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Acesso internet celular

A Universidade de São Paulo (USP) está disponibilizando de forma “on-line” diversos conteúdos culturais em um “site” unificado, chamado USP Cultura em Casa. O visitante poderá escolher entre quatro diferentes editorias: arte, patrimônio cultural, ciências e comunidade.

Na plataforma, estão mais de 30 institutos da universidade, entre unidades de ensino, órgãos culturais, museus e laboratórios. Um dos destaques é a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, cujo acervo virtual e o projeto interativo Atlas dos Viajantes do Brasil podem ser conhecidos por meio da plataforma.

Também estão disponíveis conteúdos musicais, oferecidos pela Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) e pelo Coral da USP (Coralusp), que incluem apresentações e concertos, assim como videoaulas, exercícios de técnica vocal, textos e vídeos sobre música.

O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) preparou uma lista de atividades especiais para quem quer aprender mais sobre as Ciências da Terra e do Universo, sem precisar sair de casa, que pode ser acessada pela plataforma. Já o Museu de Zoologia, entre outros conteúdos, está sendo disponibilizando, para as crianças, materiais para colorir, que podem ser baixados e impressos.

(Fonte: Agência Brasil)

Liturgia poética de um tempo comum*

Este texto foi escrito para as orelhas do livro ‘Poemas do tempo comum’, do poeta Fernando Braga, premiado no concurso literário Gonçalves Dias, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, em 2009.

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Fernando Braga, um dos mestres da nossa literatura, nos traz, neste seu livro, muito mais que poesia; presenteia-nos com um hino, misto de amor extremo e inicial ao Deus Divino e uma canção quase desesperada por São Luís de tantos encantos.

Sua poesia se nos oferece madura, nestes parreirais fecundos da literatura maranhense, e nos chega como uvas da mais fina casta, para ser servida, suavemente, aos iniciados que sabem da extensão e da profundeza maior de seus versos.

Poemas do Tempo Comum... Fernando nada comum. Ele se sobrepõe com um canto solo, quase alado, tendo apenas tênues harpas como companhia, em seu gesto de sôfrega busca a Deus. Chega a ser sublime em muitos momentos, quando, com a profundeza dos Salmos, ou resgatando Jó, em seu extremo de dor, como diz em uma súplica: “... não me deixes Senhor Meu repartido entre demônios, zápetes e coringas...” E mais: “Eram os selvagens negros Touros de Bazã, vindo das terras dos gigantes que me queriam e a meu filho...”

Porém logo ele transmuda, veste-se do otimismo dos remidos e grita cheio de esperança: “... e cobre o meu corpo nu com as santas túnicas da claridade e das auroras...”

Aí vem a certeza, em toda sua plenitude de resgate, de um se encontrar em uma nova Canaã, onde emana leite e mel: “E o sangue das uvas que serão servidos ao jejum dos anjos para cujo banquete me convidaste”.

Assim é e se faz ser a primeira parte de seu fantástico livro, praticamente sem paralelo na literatura brasileira, ou mesmo na literatura sacra. Fez-se profundo, dolente, fundamental, teológico mesmo, apontando para o alto, em uma prece de busca-encontro e pleno com Deus.

Porém, Fernando, não para aí. Inquieto, olha para a planície e seu semblante se enche de nuvens-quase-lágrimas, ao buscar a sua São Luís que não está mais aqui, dizendo então, num gesto resignado, que ela é “... como uma fotografia antiga esquecida numa mesa de redação”. E segue, em seu poema antológico, pautando no passado, que permanece profundamente vivo em sua memória: “... homens e paralelepípedos despencam de becos e vielas por cumeeiras sem escápulas, territórios de artistas e pensadores que secam as vísceras ao sol do meio-dia.”

... E conclui, achando-a sem perspectivas, sem mais retorno, vez que: ... “morreram todos, dizem os cadeados nas cancelas”.

