ao longo deste ano [2019], tentamos colocar o novo Fundeb com propostas que acreditamos pertinentes. Infelizmente, não andou na direção e na velocidade que queríamos. Diante desse quadro, estamos encaminhando [ao Congresso] uma PEC [Proposta de Emenda Constitucional]”, disse Weintraub.

O governo federal discorda da minuta que a relatora do projeto que tramita em comissão especial na Câmara, deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO), apresentou em setembro de 2019. No texto, a relatora propôs que o percentual da contribuição da União para o Fundeb passe dos atuais 10% para 15% em 2021, com acréscimos anuais de 2,5 pontos percentuais até chegar a 40% em 2031. Já o ministro Abraham Weintraub defende que o percentual dos recursos que a União repassa a Estados e municípios aumente dos atuais 10% para 15%.

“É um aumento expressivo. Além de aumentar o volume de recursos, cobraremos resultados para receber esses recursos. Estados e municípios terão que adotar critérios de desempenho e mostrar resultados”, disse Weintraub.

Fundeb

Criado em 2006, para vigorar até 2020, o Fundeb é, hoje, a principal fonte de financiamento da educação básica, respondendo por mais de 60% do financiamento de todo o ensino básico do país. Os recursos provêm de impostos e transferências da União, Estados e municípios.

Em 2019, só a União destinou R$ 14,3 bilhões aos Estados. Dados da comissão especial, criada pela Câmara dos Deputados para discutir a PEC 15/2015, apontam que, caso a proposta de ampliar a participação da União dos atuais 10% para 40% em 2031 seja aprovada, o impacto orçamentário da mudança será da ordem de R$ 279,8 bilhões.

Pisa

O ministro Weintraub disse que a meta da pasta é fazer com que o Brasil avance no “ranking” do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), índice que avalia o nível da educação básica no mundo.

“Esperamos tirar o Brasil da última posição na América do Sul e colocar ele, até 2030, na primeira posição. Sendo que esperamos já ter resultados no próximo Pisa. E, este ano, vão aparecer muito mais resultados. Vai aparecer rápido. Já no primeiro trimestre vai ter muito mais números mostrando melhoras”.

Em 2018, o Pisa foi aplicado para 600 mil estudantes de 79 países e regiões. O Brasil, onde cerca de 10,7 mil estudantes de 638 escolas fizeram as provas, obteve, em média, 413 pontos em leitura, 384 pontos em matemática e 404 pontos em ciências. Na avaliação anterior, aplicada em 2015, o Brasil obteve, 407 em leitura, 377 em matemática e 401 em ciências. Apesar da pequena melhora nas pontuações, o resultado revelou que apenas dois de cada 100 estudantes brasileiros atingiram os melhores desempenhos em, pelo menos, uma das disciplinas avaliadas. Além disso, o Brasil ficou abaixo das médias dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"Vamos sair da última posição da América do Sul. O fundo do poço foi 2018", garantiu o ministro.

(Fonte: Agência Brasil)

Que tal começar o ano de 2020 estimulando a prática esportiva? É com esse objetivo que, durante este mês de janeiro, São Luís receberá o projeto “Esporte na Minha Cidade”, iniciativa patrocinada pela Drogarias Globo e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Em sua primeira edição, que terá início neste sábado (11), as disputas esportivas ocorrerão em três categorias da modalidade Fut 7: Sub-10, Sub-12 e Beach Feminino.

E são justamente as mulheres que vão abrir as disputas do “Esporte na Minha Cidade”. Neste fim de semana, começará a competição do Fut 7 Beach Feminino com a realização de oito jogos. Todas as partidas serão realizadas nas duas quadras de areia que serão montadas ao fundo do Bar Ilha Mar, na Praia do Calhau. No sábado, a bola rola a partir das 13h e, no domingo (12), os jogos começarão a partir das 10h15.

MOTO CLUB

Na rodada de sábado, a Quadra 1 receberá os duelos entre Instituto Bom Pastor x Afasca e Divas x Moto Club. Já a Quadra 2, será palco para Tutela x AFC e Cruzeiro x Ponte Preta Ludovicense. As equipes da Roma, do Resenha, do Juventude Maranhense e do Brutos só estreiam, na manhã de domingo, no “Esporte na Minha Cidade”.

RESENHA

Ao todo, a competição feminina contará com a participação de 12 times, que foram distribuídos em quatro grupos. Cada chave, é composta por três equipes: Roma, Afasca e Instituto Bom Pastor estão no Grupo A; Moto Club, Resenha e Divas, no B; Tutela, AFC e Juventude Maranhense compõem o C; já Cruzeiro/São Luís, Brutos e Ponte Preta Ludovicense estão no Grupo D.

