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O surfista maranhense Kadu Pakinha, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, iniciou a sua trajetória em um dos eventos mais importantes da temporada: o Circuito Brasileiro de Surf de Base, organizado pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Na primeira etapa do Circuito Brasileiro, realizada entre quinta-feira (18) e domingo (21), em Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca (PE), Kadu teve um bom desempenho na categoria Sub-18, chegando até à segunda fase, e também competiu na categoria Sub-16.

"Estou muito feliz por representar o Maranhão no Circuito Brasileiro. O resultado poderia ter sido melhor, mas valeu pela experiência e pelo aprendizado. Vou voltar para casa motivado a treinar forte para corrigir os erros, com o objetivo de subir na classificação das próximas etapas. Agradeço ao governo do Estado e à Potiguar por todo o suporte para que eu possa defender o Estado no cenário nacional do surf", afirma Kadu.

Após o evento em Porto de Galinhas, Kadu Pakinha terá alguns dias de treinos até os próximos desafios no ano. Antes de disputar a segunda etapa do Circuito Brasileiro de Surf de Base, que ocorrerá entre os dias 1º e 4 de agosto, em Matinhos (PR), o surfista maranhense vai participar do Circuito Carioca, um dos mais competitivos do país.

Kadu Pakinha inicia a temporada motivado pelos ótimos resultados que conquistou durante o ano de 2023. O surfista maranhense ficou entre os quatro melhores colocados nas três etapas do Circuito ASN Puro Suco Nova Geração, em Niterói, e foi semifinalista das categorias Sub-16 e Sub-18 da 2ª etapa do Circuito de Surf Cyclone, no Rio de Janeiro.

Além disso, Kadu Pakinha chegou às semifinais do Canto Open, garantiu a quarta posição na categoria Sub-16 Masculino do Grumari Masters, disputou o Saquarema Surf Pro Am e esteve em duas etapas do Circuito Brasileiro de Surf de Base, onde obteve experiência para os eventos de 2024.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A segunda etapa da Fórmula 4 Brasil realizada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, foi de muito aprendizado para o piloto maranhense Ciro Sobral, da equipe TMG Racing. No “templo do automobilismo brasileiro”, Ciro foi bem nos treinos, mas teve altos e baixos nas corridas do fim de semana. Mesmo assim, o jovem maranhense encerrou sua participação em Interlagos com um bom 4º lugar na corrida 3, conseguindo pontos importantes para se manter firme na briga pelo campeonato. 

Em sua primeira temporada na F4 Brasil, principal categoria-escola em monopostos do automobilismo nacional, Ciro Sobral tem demonstrado bastante talento nas pistas. Nessa etapa de Interlagos, o maranhense esteve sempre entre os mais rápidos da semana. No entanto, Ciro teve dificuldades para manter um bom ritmo de corrida, especialmente nas duas provas de sábado (20). 

Além da 4ª posição na corrida 3, Ciro Sobral terminou as primeiras duas corridas na 8ª e 7ª colocações, respectivamente. Com o desempenho, o piloto da TMG Racing assumiu a 6ª posição na classificação geral. 

“Foi um fim de semana de altos e baixos, com um treino classificatório bom, as corridas de sábado sendo ruins e a de domingo boa. Foi um fim de semana abaixo das minhas expectativas, mas o mais importante é que eu consegui extrair bastante experiência dele. Queria resultados melhores, mas estou satisfeito com as experiências novas. Agora, é foco total na próxima etapa em Velocitta (SP)”, comentou o piloto maranhense. 

Calendário da Fórnula 4 Brasil

A Fórmula 4 Brasil de 2024 é a maior edição da história. Pela primeira vez, o campeonato contará com oito etapas do calendário, com previsão de passar por seis circuitos diferentes, fato inédito na categoria-escola. Vale destacar que, em cada etapa, serão realizadas três corridas. 

A maior novidade da temporada 2024 da Fórmula 4 Brasil será a inclusão da etapa que será disputada na Argentina, nos dias 5 e 6 de outubro, enquanto o principal palco será o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, que receberá três etapas do calendário, uma delas como preliminar da Fórmula 1. 

A Fórmula 4 Brasil também vai passar pelo Planalto Central: Goiânia receberá novamente a competição nos dias 27 e 28 de julho, na semana de comemoração do aniversário de 50 anos do Autódromo Internacional Ayrton Senna, enquanto Brasília será o cenário da F4 Brasil nos dias 23 e 24 de novembro. 

CALENDÁRIO (Etapa / Data / Local)

1ª - 24/03 – Velocitta (SP) / já realizada

2ª - 21/04 – Interlagos (SP) / já realizada

3ª - 30/06 – Velocitta (SP)

4ª - 28/07 – Goiânia (GO)

5ª - 06/10 – Argentina

6ª - 03/11 – Interlagos (SP)

7ª - 24/11 – Brasília (DF)

8ª - 15/12 – Interlagos (SP)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ) -   Trem do Choro. Foto: Divulgação

Declarado patrimônio cultural imaterial do Brasil em fevereiro deste ano, o choro tem seu dia nacional celebrado nesta terça-feira (23). Para comemorar a data, é tradição a realização de uma roda musical inusitada no Rio de Janeiro.

Músicos e fãs do choro se reúnem na icônica Central do Brasil e embarcam em um trem com destino a Olaria, bairro da zona norte da cidade, que era reduto de Pixinguinha, um dos maiores representantes do gênero musical.

Dentro das composições, chorões (músicos que executam o choro) tocam canções do gênero surgido no Rio e tocado por várias gerações, como Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha.

Músicos mais novos

Organizador do Trem do Choro, que está em sua 11ª edição, Luiz Carlos Nunuka destaca que o estilo musical continua atraindo a atenção dos músicos mais jovens.

“Existe o interesse principalmente dos jovens [pelo choro]. O choro tem uma complexidade que a pessoa que aprende a tocá-lo realmente toca qualquer tipo de gênero musical”, explica Nunuka.

(Fonte: Agência Brasil)

UM CANTO DE AMOR, REFLEXÃO E DOR PARA A HUMANIDADE

–  Leia. Encante-se. Impressione-se. Reflita.

* * * *

– Cientificamente, não há como negar: somos todos irmãos. E mais: você, que me lê neste instante, tem, em seu corpo, parte do universo. Tem partículas que eram do corpo de Cristo – e também do solado dos pés de Judas. Seu corpo tem um algo de Teresa de Calcutá – e também de Adolf Hitler.

