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O assunto surgiu por causa desta frase, extraída de reportagem sobre a beatificação de um padre.

– Missa na Catedral da Sé foi assistida por milhares de pessoas.

Já há quem defenda que ASSISTIR seja usado também como transitivo direto no sentido de “ver”, “presenciar”. É o caso do conceituado Celso Pedro Luft. Ele só faz uma ressalva: em textos mais formais, seria adequada a manutenção da preposição “a”, a regência original do verbo.

Um texto informativo é um caso de situação que pede o chamado “padrão culto da língua”. Por isso, a frase acima deveria ser revista. Verbos transitivos indiretos não aceitam voz passiva. Eu assisto a uma missa, mas não seria possível do ponto de vista normativo algo como “uma missa foi assistida por mim”. Um jeito de resolver o problema sem mexer muito na construção é trocar o verbo:

– Missa na Catedral da Sé foi vista por milhares de pessoas.

Ou:

– Missa na Catedral da Sé foi presenciada por milhares de pessoas..

Acrescentando....

Michaelis – Português Fácil: tira-dúvidas de redação – Douglas Tufano
assistir
Devemos dizer: 1 assistir alguém (= dar assistência ou ajuda): Os enfermeiros assistiram os feridos / O médico assistiu a paciente. 2 assistir a alguma coisa (= presenciar): Ele assistiu ao jogo / Assisto a um belo espetáculo. 3 assistir a alguém (= caber ou pertencer): Esse é um direito que assiste ao professor / É um direito que lhe assiste.

Corrija-se! de A a Z – Luiz Antonio Sacconi
assistir e ver – qual a diferença?
Assistir é ver por algum espaço de tempo, com o espírito atento e até certo ponto crítico.
Ver é apenas aplicar o sentido da visão, é perceber pela visão. Basta não ser cego para ver. Podemos ver um amigo na rua, uma linda garota na praia, uma bela jogada no estádio. Uma criança que mal aprendeu a andar vê televisão, mas uma pessoa normal e razoavelmente escolarizada assiste à televisão. Uma criança de cinco ou seis anos vai ao estádio e apenas vê o jogo, um adulto assiste a ele. Isso não impede que haja adulto que vá ao estádio e apenas veja o jogo, por não entender absolutamente nada de futebol.

Manual de Redação e Estilo – jornal O Estado de S.Paulo
Assistir
1 – No sentido de presenciar ou comparecer, exige sempre a preposição a: Assisti ao jogo. / A comitiva assistiu à abertura dos trabalhos da Câmara . / Os fiéis assistiram à missa. Observações: Uma vez que não existe voz passiva com verbo transitivo indireto, é errado dizer: O jogo “foi assistido” (o certo: visto, presenciado) por 50 mil pessoas. Ainda sobre um jogo ou espetáculo, não se pode escrever que alguém queria “assisti-lo”, mas apenas assisti a ele (pelo fato de o verbo ser indireto, rejeita o o como complemento).

2 – Como sinônimo de prestar assistência a, ajuda, socorrer, o verbo constrói-se em geral com objeto direto: O médico assistiu o doente. / Os governos federal e estadual assistiram os flagelados.

3 – Com a preposição a, pode ainda equivaler a favorecer, caber (direito ou razão), caso em que admite também o pronome lhe: Não assistia direito algum aos reclamantes, / É claro que lhe assiste razão nesse caso.

4 – À exceção do item 3, assistir rejeita lhe. Assim, para substituir a frase nós assistimos à sessão, só se pode dizer que assistimos a ela e não que “lhe” assistimos.

O Português do dia a dia – Prof. Sérgio Nogueira
ASSISTIR – No sentido de “estar presente, comparecer, ver”, é transitivo indireto: “Segundo a polícia, mais de 40 mil assistiram ao jogo”: “Mais de 100 mil pessoas já assistiram ao espetáculo”. No sentido de “´prestar assistência, auxiliar, socorrer”, é transitivo direto: “O médico não se negou a assistir o paciente”.

O índice de candidatos que faltaram à segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, realizada nesse domingo (12), foi de 32%. Cerca de 2,15 milhões de inscritos não compareceram às provas aplicadas ontem. Os candidatos responderam questões de matemática e ciências da natureza (química, física e biologia). No domingo passado (5) foram aplicadas as provas de redação, linguagens e ciências humanas.