São Luís de pedras e cal, de calcinadas almas, de cais e memória. São Luís de Fernando, cantando sempre a nossa gente. Ele, em um gesto atávico, emergindo hereditariamente do Rio Douro, no velho Portugal, nos presenteia com uma linda celebração de amor ao seu pai, como se refletida no Rio Anil, bem aí, às barras de nossa Sagração. E segue a trilha dos tipos e estereótipos que povoam a nossa Ilha, desfilando em aquarela pela pena deste poeta que nos chegou maduro e gigante desde Silêncio Branco. São Luís de luzes e tenazes a nos envolver, numa canção autêntica que Fernando nos traz, para esta aurora que nos beija a alma.

Assim é Fernando, neste seu insuperável e fantástico canto. Vinde, provai e lede, pois a poesia pede passagem.
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* Mário Luna Filho, médico e escritor.

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Os estudantes que solicitaram a isenção da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 já podem consultar sua situação na Página do Participante, no “site” ou no aplicativo, segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgadas hoje (24).

De acordo com o instituto, que é vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela aplicação do Enem, já foram analisadas todas as solicitações que comprovam, com documentos, os perfis de isenção definidos pelos editais do Enem, mas o sistema segue aberto para o envio de novos pedidos.

Todas as justificativas de ausência no Enem 2019 também foram deferidas, e futuros inscritos nesta situação já têm garantida a gratuidade de inscrição para o Enem 2020.

Terão isenção de taxa os candidatos que estejam cursando a última série do ensino médio este ano, em qualquer modalidade de ensino, em escola da rede pública declarada ao Censo da Educação Básica; tenham feito todo o ensino médio em escolas da rede pública ou como bolsistas integrais na rede privada e tenham renda “per capita” igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarem estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem integrantes de família de baixa renda e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), que requer renda familiar “per capita” de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

As provas do Enem Digital que estavam previstas para ocorrer em 11 e 18 de outubro foram alteradas para os dias 22 e 29 de novembro. As do Enem impresso continuam previstas para 1º e 8 de novembro.

Nova chance

O Inep divulgou ainda, na tarde desta sexta-feira, que aqueles que não conseguiram comprovar pertencer aos perfis de isenção – e, portanto, tiveram seu pedido indeferido — podem encaminhar documentação complementar para nova análise.

“A partir de segunda-feira, 27 de abril, os interessados poderão enviar a documentação que comprove a situação de solicitação de isenção, observando a opção escolhida, por meio da Página do Participante”, diz a nota. Conforme o Inep, serão aceitos somente documentos nos formatos PDF, PNG ou JPG, com o tamanho máximo de 2MB, conforme lista disponível no “site” do Inep.

Inscrições

A isenção não garante entrada automática no Enem. Todos os interessados deverão acessar a Página do Participante no período de 11 a 22 de maio e realizar a inscrição para confirmar participação no maior exame de acesso à educação superior do país. Durante as inscrições, o Inep irá conceder isenção, de ofício, para todos os inscritos que se encaixarem nos perfis descritos no edital, mesmo sem o pedido formal. A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem Digital.

Aqueles que não se encaixarem nos perfis de isenção deverão realizar a inscrição nos prazos e critérios estabelecidos e efetuar o pagamento da taxa para poder participar.

(Fonte: Agência Brasil)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou, nesta sexta-feira (24), a prorrogação para 5 de junho do prazo para a coleta de dados do Censo da Educação Superior. A medida foi tomada por causa da pandemia de coronavírus.

O cronograma atualizado foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) de hoje e está disponível no portal do Inep LINK 1

Segundo o Inep, o sistema do Censo da Educação Superior (Censup) continua disponível para o preenchimento dos dados da primeira etapa da coleta.

De acordo com o diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno, o censo ajuda os governos e a sociedade a buscarem soluções para os problemas no ensino superior. “Precisamos de informações relevantes e fidedignas para orientar as políticas para o período pós-pandemia”, disse.