 * * *

Há, na “internet”, um vídeo – de conteúdo ou inspiração nazista – que é um entre aqueles que mais me tocam. Me dilaceram. Um desses que me deixam atarantado, sem alternativa sobre o que fazer – e, assim, torno-me um ser líquido e incerto. E choro...

O vídeo(*) mostra pessoas inteiramente nuas, inclusive diversos idosos e crianças, todos colocados em uma espécie de carro-forte. Depois de trancadas aquelas pessoas, um homem acopla uma mangueira que vai do cano de escapamento a um buraco na parte traseira do veículo. Com o carro andando em círculo, a fumaça inunda e preenche toda a carroceria, sufocando e, enfim, matando as pessoas. Antes, ouvem-se gritos desesperados, terríveis, lancinantes, dolorosos... até o silêncio final. Horror dos horrores. O carro é um campo de concentração ambulante.

*

Desde 1970, existe uma data chamada Dia da Terra, ou, oficialmente, Dia Internacional da Mãe Terra, uma data mundial (22 de abril) reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Dezenas de anos depois da criação desse dia simbólico, o que estamos fazendo com o único (até agora) planeta que nos oferece as mais perfeitas (ou as menos imperfeitas) condições de sobrevivência? Também, o que estamos fazendo-nos a nós mesmos, uns COM os outros e uns CONTRA os outros?

No geral, vivemos uma vida sem maiores – e melhores – reflexões. Vivemos para comer, beber, dormir, trabalhar, divertir-se e copular – e, no mais das vezes, fazemos mal tudo isso...

Para fazer só isso, Deus não precisava criar os seres humanos. Bastaria parar a Criação nos porcos.

Ora, se entre todos os elementos da Natureza, o Ser Humano é o único que tem ciência de si mesmo, que sabe de sua finitude e do fim de tudo (vem aí o Big Crunch, que destruirá a Terra), se, com toda essa sabença, o Ser Humano comporta-se tão autodestrutivamente, qual a razão de ele existir?

Essa e algumas outras são das principais das questões até hoje não respondidas pela Humanidade. Nem cientistas, nem filósofos, nem religiosos... – ninguém tem a resposta “completa”, conciliadora, atenuadora, pacificadora das dúvidas e inquietudes que ainda assolam os que se dão ao “luxo” de pensar(-se) criticamente.

O Dia da Terra só faz sentido para o Ser Humano, que o criou e que da Terra deve(ria) fazer o melhor uso. Pensar nos rumos que estamos tomando. Nas coisas ruins que estamos fazendo. No bem que deixamos de fazer.

É claro, não se está querendo ou sugerindo aqui que passemos, todos nós, a ser uma multidão de ascetas, um magote de exegetas, uma ruma de eremitas, uma turma de ermitões, de sábios, de pensadores. Uns 15 minutos diários – ou UM POR CENTO dos 1.440 minutos por dia que temos –, se fossem dedicados à reflexão, meditação, leitura, conversa “séria”, talvez bastassem para nós e nosso mundo melhorarmos, a partir da melhoria de nossas reflexões e ações. Se toda ação gera uma consequência, toda inação também...

Há tantos universos no universo de nosso planeta... Veja o ponto sobre a letra “i” nesta frase. Pois nesse pingo, e apenas nele, quando impresso, estão contidos uns 500 BILHÕES – repita-se: QUINHENTOS BILHÕES – de prótons, que é uma das partículas essenciais na constituição da matéria (nosso corpo, por exemplo). Apesar de nossa mania de grandeza, nós seres humanos somos feitos de miudezas, de miuçalhas. Não é de estranhar que, embora as grandes e boas emoções, ações e realizações, sejamos tão aptos a cometer as mais minúsculas das decisões, os mais gigantescos dos absurdos.

Vivemos permanentemente sobre o fio – amolado – da navalha...

Nossa vida, nosso planeta dependem de milésimos percentuais. Asseguram os cientistas: se parte do hidrogênio, exatamente 0,007% (SETE MILÉSIMOS percentuais), não se convertesse no elemento químico hélio, nem a vida, nem nós, nem a Terra, nem o Universo existiriam.

Se essa conversão de hidrogênio em hélio fosse da ordem de 0,006% (SEIS MILÉSIMOS percentuais) não ocorreria qualquer transformação e o Cosmos seria só hidrogênio e mais nada. Se, alternativamente, fossem convertidos 0,008% (OITO MILÉSIMOS percentuais) do hidrogênio em hélio, já o hidrogênio teria se acabado.

QUEM e COMO se fez essa “dosagem” exata de 0,007%?

Dependemos do que é infinitamente pequeno. Somos pequenos.

Apesar de sua área de 510 MILHÕES E 100 MIL quilômetros quadrados e de seu peso (massa) de 5,9 SEXTILHÕES de toneladas (ou 5.972.000.000.000.000.000.000), nosso planeta Terra é quase um nada, um cisco, um grão de poeira, um “pálido ponto azul” (Carl Sagan) na imensidão do Universo conhecido – que tem o tamanho, por enquanto, de astronômicos 1,6 SEPTILHÃO de quilômetros de diâmetro. Em algarismos: 1.600.000.000.000.000.000.000.000.

Nesse meio é que viceja nosso planeta e nossa galáxia, a Via Láctea, que é uma entre, estimativamente, outros 140 BILHÕES de sistemas estelares isolados, que podem conter uns 400 BILHÕES de estrelas como o nosso Sol, sem falar em um número infindável de planetas. (Vale lembrar que “estrela”, cientificamente, não é aquele ponto brilhante que, em geral, vemos à noite; “estrela” é aquele corpo celeste que produz e que emite energia – como o faz, a 149 MILHÕES E 600 MIL quilômetros de distância, o nosso Sol, sem o qual a vida não existiria na Terra, pelo menos não do jeito que a conhecemos...).

As estrelas têm muitos mistérios... Só podemos, a olho nu, ver, no máximo, SEIS MIL delas. Precisaríamos de um binóculo para ampliar o campo de visão para algo em torno de 50 MIL. E telescópios maiores e melhores para vermos, maior e melhormente, mais estrelas, astros, planetas, cometas, asteroides...

As estrelas e seus mistérios... Nossa lógica comum quase sempre rejeita ou não aceita o que a Ciência já tem como certo.

Por exemplo, no caso da estrela de nêutrons (que é outra das partículas do núcleo atômico), se você pudesse tirar apenas uma colher da matéria que está no centro dessa estrela, essa simples colherada teria o peso de 90 MILHÕES de toneladas, ou 90 BILHÕES de quilogramas!