No primeiro dia de prova, foi registrada uma abstenção de 29,8%, com cerca de 2 milhões de candidatos faltosos. No ano passado, a abstenção média nos dois dias de Enem foi de 29,19%.

Neste ano, um total de 853 candidatos foram eliminados do Enem nos dois dias de prova, sendo 273 no primeiro dia e 580 no segundo dia. A maioria foi eliminada por descumprimento de regras do edital (842), nove por terem sido identificadas irregularidades nos detectores de metais e dois por recusa do dado biométrico.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, classificou esta edição como a mais tranquila aplicação do Enem nos últimos anos, com pouquíssimas ocorrências. Na avaliação dele, o índice de abstenção está dentro da média.

“Historicamente, o primeiro dia tem menos abstenção do que o segundo dia. É um dado que repete um comportamento padrão em exames anteriores. Não vejo isso como uma grande novidade”, disse. Ele lembrou que, a partir deste ano, o participante isento do pagamento da taxa de inscrição do Enem que não compareceu às provas e não justificar a ausência perderá o direito a nova isenção no ano que vem.

O ministro anunciou ainda que, em 2018, a inscrição no Enem será gratuita para todos os candidatos que forem aprovados no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que será aplicado no próximo domingo (19).

Segunda aplicação

Nos dias 12 e 13 de dezembro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fará a segunda aplicação anual do Enem 2017 para alunos que foram prejudicados na primeira aplicação e para as pessoas privadas de liberdade (PPL). De acordo com o instituto, um total de 3.581 alunos vão refazer as provas em dezembro por problemas na aplicação regular, como por exemplo em locais de prova em que houve corte no abastecimento de energia.

Resultados

O gabarito oficial do Enem será divulgado até a próxima quinta-feira (16) no Portal do Inep e no aplicativo do Enem. Os cadernos de questões de cada dia serão disponibilizados também no site do Inep e no aplicativo. Já o Boletim de Desempenho, que traz as notas individuais dos participantes, deverá ser disponibilizado só em 19 de janeiro de 2018.

O resultado do Enem pode ser usado em processos seletivos para vagas no ensino público superior, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

(Fonte: Agência Brasil)

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No segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, candidatos ouvidos pela reportagem da Agência Brasil consideraram difíceis as provas de matemática e de ciências da natureza (química, física e biologia). Enquanto alguns avaliaram que o nível de dificuldade da prova deste ano estava semelhante à de anos anteriores, outros consideram que o Enem 2017 foi mais técnico, exigindo mais conteúdo específico das disciplinas.

Participando do Enem pela primeira vez, o estudante Vítor Vilar, 18 anos, disse que a prova estava difícil, principalmente as questões de ciências da natureza. “A prova foi bem abrangente, mas tive mais dificuldade com os conteúdos mais específicos. Senti a prova bem conteudista para a reputação do Enem, bastante técnica”, disse ao deixar o local de prova.

A universitária Ana Clara Botafogo, 20 anos, fez o Enem pela terceira vez. Estudante de engenharia da Universidade de Brasília (UnB), ela pretende usar a nota do exame para tentar uma vaga em uma universidade de Portugal. Para ela, a prova estava difícil e parecida com os anos anteriores "de mediana a difícil”. “Achei a prova tranquila, um pouco cansativa, muitas horas. Tinha bastante química orgânica, muita geometria espacial”, contou.

Também estreante no Enem, a estudante Maria Eduarda Alves Ribeiro, 17 anos, avaliou que a prova estava “fácil”, mas que poderia ter se preparado melhor. Ela está concluindo o 3º ano do ensino médio. “A prova exigiu mais o conteúdo hoje, inclusive de algumas coisas que não vi e não estudei. Caiu um pouco de tudo. Acho que não estava muito preparada, porque não estudei o suficiente, mas deu para fazer”, disse.

Neste ano, pela primeira vez, a prova foi realizada em dois domingos. Hoje, os candidatos tiveram quatro horas e 30 minutos para concluir a prova, com 90 questões objetivas.