A declaração deve ser feita por todas as instituições escolares brasileiras, públicas e privadas. O preenchimento dos dados é feito pelo pesquisador institucional, representante da instituição no Inep. O sistema está disponível para preenchimento dos dados desde 20 de janeiro.

O Censo Superior reúne informações sobre as instituições de educação superior, cursos, docentes e alunos e a participação das instituições de ensino é requisito para a participação das instituições de educação superior em programas do Ministério da Educação (MEC), como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e as bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

(Fonte: Agência Brasil)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou as datas de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) digital para os dias 22 e 29 de novembro e as regras de solicitação de isenção da inscrição. Os editais com os ajustes foram publicados nesta quarta-feira (22), “Diário Oficial da União” e também estão disponíveis na página do Enem.

No primeiro edital, publicado no mês passado, os participantes que optassem pela versão digital do exame fariam as provas nos dias 11 e 18 de outubro. O Inep também definiu novas cidades para aplicação do Enem digital, alcançando localidades em todos os Estados e no Distrito Federal. A estrutura do exame será igual à da versão impressa.

A aplicação do Enem impresso continua marcada para os dias 1º e 8 de novembro. As inscrições começam em 11 de maio e vão até dia 22.

O valor da taxa de inscrição permaneceu o mesmo da edição de 2019 – R$ 85 - e deverá ser pago até 28 de maio. Na semana passada, o Inep anunciou a gratuidade da taxa de inscrição para todos os participantes que se enquadrarem nos perfis especificados nos editais, mesmo sem o pedido formal dos inscritos.

A regra também foi formalizada hoje e vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital. Aqueles que foram isentos em 2019, que faltaram aos dois dias de prova, mas não justificaram a ausência, também terão a gratuidade garantida.

Portanto, no ato da inscrição para o Enem 2020, terão isenção de taxa os candidatos que estejam cursando a última série do ensino médio este ano, em qualquer modalidade de ensino, em escola da rede pública declarada ao Censo da Educação Básica; tenham feito todo o ensino médio em escolas da rede pública ou como bolsistas integrais na rede privada e tenham renda “per capita” igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarem estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem integrantes de família de baixa renda e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), que requer renda familiar “per capita” de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

(Fonte: Agência Brasil)

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) divulgou, nessa segunda-feira (20), uma nota pública em que reitera o trabalho para encontrar soluções que permitam a manutenção do período letivo em tempos de isolamento social em razão da pandemia da covid-19.

Segundo a nota, o Consed continua defendendo o isolamento social, por determinação dos governos estaduais e recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto isto, procura ações “como oferecimento de ensino remoto e um planejamento do retorno às aulas presenciais que possa mitigar as perdas e para garantir a aprendizagem de nossos estudantes”. O conselho diz não ter apoio do MEC nesse sentido.

A entidade representativa das secretarias estaduais de Educação reforça ainda a necessidade de um ajuste no cronograma da edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. “Entendemos também ser fundamental o adiamento das datas das provas do Enem, para que não sejam ampliadas ainda mais as desigualdades educacionais em nosso país”, reforça o documento.

A nota do Consed responde à publicação do último domingo (19) do ministro da Educação, Abraham Weintraub, em sua rede social. Na ocasião, ele disse que o ano não está perdido e que os governadores devem planejar o retorno às aulas.

(Fonte: Agência Brasil)

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), instituição vinculada à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, estendeu os prazos para inscrições nos cursos de qualificação profissional até o próximo dia 11 de maio. A medida foi adotada devido à prorrogação da quarentena até o fim deste mês, para tentar conter a propagação da pandemia do novo coronavírus. Os interessados podem se cadastrar para as 1.420 vagas oferecidas em 33 cursos profissionalizantes gratuitos.

