“Um dia, ainda que regada a sangue de vítimas e lágrimas de parentes, haverá de brotar uma árvore em cujos galhos haverão de ser enforcadas as omissões de todas as autoridades omissas e o mal de toda gente assassina, que ganha a vida fazendo perder outras vidas”.
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Era manhã cedinho, pouco mais das seis horas do dia 6 de outubro de 1993. Na visita habitual que fazia ao Mercadinho Bom Jesus, próximo à sua residência, na Rua 15 de Novembro, hoje Avenida Frei Manuel Procópio, o imperatrizense Renato Cortez Moreira não iria encontrar apenas os produtos e os velhos conhecidos.
Aos 59 anos, 3 meses e 14 dias, ali, em uma esquina, sua vida encontraria também a morte.
Repentina, brutal, covarde, a morte de Renato Moreira, à época exercendo pela segunda vez as funções de prefeito de Imperatriz, foi seguida de um segundo crime, que se arrasta há 27 anos: a não-solução completa e definitiva de seu assassinato e a consequente prisão e cumprimento de pena de todos os envolvidos, em especial os mandantes.

Renato nasceu em 22 de junho de 1934. Foi desportista (ajudou a fundar o Renner, clube de futebol). Foi de entidades de serviços (um dos fundadores da Loja Maçônica Firmeza e Humanidade e membro do Rotary Club). Foi promotor público, coletor, chefe da Receita Federal.
Foi o primeiro prefeito da década de 1970. Eleito novamente, assumiu em 1993. Não terminou nem o primeiro ano de mandato: a pistolagem e outros interesses escuros, escusos, terminaram sua vida.
Por ironia – trágica – do destino, Renato Moreira foi morto na esquina da Rua Bom Jesus com a antiga Rua 15 de Novembro, próximo ao Mercadinho Bom Jesus, o primeiro mercado municipal de Imperatriz, que ele próprio, Renato, em 1971, havia reconstruído e ampliado. Nas décadas de 1950 e 1960, o Mercado, além de local de venda de aves e de carnes bovinas, suínas e caprinas, era ponto de encontro de sertanejos e agricultores para a venda de cereais e produtos da região. Era, para a época, um centro comercial, que dispunha também de pequenas mercearias e de quiosques onde se vendia a boa comida caseira.
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No primeiro mandato de Renato Cortez Moreira, a bala matou-lhe seu vice-prefeito, o piauiense Dorgival Pinheiro de Sousa, em 12 de novembro de 1971, três dias após completar 32 anos. Dorgival, comerciante, foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz e foi membro do Rotary Club e da maçonaria.
No segundo mandato de Renato Cortez, foi ele próprio, prefeito, o atingido mortalmente.
Um dia, ainda que regada a sangue de vítimas, lágrimas de familiares e perplexidade de amigos, haverá de brotar uma árvore em cujos galhos haverão de ser enforcadas as omissões de todas as autoridades omissas e o mal de toda gente assassina, que ganha a vida fazendo perder outras vidas.
Os restos mortais de Renato Moreira jazem inertes no túmulo, mas sua memória ainda não repousa em paz...
* EDMILSON SANCHES.
FOTOS:
1) Renato Cortez Moreira;
2) com seu vice, Salvador Rodrigues de Almeida, no primeiro ano de mandato (janeiro/outubro de 1993). Salvador faleceu em 10/1/2019;
3) com seu vice, Dorgival Pinheiro de Sousa, mandato de janeiro de 1970 a janeiro de 1973;
4) e o Mercadinho Bom Jesus, ainda no início da década de 1960.
Recentemente, foi inaugurado um belíssimo espaço na cidade de São Luís em razão de seu aniversário de 408 anos: a Praça dos Poetas, situada na esquina da Av. Pedro II com a famosa Rua Montanha Russa (ou Rua Newton Bello). A obra foi entregue pelo governo do Estado do Maranhão com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o PAC Cidades Históricas, do governo federal/Iphan (fonte: “site” da Secretaria de Cultura), e a ação faz parte do Programa Nosso Centro, que, por sua vez, integra toda uma ideia de revitalização do nosso Centro Histórico, e nós sabemos o quanto precisamos de ações desse tipo, abrindo mais espaços públicos que exaltem nossa cultura.



Quem primeiro me falou de Maurice Druon foi Josué Montello, em casa do escritor e jornalista José Erasmo Dias, no gueto dos Apicuns, ou Quinta de Val de Gatos, em São Luís, quando ele, o autor de “Os tambores de São Luís”, era reitor da antiga Fundação Universidade do Maranhão, cuja conversa depois se estendeu para bem longe, quando eu cumpria estudos em Direito Penal Comparado, como estágio de minha formação, na Universidade de Paris [Parthenon I da Sorbonne], e ele, Josué, por feliz destinação, como embaixador do Brasil na Unesco.
Quem chegou à Lua primeiro seria o dono dela? No caso de alguma pane, quem será responsabilizado pelos satélites na órbita do planeta Terra? Quais são as normas para o turismo espacial?
Dois candidatos devem deixar de concorrer às eleições de Centro Novo do Maranhão. A 100ª Zona Eleitoral de Maracaçumé recebeu pedido de impugnação da candidatura de dois candidatos: Ney Passinho e Diva Silva.

Morreu na madrugada de hoje (4), aos 87 anos, o crítico, musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello. Em uma breve nota, postada no Instagram de Zuza, a esposa do crítico, Ercília Lobo, informou que ele sofreu um infarto dormindo. Companheira de 35 anos de Zuza, ela disse que os dois tinham passado uma noite agradável. “Ele morreu dormindo, após termos brindado, na noite de ontem, todos os projetos bem-sucedidos”, disse.

Um grito em lá como num canto místico,
À maneira rilkeana