Quase nada sabemos do que aconteceu há 4 BILHÕES E 600 MILHÕES de anos, quando se formaram uns 24 BILHÕES de quilômetros de diâmetros de gás e poeira (vindos de onde? feitos de quê, por quê e por quem?). Desse e das “coisas” que aconteceram com esse “material” viemos nós...

Nós... Somos feitos dos mesmos átomos que estão e um dia estiveram no espaço infinito, no Cosmos, no Universo, nos Céus... Mais de 100 BILHÕES (100.000.000.000) de seres humanos já existiram/viveram na Terra. Para cada um de nós que ainda estamos vivos, outros 16 morreram.

Nosso corpo é constituído de 10 QUATRILHÕES de células (10.000.000.000.000.000), resultado de 47 duplicações a partir da primeira, quando a célula inicial se dividiu em duas e, com as novas duplicações, terminaram sendo o que você é, o que nós somos. E em praticamente todas as células que formam nosso corpo, em cada uma delas, tem DOIS METROS de DNA, o ácido que armazena e transmite as informações genéticas.

Em cada ser humano, bem embrulhadinho, existem mais ou menos 20 MILHÕES de quilômetros de DNA, extensão correspondente a 26 viagens ida e volta da Terra à Lua. Os 3 BILHÕES E 200 MILHÕES de letras de codificação de apenas uma extensão de DNA permitem tantas combinações que, para escrevermos em números, este teria de ter o algarismo 1 acompanhado de mais de TRÊS BILHÕES de zeros...

Que maravilha de maravilha é um corpo humano!...

Além dos nossos 10 QUATRILHÕES de células, um corpo humano tem outros 100 QUATRILHÕES de células, pertencentes a outros seres vivos, microscópicos, que carregamos juntos, para onde quer que vamos. Nós, os seres inteligentes, somos meros dependentes e hospedeiros das bactérias; não podemos viver sem elas... (Pasme: sozinha, uma célula bacteriana gera quase TREZENTOS BILHÕES de outras... em apenas um dia...).

Nosso corpo é feito de SETE OCTILHÕES (ou 7.000.000.000.000.000.000.000.000.000) de átomos. Cientificamente, matematicamente, fisicamente, quimicamente, biologicamente, geneticamente, não há como negar: somos todos irmãos – no mínimo, parentes. Uma família só.

E mais: você, que me lê neste instante, tem em seu corpo parte do Universo, o brilho das estrelas. Tem partículas que eram do corpo de Cristo – e também do solado dos pés de Judas. Seu corpo tem um algo químico-físico de Teresa de Calcutá – e também de Adolf Hitler...

No instante em que você se coça, que rola pela cama ou rede ou tapete, no momento em que beija apaixonadamente ou quando chora solitariamente, no instante em que aspira com fervor ou espirra com ardor, algo em você é ou deixou de ser santo e pecador, sonso ou safado; algo veio para ou algo saiu de você, algo que já esteve em um grande homem ou uma grande mulher da História ou em uma pessoa anônima, invisível, que ajudou a construir ou destruir, a tornar melhor ou pior o espaço em que vive e o que vive no Espaço.

Tudo que é ou está, tudo o que neste instante faz você (pele, pelo, carne, ossos, músculos, nervos etc.), é algo que já foi parte de galáxias, estrelas, algo que já foi ou esteve em outro ser humano, é algo que o será em um novo corpo... Inútil negar.

“Não há nada de novo sob o Sol” – diziam os latinos, repetindo o Eclesiastes bíblico. Não há nada de novo sob o Sol... nem sobre, nem dentro, nem ao redor dele.

Sem nenhuma novidade, continuamos arrasando nosso planeta. Poluímos a água, empesteamos o ar, contaminamos a terra, infectamos nosso corpo.

No nosso Planeta, temos à nossa disposição menos de um por cento (1%) de água potável do total de UM SEXTILHÃO E DUZENTOS E SESSENTA QUINTILHÕES (1.260.000.000.000.000.000.000) de litros de água existente no planeta – e o que estamos fazendo?

Temos CINCO QUATRILHÕES E DUZENTOS TRILHÕES (5.200.000.000.000.000) de toneladas de ar – e o que fazemos?

E há uma santíssima trindade de três 3:

sem ar, não passamos dos TRÊS MINUTOS;

sem água, dificilmente duramos TRÊS DIAS;

e sem alimento, não resistimos TRÊS SEMANAS.

Portanto, os dois elementos mais urgentes e essenciais – ar e água, nesta ordem – foram naturalmente (e divinamente) nos dado DE GRAÇA... e não sabemos valorizar, conservar, proteger o que de graça nos foi dado e sem o que não podemos existir – exceto como pó, como átomos, mortos...

Dos QUATRO BILHÕES E SEISCENTOS MILHÕES de anos de existência da Terra, segundo a Ciência, existe vida (vegetal / animal / fúngica) há TRÊS BILHÕES E SETECENTOS MILHÕES de anos.

As espécies vivas, vegetais e animais sobretudo, chegam a bilhões (TRINTA BILHÕES) ou a trilhões (QUATRO TRILHÕES).

Dos seres unicelulares ou multicelulares, cada forma de vida tinha/tem um papel, uma função. Mas a imensa maioria já foi extinta e 99,9% dela ainda não tiveram descoberto um registro de sua passagem por aqui.

*

A vida é um milagre – a do planeta Terra e a nossa. Se você acha que viver é uma aventura, se você acha que viver é uma luta, pare um pouco pra pensar: viver pode não ser tão fácil, mas nascer, ser gerado e expulso do ventre materno, é que são elas.

Para começo de conversa, viver é praticamente uma impossibilidade matemática – tal é a chance de VOCÊ estar vivo, isto é, ser você o ser que nasceu.

Afinal, a Ciência estima que havia, pelo menos, outros TREZENTOS A QUATROCENTOS MILHÕES de seres humanos potenciais, prontos para se tornarem gente (estudos científicos dão um número de 40 milhões a 400 milhões de espermatozoides ou microgametas em uma ejaculação). Qualquer uma dessas células reprodutoras masculinas – e até mais de uma, no caso de gêmeos – poderia ter chegado ao óvulo e, nove meses depois, ter nascido já bebê feito. Poderia ser outra criança, outro recém-nascido... mas nasceu você.