(Fonte: Agência Brasil)

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As provas de matemática e ciências da natureza do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, realizadas neste domingo (12), foram consideradas menos interpretativas e com mais cobrança de conteúdo. Por tradição, mesmo na prova de exatas, o exame costumava incluir muitas questões interpretativas e com relação direta com o cotidiano. Na avaliação do professor de biologia Rubens Oda, do curso on-line Descomplica, a maior dificuldade que os candidatos enfrentaram na prova de hoje foi a presença de conteúdos esperados, mas cobrados com maior nível de detalhamento.

Ele cita como exemplo uma questão de genética que abordou um detalhe específico sobre o processo de espiralização do cromossomo X. Segundo o professor, isso é algo pouco conhecido dos estudantes do ensino médio. “Era esperado que caísse alguma coisa de genética, mas não no grau de profundidade e detalhamento que foi cobrado”, diz.

Na avaliação do professor, um bom desempenho na prova de hoje dependeu muito mais da preparação do que da concentração do estudante. “O que acontece é que o Enem, historicamente, é uma prova que pesava bastante na interpretação, na busca de avaliar competências e habilidades. O que ocorreu neste ano, com os conteúdos que foram cobrados em ciências da natureza, parece que volta a cobrar conteúdos que eram mais pertinentes ao antigo modelo de vestibulares. Ou seja, a prova está deixando de ser um teste que busca a cobrança de competências e habilidades e está voltando a ser mais conteudista”, avaliou.

Segundo ele, houve questões interpretativas, como as que tratam de análise de gráficos. Mas o peso dado aos itens com mais foco no próprio conteúdo foi maior do que em edições anteriores. Para ele, essa mudança é considerada um retrocesso na avaliação. “Acho um retrocesso. Principalmente no momento em que se discute o novo ensino médio, a nova Base Nacional Comum Curricular, a gente voltar a pensar em uma avaliação de conteúdos e não de habilidades e competências é um retrocesso. Ainda mais se levarmos em conta um país continental como o Brasil, que tem realidades educacionais muito diferentes nos seus Estados”, disse.

O diretor de Ensino do Anglo, Paulo Moraes, considerou que o nível do Enem 2017 subiu em relação ao ano passado e que, apesar de exigir mais conhecimento do conteúdo, a prova não chega a ser “conteudista”.

“Prova boa, benfeita. Bem técnica, em biologia e ciêncas da natureza. O candidato, assim como na semana passada, tem que saber conteúdo. Não é um aprova conteudista, mas precisa saber o contudo para responder. Não é conteúdo de rodapé de livro, sem importância, com decorebas”, disse.

Para Moraes, não houve “ruptura” em relação ao padrão da prova da semana passada. “Assim como no domingo anterior, eles exigiram conteúdo, mas também as habilidades e não o conteúdo pelo conteúdo”.

Matemática

O professor de matemática Gabriel Miranda também considerou a prova mais conteudista e “matematicamente mais pesada”. “Lógico que sempre foi a cara do Enem as questões de interpretação, mas, este ano, foi um pouco menos do que em anos anteriores. Essa foi uma mudança que achei interessante. Em geral, a prova estava mais direta e mais bem escrita”, avaliou.

Entre os assuntos abordados na prova de matemática, caíram razão e proporção, logaritmo, análise combinatória e probabilidade. “Eles, talvez, perceberam que precisavam de uma prova mais robusta, e foi o que aconteceu neste ano. A prova continuou numa crescente de conteúdo, de dificuldade em relação aos anos anteriores”, apontou Miranda.

(Fonte: Agência Brasil)

O gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será divulgado, na próxima quinta-feira (16), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A correção das provas é feita usando a metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), em que o valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item.

Dessa forma, um item em que grande número dos candidatos acertarem será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. Já o estudante que acertar uma questão com alto índice de erros ganhará mais pontos por aquele item.

Por isso, não é possível calcular a nota final apenas contabilizando o número de erros e acertos em cada uma das provas. Dois candidatos que acertarem o mesmo número de questões podem ter pontuações diferentes. O estudante só tem como saber a nota final no Enem quando o resultado sair.

A correção é feita por meio de um sistema de reconhecimento no qual a Fundação Getúli Vargas e a Cesgranrio extraem os dados com as respostas das questões objetivas de cada participante, durante a etapa de digitalização. Por isso, é imprescindível que o preenchimento do cartão-resposta tenha sido realizado com caneta esferográfica de tinta preta.

O Boletim de Desempenho deverá ser disponibilizado aos participantes em 19 de janeiro de 2018.