O presidente da Faetec, Romulo Massacesi, disse que, em virtude de as novas medidas temporárias de prevenção e enfrentamento à covid-19 terem sido estendidas até o fim de abril, decidiu dar mais tempo para que os interessados nos cursos profissionalizantes da Faetec possam se inscrever. “No cenário em que o nosso Estado se encontra, ter pessoas qualificadas para ajudar o mercado a voltar a se estabilizar nos próximos meses será fundamental para a economia”, afirmou.

Cada candidato só poderá fazer uma inscrição para o curso de qualificação profissional. As oportunidades são destinadas a quem tem formação mínima de ensino fundamental incompleto. De acordo com a Faetec, o aluno receberá auxílio para os custos com passagem e lanche.

Na avaliação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Rodrigues, é preciso aproveitar este momento de isolamento para colocar em prática velhos sonhos adiados. ”A qualificação profissional, passado este momento de pandemia, pode ser primordial para conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Não percam essa oportunidade e inscrevam-se”, disse ele.

Os cursos variam de dois a dez meses de duração. A lista completa pode ser acessada no “site” da fundação.

Os candidatos poderão escolher a unidade da Rede Faetec mais próxima de sua casa. Há vagas para municípios de várias regiões do Estado, entre eles Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro, Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Valença, Rio das Flores, Mendes, Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Nova Iguaçu, Queimados, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Seropédica, Araruama, Armação de Búzios, Silva Jardim, Bom Jardim, Campos dos Goytacazes, Laje do Muriaé, Miracema, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá.

(Fonte: Agência Brasil)

Não. Essa é a resposta categórica da pequena Júlia, de 6 anos, quando questionada se a mãe está sendo boa professora. A menina se divide e diz que gosta de conversar com a professora da escola por vídeo, mas que prefere fazer as atividades impressas pela mãe do que as disponíveis na plataforma “on-line”. Essa situação é vivida por muitas crianças dos anos inciais do ensino fundamental que levaram a escola para dentro de casa em meio à suspensão de aulas por causa da pandemia do novo coronavírus.

A mãe de Júlia, Daniela Gaudia, conta que as primeiras semanas de aulas a distância foram mais difíceis, até a filha entender que não estava de férias e precisava se concentrar nos estudos. A escola também ajustou melhor o conteúdo e agora, em cerca de uma hora, as duas conseguem terminar as atividades propostas para o dia. “Eles estão priorizando agora português, inglês e matemática. As outras disciplinas eles fazem uma tarefa multidisciplinar, por exemplo, e está bem mais tranquilo”, disse, explicando que há, também, 15 minutos diários de encontro “on-line” com a professora e os coleguinhas de turma.

De acordo com a educadora Juliana Diniz, é importante estabelecer essa rotina diária de encontros síncronos entre a turma e o professor para manter o vínculo, respeitando o tempo da criança em frente à tela, que não ultrapasse 20 minutos entre intervalos. Criar um ambiente favorável, apoiar o acesso às plataformas e manter uma rotina estruturada também são estratégias que podem potencializar o aprendizado”, disse a diretora pedagógica da Saber, empresa que presta serviços de educação para o ensino básico.

Bases curriculares

Em relação ao conteúdo didático, segundo ela, é hora de ser simples, realinhar as expectativas de aprendizagem e privilegiar aquilo que é fundamental para apoiar as crianças nesse processo de aprendizagem, que são as competências da leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático. “Essas duas frentes são âncoras para o desenvolvimento dos demais componentes curriculares”, explicou.

Mesmo para aquelas famílias que não têm acesso à tecnologia, Juliana ressalta que é importante estimular o desenvolvimento intelectual com estratégias simples e com as ferramentas que a família tem em mãos. “Se conseguir estabelecer para as crianças uma rotina de leitura e produção escrita e onde eles possam, na brincadeira, desenvolver o raciocínio lógico-matemático, já temos grandes ganhos”, disse.