Ante tantas possibilidades de 40 MILHÕES a 400 MILHÕES, logo eu ou você termos nascidos é quase uma irracionalidade, é quase impossível.

E como celebramos essa “impossibilidade”, a vida... a NOSSA vida?

Não há moral, não há ética na Natureza. Isso tem de ser criado por seres humanos – nós. Quanto “melhor” for essa “ética”, quando mais “respeitosa”, tolerante, não predadora for essa “moral”, tanto melhor para nós, para nosso planeta – que, vamos estimar, completou em 22 de abril de 2024, uma segunda-feira, QUATRO BILHÕES, SEISCENTOS MILHÕES E SETE ANOS.

Dê um bom presente para o seu, o nosso planeta. Aliás, SEJA um bom presente para ele.

Lembre-se: você precisa da Terra. A Terra, sob qualquer hipótese, não precisa de nós.

Nós...

Na vastidão do Universo, nós, humanos...

... – arrogantes – e, ao mesmo tempo, maravilhosos...

... – sociais – e, ao mesmo tempo, solitários seres...

Nós.

Sós.

Pós.

* EDMILSON SANCHES

OBS.: A maior parte dos números deste texto está em “Breve História de Quase Tudo”, de Bill Bryson (Companhia das Letras, 541 páginas, 2005). Alguns cálculos foram feitos por Edmilson Sanches.

(*) O vídeo mencionado no início deste texto é o curta-metragem “The World of Glory” (Mundo de Glória), do diretor sueco Roy Andersson, lançado em 1991. Não é mera coincidência qualquer semelhança com os 2 milhões e 700 mil judeus que foram mortos por gás venenoso e fuzilamento pela Alemanha nazista. Sob a alegação de que deveriam tomar banho e que receberiam roupas limpas, os judeus eram aprisionados nus em grandes galpões, após o que se ligava o gás venenoso e matavam-se por asfixia centenas e centenas de milhares de homens, mulheres e crianças absolutamente indefesos.

QUANDO SE DIRÁ NOVAMENTE, COM RESPEITO E ACOLHIMENTO: “VINDE A MIM AS CRIANCINHAS”?

*

Foi às 18h55 dessa segunda-feira, 22 de abril de 2024. Acabei de conversar com uma conselheira do Conselho Tutelar de Caxias/MA (que não quis identificar-se).

A conversa girou em torno de uma postagem nessa data, no WhatsApp, o mais usado aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas. A postagem traz a foto de celular mostrando uma criança (menina) com aspecto triste e desolador, olhar perdido, sentada, com ferimentos (no mínimo, escoriações) à vista, nas pernas.

A legenda diz que a criança, de nome autodeclarado Gabriela, está/estava em algum lugar, identificado apenas como “líder”, em minúsculas – situado à margem da BR-316. A íntegra da legenda (mantida a grafia e pontuação): “Esta criança está perdida no líder da BR 316  Ela fala que o nome dela e Gabriela, vamos divulgar até chegar aos seus parentes!”

A conselheira caxiense relatou-me que um veículo e conselheiros foram à BR-316 mas não localizaram nada com o nome “Líder”.

A conselheira recomenda que quem fez a postagem original deve(ria) ter dado mais informação, como o número do quilômetro, a proximidade de um povoado, de uma fazenda, de um lugar... Depois, ela enviou-me o seguinte texto, de orientação para quem se deparar com menores presumivelmente perdidos, abandonados:

“A pessoa que localizar uma criança desacompanhada ou desaparecida.

Orientamos que levem para um local seguro.

E a pessoa que estiver  com a mesma nos acione e aguarde no local (informando local exato, com referência) para nos entregar a criança.

Também pode ser acionado a Polícia Militar no 190, ou ainda a criança pode ser entregue na Delegacia mais próxima, que a própria polícia civil nos aciona e faz a entrega da criança que supostamente encontra-se em situação de risco.

Conselho Tutelar de Caxias/MA”.

Antes de falar com a conselheira, eu havia ligado para uma gerente de empresa de venda de passagens de ônibus na Rodoviária de Caxias. Ela não sabia de empresa de ônibus ou outra com o nome “Líder” na Rodoviária ou na BR, trecho Caxias-Timon, no Maranhão. Liguei para um motorista de táxi, antigo, experiente, pai e avô. Eu o autorizei a dirigir-se à BR e localizar o ponto onde a criança estava sentada e de lá me ligasse, para, por telefone, eu falar com ela e tomar as providências necessárias para seu abrigo seguro, para o retorno dela aos pais ou familiares e para provê-la de alimentação e outros recursos mínimos, tornando menos infeliz sua estada em Caxias (se em Caxias for o lugar onde ela está/estava). O taxista não sabia, na verdade desconhecia lugar com esse nome no trecho caxiense da Rodovia BR-316. Verdadeira frustração.

Ocorre que a BR-316 é uma rodovia federal do Brasil com mais de 2 mil quilômetros de extensão (exatamente, 2.054km). Essa BR, cujo nome oficial é “Rodovia Capitão Pedro Teixeira”, começa em Belém, capital do Estado do Pará, e termina em Maceió, capital do Estado de Alagoas. Nesse percurso, passa por outros três Estados: Maranhão, Piauí, Pernambuco. Em que parte dos mais de 2 mil quilômetros, onde nesses cinco Estados e Alagoas está a menininha? Sei que em breve tudo estará resolvido, mas não ter a certeza disso agora, quando o dia já anoiteceu, é angustiante. Confia-se que sempre há boas almas que poderão cuidar temporariamente da criança. É o que ainda justifica – ainda há pessoas que nem Ló e familiares, com sua obediência e retidão, neste vasto i-mundo de Sodomas e Gomorras...

A foto da menina Gabriela em mim dói: ela está com um olhar tão triste... as marcas de feridas ou ferimentos (no mínimo, repito, escoriações) nas pernas... a magreza realçada pelo vestido... Mas é o olhar dela, um pouco pra baixo, um muito perdido, o que constrange. Crianças não nunca! –  everiam ser submetidas a uma situação assim...

Não é sem razão – dizia-me em Fortaleza (CE), no lançamento de seu livro “Meninas da Noite”, o colega jornalista e ativista (já falecido) Gilberto Dimenstein, da “Folha de S. Paulo” –, não é sem razão que fotos de crianças nos jornais devem ter uma tarja preta nos olhos: porque os olhos delas inconsciente e involuntariamente nos acusam, a nós adultos, das dores que lhe doem, dos sofrimentos que sofrem, das violências que as violentam, das mortes que as matam... Onde estão o abrigo, acolhimento, segurança, abraços, alegria, brincadeiras, leituras, enfim, vida em abundância, que lhes prometemos a elas, crianças? Onde estão os cuidados? De “A” a “Z”, onde estão o Amor, o Zelo?