(Fonte: Agência Brasil)

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Os candidatos surdos ou deficientes auditivos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com a videoprova traduzida em Língua Brasileira de Sinais (Libras) vão poder fazer uma avaliação do recurso, que foi oferecido pela primeira vez. Um questionário de avaliação, no mesmo formato, com perguntas e respostas apresentadas em Libras, está disponível na Página do Participante do Enem.

A partir da avaliação dos participantes, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fará ajustes no recurso. A expectativa é que mais surdos e deficientes auditivos optem pela videoprova nos próximos anos.

O Enem 2017 teve 1.925 solicitações de atendimento especializado para surdez e 4.390 para deficiência auditiva. Além da videoprova era possível optar pelo Tradutor-Intérprete de Libras.

O recurso é importante porque muitos surdos e deficientes auditivos têm a Libras como primeira língua e o português como segunda língua, o que dificulta o entendimento da prova no formato tradicional.

Neste ano, além da videoprova em Libras, o tema da redação do Enem foi Desafios para Formação Educacional de Surdos no Brasil.

Videoprova

Na videoprova traduzida em Libras, as questões e as opções de respostas são apresentadas em Libras por meio de um vídeo. A videoprova tem o mesmo número, ordem e valor de questões da prova regular.

Cada participante recebe um notebook para fazer as provas. As orientações, os enunciados das questões e as alternativas de respostas são apresentadas em Libras por meio de vídeos gravados em DVDs. O participante pode escolher qual área do conhecimento fazer primeiro e poderá assistir aos vídeos na ordem que preferir. A redação também deve ser escrita em português.

O novo recurso de acessibilidade do Enem foi desenvolvido pelo Inep e sua Comissão de Assessoramento em Libras, composta por professores, pesquisadores e especialistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), entre outros.

(Fonte: Agência Brasil)

10

Dos 6,73 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, 30,2% não compareceram ao primeiro dia de provas. Esse é o maior índice de abstenção desde 2009, quando foram registradas 37,7% de ausência.

No total, 273 pessoas foram eliminadas no primeiro dia, sendo que 264 foram por descumprimento das regras gerais do edital e nove por terem algum equipamento identificado pelos detectores de metal. Em 2016, o exame teve 3.942 eliminações ao término do primeiro dia e 4.780 no segundo.

Não foi identificado nenhum caso de candidato usando ponto eletrônico, apenas uma pessoa que usava um fone de ouvido, que foi desclassificada. “A própria divulgação de que estamos utilizando equipamentos que identificam o uso de transmissores deve ter inibido os malfeitores que tentam ir no caminho dessa fraude”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho, em entrevista agora à noite. Neste ano, pela primeira vez, foram utilizados detectores de ponto eletrônico.

O Inep identificou dois casos de pessoas que saíram do local da prova antes do horário e, também, foram eliminadas. Um candidato foi identificado com um cigarro de maconha no bolso, mas ele pôde concluir a prova.

Duas turmas não conseguiram concluir a prova por falta de energia elétrica, uma em Teresina (PI) e outra em Uruaçu (GO). Esses alunos terão que refazer a prova em dezembro e, segundo o Inep, não serão prejudicados.

De acordo com o instituto, o participante isento de pagamento da taxa de inscrição do Enem 2017 que não compareceu às provas e deixar de justificar essa ausência no sistema de inscrição do Enem 2018, por meio de documento legal, perderá o direito a nova isenção.

Redação

O ministro disse que a decisão do MEC de não recorrer da decisão judicial que proibiu a atribuição de nota zero a redações que desrespeitem os direitos humanos no Enem foi para dar tranquilidade aos candidatos. “A nossa preocupação foi assegurar a tranquilidade, porque o próprio clima de discussão com relação a que tese poderia prevalecer enseja dúvida na cabeça dos candidatos e isso não é algo positivo. Então, não havia tempo para a reversão do entendimento”, disse.

Segundo Mendonça Filho, mesmo que haja uma decisão contrária, o que vai valer para este ano é a decisão judicial em vigor. “Não há sentido se ter uma decisão judicial e, se porventura caísse mais adiante, retroagir para prejudicar as pessoas que tiveram o entendimento deferido a partir de uma decisão judicial que é válida e que nós respeitamos”.

