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Lembrando papai… ANTÔNIO DINO NO GOVERNO*

Com a viagem de Sarney para o Japão, volta ao Executivo maranhense o dr. Antônio Dino, o vice-governador do Estado. Um fato corriqueiro da vida democrática do país. Mas apenas ressaltamos a qualidade moral e intelectual do substituto.

Com Dino, a serenidade, a conduta democrática, a valorização duma posição política construtiva, fortalecida por uma larga experiência. Sim, com Dino, a lealdade, a sinceridade, a firmeza de suas convicções políticas inabaláveis. Não se lhe pode negar esses traços marcantes da sua vida pública. Ninguém. E todas as vezes que o cururupuense assume o Executivo há sempre notícia da sua autoridade, da sua capacidade e do seu dinamismo.

Há sempre notícia da sua clarividência administrativa, seu trato com as coisas públicas. Em Dino, a firmeza da sua ação governamental. Não é político profissional. É um idealista. Não utiliza a política partidária para o manejo dos programas restritamente políticos encadernados na área regional deste partidarismo de conveniências. Não. Com Dino, a amplitude duma orientação segura, dinamizadora. É assim Dino.

Companheiro de chapa do líder oposicionista que é Sarney, há, com Antônio Dino, a mesma vibração cívica, o mesmo amor à terra e aos problemas maranhenses. Há sempre a grandiosidade duma vontade determinada. Há sempre a riqueza dos pensamentos construtivos, renovadores. Há sempre a vida em sentido do trabalho que se realiza, que se afirma, que se reajusta dentro dum programa de governo altamente coordenado por princípios renovadores. Daí, a sua presença na substituição legal. E, daí, a certeza de que Sarney tem de encontrar, em Dino, a mesma determinação, a mesma orientação, a mesma capacidade e tenacidade de gerir com os problemas ligados à administração do Estado.

Não se pode esconder esta faceta da vida pública do médico ilustre que muito tem feito em favor dos problemas maranhenses, das reivindicações populares deste povo que luta, que trabalha e se sacrifica. Na representação federal, sempre esta identificação: um representante legítimo do povo maranhense. No Legislativo estadual, a mesma energia, a mesma atuação democrática, a mesma coragem indomável. Dino conhece a força positiva do NÃO. Sim, sabe negar. É uma afirmativa que não se intimida e que não suporta as imposições partidas dos grupos distanciados que se encontram desta nova diretriz política que está em desenvolvimento em todos os governantes que se projetam neste presente, por meio de atos e soluções sérias, visando o bem comum, o bem da terra, do povo. Com Dino, está o Maranhão no continuísmo duma ação governamental. Está na ampliação dum programa de governo evoluído, governo de trabalho, governo de realizações.

Não haverá, sabemos, as distorções condenáveis. Não. Haverá a ordem, haverá a pregação doutrinária de princípios recompensadores. Ainda na fase de restabelecimento de sua saúde, um tanto abalada. Dino não relutou em arcar com a sua responsabilidade de retomar ao comando do Poder Executivo, certo de que, assim fazendo está cumprindo com o seu dever, correspondendo à confiança dos que nele depositaram, por meio do voto popular, a certeza de que, com ele, haveria a conduta oposicionista, a mesma luta desenvolvida por ele durante a memorável campanha política de 61.

Amigo que sempre fomos do médico ilustre, amizade de muitos anos, sem pensar nos favores recebidos quando nos conhecemos no Rio, quando da sua presença na direção da Associação Maranhense, aqui estamos, desta coluna, registrando, para ele, a nossa mensagem de esperança, a nossa mensagem de fé democrática que encontra no povo, na gente que ajuda no trabalho de recuperação do Estado, a solidariedade de mais confiança no futuro do Maranhão. Nestes poucos dias de governo, valerá, para nós, como mais uma prova do nosso testemunho: em sua valorosa capacidade de trabalho.

E mais uma vez o temos na alta função pública do Estado que é o Poder Executivo.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 2 de julho de 1968 (terça-feira).