Sub-10 e Sub-12

Enquanto as disputas do torneio de Fut 7 Beach Feminino terão início neste fim de semana, as competições do Sub-10 e do Sub-12 começarão somente na semana que vem. Na sexta-feira (17) à noite, a organização do “Esporte na Minha Cidade” realizará os congressos técnicos dessas duas categorias e entregará os uniformes para os times participantes.

Todas as informações sobre esta edição do “Esporte na Minha Cidade” e a programação completa de jogos estão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade).

TABELA FUT 7 BEACH FEMININO
Sábado (11/1)
13h – Instituto Bom Pastor x Afasca (QUADRA 1) / Jogo 1
13h – Tutela x AFC (QUADRA 2) / Jogo 2
14h – Divas x Moto Club (QUADRA 1) / Jogo 3
14h – Cruzeiro x Ponte Preta Ludovicense (QUADRA 2) / Jogo 4

Domingo (12/1)
10h15 – Roma x Perdedor Jogo 1 (QUADRA 1)
10h15 – Juventude Maranhense x Perdedor Jogo 2 (QUADRA 2)
11h30 – Resenha x Perdedor Jogo 3 (QUADRA 1)
11h30 – Brutos x Perdedor Jogo 4 (QUADRA 2)

(Fonte: Assessoria de comunicação)

“E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida”

Os versos de “Morte e Vida Severina”, obra mais famosa de João Cabral de Melo Neto, sintetizam uma vida devotada à arte e à diplomacia. O trabalho que o consagrou é uma das poesias marcadas pela sensibilidade do escritor nascido no dia 9 de janeiro de 1920 e que morreu em 1999. Modernista, tem versos simples e rigor formal. Inspirações para as obras nasceram, por exemplo, de seu inconformismo diante de dramas de seus conterrâneos nordestinos. O recifense, que faria 100 anos nesta quinta-feira (9), tem uma trajetória com cenários múltiplos e engajados, que lhe valeram prêmios e a imortalidade na Academia Brasileira de Letras.

Parte da infância, João Cabral passou nos engenhos da família nas cidades pernambucanas de São Lourenço da Mata e de Moreno, paisagem dos canaviais que marcaram a vida do poeta. Depois, voltou para o Recife e, nos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro.

A Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar, o Aterro do Flamengo, as belezas da então capital brasileira não inspiraram a obra de João Cabral. Ele não conseguia se desligar de Recife e das imagens de sua infância nos engenhos. Era um tema recorrente em uma obra diversa como a dele.

O Brasil da política e dos grandes, dos centros de poder, foi secundário na poesia de João Cabral, se é que não foi alvo de crítica ou de ironia. O Brasil que o interessa é somente o Brasil do Nordeste.

Apesar de morar no Rio, João Cabral tinha uma espécie de implicância com a cidade, e também com São Paulo, como focos do poder do país. Ele as considerava como duas cidades – ou Estados – que abafaram a autonomia e a vida do Nordeste.

No Rio, João Cabral se tornou diplomata e começou uma peregrinação por diversos países, de Senegal a Portugal. Mas foi no primeiro posto dele, ainda nos anos 40, em Barcelona, que ele sentiu-se confortável, principalmente em Andaluzia e Sevilla. A paisagem lembrava muito a de Pernambuco e isso se refletiu em sua poesia, dedicando às cidades e à paisagem espanholas muitos poemas.

Seja no Brasil, seja no exterior, João Cabral produzia. E foi premiado: Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988), entre outros.

Também entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1968. Morreu no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1999.

Importância

O poeta, ensaísta e crítico literário Antônio Carlos Secchin, integrante da Academia de Letras, cursou mestrado e doutorado pesquisando a obra de João Cabral de Melo Neto e foi amigo do pernambucano durante quase 20 anos, até a morte do escritor. Com exceção dos dados biográficos, ele é a fonte das informações que estão na primeira parte desta reportagem (com exceção dos enxertos de poemas, é claro, que tem autoria de João Cabral de Melo Neto).

Os dois se conheceram em 1980, quando Secchin procurou João Cabral para fazer uma entrevista para sua tese de doutorado. “Ele gostou muito do trabalho que eu havia escrito sobre ele [no mestrado] e, a partir daí, nós cultivamos uma amizade muito fraterna, muito franca”, disse.