Uma criança que sofre... uma criança abandonada... uma criança exposta solitariamente em um lugar que não é o seu... é um tapa na cara de pais, de autoridades, do “Sistema” que prometeu protege-las... Em algum ou em vários lugares – Códigos... Estatutos... vergonha na cara... –, em algum lugar isso está escrito. Maktub! Dê-se ciência, publique-se, cumpra-se.

Um texto como este parece ser tão inútil... Termina sendo útil mesmo só a quem o escreve, como válvula de escape para a panela de pressão mental que teima apitar com palavras. Talvez seja a maneira de descarregar as tensões ante o gigantismo desse e de outros problemas, que carregam de indignação os mais sensíveis ou sensatos.

Crianças são, na sua idade, para serem felizes – mas, desde que o mundo é mundo (bíblico ou secular, religioso ou laico, material ou espiritual), o que fazemos nós, Humanidade?

Uns ofereceram crianças em altares, em sacrifícios...

Outros as seviciam em quartinhos e, depois, vão pregar para adultos em púlpitos e altares – com a Bíblia nas mãos...

E uns e outros sequestram, prendem, matam e revendem seus infantis órgãos – vidas violentadas em nome de viventes violentos...

Aqueloutros colocam crianças, pelas vias do tráfico de humanos, em situação desumana, exploradas como mão de obra escrava ou como pequenos objetos sexuais de pessoas de mentes e atos desviados, loucos, ignóbeis...

E outros descuidam-se, e elas, crianças, veem-se assim, abandonadas em lugares insabidos e incertos, frágeis crianças, vulneráveis, impotentes...

É de doer...

Quando se dirá novamente, com respeito e acolhimento:

“Vinde a mim as criancinhas”?

*

(Há quem recomende não compartilhar foto de crianças em situação de vulnerabilidade. Isto poderia facilitar a ação de malfeitores, de bandidos, pedófilos, traficantes de pessoas ou de órgãos humanos etc. Há os que argumentam: E como se faz, se os olhos são os órgãos que mais permitem identificar uma pessoa, no conjunto de outros órgãos e características humanas? Tomei a liberdade de colocar uma tarja preta, mas uma tarja branca sobre os olhos e olhar da menina. Torcendo para que a paz social e infantojuvenil não seja representada apenas pela cor de uma listra grossa que se aplica sobre os olhos de uma criança, porque, mesmo sem tarja, os olhos que estavam fechados eram adultos...).

* EDMILSON SANCHES

Brasília-DF, 12.11.2023, Candidatos chegam para fazer a segunda etapa da prova do Enem 2023, na UNIP em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Termina, na próxima sexta-feira (26), o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.

Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano  do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também se encerra em 26 de abril.

O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 17/01/2024, A indígena Valdelice Veron, uma das principais representantes da etnia guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, durante entrevista a Agência Brasil.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O entendimento recíproco entre os povos indígenas e os formuladores e aplicadores das legislações brasileiras é o principal objetivo do Programa Língua Indígena Viva no Direito desenvolvido pela Advocacia Geral da União (AGU) com os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública. A iniciativa lançada em cerimônia em Brasília, na última quinta-feira (18), com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seus princípios e objetivos publicados nesta segunda-feira (22), no Diário Oficial da União.

Entre as medidas previstas pela política pública a tradução da legislação brasileira, dos termos e conceitos jurídicos para as línguas indígenas, assim como a capacitação de legisladores e profissionais do Direito em conhecimentos relacionados a diversidade cultural e social desses povos. Os integrantes das comunidades também serão capacitados para maior acesso às legislações nacionais e internacionais, assim como às políticas públicas.

Segundo divulgação feita pela AGU, por meio de nota, o texto da Constituição Federal será o primeiro a ser traduzido nas línguas Guarani-Kaiowá, Tikuna e Kaingang, por serem as mais faladas no país. E para garantir a integridade cultural, o processo terá a participação de líderes e integrantes dos povos indígenas, que ajudarão a construir textos onde serão considerados a interação com os sistemas legais indígenas.

Os novos conteúdos serão divulgados entre as comunidades, advogados, órgãos dos Três Poderes, colegiados, universidades e organizações da sociedade civil que atuam em políticas públicas e em iniciativas que tratam dos direitos dos povos indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

16/04/2024 - Mulheres sambistas lançam livro-disco infantil com protagonista negra. Marina Iris, Manu da Cuica, Tétiiz e Ana Costa. Foto: Pedro Caetano/Divulgação

Uma menina de 4 anos, chamada de Flor de Maria, que vive aventuras mágicas embaixo da mesa da roda de samba, e descobre um mundo cheio de cores, sons e sensações diferentes. Uma experiência que a conecta com uma expressão cultural e comunitária ancestral. Esse é o enredo do disco-livro É Pretinha, lançado, na semana passada, pela editora Rubra.

As autoras são Marina Iris e Manu da Cuíca, com ilustrações de Tétiiz e produção musical de Ana Costa. O objetivo das autoras era celebrar o samba e a infância. E, ao misturar livro e músicas, permitir que os leitores mergulhassem em um cenário mais vibrante e sensorial.

As músicas podem ser ouvidas no Spotify e YouTube gratuitamente.

Uma das autoras, Marina Iris, explica que se inspirou em ambientes comuns do subúrbio para criar a história de É Pretinha.

“Quando idealizei o É Pretinha, pensei em trazer para a literatura infantil o contexto de samba, subúrbio, quintal, família e ancestralidade. Queria que tudo estivesse presente de forma natural e poética, inspirada na infância cheia de abstração e poesia”, disse Marina Iris.

Outra autora, Manu da Cuíca, revela que a história traz elementos pessoais do passado e do presente.

“Contar uma história após me tornar mãe se tornou um rito de intimidade e carinho, onde entrelaço minha infância na da minha filha. Eu, Ana e Marina conversamos muito sobre essa dimensão das histórias antes de começarmos a criar”, disse Manu da Cuíca.