Sem aulas regulares, os estabelecimentos de ensino têm adotado a educação a distância (EaD), com uso de computadores, aplicativos e atividades complementares, para dar continuidade à aprendizagem das crianças. Na rede pública, Estados e municípios adotaram ainda aulas pela TV aberta para levar conteúdos aos estudantes. Para aquelas que não têm acesso à tecnologia, secretarias de Educação estão adaptando “kits” pedagógicos impressos para enviar às famílias.

Para o professor Luiz Miguel Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), as aulas “on-line” na primeira etapa do fundamental devem ter caráter complementar e é importante que a reposição de conteúdo seja feita com o máximo de aulas presenciais, em sábados letivos e horários estendidos. Atividades de contraturno também podem ser enviadas para casa, mas depois que o professor tiver retomado o contato com o aluno.

“Isso vai dar uma qualidade muito maior de aprendizagem, do que encaminhar um material impresso agora para a família ter que lidar com aquilo em casa. Além de não gerar o resultado esperado, pode jogar a autoestima lá embaixo em famílias que ainda estão fazendo o ingresso no mundo da educação formal”, argumentou, ao participar de uma videoconferência organizada pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), na semana passada. Para ele, na fase dos anos iniciais no ensino fundamental, no ciclo de alfabetização, não se deve usar o EaD pois o aluno não está pronto para esse processo, além de outras questões como a exposição à telas.

Passado o período de isolamento social, pós-pandemia, as escolas que adotarem o EaD precisarão fazer um diagnóstico do que foi assimilado e bem aprendido nessa modalidade, e, segundo Juliana Diniz, se necessário, retomar o conteúdo e a prática para preencher possíveis lacunas de aprendizagem. “Por exemplo, as turmas que estão em alfabetização são turmas que demandam uma mediação importante do professor, na aquisição do letramento”, disse. “Dado que esse modelo [de aula “on-line”] nunca foi amplamente testado, precisamos ter muita responsabilidade e diligência para aferir aquilo que conseguimos alcançar”, explicou à Agência Brasil.

Dosagem do conteúdo

Para Sara Salenave, mãe de duas crianças, uma de 6 anos e outra de 4 anos, o processo de início das aulas “on-line” “foi péssimo”. “Deixei acumular 45 atividades de diversas disciplinas, em duas semanas. Não consigo, não tenho esse tempo livre. Estou no meu ritmo de trabalho normal desde que tudo começou”, desabafou, dizendo que se empenharia para colocar as atividades em dia.

Segundo ela, a escola da filha está com um regime mais pesado, com uma grade horária em que os professores ficam “on-line” no horário regular de aula, das 7h30 ao meio-dia. “As atividades ficam disponíveis, mas qualquer dúvida, para conversar com o professor, você tem que estar no horário de aula. Eu acho que poderia deixar isso mais simples”, disse. As várias plataformas e senhas para acessar os livros “on-line” e as atividades também só confundiram Sara.

Juliana Diniz destaca que a dosagem de conteúdo é importante e que a escolarização continua sendo responsabilidade da escola, não da família. “Uma coisa é a família atuar como mediadora e facilitadora de acesso, outra é vir um volume e demanda de atividades que inviabilize esse trabalho”, disse. Além disso, segundo a educadora, é dever da escola ajudar as famílias a cuidarem da saúde mental e emocional das crianças. “Quando tudo isso passar precisamos estar mais inteiros do que nunca para conseguir reconstruir esse novo normal”, destacou.

Já o presidente da Undime é taxativo: “reproduzir o modelo de aula presencial em uma situação à distância não funciona”, disse Garcia. A entidade é favorável ao uso de tecnologias da informação, mas avalia que é importante respeitar as formas do estudante aprender.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. Para o ensino médio, poderá acontecer por meio de convênios com instituições de educação à distância. E, para a educação infantil, não há essa previsão, mas há a expectativa, em meio às ações de enfrentamento da pandemia, de que o ensino a distância seja estendido também a essa etapa para validação da carga horária obrigatória.