Hoje (5) foi o primeiro dia do Enem, com provas de redação, linguagens (língua portuguesa e língua estrangeira) e ciências humanas (geografia, história, filosofia, sociologia e conhecimentos gerais). O segundo dia de provas será em 12 de novembro, com questões de matemática e ciências da natureza.

Este é o primeiro ano que o Enem é realizado em dois domingos consecutivos. Até o ano passado, as provas eram realizadas em um único fim de semana – sábado e domingo.

(Fonte: Agência Brasil)

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Além de professores, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano – Desafios para a Formação Educacional de Surdos no Brasil – surpreendeu também quem fez a prova neste domingo (5).

O estudante Denis Jarbas, de 21 anos, e que pretende estudar processos gerenciais, foi um dos primeiros a deixar a Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, um dos locais de aplicação do exame. Ele saiu pouco depois das 15h30. O estudante considerou, no geral, as provas complicadas e o tema da redação surpreendente. “[Não estava preparado] para este tema não, mas deu para construir um texto legal com [a ajuda] dos textos-base”, disse ele a jornalistas. Para ele, que já havia feito o Enem no ano passado, as provas deste ano foram mais difíceis. “Este ano foi mais difícil por causa da redação também”.

A estudante Luiza Araújo, 18 anos, que, também, fez as provas na Uninove, considerou o tema inesperado. “O tema do ano passado [sobre intolerância religiosa] foi mais fácil”, disse a jovem, que pretende cursar Farmácia. “Você não vê pessoas com deficiência auditiva nas escolas normais”, disse ela, acrescentando que na escola onde estuda não convive com surdos.

Em Brasília, a candidata Camila Alves considerou difícil desenvolver a abordagem do tema. “Eu li e reli os textos-bases que eles dão, mas foi bem complicado. Todo mundo estava esperando temas mais de atualidades, e muita gente não estudou esse assunto”, disse a estudante, que quer tentar uma vaga em enfermagem.

O estudante Caio Thomaz também em Brasília considerou o tema inusitado, pois esperava um assunto mais ligado à política. “Eu usei bastante os textos motivadores que tinha. Então, não achei tão complicado”, disse, embora admita que abordou o tema de forma superficial.

Já a estudante Mariana Spaolonzi, de 18 anos, avaliou o tema da redação como tranquilo. “Não achei [o tema da redação] tão difícil. Esperava que fosse pior. Achei bem tranquilo”, disse ela, que fez o Enem na Uninove, em São Paulo.

Ela contou que um dos textos de apoio abordava a questão das pessoas com deficiência auditiva não conseguirem vaga no mercado de trabalho mesmo que tenham formação educacional adequada. “Era para a gente desenvolver uma solução para isso. Eu pensei [ao escrever sobre o tema] em uma empresa que fosse direcionada só para deficientes auditivos, daí teriam mais vagas. Acho que as empresas acabam usando a lei das cotas e pegam só o número mínimo de pessoas. Então, o resto acaba ficando sem emprego. Precisa ter mais inclusão”, disse.

O candidato Gustavo Santos Duarte, 18 anos, considerou a prova de língua portuguesa a mais difícil do dia. “A redação foi tranquila. Gostei da redação. O tema foi bem legal. Estudo em uma escola onde há alguns alunos surdos e consigo interagir um pouco com eles. Isso me deu vantagem para poder fazer a redação”, contou o aluno que pretende cursar fisioterapia.

(Fonte: Agência Brasil)

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O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano vai representar uma maior visibilidade sobre os desafios na educação de surdos do Brasil. A avaliação é da professora de pedagogia bilíngue do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) Patrícia Rezende. Para ela, o tema da redação é considerado “impactante”.

“Este tema vai representar uma maior visibilidade sobre os desafios da educação de surdos neste país. Pois trata-se de um assunto polêmico porque sofremos uma política que não condiz com a qualidade de ensino para surdos. Precisamos de uma política linguística urgente neste país”, avaliou Patrícia, que também foi diretora de políticas educacionais da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis).

Para ela, quem não tiver conhecimento sobre questão linguística e cultural da comunidade surda pode ter dificuldades para escrever a redação, que tem como tema Desafios para Formação Educacional de Surdos no Brasil.