(Fonte: Agência Brasil)

22 de abril de 1924 – 22 de abril de 2024

– Quem foi Godofredo Viana, o governador que elevou Imperatriz à categoria de cidade

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Até 1924 Imperatriz, o segundo maior município do Maranhão, era apenas uma vila. Embora já contasse mais de 70 anos de fundada (em 1852), ainda não havia conquistado a mudança definitiva de “status”, como reconhecimento de sua condição de localidade detentora de alguma estrutura urbana, política, econômica e social, considerados os padrões da época nesta parte do Estado.

Foi naquele ano de 1924, em 22 de abril – um dia que lembra a data histórica de chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500 – que Godofredo Viana firmou o ato oficial que mudava a categoria de Imperatriz, de vila para cidade.

Godofredo Viana era o presidente do Estado do Maranhão (em 1924, chamava-se “presidente” o cargo que hoje corresponde a governador). Nessa condição, ele assinou o Decreto-Lei nº 1.179, de 22 de abril de 1924 e, assim, Imperatriz chegava ao último estágio que uma localidade pode atingir: a categoria de cidade.

Cem anos depois, quando Imperatriz está chegando aos 172 anos de existência (em julho de 2024), Godofredo Viana não é tão lembrado, exceto pelo fato de ser nome de uma das principais ruas da cidade.

QUEM FOI GODOFREDO VIANA?

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O maranhense Godofredo Mendes Viana foi advogado, juiz, professor de Direito, político, jornalista e escritor.

No campo político, foi senador (duas vezes), governador (presidente de Estado), deputado constituinte, deputado federal. Jornalista e escritor, teve vários trabalhos publicados, de livros de Direito a obras literárias (romance, novela, poemas).

Tenho um raríssimo exemplar de algumas das obras de Godofredo Viana, uma delas com dedicatória datada – coincidentemente – de abril de 1935 (é o livro “Terra de Ouro”, onde Godofredo Viana incursiona pela contística: 25 contos, que, segundo ele na apresentação, até podem ser “mera fantasia”, mas, os documentos que os sugeriram, são “perfeitamente autênticos”. Essa obra tem cerca de 250 páginas e foi publicada por Calvino Filho Editor, Rio de Janeiro, 1935.

Filho de dona Joaquina de Pinho Lima Mendes Viana e de Torquato Mendes Viana, magistrado e desembargador, Godofredo Viana nasceu no dia 14 de junho de 1878, em Codó (outras fontes dão-no como nascido em São Luís, mas consolida-se o registro de que ele nasceu no município codoense, quando o pai, juiz de Direito, atuava naquela cidade).

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Godofredo Viana, o governador que elevou Imperatriz à categoria de cidade em 1924, estudou em São Luís, no colégio Liceu Maranhense, onde fez os cursos primário e secundário (hoje, ensino fundamental e ensino médio). O curso superior foi realizado no Estado da Bahia, na Faculdade Livre de Direito, onde se formou em dezembro de 1903, aos 25 anos. Seu brilhantismo no curso levou seus colegas a elegerem-no, por aclamação, orador da turma. O discurso de formatura, considerado “notável”, foi publicado pela imprensa do Maranhão e do Rio de Janeiro, que era, então, a capital do Brasil. Suas qualidades de orador o tornariam admirado, a ponto de ser chamado de “boca de ouro” ou “o novo CRISÓSTOMO maranhense”, uma referência a Díon Crisóstomo, orador e filósofo grego. (Em grego, “criso” é “ouro” e “stoma” é “boca”).

Em 1905, jovem ainda (27 anos) é nomeado promotor público na cidade de Alcântara (MA). Nessa cidade, também seria juiz, além de juiz federal substituto na capital, São Luís. Exerceu essas duas funções até 1918. Em 1921, aos 43 anos, foi eleito senador pelo Maranhão.

No ano seguinte, 1922, Godofredo Viana é eleito presidente do Maranhão. Substitui Urbano Santos, que falecera. Fica até 1926, quando assume novo presidente do Maranhão, e volta para o Senado, onde permanece até 1929. Em maio de 1933, elege-se deputado pelo Maranhão e assume, em novembro do mesmo ano, na Assembleia Nacional Constituinte, onde, em junho de 1934, é nomeado membro da Comissão de Redação da Constituição. Já no mesmo mês, apresenta os critérios para a elaboração do texto constitucional. A Constituição é promulgada no mês seguinte, em 16 de julho de 1934. E, no dia seguinte, os constituintes elegem Getúlio Vargas presidente do Brasil.

Godofredo Viana volta a se eleger deputado pelo Maranhão, em outubro de 1934. O mandato é interrompido, em 1937, pelo Estado Novo, que dissolvera o Poder Legislativo em todo o país (deputados federais, estaduais e vereadores). Godofredo Viana volta às suas atividades profissionais, agora na Justiça Federal do Rio de Janeiro, que era a capital federal.

Godofredo Viana faleceu no dia 12 de agosto de 1944, no Rio de Janeiro. Antes disso, exerceu outros cargos e atividades no Maranhão e no Rio. Escreveu para jornais e revistas, escreveu diversos livros e foi eleito membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a cadeira número 15.

Casado com Joviliana Mendes Viana, teve dois filhos, que também se distinguiram na vida pública e profissional: um deles, Evandro Mendes Viana, foi senador pelo Maranhão, com mandato de 1948 a 1951; o outro filho, Antônio Mendes Viana, foi diplomata.

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O QUE DISSE GODOFREDO VIANA:

“O ceticismo, a descrença, o motejo, a indiferença, nunca fizeram obra digna da grandeza humana. (...) Só a energia serena e confiante, cheia de jovialidade e encanto, (...) pode guiar os povos a gloriosos destinos. Para isso se faz preciso corporificar ideias e pôr de lado os homens. Os homens passam (...). O que fica, o que é duradouro, o que é eterno, é a semente que nasceu da ideia e vai esplendendo em florações sucessivas, no infinito do tempo e do espaço”. (Trecho do discurso de agradecimento, após sua eleição, por aclamação, à presidência do Estado do Maranhão, em 15 de abril de 1922, em São Luís).

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NOME DE RUA E CIDADE

RUA – Além de dar nome a uma das mais conhecidas ruas de Imperatriz, Godofredo Viana é nome de rua em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), onde morou, na época em que a cidade era capital federal. A rua recebeu seu nome em 1934; antes, chamava-se Caminho do Sapé. Foi um amigo de Godofredo Viana, Galdino José da Silva, funcionário do Senado, que tomou a iniciativa da mudança de nome. Godofredo Viana frequentava a região da Praça Seca e sempre visitava Galdino, de quem era hóspede costumeiro, na Rua Albano. A homenagem foi prestada ainda em vida.