Educação infantil

O governo federal determinou que as instituições de ensino estão isentas de cumprirem o mínimo de 200 dias letivos, mas manteve a carga horária, de 800 horas, necessária para completar o ano de estudo. Entretanto, para o presidente da Undime é preciso flexibilizar essa regra na educação infantil, que inclui creches e pré-escolas, e discutir a medida com os conselhos de Educação, já que não se sabe quanto tempo vai durar a suspensão das aulas. Essa etapa também precisa ficar de fora da regulamentação de educação à distância, segundo Garcia.

“A educação infantil é o cartão de entrada dessa criança na vida escolarizada. Se não formos eficazes agora, nós estamos condenando uma criança a uma vida inteira de uma impressão ruim da escola. A escola é interação, troca de experiência, é aprendizagem constante uns com os outros. Vamos assumir esse papel, essa pandemia é um momento de aprendizagem, não vamos atropelar e colocar a frieza da lei acima do bom senso”, ressaltou o professor.

Também durante a videoconferência da Jeduca, a educadora Carolina Velho, da Rede Nacional pela Primeira Infância, corroborou os argumentos de Garcia e disse que a aprendizagem nessa etapa é pautada pela brincadeira e interação humana, ligada ao desenvolvimento atual da criança, e deve acontecer em espaço institucional e coletivo. Por isso, não há possibilidade de reposição. “É a única parte da educação básica em que a idade é o processo de educação. A gente não pode voltar para fazer a educação infantil como em outras etapas educacionais”, explicou.

Para Carolina, o uso de EaD nessa fase também pode comprometer o desenvolvimento por causa do tempo de exposição às telas. Ela citou as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre como lidar com as crianças durante a quarentena. O tempo de tela deve respeitar os limites para cada faixa etária e é preciso evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente. Outro documento da entidade, Menos Telas Mais Saúde, descreve as alterações de comportamento e saúde que a exposição excessiva à celulares, “tablets” e computadores pode provocar nas crianças.

Por isso, segundo Carolina, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem tantos dispositivos dizendo que, na educação infantil, as experiências concretas são fundamentais. “A atividade em frente às telas leva à passividade e ao isolamento. Existe uma distração passiva, por isso precisa da mediação do adulto”, disse.

Juliana Diniz, diretora pedagógica da Saber, disse que a orientação para a educação infantil é garantir o contato com a professora em encontros “on-line”, de duas a três vezes por semana, e disponibilizar um conjunto de atividades, brincadeiras, orientações em artes e atividades corporais para as crianças realizarem ao longo da semana. “A nossa grande conquista é conseguir garantir um roteiro de trabalho junto das famílias que ajuda as crianças a manterem uma rotina que seja leve e saudável, mais uma rotina de produção intelectual e saúde mental para poder passar por essa fase”, explicou.

Para Luciana Heringer, mãe de crianças de 6 anos e de 12 anos, as aulas “on-line” são importantes para manter o vínculo com a escola e colegas e manter a rotina da casa, de dormir e acordar cedo. “A parte mais difícil é fazer as tarefas, vai muito tempo. Não é fácil e creio que, na volta à normalidade, veremos o trabalho da escola e principalmente dos professores com outro olhar”, destacou.

(Fonte: Agência Brasil)

É meio-dia e MEIO? Ou é meio-dia e MEIA?

E a aluna está MEIO ou MEIA nervosa?

Vamos, neste domingo, resolver essas dúvidas e mais alguns problemas.

Dicas gramaticais

1ª) MEIO ou MEIA?
a) Como numeral (= metade), deve concordar:
“Tomou MEIO litro de vodca”.
“Tomou MEIA garrafa de vodca”.
“Tomou uma garrafa e MEIA”.
“Leu um capítulo e MEIO”.
“São duas e MEIA da tarde”.