Para a assistente social surda Mariana da Hora, que é colaboradora da diretoria da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), o tema da redação do Enem deste ano surpreendeu. “Estamos acostumados a sermos esquecidos, e, colocar a educação de surdos como tema da redação faz com que a sociedade seja cutucada a refletir sobre isso”, diz. Para ela, muitos candidatos terão dificuldade de escrever sobre o assunto por desconhecer a realidade dos surdos do país.

Educação bilíngue

O fotógrafo Cristiano Carvalho, que dá aulas de fotografia para surdos no projeto Surdofoto, considera que o melhor caminho para a maioria dos surdos usuários da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Brasil é a educação bilíngue.

“Cada vez mais isso é para mim um direito deles, uma vez que são brasileiros, e a Libras é uma língua oficial reconhecida por lei. Nossa experiência no projeto Surdofoto é o do ensino de fotografia na língua de sinais. Ou seja, o surdo aprende em sua própria língua”, diz. Mas, segundo ele, existem surdos que não se identificam com a Libras e buscam na oralizaçao e na educação inclusiva um caminho de socialização.

Neste ano, pela primeira vez, o Enem será disponibilizado com o recurso da videoprova traduzida em Libras. Segundo o Inep, instituição responsável pelo Enem, a maioria dos participantes com direito a recurso declarou não precisar de nenhum apoio para a realização das provas. O Inep também oferece outros recursos de acessibilidade, como prova em braille, tradutor-intérprete de Libras, prova superampliada, guia-intérprete para pessoa com surdocegueira, leitura labial e mobiliário acessível.

(Fonte: Agência Brasil)

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O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deste ano, é Desafios para Formação Educacional de Surdos no Brasil.

A informação foi divulgada, agora há pouco, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em sua conta no Twitter.

Pela primeira vez, o Enem terá videoprovas em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). A prova em Libras é um recurso que facilita a realização do exame para surdos e pessoas com deficiência auditiva que, por terem sido alfabetizados na linguagem dos sinais, têm mais dificuldade para realizar provas escritas.

Na Videoprova Traduzida em Libras, as questões e as opções de respostas são apresentadas em Língua Brasileira de Sinais por meio de um vídeo. O recurso terá o mesmo número, ordem e valor de questões da prova regular, além da garantia de qualidade e normas de segurança máxima de todas as provas do Enem. Só não serão integralmente traduzidas para Libras as questões de Língua Estrangeira Moderna. Nessas questões, somente os trechos originalmente em português serão traduzidos para Libras.

O tema da redação deste ano segue a tendência das últimas edições do Enem, que costuma abordar temas sociais. No ano passado, o tema foi Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. Violência contra a mulher, publicidade infantil, lei seca e movimento imigratório também foram abordados nos últimos anos.

Hoje (5) é o primeiro dia de prova do exame, e também terá provas de linguagens e ciências humanas. Os candidatos têm cinco horas e 30 minutos para concluir a prova. O exame começou a ser aplicado às 13h30, no horário de Brasília, para cerca de 6,7 milhões de candidatos em todo o país.

Estrutura

O texto da redação do Enem deve ser dissertativo-argumentativo, e o candidato deve apresentar uma proposta de solução para o problema proposto, a chamada intervenção. Também deve ser apresentada uma referência textual sobre o tema.

As redações com sete linhas ou menos receberão nota zero. Também serão eliminados candidatos que fugirem totalmente ao tema proposto e os que escreverem impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação.

A proposta de redação do Enem sempre vem acompanhada de textos que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem seus próprios textos. No entanto, o estudante não deve se restringir às ideias apresentadas, copiar trechos ou torná-los parte de sua argumentação.

As redações serão avaliadas de acordo com cinco competências: domínio da norma-padrão da língua escrita, compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Ontem (4), a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, decidiu manter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que determinou a suspensão da regra que previa a anulação da redação que violasse os direitos humanos. Apesar disso, a competência cinco, que vale 200 pontos, determina que a redação deve ter uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Esse item não foi modificado pela decisão judicial.

Diante da decisão, o MEC e o Inep reforçaram aos participantes do Enem 2017 que não haverá anulação automática da redação que violar os direitos humanos, como previa o edital do Enem. “Continuam em vigor os critérios de correção das cinco competências, conforme estabelecido na Cartilha de Participante – Redação no Enem 2017”, diz nota.

(Fonte: Agência Brasil)