CIDADE – O nome de Godofredo Viana também é dado a um município maranhense fundado em 1964. Tem 720km2 de área e 10.186 habitantes, segundo o Censo do IBGE em 2022.

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CRONOLOGIA DE GODOFREDO VIANA

1878 – Nasce, em 14 de junho, no Maranhão.

1903 – Conclui, em dezembro, o curso de Direit, na Bahia.

1905 – Nomeado promotor público de Alcântara (MA).

1918 – Deixa de exercer as funções de juiz em Alcântara e juiz federal substituto em São Luís.

1921 – Eleito senador pelo Maranhão.

1922 – Eleito presidente do Maranhão. Assume o governo só em 1923.

1924 – Assina decreto-lei que eleva Imperatriz à categoria de cidade.

1926 – Termina seu mandato no Maranhão, em 1º de março. Reassume o Senado, onde integra a Comissão de Finanças.

1928 – Elabora, no senado, parecer sobre o Ministério das Relações Exteriores.

1929 – Término do mandato no Senado.

1933 – Eleito deputado pelo Maranhão à Assembleia Nacional Constituinte, onde é empossado em novembro.

1934 – Em junho, é designado membro da Comissão de Redação da Constituição do Brasil. Os outros membros são os deputados Homero Pires e Raul Fernandes.

1934 – Em outubro, é eleito deputado federal pelo Maranhão. Torna-se presidente da Comissão de Diplomacia e Tratados, membro das comissões de Legislação, de Justiça e de Finanças e da Comissão Especial do Código Criminal e da Lei das Falências.

1937 – Em novembro, o mandato é interrompido. Torna-se distribuidor da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

1944 – Morre em 12 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).

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LIVROS PUBLICADOS, DE AUTORIA DE GODOFREDO VIANA

- “Teoria e Prática do Direito Constitucional”

- “No País do Direito”

- “Formas e Fórmulas Processuais”

- “Prática do processo Criminal”

- “Terra de Ouro” (romance, 1935)

- “Ocasião de Pescar” (romance, 1939)

- “Musa Antiga” (poemas)

- “Poemas Bárbaros”

- “Paixão de Caboclo” (romance)

- “Padre Francisco Pinto” (novela)

- “Código do Processo Criminal”

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

Godofredo Viana e seu autógrafo em dedicatória de abril de 1934, na obra “Terra de Ouro” (exemplar da biblioteca de Edmilson Sanches): “Ao velho e querido amigo Arthur Moreira, com o meu apreço e admiração de sempre. // Rio, abril de 1935”.

– Se você não tivesse nascido, faria falta?

MEMÓRIAS DE MENINO E PRIMEIRAS LEITURAS

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– Naquela Biblioteca, eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A MENSAGEM

Em junho de 2016, recebi, inesperadamente, esta mensagem:

“Boa noite, Edmilson Sanches, me lembro bastante de você, quando fui chefe da Biblioteca Municipal de Caxias, e acompanhava sempre você fazendo pesquisas e estudando, tendo um comportamento exemplar, como também era um aluno estudioso.

Nesta oportunidade quero me congratular com você e renovar a nossa amizade, de quando morou em Caxias (MA)”.

(Inocêncio Gomes, Teresina/PI, 4/6/2016)

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AS LEMBRANÇAS E REFLEXÕES

Quando eu era aluno do ensino fundamental, em Caxias (MA), costumava, “motu próprio”, quase que diariamente, ir à Biblioteca Pública Municipal, na época instalada em um prédio de dois pavimentos, na Rua Aarão Reis, ao lado da quadra de esportes do clube Cassino, um estabelecimento da elite caxiense de outrora, hoje desabando e se desfazendo ante a omissão, a conveniência e outros "interesses" não muito claros, bem no centro da cidade.

Ali na Biblioteca Pública, no primeiro ou no segundo pavimento, eu menino me “internava” em livros que eu não via na escola. E lia... Lia... Lia... Lia... Lia... Lia...

Lia as três enciclopédias “Delta”: a “Delta Júnior”, de cor avermelhada, de linguagem mais simples, própria para o público de minha idade; a “Delta Larousse” de capa marrom, mais antiga, “clássica”; e a de capa esverdeada, uma espécie de segunda edição (reorganizada) de sua "mãe" de capa marrom.

Lia “Os Irmãos Corsos” e “Os Três Mosqueteiros”, livros dos meados do século XIX, escritos pelo francês Alexandre Dumas. Lia “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Miguel Strogoff”, “Viagem ao Centro da Terra”, “Os Filhos do Capitão Grant”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, “A Jangada”, do também francês Júlio Verne.

E lia quase tudo de Monteiro Lobato e seu Sítio do Pica-pau Amarelo. Nascido em 18 de abril de 1882 e falecido em 1948, é em homenagem a esse notável escritor paulista que seu dia de nascimento foi oficializado no Brasil como Dia do Livro Infantil.

Curioso, com uma vontade de leitura que não era herdada, pelo menos não dos ascendentes diretos, eu ia estudando na escola e lendo e me informando na Biblioteca Pública.

Com 13 anos, passei em um seletivo do Banco do Brasil, fui eleito diretor da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e já comecei a comprar meus próprios livros. Tinha zelo pela biblioteca da Associação e passei a ser o redator e diretor do jornalzinho da AABB, “O Sabiá”. No Serviço Social do Comércio (Sesc), por detrás da Igreja da Matriz, criei e redigi o jornal “NÓS – Notícias Organizadas do Sesc”. Na Refinaria (a empresa A. Silva Indústria e Comércio de Óleos Vegetais S. A.), criei e redigi o “Jornal da Gente”. No Colégio São José, como presidente (eleito três vezes) do Grêmio Santa Joana d’Arc, criei e redigi os jornais “JORGREM – Jornal do Grêmio” e o “GREMURAL – Jornal Mural do Grêmio”.