Assim sendo, o correto é...
“É meio-dia e MEIA” (meia hora).

b) Como advérbio (= mais ou menos), é invariável:
“A diretoria está MEIO insatisfeita”.
“Os clientes andam MEIO aborrecidos”.

O correto, portanto, é...
“A aluna está MEIO nervosa” (um pouco, mais ou menos).

2ª) MESMO ou MESMA?
a) MESMO (= próprio) é pronome e deve concordar.
“Andréia prefere salgados, mas os doces é ela MESMA quem faz”.
Nós MESMOS resolvemos o caso”.
As meninas feriram a si MESMAS”.

b) MESMO (= até, inclusive) é invariável:
“MESMO a diretoria não resolveu o problema”.
“MESMO os professores erraram aquela questão”.

3ª) O MILHAR ou A MILHAR?
MILHAR e MILHÃO são substantivos masculinos.
“NOS MILHARES de linhas que li, não encontrei nada que me interessasse”.
“UM MILHÃO de pessoas e DOIS BILHÕES de dúvidas...”
“OS DOIS MILHÕES de mulheres...”

Observação:
MIL é numeral. Por isso, o artigo ou numeral que o acompanhe concordará com o substantivo:
“AS MIL e UMA noites...”
“DOIS MIL candidatos compareceram à prova”.
“DUAS MIL pessoas estavam na festa”.

4ª) MONSTRO ou MONSTRA?
Substantivo, no papel de adjetivo, é INVARIÁVEL.
“Foram realizados diversos comícios MONSTRO”.
“O juiz recebeu uma vaia MONSTRO”.

Observação:
Nome de coisa (= substantivo), usado como cor (= adjetivo), é INVARIÁVEL:
“Comprou uma blusa VINHO”.
“Comprou duas camisas LARANJA”.

5ª) OBRIGADO ou OBRIGADA?
As mulheres devem dizer OBRIGADA.
“Muito OBRIGADA, disse ela”.

6ª) QUALQUER ou QUAISQUER?
O plural de QUALQUER é um caso especial. É uma palavra composta: QUAL (plural = QUAIS) + QUER (verbo = sem plural). Portanto, o plural de QUALQUER é QUAISQUER.
“Não pode ficar aqui, QUAISQUER que sejam os pretextos”.

Teste de ortografia
Que opção completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo?
"Após a __________, teve um __________”.
(a) discursão – chilique;
(b) discussão – chilique;
(c) discução – chelique;
(d) discurssão - chelique.

Resposta do teste: Letra (b).
Chilique é com "i", e o ato de discutir é discussão. "Discursão" só se for um "grande discurso"...

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou sua conta no Twitter para informar que o governo federal vai recorrer da decisão judicial que determina o adiamento da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em razão dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Em sua sentença, a juíza Marisa Claudia Gonçalves Cucio, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, acolheu os argumentos apresentados pela Defensoria Pública da União (DPU) em Ação Civil Pública, determinando que a União e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não só “procedam à adequação do calendário e do cronograma do Enem à realidade do atual ano letivo”, como estendam por mais 15 dias o prazo para solicitação da isenção da taxa de inscrição do Enem e de apresentação da justificativa de ausência no exame de 2019.

“Vamos recorrer”, escreveu Weintraub ao ser perguntado sobre o assunto em sua conta pessoal no microblog. “O Brasil não pode parar! Mais de 3.200.000 de brasileiros solicitaram isenção na taxa do Enem 2020 (para não pagar para fazer o exame). 70% fez o pedido pelo celular (smartphone). Mais de 2.100.000 dos pedidos já foram analisados e concedidos! Vai ter Enem!”, afirmou o ministro, lembrando que, também em 2019, a pasta teve que responder a questionamentos jurídicos que tentavam suspender ou adiar o Enem.