Para Secchin, a obra de João Cabral pode ser examinada por vários ângulos. “Do ponto de vista do conteúdo, é uma poesia importante porque ela enfatiza, com grande interesse, as questões sociais do Brasil, as condições de vida dos nordestinos, a injustiça social de um modo geral, essa parte geral engajada é importante, mas eu gosto de enfatizar também o aspecto da consciência literária”. O pesquisador considera que João Cabral foi um poeta extremamente preocupado com a qualidade do verso e com o rigor da construção do poema. “Então, essa combinação de uma consciência da forma junto com a questão social é o que faz da obra do João Cabral algo absolutamente fundamental na poesia brasileira”.

Na avaliação de Secchin, João Cabral, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade são os três nomes mais importantes no campo da poesia brasileira no século XX.

“Homem racional”

Já o homem João Cabral de Melo Neto era uma pessoa completamente diferente do poeta, segundo Secchin. “Nós encontramos a imagem do poeta como alguém claro, alguém racional, alguém absolutamente senhor de tudo o que estava fazendo, e o homem João Cabral me parecia inseguro, me parecia alguém um pouco assustado diante da vida e que ele usava essa literatura dele tão clara, tão racional, tão digamos, domada por ele, como uma compensação para aquilo que ele não conseguia fazer na sua própria vida particular”, disse.

Perfeccionista

Na confecção de sua poesia, João Cabral era um perfeccionista. Secchin conta que, no processo de criação de suas obras, nada podia fugir ao controle do pernambucano. “Ele planejava o poema em todos os detalhes e às vezes, como ele fez em dois livros pelo menos, um chamado “Serial” e o outro, “Educação pela Pedra”, não contente em trabalhar a arquitetura do poema, ele trabalhou a arquitetura do livro. Ele bolou um esquema de livro totalmente rigoroso e, a partir daí, ele foi fazendo poemas que se encaixavam como módulos no conjunto maior que era o próprio livro”.

Por todo esse perfeccionismo com o rigor estético de sua obra, João Cabral não acredita muito em inspiração. Ele abraçava apenas o trabalho. Secchin conta que o poeta delimitava o poema que ele queria fazer.

O pesquisador testemunha que João Cabral admitia que, de vez em quando, não sabia a origem das inspirações. “Vinha uma ideia, vinha uma frase, uma palavra e, se essa frase e essa palavra ou esse verso viesse muito fácil, ele desconfiava. Achava que aquilo não era bom, achava já tinha ouvido aquilo de outra pessoa”. Para Antônio Carlos Secchin, João Cabral era alguém que voluntariamente "se impunha muita dificuldade, se impunha muito obstáculo, mas tendo a esperança, a certeza de que conseguiria vencer esses obstáculos e fazer o poema praticamente, exatamente como ele queria”.

Obras

João Cabral de Melo Neto tem 33 livros de poesias publicados e sete de prosa. Neste ano, em comemoração ao centenário, Secchin vai lançar, pela Editora Alfaguara, uma nova edição da poesia completa de João Cabral de Melo Neto com poemas inéditos descobertos pela pesquisadora Edineia Ribeiro.

Dos mais de 30 livros de poesias, um deles figura entre os maiores sucessos da poesia brasileira de todos os tempos: “Morte e Vida Severina”. Para Secchin, a obra não apenas garante a permanência da poesia de João Cabral, mas traz, a reboque, como uma locomotiva puxa seus vagões, o conjunto da obra dele.

“O próprio Cabral lamentava que os outros livros dele não fossem conhecidos na mesma proporção que ‘Morte e Vida Severina’. Eu próprio não considero ‘Morte e Vida Severina’ o grande livro dele, acho que tem quatro ou cinco pelo menos iguais”, disse Secchin.

“Morte e Vida Severina” virou peça em 1966, foi premiado e um sucesso de público e crítica. Depois virou disco, programa de TV e, mais recentemente, história em quadrinhos e filme de animação.

Antônio Carlos Secchin afirma que João Cabral apreciou as adaptações de poesias para cinema, teatro e TV.

João Cabral esteve presente na primeira montagem para o teatro que desencadeou todo o sucesso de “Morte e Vida Severina” em 1966, na França. O poema tinha sido escrito dez anos antes sem nenhuma repercussão no Brasil. Na França, a montagem venceu um festival e, segundo Secchin, foi a partir daí que o sucesso ocorreu.

“Na sequência, a peça foi para o Porto [Portugal], ele estava presente, ele se emocionou e apesar de às vezes ele ficar implicando, ‘não, esse poema meu é fraco, não é o melhor que surgiu’ eu tenho o registro de que ele sempre se emocionava quando ele assistia às montagens de teatro desse poema”.

(Fonte: Agência Brasil)