Essa atividade jornalística e literária toda levou-me a ser convidado pelo Antônio Bezerra de Araújo, diretor da Rádio Mearim, a ser locutor-apresentador de três programas (“Voz do Estudante”, “Musical Mearim” e a seleta musical de encerramento da programação diária, às 19h) na emissora caxiense. Naqueles anos, lembro-me, faziam sucesso programas musicais do J. Rodrigues, com quem conversava longamente na Praça Gonçalves Dias e com quem compartilhei minha ideia de implantar a carteira de locutor da Mearim, impressa na gráfica “Folha de Caxias”, gerenciada pelo Pedro Souza, o Pedro Avião; do Luiz Abdoral, que até hoje, segundo me escreveu, guarda sua carteirinha; do Roberto Nunes (“in memoriam”), que foi para São Luís, passou a ser locutor/narrador esportivo; do Ivalter Cardoso, aquele vozeirão; não sei bem se também com o Mário Amorim, que era da Polícia Civil e tinha programa de músicas “antigas”, chamado, parece-me, “Só Sucesso”...

Também fui convidado e passei a escrever uma página inteira no jornal semanal “O Pioneiro”, dirigido pelo jornalista, escritor e particular amigo Vítor Gonçalves Neto – aliás, amigo de muitos anos de Monteiro Lobato, com quem trabalhou. Na redação de “O Pioneiro”, eu mesmo vi uma foto de Monteiro Lobato com dedicatória ao Vítor, precisamente nestes termos: “Ao amigo Vítor, futuro membro da ABL [Academia Brasileira de Letras]” – era o talento literário e jornalístico inquestionável do Vítor Gonçalves Neto levando Lobato, em dedicatória de próprio punho, a querer ser vidente do que não se tornou evidente: ao invés de ficar pelas bandas do sul e (con)firmar-se como o grande homem de Letras que era, Vítor preferiu retornar os costados para a “Princesa do Sertão Maranhense”, da qual se tornou o mais caxiense dos teresinenses.

Menino, lia de tudo: das histórias em quadrinhos às revistas ditas “femininas” (“Capricho”, “Grande Hotel”, “Noturno”, “Sétimo Céu”, “Lucky Martin”, “Jacques Douglas”);...

... de livrinhos de bolso (bangue-bangue, guerra, amor) a livros enormes e bulas de remédios;...

... dos livros sagrados (Bíblia, Corão etc.) aos livros seculares;...

... dos grandes romances aos livros do oculto, dos mistérios, da biologia e, na época, livros “impróprios”, tanto os eróticos (como a coleção “Olho Mágico”, que uma vizinha me emprestava) quanto os livros de São Cipriano (capa preta e outras cores) e os de orientação científica, como o “Seja Feliz na Sua Vida Sexual”, de um Dr. Sha Kokken, um “best-seller” naqueles comecinhos dos anos 1970, com imagens de bonecos representando, pudicamente, as posições e disposições para o intercurso carnal.

O gosto pelos livros, pela leitura, continua, com mais variedade de temas e, paradoxalmente, com mais especificidade também, dependendo dos estudos superiores que faço, das consultorias que presto, das palestras que sou convidado a fazer – pois a preparação é o segredo dos improvisos...

Mas, tanto quanto gostar de ler, passei, desde criança, a gostar de escrever, em diversos casos ganhando prêmios e destaques na adolescência, na juventude, na adultez. Lembro-me de uma “noite de destaques”, realizada pelo clube Cassino Caxiense,  concedeu-me um diploma de honra ao mérito

Assim, foi um pulo passar de leitor de livros a autor deles, mais de cem livros escritos até agora, praticamente metade deles publicada, e uma ruma dentro da cachola (isto é, na mente), quase prontos para ir saindo um a um ou, como também acontece, vários deles saindo aos poucos.

A palavra “escrever” bem que poderia ser escrita com “x”: “excrever”. “Ex-”, em latim, significa, entre outros, “para fora” (por exemplo, “educar” é formado de “ex-” + “ducere”, que quer dizer “conduzir para fora”).

Assim, “escrever” é “botar para fora”, em forma de palavras, aquilo que vai na mente de um ser humano. Mas só se pode expor (isto é, por para fora) se algo existir “dentro”. Só posso soprar se, antes, eu tiver inalado ar, colocado ar dentro de mim.

Desse modo, o que escrevo hoje tem, de algum modo, a ver com o muito que fui colocando para dentro da mente ao longo dos anos, conteúdos que são permanentemente elaborados e reelaborados, em constante processo de realimentação, aperfeiçoamento.

Nenhum texto é cem por cento inédito ou de todo novo: ele traz a “marca”, a digital, as pegadas dos diversos, muitos, infindáveis caminhos que seu autor caminhou ao longo dos tempos. A leitura de um texto é a leitura de uma vida, (de)cifrada em letras, sílabas, palavras, orações, períodos, parágrafos...

Essa mensagem do grande chefe da Biblioteca Pública Municipal, o Inocêncio Gomes, mostra que se, por dever de ofício, ele não podia dedicar-se a ficar de cabeça baixa lendo, ele, atento, zeloso, observador, “lia” os frequentadores da Biblioteca, como eu. Sua função na Biblioteca não era ler livros, mas pessoas.

O Inocêncio é um dos que sabem de mim, do menino de presença (c)ativa na Biblioteca, por cujas fornidas estantes eu fluía com o olhar de radiografia, perscrutando, intentando antecipar conteúdos por títulos, capas ou lombadas.

Naquela Biblioteca (hoje inexistente, por omissão, incompetência e sacrilégio de governantes), eu menino não apenas lia livros – eu construía um homem, um ser humano melhor, que não titubeasse em responder "sim" à pergunta: “Se eu não tivesse nascido, faria falta?”

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A RESPOSTA

Em resposta, escrevi o seguinte bilhete ao Inocêncio Gomes:

“Inocêncio, que bom saber de você!

Que boa coincidência o seu contato (que somente agora vi e li).

Digo ‘coincidência’ porque há pouco tempo, em diversas das muitas palestras que ministro para estudantes e outros grupos, estava mencionando seu nome e reproduzindo lembranças do tempo em que, quase diariamente, eu frequentava a Biblioteca Pública municipal, ali perto da quadra do Cassino. Lembro-me da lojinha da Fename, onde se compravam material escolar e livros por preços mais em conta.

Lembro-me do seu zelo, do seu cuidado profissional. Você mora em Teresina. Como está você? A saúde vai bem? O que anda fazendo?

Vou escrever um texto sobre este seu contato e registrar as boas memórias daqueles velhos – e bons -- tempos.

Abraço do conterrâneo”.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

As enciclopédias “Delta-Larousse” em três edições (júnior, temática e em ordem alfabética) e Edmilson Sanches (anos 1970) recebendo diploma de mérito das mãos de Raimundo Mário Rocha, presidente do Clube Cassino Caxiense, e conduzindo reunião estudantil no Colégio São José, como presidente do Grêmio.