Inep

Em outra rede social, pouco antes da decisão da juíza se tornar pública, o ministro divulgou um vídeo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes. Nele, Weintraub diz que, devido ao novo coronavírus, “alguns governadores paralisaram completamente as atividades” em seus Estados, “e podem ter prejudicado alunos que têm direito à gratuidade”. No entanto, segundo o ministro, esses casos serão “resolvidos por ofício”. “Nós iremos atender todo mundo que tem direito a ter a gratuidade do Enem. Não se preocupem. Se concentrem em que, no fim do ano, lá no último trimestre, vocês vão fazer a prova do Enem”.

De acordo com Lopes, os alunos que não conseguiram pedir a isenção antes do fim do prazo ontem (17) e que façam jus ao benefício, serão beneficiados ao se inscreverem para fazer a prova. “Você que não conseguiu fazer o pedido de isenção: quando chegar o período de inscrição, de 11 a 22 de maio, vai fazer sua inscrição e, sem você fazer nenhum tipo de pedido, nós vamos te dar a gratuidade”, garantiu Lopes, sem fornecer mais detalhes sobre a proposta. De acordo com ele, até aquele momento, apenas 1 milhão de pedidos de gratuidade tinham sido deferidos.

Suspensão das aulas

Ao pedir à Justiça Federal que determine o adiamento da prova, a DPU destacou que a pandemia e o medo de que a doença se espalhe motivou escolas públicas e privadas a suspenderem as aulas presenciais. Para evitar a perda do ano letivo, muitos estabelecimentos optaram por prosseguir com as atividades à distância, usando a tecnologia para adotar o ensino remoto. No entanto, para a DPU, as desigualdades sociais tendem a prejudicar os alunos de baixa renda que não têm acesso à “internet” e a computadores.

Para a DPU, esses alunos seriam prejudicados não só em relação à aprendizagem, mas também para que entreguem os documentos exigidos nos prazos estabelecidos antes que autoridades de saúde passassem a recomendar o isolamento social como forma de conter a propagação do novo coronavírus, o que levou prefeitos e governadores a decretarem medidas para restringir a circulação da população, como a suspensão das aulas.

Os argumentos da DPU coincidem com o resultado de um levantamento que a plataforma digital Quero Bolsas realizou a partir da análise dos questionários socioeconômicos que o próprio Inep aplicou a estudantes que prestaram o Enem nos últimos cinco anos. Segundo a plataforma, um em cada três destes estudantes (33,5%) não tem acesso à “internet” e a dispositivos como computador ou celular, não tendo, portanto, acesso a teleaulas ou outros mecanismos de educação a distância (EaD). Apenas 54,81% dos candidatos responderam ter microcomputador e telefone celular e acessar a rede mundial de computadores.

Para a juíza que determinou o adiamento da prova e do prazo para os interessados pedirem isenção da taxa de inscrição, a pandemia de covid-19 e a consequente decretação de estado de calamidade pública produziram “efeitos devastadores na população brasileira de ordem econômica, financeira, social e, até mesmo, cultural e educacional”, e que, nesse contexto, estudantes carentes e de baixa renda podem sequer ter tomado conhecimento do prazo limite para solicitarem a isenção da taxa de inscrição, já que este foi divulgado, segundo a DPU, em 31 de março – ou seja, após as aulas terem sido suspensas em quase todo o país.

“Os alunos da rede pública não estão assistindo às aulas com o conteúdo programático cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio, ao contrário de grande parte dos alunos da rede de educação privada, que possuem acesso ao ensino à distância (EaD) e a diversas outras ferramentas eletrônicas de aprendizado. Aliás, nem mesmo é possível afirmar que todas as escolas particulares estão disponibilizando aulas por vídeo ou atividades similares uma vez que a pandemia e as normas de isolamento social que determinou o fechamento das instituições de ensino colheu as equipes de docentes despreparadas para esse mister”, ponderou a própria juíza federal Marisa Claudia Gonçalves Cucio.

(Fonte: Agência Brasil)